Kirishima chegou ao departamento de vendas com uma forte vontade de provocar Yokozawa. Vinha agindo assim desde antes do relacionamento deles se consolidar. Que podia fazer? Arrancar as reações espontâneas era muito divertido... nunca conheceu alguém tão cheio de vida e tão duro na queda quanto aquele homem. Ele era um desafio e Kirishima nunca fugia de desafios.

Acabou parado a porta do setor, observando enquanto o namorado respondia com palavras curtas a quem quer que estivesse falando ao telefone. O rosto corado de raiva dava a entender que não era um diálogo dos mais agradáveis.

Ignorou o burburinho que causara, assim como os olhares curiosos que recebeu.

Só tinha atenção para o sinal minúsculo que a gola do terno escondia com sufoco, marca que maculava o perfeito tom alabastro da pele marmórea. E não era a única mancha de amor que Yokozawa carregava na tez.

Que podia fazer Kirishima, refém daquele outro homem? Que com sua voz trovejante e personalidade impossível de se dobrar sem grandes artimanhas, conquistara um espaço definitivo em sua vida? Já não podia pensar em um futuro sem Yokozawa Takafumi ao seu lado, completando-lhe a família.

E, foi nesse momento, que ele desligou o telefone.