A estilista continua aflita. Ela se arrasta até sua cama e rasteja sobre os travesseiros, afundando-se neles.

— C-Calma, Lucy... Vamos apenas comprar outro teste, certo? – Disse Yukino, sentando-se ao lado de Lucy.

— Yukino-san tem razão, Lucy. Não fique tão nervosa. Aquilo era apenas um teste, podemos comprar outro. – Disse Virgo, aproximando-se.

— Tudo bem, mas acontece que estou a ponto de enlouquecer com essa dúvida! – Aquarius apenas observa a cena e parece irritada. A branca massageia as têmporas no canto do quarto. – Só de pensar que eu estava a ponto de saber se eu estou grávida e aquele maldito gato... – Ofega. – E tudo por culpa daquele... – Ofega mais uma vez antes de deglutir e parar de falar por um momento. A modelo a encara. Yukino e Virgo estranham o comportamento de Lucy.

—... Lucy? – Aquarius parece preocupar-se.

— Você está bem?... – Pergunta Yukino, encarando a loira, que subitamente se levanta e corre em direção ao vaso sanitário. Com sobrancelhas arqueadas, Aquarius observa a loira. Lucy levanta o acento e imediatamente expele quase tudo que comera há pouco. Suas assistentes a fitam, um tanto assustadas. A modelo expira e se senta na extremidade da cama de Lucy.

— É, Lucy... Depois disso, acho que não será tão difícil adivinharmos o resultado daquele teste. – Disse Aquarius calmamente, enquanto a loira a fitava, limpando sua boca com um pedaço de papel higiênico.

A garota parecia estática. Ela se levanta lentamente, ainda, aparentemente, em choque. Vai até suas amigas e respira fundo.

— Eu... Tenho que confirmar de alguma forma. Mas eu tenho que lembrar o que aconteceu naquela noite... Isso está me matando... Eu continuo tendo flashes sem sentido algum! – Lucy parece triste. – Que bela história será se eu realmente estiver grávida... Não saberei sequer de que forma essa criança... – Os olhos da loira começam a encher-se de água.

— Lucy... – Yukino se sente mal pela amiga e vai até ela, dando-lhe um abraço.

As quatro ficam em silêncio pela situação atual da estilista. Aquilo era inesperado e a vida da garota não seria a mesma, definitivamente.

— Oh. – A rosada parece lembrar-se de algo. – H-Hey... Pessoal... – Elas fitam a rosada. – Acabo de me lembrar de uma coisa... Acho que sei como fazer a Lucy-san se lembrar do que houve com meu primo naquela noite.

A loira parece animadamente surpresa.

— Ah é? E como pretende fazer isso? – Pergunta Aquarius, descrente.

— Uma sessão de hipnose! – A loira franze as sobrancelhas, arqueando-as.

— O quê? – A loira demora para entender completamente o que sua ajudante acabara de sugerir.

Virgo parece bem confiante, mas as outras três... Nem tanto.

...

O segurança de Levy chega ao camarim com Wendy e, desta vez, se lembra de bater na porta. Mas só porque Wendy o interrompeu, quando ia apenas entrar de uma vez.

— Juvia? – A rapper se vira.

— Não, tia Levy. Sou eu. – Diz a menina, entrando no camarim com um sorriso. O rapaz, atrás dela, põe as mãos nos bolsos e apoia-se à parede, cruzando as pernas.

— Wendy? – Levy se levanta e vai ao encontro da menina, que lhe dá um abraço.

— Eu a encontrei por aí. – Disse Gajeel, sem se mover.

— Você estava linda demais, tia Levy. Desculpe por não ficar até o fim. – Disse sorrindo.

— Ah, é mesmo! – Pôs as mãos à cintura. – Onde raios vocês dois se meteram? A senhorita não deveria estar andando sozinha por aí, Wendy. Sabia que Juvia está te procurando?

— Hm? A Juvia foi me procurar? – Wendy estranhou. – Eu e o Gajeel não a vimos nenhuma vez quando estávamos voltando... Certo, Gajeel? – A menina o encara.

— Hm. – Levy percebe o comportamento diferente do moreno, mas ignora por um momento, voltando-se à pequena azulada novamente.

— Então temos que avisá-la de alguma forma para que volte. – A rapper conclui.

