Nada se passava na mente dos dois além da vontade de estar um com o outro. Natsu e Lucy não estavam bêbados ou sob efeito de nenhum tipo de droga, eles estavam conscientes e sóbrios. Eles queriam ficar juntos e, dessa vez, não iriam esquecer. Lucy não se lembrava de sentir algo tão forte por ele, tampouco o rosado tinha consciência da real importância que a loira tinha para ele, mas aquele momento relevara tudo. Eles conheceram seus verdadeiros sentimentos ao se entregarem um ao outro pela segunda vez.

Alguns momentos depois...

Deitados lado a lado; seus corpos desnudos cobertos pelos lençois da cama da estilista, o rapaz acariciava o queixo da garota que não tirava os olhos dos dele.

— Nats—

— N-Não... Diz nada ainda. – Ela piscou algumas vezes. Ele olha cada parte do rosto de Lucy e parece admirá-la. Ela estreita levemente os olhos ao observá-lo; ele não parecia nada com o garoto infantil e ligeiramente irresponsável que a derrubou desastrosamente no chão duas vezes. – Eu quero ter certeza de que eu não bati a cabeça no caminho até sua casa e isso é apenas um delírio. – Ela arqueou uma das sobrancelhas e deu um risinho.

— Idiota. – Disse ela sorrindo. – Claro que isso é real. – Ele fitou os olhos da loira e respondeu seriamente.

— É o que você sempre diz... – Ela franziu o cenho levemente e pareceu confusa. Ele continuou. –... Pouco antes de eu acordar. – Ela mostrou-se surpresa e sentiu-se emocionada, mesmo não entendendo o porquê. O rosado sorriu levemente e continuou. –... E me sentir frustrado por ter sido apenas mais um sonho. – O coração da loira começa a acelerar e ela cora levemente. Desvia o olhar e deita-se fitando o teto e segurando o lençol na altura do pescoço, claramente, envergonhada. Ele definitivamente estava muito diferente.

— O que deu em você?... N-Não é como se isso fosse grande coisa... – Ele fitou o perfil da loira e abaixou o olhar, refletindo. O silêncio do garoto fez com que ela o fitasse. Ele pensava em algo com cenho franzido. – No que está pensando? – Ele subiu o olhar e a encarou. Respondeu após um breve silêncio.

— Lucy... – Ele apoiou seu cotovelo ao colchão para fitá-la melhor. Ela piscou algumas vezes e continuou a fitá-lo. – Eu... Estou mesmo apaixonado por você. – Ela abaixou o olhar e pressionou levemente os lábios dando um pequeno sorriso e voltando a fitá-lo. – Me desculpe por fazê-la pensar que não é importante. – Ela nunca havia visto aquela expressão no rosto de Natsu. Ele parecia sério e havia uma ponta de tristeza em sua voz. A loira se sentiu mal por ele. Ela sabia que ambos eram jovens demais para carregar tamanha responsabilidade tão de repente. Ela se desencosta da cama e se senta, fitando-o.

— Está tudo bem, Natsu... Você não precisa se desculpar. De verdade. – Ela vira e continua, dando-lhe as costas. – Eu entendo que ser pai não está nos seus planos, assim como não estava nos meus planos ser mãe... – O rosado encara as costas da garota. Ela expira. – Mas eu nunca pensei em te cobrar nada... – Ele se estende, sentando-se.

— Lucy.

— Eu lidarei com iss—

Os braços do rapaz a envolvem por trás e ela arregala os olhos, surpresa, sentindo o rosto de Natsu afundar-se na lateral do seu pescoço.

— O qu..

Ela inclina seu rosto levemente aonde o rosado encostara a cabeça na tentativa de entender seu movimento repentino, mas ele estava muito próximo para que ela conseguisse fitá-lo.

— Lucy-san! – Ela pisca algumas vezes. – Por favor, me deixe ser o pai do seu filho! – Ele exclama sem levantar o rosto. A loira é pega de surpresa e, por um momento, não reage. Apenas mexe os olhos enquanto reflete.

— Natsu...

— Eu sei que, provavelmente, sou o último cara que você escolheria para construir uma família. – Tenho que admitir...A loira pensa, olhando para o lado discretamente e dando um pequeno sorriso ao concordar secretamente com a afirmação do rosado. – Mas eu serei alguém que vai merecer estar ao seu lado! – Ela se sente emocionada com as palavras do rapaz e abaixa o olhar, sorrindo. O modelo move um de seus braços e desliza até a cintura dela, que eleva as sobrancelhas e inclina a cabeça para baixo ao notar a mão de Natsu sobre sua barriga. Ele a puxa gentilmente contra ele e encosta as costas nuas da estilista em seu peitoral.

