Ela estava dormindo tranquilamente em seu quarto. Um sonho tão bom e perfeito. Ela e o garoto que amava em um piquenique no parque da cidade – Ah! Como seria bom se ele se realizasse! – Era um primeiro encontro, o garoto se declarou para ela e a mesma se surpreendeu, se aproximou dele. Quando seus lábios estavam próximos, prontos para o primeiro beijo... O despertador tocou fazendo a dona desse se sobressaltar da cama na hora. Fingiu que nada havia acontecido e voltou a dormir. Cinco minutos depois o despertador voltou a apitar. Ela tentou ignorar mas dessa vez parecia que o objeto estava possuído.

– Meu Deus! Quem foi o infeliz que colocou essa praga pra tocar? – sse tentando desligar o aparelho que não parava de tocar, até que sem paciência o pegou, pronta pra táca-lo na porta.

– Nada disso, Dulce! - Disse Blanca, sua mãe abrindo a porta no momento em que a filha iria soltar o objeto. – Não estrague esse despertador. – Ela entrou no quarto sorrindo e desligou o despertador com um simples apertão na parte inferior do mesmo. Dulce ficou incrédula com a facilidade da mãe. - Vá se arrumar, querida. Primeiro dia de aula! – Sorriu se sentando na cama de sua filha, reparou um objeto reconhecível em cima da escrivaninha de Dulce e sorriu. Você ainda tem esse diário? – Olhou Dulce.

– Ele é meu amigo... – A ruiva disse se jogando na cama. – Os amigos não devem ser jogados fora, não é?– Olhou a mãe sorrindo de canto.

– É! – Afirmou e beijou a cabeça da filha. – Bom dia, Dul! – Riu e puxou a garota da cama. – Sua irmã está vindo pro país. – Sorriu com biquinho que a filha fez. – Se tudo der certo ela vai te buscar na escola. – Dulce pulou da cama.

– Claudia está voltando pra cá? – Dulce perguntou com os olhos brilhando. – Mamãe... EU VOU ENLOUQUECER! – Ela gritou loucamente e pulou da cama fazendo Blanca rir.

– Ela vai vir para ficar. Parece que o namorado vai vir junto. – Dulce sorriu safada e Blanca balançou a cabeça negativamente.

As duas ficaram conversando durante um bom tempo sem ver os minutos passarem. Dulce preocupada olhou o relógio em sua escrivaninha e se surpreendeu ao ver a hora.

– Annie e May chegam daqui a pouco. Bye, mamãe! – Ela disse pegando a mão da mãe fazendo a mesma se levantar.

– Vai lá se arrumar, filha. – Riu saindo do quarto. – Espero que fique muito gata. – Se virou para a ruiva e deu uma piscadela.

Dul fechou a porta do quarto rindo, olhou para seu violão em seu apoiador e sorriu de orelha a orelha entrando no banheiro. A mesma, se despiu, fez um coque no cabelo e entrou no box.

Nadie puede pisotear tu libertad
Grita fuerte por si te quieren callar
Nadie puede, deternerte, si tu tienes fe
No te quedes con tu nombre escrito en la pared
En la pared... – Ela ligou o chuveiro sorrindo de olhos fechados. – Si censuran tus ideas, tem valor
No te rindas, siempre sal ela voz
Lucha fuerte, sin medida, no dejes de creer
No te quedes com tu nombre escrito em la pared
En la pared... – Riu no intervalo de três tempos de sua composição. – No pares, no pares no
No pares nunca de soñar
No tengas miedo a volar
Vive tu vida... – Cantou essa estrofe enquanto se ensaboava, ainda de olhos fechados. – No construyas muros em tu corazón
Lo que hagas, simpre hazlo por amor
Pon las alas contra el viento
No hay nada que perder
No te quedes com tu nombre escrito em la pared – Sorriu após perceber que havia finalmente decorado a música. Parou de cantar ao ouvir passos em seu quarto, deveria ser seu pai.

Dulce terminou seu banho e saiu do box. Se enxugou com sua toalha e vestiu um roupão. Foi para o closet e escolheu uma calça pra usar junto ao uniforme do colégio. Colocou também uma tiara da Minnie que ficava bonitinha em seu cabelo.