— Mas espera... A Juvia também não conhece esse estúdio! Como é que ela foi me procurar sem se perder também? – Questionou Wendy.

— Não se preocupe, Lyon conhece o—

— O Lyon? – Levy pisca algumas vezes, estranhando a surpresa da menina.

—... É. Ele conhece o estúdio... Além disso, acho que ouvi Romeo dizendo que iria com eles, então devem estar juntos... – A menina olha para o lado e comprime os lábios. – Wendy?...

— Hã? O quê?

— O que há de errado com você?! Chupou limão, é? – Cruza os braços.

— Quer saber, eu acho que sei onde eles estão. Vou procurá-los! – Ela vira subitamente.

— Ói! Mocinha, você não vai a lugar nenhum! – Disse Gajeel, impedindo a passagem. – Se vocês continuarem procurando uma à outra, ninguém nunca achará ninguém. Apenas espere até que ela venha.

— Gajeel tem razão, Wendy. Já foram desencontros suficientes por hoje. – Disse Levy.

— Arh... Tia Levy eu... Eu já conheço um pouco melhor o estúdio! Além disso, tenho ideia de onde eles podem estar! – Explicou afobadamente.

— Por que essa sangria desatada para ir até Juvia, afinal? – Estranhou Levy.

— É só que ela tem que treinar para a apresentação e depois não quero que coloque a culpa em mim por não termos ido mais cedo! Prometo que volto logo! – Disse correndo para fora.

— Ói! – O moreno sai, deixando Levy sozinha. Ele percorreu um pequeno trajeto antes de convencer Wendy a parar. – Baixinha, é melhor parar aí, se não quiser que eu cole o seu traseiro na cadeira.

— Argh... Gajeel, eu não vou me perder, eu prometo! – Ela se virou enquanto ele se aproximava dela.

— Isso é sobre aquela aposta estúpida, não é? Apenas não quer que Juvia fique sozinha com Lyon. – Disse Gajeel.

— Shhh! – A azulada checa por algum ouvinte ao redor e o encara.

— Apenas deixe de criancice e volte para aquele camarim. Agora. – Ordenou o segurança. A menina arqueia a sobrancelha e cruza os braços.

— Tem certeza?

— Hm? – Ele arqueia a sobrancelha.

— Tem certeza que quer que eu volte? Me parece que você e a tia Levy poderiam aproveitar um tempo sozinhos. – O moreno fica aparentemente sem palavras.

— Gh.... Quer saber, já chega. Você vem comigo de qualquer forma. – Ele tenta alcançar o braço da menina, que dá um passo para trás.

— Argh... Gajeel, para de ser tão cabeça dura! Você mal falou com a tia Levy lá dentro! – O moreno estava emburrado, mas ouviu o que a garota tinha a dizer. – É claro que vocês têm que conversar e fazer as pazes!

— Acontece que nós não brigamos. – Ele dá um passo em direção a ela novamente, mas ela, novamente, se afasta. Ele parece estar perdendo a paciência.

— Mas você está chateado! – Ela para e fala seriamente. – Eu não vou me perder, Gajeel. Aproveite esse tempo para ficar um pouco com a tia Levy. Vai ver como eu tinha razão. Ela gosta de você. – O moreno expira e abaixa a cabeça, passando a palma da mão sobre o rosto.

— Wendy—

— Diga que você não me alcançou e que não ia adiantar me seguir de qualquer forma... – Ela diz, se afastando sorrateiramente. Ele a encara e parece se dar por vencido. – Eu resolverei aquela coisa com a minha irmã. E você vai fazer as pazes com a tia Levy.

— Se você arranjar problemas, eu juro—

— Tá, tá... O lance do traseiro na cadeira. – Ela vira e corre. – Eu volto logo, Gajeel-san!

O rapaz expira e a observa por um momento até que ela desaparece de sua vista. Ele abaixa seu olhar e bufa, retornando para o camarim.

...

Gajeel bate três vezes, pausadamente, antes de abrir a porta do camarim. Levy terminava de abotoar seu short jeans.

— Bom, ao menos bateu na porta antes de abri-la de qualquer jeito, dessa vez! – Ela vai até a cadeira e se prepara para tirar a maquiagem. – Wendy está com você? – Ele entra e fecha a porta.