Ao sentir a respiração dele em seu pescoço e o movimento do tórax de Natsu atrás de si, enquanto era pressionada contra ele, uma onda de sentimento acolhedor percorre o corpo da loira. Era como se ela pudesse sentir o amor dele por seus poros. Seus olhos marejam e ela põe sua mão sobre a dele, em sua barriga.

— Você... Tem certeza, Natsu?

— Eu apenas quero que nosso filho exista. – Ele soou preocupado.

— Mas é claro que ele vai existir. – Ela vira e encara o rosado que retribui o olhar. Ela parece confusa. – Uma hora isso tem que acontecer, não posso ficar grávida para sempre, não é? – A garota olha para o lado e se lembra do que o rapaz havia falado pouco antes das luzes voltarem.

“Sei que vai tirar nosso filho amanhã”

Ela arregala os olhos ao ver a expressão preocupada do rapaz.

— Espera... Agora eu me lembrei. V-Você disse que eu ia tirar nosso filho... De onde raios tirou isso? – Ele pareceu surpreso.

— Eu voltei ao estúdio e não te achei... Todos haviam ido, mas aí escutei a Aquarius falando com você no... – Ele raciocinou por um momento olhando para o lado. Franziu o cenho, confuso. – Espera, você não vai abortar o bebê? – Questionou voltando a encará-la.

— Você ficou maluco?! – Ela se desencosta do rapaz para fitá-lo propriamente. – I-Isso nunca passou pela minha cabeça! – Ela se ajeitou e sentou em frente a ele, afobada. Ela enrola o lençol em volta do corpo.

— Mas então... – Ele mexe os olhos tentando raciocinar. – Do que estavam falando? – Ele a encara.

— Se a conversa que ouviu foi a que tive há pouco tempo com a Aquarius, estávamos falando sobre o enxoval do bebê.

— Enxo...val? – Ele piscou algumas vezes.

— É, Natsu! Enxoval! – Ele arqueou uma sobrancelha.

~...~

A loira se levanta da poltrona e começa a andar em círculos, nitidamente, preocupada.

— Não sei, não, Aquarius! Essas coisas não têm que ser presentes dos amigos da grávida? Em um chá de bebê ou sei lá o quê?!

— Eu já disse que é a melhor opção, Lucy.

— Tch! – Ela protesta. – Você fala como se soubesse como isso funciona! Por acaso já cuidou de um enxoval antes?!

— Mas é claro que eu já fiz isso antes, o que quer dizer com “você sabe como isso funciona”?... – A loira joga as costas sobre a cama, fitando o teto. Uma gota escorre de sua testa.

— Eu sei que deveria estar animada, mas tudo que consigo pensar é no dinheirão que isso tudo vai custar... – Ela expira. – Além disso, é muito cedo! O bebê sequer tem um corpo e já terá roupas?!

— Claro que não é cedo demais. Não há época certa para isso, Lucy! Não seja teimosa e apenas escute alguém com mais experiência que você. Conheço um lugar perfeito e não vai ser nada caro. Se quer começar do zero, tem que fazer isso!...

— Arh... – Ela expira. – Se você insiste tanto, acho que não tenho outra opção... E você, provavelmente, pensa em me acompanhar, certo? – Deduziu a loira arqueando uma sobrancelha com um pequeno sorriso.

— Claro que eu irei com você, acha que vai fazer isso sozinha? Tch... Não seja patética....

— Hunpf.. Só espero que isso dê certo. – Disse quase falando consigo mesma.

—.Logo esse problema será resolvido. Você sabe que não há outro jeito; viu como Natsu reagiu. – Lucy piscou algumas vezes e virou-se encarando a janela de seu quarto. A mesma pela qual o expulsou naquele dia. O dia em que o bebê havia sido concebido.

— Hm... – Ela concordou em tom levemente tristonho. – Acho que tem razão... – Ela pensa um pouco e continua. – M-Mas quando faremos isso? Não é como se comprar todo um enxoval fosse coisa de trinta minutos, não é?

—... Hum... – Ela pensa por um momento com o indicador sobre o queixo e, depois de alguns segundos, conclui. – Já que não temos compromisso, iremos amanhã mesmo!