Passou maquiagem e fez o cabelo. Por ultimo Dulce deu uma olhadinha no espelho para conferir se estava tudo okay e em seguida desceu pra sala da casa.

Assim que chegou lá viu Maite sentada no sofá e Anahí se olhando num pequeno espelho.

– Hey, gatinhas desordeiras! – Dulce gritou se jogando em cima das amigas.

– Que saudade, girl. – Anahí disse estérica retribuindo o abraço triplo que estavam.

– Dul, é impressão minha ou você tá mais gostosa? – Perguntou Maite afastando a amiga para observa-la.

Dulce sorriu e deu uma volta deixando a vista também que no uniforme ficava mais linda.

– Trabalhei duro pra deixar esse corpinho assim, okay? Não vão pensando que foi fácil. – Dulce provocou sorrindo de canto, ergueu a blusa e mostrando a sua barriga lisa e o quadril durinho.

Anahí deixou seus lábios abrirem em um O perfeito e Maite riu.

– Vou pegar uma maçã. Vão indo pro carro. – A ruiva disse, logo depois jogou a chave do carro pras amigas.

Ela caminhou na direção da cozinha e sorriu lembrando de como as amigas também eram muito bonitas. Anahí com seus cabelos louros caindo em cascatas onduladas pelas costas e ombros, o corpo magro mas também muito bonito. Já Maite era de uma beleza angelical herdada de sua mãe, o cabelo negro sempre alisado e as roupas sempre um pouco folgadas pela causa de sua vergonha com todos mas hoje a morena estava diferente, as roupas mais apertadas e mais maquiagem no rosto que o normal. Dulce quis saber a razão e correu pra pegar a maçã.

Ela entrou correndo no cômodo, cumprimentou os pais com um simples bom-dia e apanhou uma maçã na mesa. Foi até a garagem da casa e entrou no banco do motorista de seu carro.

– Lá vamos nós de volta pro inferno! – Maite brincou no banco do carona já com o cinto de segurança.

– Senhorita Perroni? É tu mesmo? – Perguntou Anahí rindo. – Onde está a que amava ir pra escola até antes do verão?

– Deve ter ficado em Nova York! – Dulce brincou e ligando o carro deu uma risadinha malvada. – E o que aconteceu com o seu jeitinho inocente de se vestir?

Maite riu e tapou a boca fingido que não iria contar mas Anahí implorou e a morena cedeu.

– Acho que perdi quando fiquei com ele. – Dulce gritou depois da afirmação da amiga.

– Você não nos contou isso, Perroni. – Anahí disse seria.

– Foi em Nova York, gente. – Respondeu Maite envergonhada pelos sorrisos safados das amigas. – Ele é daqui e estuda na nossa escola. – Sorriu e logo após gritou junto com as amigas.

Maite nunca havia ficado com ninguém, era sempre muito sozinha porque não ligava para relacionamentos. Nunca tocava assunto e agora tinha ficado com alguém, com certeza era um grande motivo para gritar.

– May tá pegando, né tarada? – Perguntou Dulce mordendo os lábios cheios de gloss.

– Ai, Dul. Falando assim parece até que eu transei com ele! – Corou mais e escondeu o rosto entre as mãos. – Foi só um mês, garotas.

– Um mês que vai continuar aqui que eu sei! – Dulce disse sorrindo tarada e Annie gargalhou alto. – Annie, calma! – Riu junto com Maite da amiga que não parada de gargalhar.

As três ficaram alguns minutos em silêncio, Dulce não gostando nada ligou o rádio – que já estava com um CD dentro –, iniciou uma introdução no violão e Dulce passou a faixa rapidamente suspirando logo em seguida.

Maite e Anahí ficaram curiosas mas nada perguntaram, se a amiga não queria que elas escutassem, iriam respeita-la.

– Quem é ele, May? – perguntou Annie sorrindo. Havia percebido que Maite ainda não tinha citado o nome do garoto que ficara em sua viagem.

– Ele quem? – A morena se fingiu de confusa. Sentia muita vergonha disso.

– O garoto de Orlando, abestada. – disse Dulce revirando os olhos. A amiga não precisava fingir que não tinha entendido, não é?

– Ah. – Corou e sorriu. – É o Christian.