— Não. Eu... A perdi de vista. – Ela arregala os olhos e vira-se para encará-lo.

— O quê?... Você a perdeu de vista? – Repetiu incrédula.

— O quê? Ela apenas correu para longe muito rápido. – Joga-se na poltrona.

— Tch... O lobo solitário está enferrujando, é? – Ela ri e torna a preparar os produtos para retirar maquiagem. – Talvez seja hora de contratar mais um segurança, não pôde sequer achar uma criança...

A rapper esperou por algum comentário irônico ou irritado de seu segurança, mas, ao invés disso, não ouviu nada. Ela estranhou a ausência de atitude e o observou através do espelho. Ele estava emburrado e olhava para a outra extremidade do camarim. Ela para o que está fazendo e seu semblante logo fica mais sério. Ela se vira novamente para seu segurança.

— Arh... Gajeel. – Ele move seus olhos e a fita, sem mover seu rosto. – O que foi?

— O que foi o quê?

— Argh, Gajeel, sério? – Ela se levanta e põe-se em frente a ele, obrigando-o a fitá-la. – Eu não sou idiota. Você está estranho. Anda, fala o que houve.

— Não houve nada. Apenas continue o que estava fazendo, Juvia estará de volta logo e teremos que ir.

— Então, eu termino quando chegarmos à mansão. Isso não é importante. – Disse imediatamente de forma séria. O rapaz a encarou. Ela não gostava daquele olhar. Ele parecia irritado, mas não era como sempre. Dessa vez ele estava irritado... Com ela. Ela se agacha em frente a ele e o encara. – Ficou chateado com o que eu disse? Sobre não alcançar a Wendy? Foi isso?

— Pfft. – Ele se inclina em direção a ela e apoia os cotovelos nos joelhos, encarando-a de perto. – Claro que não.

— Então por que está chateado comigo? – Ela pergunta, encarando seus olhos. O moreno troca olhares com a rapper por alguns segundos antes de se levantar subitamente e caminhar para longe.

— Argh. Quem disse que estou chateado com você? – Ele lhe dá as costas. Ela o fita e reflete por um momento antes de se levantar e se aproximar novamente.

— Porque você nunca olhou pra mim assim, antes. – Ele olha para o lado disfarçadamente e reflete as palavras de Levy. – Mesmo estando sempre de mal humor. – Ela deu mais alguns passos, encarando as costas do segurança.

— Tch.

— Gajeel. – Ele não se move. Ela expira e segura o pulso do moreno, virando-o para encará-la. Ele pareceu surpreender-se com a tristeza nos olhos da garota. Mas não disse nada sobre isso. – Me diz o que você tem de uma vez. – Ele pareceu pensar antes de falar.

— Não é como se fosse algo importante.

— Então diz de uma vez! – Ela estava realmente irritada. Mas ainda aparentava sua tristeza. Ele se deu por vencido.

— Argh. Eu apenas odeio me sentir impotente! – Quase esbravejou a última frase.

— Não houve nada para que você se sentisse assim. Do que você está falando?! – Rebateu sem entender.

— Sim, houve. – Ele se aproximou da garota e a encarou dentro de seus olhos.

— Gaj—

— Não pude tirar você dos braços daquele cara. Ou impedir que ele te tocasse. Que te olhasse daquele jeito. Ou que te beijasse. – Falou seriamente a última frase.

— O q... quê? – Ele parecia ofegante por confessar. – Está chateado... Por isso? – Ele se vira novamente, bufando.

— Você foi quem quis saber. – A garota abaixou o olhar, movendo seus olhos enquanto tentava compreender a situação.

— Gajeel... Ahg... Aquilo foi só encenaçã— Ele vira subitamente e a encara de perto olhando dentro dos olhos marejados da rapper.

— E ainda estou irritado. – Ela o ouvia, imóvel. – Mesmo sabendo disso. – Ele anda até ela. – Porque não quero que outro cara faça com você... O que eu faço.

— Gajeel... – O rapaz põe a palma de sua mão sobre a bochecha da rapper e puxa sua nuca, encostando sua testa à dela, que o olhava fixamente nos olhos. Ele a encara e fita os lábios da garota. Ele permanece imóvel encarando os lábios de Levy e tenta decidir seu próximo movimento; parece relutante. Finalmente parece se decidir.