— O quê?! Amanhã?!

— Claro! Ou prefere comprar tudo quando estiver com dois elefantes no lugar das pernas e um barrigão de quatro quilos?

Uma gota desce pela testa da loira. Ela realmente parecia não ter muitas opções ali.

~...~

O rosado parecia estático e Lucy estava segurando um riso.

— Então... Você nunca quis desistir da gravidez... – Concluiu consigo.

— Isso é o que ganha por ser tão afobado! – Ela deu um risinho. – Da próxima vez, se certifique de ouvir a conversa até o final!

— Heh... – Ele coça a nuca e dá um risinho sem graça. Ela abaixa o olhar e mantém o sorriso, pensando em algo. O rosado desfaz o sorriso aos poucos e se aproxima da loira, posicionando-se em frente a ela, que sobe o olhar ao notar seu movimento. – Mas... Você não me respondeu, Lucy-san.

— Hm...? – Ele segura sua mão. Ela fita seus olhos determinados.

— Me deixa ser pai do nosso filho? - Ela torna sua expressão séria ao abaixar o olhar. Ela respira fundo e volta a olhá-lo.

— Eu... Me sinto feliz por sentir isso, Natsu... Mas... Criar um filho... – Ela abaixa o olhar e continua. – Isso é muito mais que dar um sobrenome. A verdade é que nem eu mesma sei o que o futuro guarda para mim como mãe... – Natsu toca delicadamente o queixo da loira e o faz fitá-lo.

— Eu sei, Lucy-san. Mas podemos aprender a criar nosso filho juntos. – As palavras dele parecem tocá-la e seus olhos marejam. Ele sorri e continua. – E eu darei meu melhor para fazer vocês felizes.

O nariz da garota aos poucos fica avermelhado. Ela comprime os olhos e não segura as lágrimas. Ela esconde o rosto com uma das mãos e o rosado parece confuso.

— O-Ói... Lucy... O q... O que foi?!

— Natsu, idiota... – Murmura entre o choro. – Me fazendo chorar...

Ele a fita, preocupado. A loira se recompõe e levanta a cabeça respirando fundo. Ela o encara.

—... Lucy? – Ela continua encarando o rapaz sem dizer nada e parece pensar.

Então, abruptamente, a garota joga seu corpo contra o rapaz, soltando o lençol que a cobria, abraçando-o. Natsu apoia-se ao cotovelo com o impacto do abraço e envolve a cintura da loira por reflexo. Ele parecia confuso.

— Claro que você pode ser pai do nosso filho. Não é como se ele já não fosse seu!... Idiota. – Ela dá um risinho.

— Lucy... – O rosado parece feliz.

Lucy quase não podia acreditar nas voltas que a vida podia dar em tão pouco tempo. Há alguns minutos ela estava questionando um futuro incerto com a certeza de que enfrentaria tudo sozinha. Mas agora, o pai do seu filho estava ali, ainda mais determinado que ela, para fazer com que tudo desse certo. Mesmo que o futuro ainda fosse incerto, Natsu a fez ter confiança de que tudo acabaria bem. Ou melhor... Começaria bem.

O rosado repentinamente move seu corpo e puxa a loira para baixo de si. Lucy o encara surpresa.

— Lucy-san... O bebê não se machucará se fizermos de novo, certo? – Ela cora levemente.

— N-Não acho que isso machuque o bebê, Natsu...

— Então... – Ele desliza sua mão até o quadril da loira, que tem seus braços sobre os ombros do rosado. – Não me sentirei culpado. – Ela dá um sorrisinho e ele a beija com mais vontade. Puxando-a mais contra seu corpo, ele aperta levemente a cintura de Lucy.

A garota subitamente agarra o cabelo atrás da cabeça do rosado e o afasta, fazendo-o suspirar com o puxão. Ela cessa o beijo e o encara.

— Mais uma coisa. – Ela parece determinada. – Para de me chamar de Lucy-san. – Ele pisca e dá um sorrisinho.

— Você ainda é minha chefe.

— Eu vou ser a mãe do seu filho! – Rebateu ela, arrancando um riso do garoto.

— Acho que não tenho argumentos contra isso.

— Hm-hm. – Ela desliza sua mão até a nuca do rapaz e o fita com um sorriso levado.

— Lucy. – Sussurrou ele no ouvido da garota, afastando-se um pouco apenas para fitá-la.

