Meu Sonho Realizado

Capítulo 7 - Ryden? O que é um Ryden?




Quando eu acordei o Brendon estava deitado em cima de mim, já vestido, com aqueles olhos brilhantes, eu nunca me senti tão leve em toda a minha vida e eu também não conseguia respirar.

- Eu acordei você?
- Não, eu não estava dormindo. - Ele riu
- Ah, tá bom. Já te disseram que você é uma gracinha quando tá dormindo?
- Não, primeira vez. - Eu fiquei olhando nos seus olhos por muito tempo, poderiam ter passado horas que eu nem ia perceber. Até que ele quebrou o silêncio.

- Você sabe como chamam a gente lá na escola?
- Não. Como?
- Ryden.
- Ryden? Por que Ryden?
- É Ry de Ryan e den de Bden. Dãããããã! - A gente riu, como era bom rir com ele. Principalmente pelo fato dele ainda estar deitado em cima de mim.
- Eu sei disso “Dãããããã”!!!! - E fiz uma careta pra ele. - Não foi isso que eu perguntei. Foi por que uniram nossos nomes?
- Porque acham que a gente é um casal, bobinho.

Eu não era tão bobinho assim, eu só queria ouvir a resposta da boca dele e ele sabia disso.
- E nós somos um casal? - Sim, eu tinha que perguntar isso.
- Bom, eu não sei. O que você acha?
- Eu, bom...

O Bogart começou a latir que nem um desesperado nessa hora. Bogart é o cachorro do Brendon, eu adorava aquele cachorro como tudo que era dele

- Segura aí. Eu vou ver o que o Bogart quer. - Não deu tempo nem de responder. Quando vi, ele já tinha levantado e saído correndo.



Eu já tinha olhado ele por esse ângulo, o traseiro, mas eu poderia ficar olhando pra aquilo durante toda a minha vida, como os seus olhos, sua boca. Eu ficaria com ele a minha vida toda, claro se ele quisesse também.

Eu tinha alguns sonhos, antes de conhecer o Bden. Alguns têm a ver com o meu pai, outros do tipo profissional, antes de conhecer ele eu queria ser médico. Eu tinha o perfil pra ser médico. Eu era uma pessoa fria, não que os médicos fossem pessoas frias, mas quando se tem muitos pacientes, você não pode chorar sempre que um morre, nem se sensibilizar muito com o drama da família. Antes eu realmente servia pra isso. Hoje, não. Se eu ver um gatinho passando na rua eu vou parar, emitir vários sons do tipo “ownnn” e falar “ti bunitinho”. Foi isso que o Bden fez comigo.

Mas de qualquer forma o que eu quero dizer é que todos esses meus sonhos que tem uma chance mínima de se realizar, eu abandonaria todos eles pelo Brendon.
Do mesmo jeito que ele saiu correndo ele voltou.

- Então...
- Brendon, vamos tomar sorvete?
- De chocolate?
- Claro. - Eu precisava de um tempinho e de coragem pra falar pra ele tudo o que eu sentia e eu acho que ele também.

A gente foi pra cozinha dele. Eu sentei a mesa enquanto ele ia no freezer pegar o sorvete. Quando ele chegou na mesa com o sorvete e me entregou uma colher com um sorriso enorme – como aquele garoto gosta de chocolate! - e se sentou do meu lado, eu resolvi contar pra ele do William. Eu contei tudo pra ele desde quando eu era pequeno e ele infernizava a minha vida até que ia vim estudar na nossa escola. Eu realmente me surpreendi a com a reação dele.

- Ah! Que isso Ry? Eu não acredito que você não gosta dele por causa disso?
- Eu achava que você ia entender.
- E eu entendo. Quando eu era pequeno também tinha um garoto que implicava comigo. Até hoje eu não gosto, nem falo com ele.
- Eu me sinto melhor agora. - E era verdade
- Fica assim não Ry! Eu protejo você. - A gente começou a rir desesperadamente. Até que a gente parou bem perto um do outro. Eu tinha que fazer alguma coisa.

- Bden tá sujo aqui. - E eu passei a mão no canto da minha boca.

Ele ficou tentando limpar algo que por acaso não estava ali.
- Calma aí, deixa que eu... - E fui me aproximando até que eu encostei os meus lábios nos dele.

Continua...