—... Mas... Eu não posso te afastar de outros caras. – Ele expira e se afasta, ainda tocando o rosto da azulada, acariciando-o com seu polegar. – Porque você não é minha. – Ele respira pesadamente e se afasta lentamente até que sai do camarim, deixando-a sozinha. Uma lágrima desce por um dos olhos da garota que encara a porta atrás de si.

Ela respira pesadamente antes de agachar-se com suas mãos sobre os joelhos. Abaixando a cabeça e entrelaçando seus dedos nos cabelos, ela deixa mais lágrimas caírem, enquanto se recupera daquela cena inesperada.

...

A azulada já havia se esquecido que estava trancada naquela sala por mais de meia hora. Lyon e ela se divertiam com todos os adereços e histórias engraçadas que ele contava sobre algumas das gravações que ele havia feito. Como diretor, ele sempre presenciava situações hilárias durante as gravações.

— Nossa, eu acho que nunca ri tanto... Um sapo no vestido? Realmente... – Comentou ela em meio a risadas.

— Era tudo uma brincadeira dos colegas dela, é claro. Mas ela só descobriu no final. Não sei se continuaram sendo colegas depois disso, entretanto. Depois de como ficou quando o sapo finalmente saiu de dentro de suas roupas... – A azulada começa a rir novamente ao imaginar a cena. Lyon se diverte, observando o divertimento de Juvia.

Mas o que eles não haviam percebido, era que a porta já havia sido aberta e estava destrancada. O rapazinho os observava escondido e queria acompanhar de perto o seu plano em andamento.

— Veja como estão se divertindo... – Ele cochicha enquanto os observa. – Essa foi realmente uma ideia genial. Ghehheh.. Pagaria para ver a cara da Wendy se visse o que estou vendo agora!

O perolado parece feliz; cora levemente ao perceber o olhar de Juvia.

— O quê foi, Lyon?

— O-O quê? – Desconcertou-se.

— Estava me olhando engraçado. – Ela sorri.

— Estava? – Perguntou fitando a garota dentro dos olhos. A branca continuou sorrindo e assentiu delicadamente. – Heh. Acho que apenas não estava acostumado a te ver sendo tão espontânea. – Juvia fica surpresa e cora.

— Verdade?... Oh não... Agora me sinto envergonhada. Eu estava mesmo rindo descontroladamente... Mas é que... – Ela começa a sorrir novamente ao lembrar-se. – Essas histórias são realmente muito engraçadas. – Ri baixinho.

— Me encanta. – Ela o fita, sem entender seu comentário.

— Hm?...

— Ouvir seu riso. Talvez seja porque não faz isso muitas vezes. – Ela parece lisonjeada.

Juvia abaixa o olhar com um sorriso sem graça. Ela volta a fitar o diretor; ele sente seu coração bater mais forte; era como se a quantidade de ar diminuísse. O diretor respira mais rapidamente. Seu organismo parecia querer prepará-lo para que fizesse algo. E ele sabia o quê, mas não teria coragem. Ou teria?

Mais alguém adentra a sala de fininho.

... E ela estava certa!

A pequena acertou na mosca ao pensar na sala de perucas. Por sorte, ela ouviu o comentário do garoto, que pensava em voz alta, sobre achar o cenário perfeito para um clima romântico. Mas afinal, o que ele tinha na cabeça? Uma sala de perucas e um encontro? Ele provavelmente não acharia uma namorada se continuasse com essa lógica, futuramente. Wendy não é percebida por nenhum dos três presentes. Romeo continuava escondido; Lyon estava sentado ao chão encarando Juvia, sentada ao seu lado. A irmã menor arregalou os olhos ao ver a proximidade entre os dois.

— Juvia. – Chamou o diretor. A garota eleva as sobrancelhas e atenta-se ao perolado. – Eu preciso te falar algo.

— Hm. – Ela esperou as palavras do perolado.

— Sua risada não é a única coisa que me encanta. – Ela ficou surpresa com o comentário do rapaz e sorriu.

Wendy arregalou os olhos ao perceber que Lyon estava prestes a se declarar. A garota bate a porta violentamente, assustando todos, inclusive Romeo, que deu um pulo de onde estava.