Logo voltaram a se beijar apaixonadamente.

...

A azulada estava em seu camarim novamente e muito aliviada por ter dado tudo certo, na medida do possível. Sua participação no show de Silver havia sido ótima e ela não arruinou a música que Gray havia ajudado a memorizar.

— Gray... – Juvia estava pensativa.

~...~

— Não acontece de ter alguém muito parecida comigo por aqui e que tenha um incrível talento para tocar pianos?

— Não há ninguém parecida com você ou com o seu incrível talento para tocar piano, senhorita Lockser. Eu não preciso checar para saber disso.

Continuaram se olhando por alguns segundos. O ataque de pânico deu lugar a uma sensação estranha ao trocar olhares por tanto tempo com o rapaz. Ela sentiu seu coração acelerar. Por um segundo, ela esqueceu que estava nervosa pela apresentação.

~...~

A branca sente seu coração acelerar novamente ao lembrar-se da cena que acontecera entre ela e Gray antes da apresentação. Ela sorri consigo por se comportar de modo tão bobo. Se envergonhar por algo sem importância... Foi sem importância, certo?... Ela refletiu.

A porta se abre abruptamente levando as mechas azuladas de Juvia para a frente de seus ombros. Ela vira assustada e se depara com Levy que fecha a porta com força e encosta-se a ela. Ela estava vermelha, mas Juvia não sabia se sua vermelhidão era pela irritação aparente ou se algo embaraçoso havia acabado de acontecer.

— Aquele... Idiota.

— Levy?... – Ela se aproxima. – Aconteceu alguma coisa?

A rapper não saberia sequer como explicar o que havia acontecido, então era melhor ignorar o momento embaraçoso com Gajeel e apenas dar seu apoio à Juvia.

— O Gajeel, pra variar! – Ela revira os olhos e expira. – Até me fez entrar em um lugar sem bater antes... Me desculpa, Juvia.

— T-Tudo bem, Levy. Mas o que houve?...

— Nah, isso não é importante. – Abanou a mão. – O que importa é que você arrasou! – A branca abriu um sorriso e a rapper a abraçou afobadamente.

— Ah... S-Sim... Você achou?!

— Claro, Juvia! Foi tudo impecável! Você estava maravilhosa junto com o Silver. Vocês têm uma química perfeitamente compatível, mal pareciam estar tocando juntos pela primeira vez. – Ela sorriu com o excesso de elogios de Levy.

— Obrigada, Levy... Eu estava realmente nervosa antes, mas... O Silver me ajudou a não ficar tão nervosa... E tudo acabou dando certo no fim. – Disse sorrindo.

— Ói... – Uma voz masculina ressoou do outro lado da porta e ambas olharam em direção a ela. A maçaneta movia-se, mas a porta não. – Levy!... Argh. Eu sei que já está aí com a Juvia. – Disse Gajeel.

— Hm? Você trancou a porta, Levy? – Juvia perguntou confusa.

— Essa não... Eu devo ter batido com muita força e agora ficou emperrada. – A garota comentou com expressão preocupada.

— Levy, anda logo e abre essa porta. – Exclamou o rapaz do lado de fora. – O que ganha se trancando aí dentro? Terá que sair uma hora.

— Eu não tranquei nada! A porta emperrou! – Esbravejou a rapper.

— O quê?! – Ele pareceu se irritar. Juvia ficou preocupada. O moreno continuou. – Como raios conseguiu emperrar a porta?!

— Cala a boca, Gajeel! Estamos trancadas aqui por sua culpa! – Gritou ficando vermelha.

— Tch! E como isso se tornou minha culpa?! – Rebateu.

— Oh my... Não podemos sair?... – A garota foi até a poltrona e Levy desviou sua atenção para a branca. – Oh, não... Acho que sou um pouco claustrofóbica... – Ela se senta e começa a ficar ofegante, abanando-se com uma das mãos.

— Juvia! Você está bem?! – Preocupou-se Levy.

— Ói! O que você aprontou agora, Levy?

— Argh! Gajeel! O que espera para abrir essa maldita porta de uma vez?!

— Não posso simplesmente chutar a porta de um local como um teatro para ricaços. Eu terei que sair e chamar um funcionário que resolva esse problema.

— O quê?! M-Mas a Juvia precisa sair o quanto antes!

— Ela vai ficar bem. Você está aí, certo? – Concluiu o moreno.

— Gajeel! – Ela se irrita.

— Eu volto logo. Não saiam daí... Gihi.

— O qu... Mas que piada mais idiot... GAJEEL?!

Ele já havia ido. A rapper vira e encara a amiga.

— Levy... – Juvia diz manhosa. – Acha que consigo pular daquela janela?... – A garota expira e passa a mão pelo rosto.

— Ótimo... – Diz consigo, preparando-se para segurar a amiga com o súbito instinto suicida.

...

No lado de fora do teatro. Em algum canto abrigado da chuva...

O rapaz limpava o sangue no canto da boca da ruiva.

— Flare... Por que aquele cara estava com tanta raiva de você?

— Eu já falei... É apenas um segurança neurótico. – A voz tinha uma irritação contida.

— Você disse que não ia parar de perseguir aquela garota, a Vikky... E falou que amava outro cara... – Lasaro para de limpar os machucados de Flare e a encara seriamente. – Flare... Você mentiu pra mim? – A garota desvia o olhar e o fita fazendo um breve momento de silêncio.

— Menti. – Ele arregala levemente os olhos. – Eu não sou amiga da garota que tocou com o Silver... – Ela abaixou o olhar.

— O quê?! – Ela fingiu-se triste e envergonhada.

— A verdade... É que nós brigamos e não somos mais amigas. – Ele franziu as sobrancelhas. A ruiva o fitou com olhos marejados. – Eu queria apenas fazer as pazes com ela, mas... Aquela garota apareceu... Vikky McGarden. – Disse o nome dela com desprezo e raiva. – Ela impediu que eu falasse com a Juvia e mandou aquele segurança me expulsar do camarim! Disse que nem mesmo ligaria se ele se livrasse de mim.

— O quê?! M-Mas aquela garota?.... Por que ela faria isso?

— Foi tudo por causa do Rogue. Ele a deixou por mim.

— Você?... Então, ainda estão juntos—

— Não mais. – Ela disse imediatamente, fitando-o nos olhos. – Eu falei qualquer coisa para atingi-la... Eu só estou cansada de ser humilhada por aquela... Garota desprezível! – A ruiva começa a chorar descontroladamente, deixando Lasaro preocupado.

— Flare... Por favor, não chore. Eu... Eu não quero te ver assim! – Mas foi inútil. A garota continuou chorando histericamente.

— Se ela apenas sumisse!... Se ela apenas sumisse tudo ia se resolver!

— Flare, eu... Por favor, não chora! Me diz o que fazer para que não fique triste! – A garota pareceu se acalmar e tentou regularizar sua respiração.

—... Talvez...

— Hm? – Ele atentou-se à ruiva que o fitou com olhar determinado e ressentido.

— Nós podemos fingir um sequestro relâmpago. – O rapaz arregala os olhos.

— S-Sequestro?... – Ela parece animar-se mas se contém, mantendo a imagem triste.

— Não é de verdade, Lasaro! É só pra Vikky pagar pelo que mandou fazer comigo! Você não vê o meu estado?!

— M-Mas—

— Você ainda tem a chave do carro de Silver, certo?

— Como sabe disso? – Ela disfarça.

— Eu... Eu vi quando tirou um documento do bolso. – Ele olhou para o lado com sobrancelha arqueada. A garota não dá tempo para que ele raciocine e puxa seu rosto para perto do dela. O rapaz cora. – Lasaro... Por favor. Me deixe ter justiça apenas desta vez... – Ele piscou algumas vezes e ela encarou o rapaz dentro dos olhos. – Fingimos o sequestro e a deixamos em algum lugar longe daqui antes de nos pegarem.

— Não vai acontecer nada com ela, certo? – Ela sorri lentamente com olhos caídos.

—... Não. Eu prometo. – Ele abaixa o olhar e respira fundo antes de encará-la novamente.

— Tudo bem, Assim que a apresentação acabar... Pegaremos a Vikky.

A ruiva continua fitando o rapaz com um sorriso e o abraça, encostando a bochecha em seu ombro.

— Obrigada, Lasaro!

— Tudo bem... Se você quer apenas se vingar da Vikky... Vamos dar um susto e ela não te aborrecerá mais.

— Hm... – Concordou ainda sorrindo.

Os dois começaram a esquematizar o plano para capturarem a rapper, mas o que Lasaro não sabia era que os planos de Flare estavam longe de ser “brincadeira”. A contagem regressiva para o final da apresentação havia começado.