— W-Wendy?! – Exclamou Romeo surpreso ao vê-la. A garota apoiava a mão sobre a porta, fitando o chão. Ela levanta o olhar e, subitamente, sorri.

— Finalmente achei vocês!

— Wendy! – Juvia se levanta. – Eu estava te procurando! Além disso, acabamos ficando presos aqui, como foi que entrou?!

— Não acredito! – O garoto afunda o rosto em seus braços, deitado ao chão.

— Ói, o Romeo está aqui dentro? – Lyon se levanta. – Romeo?! – Ele chama pelo afilhado e parece um tanto irritado.

— Calminha, pessoal! – Wendy puxa o garoto pelo braço. – Acontece que, se não fosse por esse garoto aqui, não teria achado vocês. Ele... Me contou que estavam aqui, e, por isso, eu vim! – Disse com um largo sorriso. Romeo a fitou com sobrancelha arqueada e depois encarou Juvia e Lyon que o fitavam. O rapazinho logo abre um largo sorriso coçando a nuca.

— Bem... Foi isso, mesmo, tio Lyon... Heh.

— E por que estava no chão? – Perguntou o rapaz, desconfiado.

— Eu? No chão?... Eu... Bom— Aparentemente, Romeo não sabia improvisar.

— Argh, é que ele é um desastrado e não me ouviu quando disse que estava prestes a abrir a porta. Ele apenas caiu. – Disse Wendy.

—... Wendy, isso tudo é minimamente... Estranho. Algumas coisas não se encaixam nessa história. – Disse Juvia.

— Juvia, você é assistente de rapper e não detetive. Pare de querer investigar as coisas e vamos logo! Gajeel e Levy estão apressados! – A pequena puxa o braço da irmã, mas antes lança um discreto olhar para Romeo.

“Não foi dessa vez que deu Lyvia, Romeozito.”

O garoto rebate seu olhar, discretamente.

“Você deu sorte, mas essa foi por pouco, Wendy! Na próxima eu consigo.”

Romeo deixa o estúdio com Lyon enquanto Levy volta para a mansão com Juvia, em seu carro e Gajeel, logo atrás, em sua moto.

...

Os rapazes estavam em um café no andar de cima de uma livraria e haviam acabado de comer. Agora pareciam conversar sobre um assunto sério, pois Natsu não trazia o sorriso de sempre, tampouco seu amigo, Gray, sentado em frente a ele, do outro lado da mesa.

— Basta contar tudo de uma vez. O que pode acontecer de pior que dormir com sua chefe? Ela não pode te mandar embora, temos um contrato. – Disse Gray.

— Não é isso que me preocupa. – O moreno se inclina e expira, encarando o rosado por alguns momentos.

— Não me diga... – Natsu o fita. Seu semblante é preocupado e sério. – Você se apaixonou pela Lucy-san... – O silêncio do rosado foi o suficiente para que o moreno entendesse a situação. Ele respira fundo e se encosta à cadeira, massageando a testa. – Sinceramente, você se superou, desta vez, Natsu...

— Não foi como se eu tivesse planejado. – Ele apoia o cotovelo sobre a mesa e abaixa o olhar. O moreno se preocupa pelo amigo.

— O que vai fazer?

— Eu... Realmente não sei. Não quero que ela pense que me aproveitei dela e que acabe se afastando...

— E se ela fizer isso. E daí? – Natsu o encara, perplexo.

— Como “e daí”? Não ouviu o que eu acabei de dizer?

— Perfeitamente. – O moreno cruza as pernas e inclina-se. – E é por isso que você deve fazer de tudo para ficar ao lado dela. – O rosado ouve atentamente. – Se você quer essa garota, então, ninguém ficará no seu caminho. Mas não vai conseguir nada ficando com medo do que irá acontecer. – O rapaz volta a fitar o chão, refletindo. – Então, eu vou repetir a pergunta: o que vai fazer?

O rosado fica em silêncio encarando o chão com sobrancelhas franzidas. Ele respira fundo e encara Gray, determinado.

— Vou falar com ela.

Gray sorri e parece satisfeito com a atitude do amigo. Natsu, porém, ainda parecia preocupado. Como se um fardo estivesse sobre seus ombros. Talvez, falar com ela, fosse a melhor opção. Isso não ia embora enquanto ele não se resolvesse com a loirinha.