– Que Christian? – Perguntaram Anahí e Dulce em uníssono.

_ Christian Chávez. – Maite sorriu fofa e Dulce arregalou os olhos.

Céus! Sua melhor amiga estava apaixonada pelo garoto que andava com seu amado, isso seria um completo desastre. Tinha que livrar Maite desse sentimento, se apaixonar não era nada fácil ainda mais sem saber se o garoto sentia o mesmo, ela mesma sabia.

– Ma-mas o Christian? – perguntou Anahí boba – Ele May? Que fofo!

Dulce não disse mais nada. Ficou quieta de repente e continuou o trajeto na direção do colégio. Quando chegaram no destino desceram do carro, pegaram seus materiais e entraram no colégio chamando a atenção de todos do mesmo.

Anahí riu e Dulce foi um para frente ficando entre as duas, uma cena típica de um filme estadunidense. Maite estava com o olhar confiante e apontou para onde Christian estava junto com os amigos, as três viraram naquele corredor e Maite ficou no meio. Quando passaram pelo garoto Maite o olhou, deu uma piscadela e mandou beijo.

As três entraram no banheiro do colégio e começaram a rir.

– May, você ficou muito sexy passando por aquele corredor! – Dulce brincou imitando a amiga

– Eu sei, gente. Queria provocar um pouquinho... – Maite piscou os olhos em sinal de inocência e riu.

– Agora é a vez da Dul. – Anahí sorriu safa assim que parou de rir.

– Minha vez em que? – A ruiva perguntou confusa.

– Provocar o Ucker, Dul. – Disse Maite gargalhando. – Lembra? A ultima vez que fizemos isso com ele... – Ela soltou uma gargalha alto novamente se lembrando do amigo correndo pro banheiro logo depois delas saírem do local.

– Vamos! – Disse Dulce se olhando no espelho do banheiro junto a Anahí. – Agora? – Ela perguntou quando saíram do banheiro com ela no meio.

– Sim. – Sussurrou Anahí.

As três passaram por vários corredores do colégio sempre arrancando suspiros dos garotos e bufos de garotas, encontraram Christopher no mesmo lugar que Christian estava. Desta vez estava Christopher, Christian e Alfonso – os garotos mais populares do colégio –. Anahí riu baixinho e Dulce mordeu os lábios parando onde os três estavam.

– Bom dia, garotas. – cumprimentou Alfonso olhando Anahí que sorria de canto para o mesmo.

– Bom dia, Poncho. – Anahí o olhou nos olhos e abraçou o moreno pelo pescoço.

Christian olhou Maite de cima a baixo e a agarrou pela cintura encostando as costas da mesma na parede.

– Hey, Morena! – Christian cumprimentou sorrindo de canto.

Maite sorriu e lhe beijou ferozmente fazendo Anahí e Dulce sorrirem.

– Como está, Christopher? – A ruiva perguntou se encostando na parede ao lado de Christopher.

– Estou muito bem, e você, ruiva? - Sorriu virando a cabeça pra olha-lá.

Ela estava mais linda que antes, ele percebeu e mordeu o lábio inferior olhando seu corpo.

Os seios pareciam estar maiores, a cintura mais fina que o normal e o quadril mais largo. Suas coxas e pernas bem torneadas. O corpo um pouco mais corado que antes, isso a deixava mais velha e maravilhosa. Ele subiu o olhar para seu rosto que continha um sorriso angelical e os olhos chamativos que demonstravam que ela estava adorando ele a observando com segundas intenções em seu pensamento.

– Estou bem. – Dulce sorriu de canto e olhou Anahí e Alfonso do outro lado conversando.

– Até demais. – Christopher sussurrou e soltou seus próprios lábios, Dulce riu e acariciou o rosto do moreno.

Ela deu fim aos carinhos em seus cabelos e em seu rosto, abraçou abraçou pela cintura e se aproximou de sua orelha.

– Meu pai irá fazer um jantar está noite. – Dulce disse o provocando com a voz rouca. – Quero você e seus seus melhores amigos lá. Chame seus pais e vão normalmente, nada de traje de gala. E quero falar algo com você lá. – Sussurrou em seu ouvido com a voz sedutora, mordeu sua orelha e depois se afastou sorrindo normalmente.

– Nós iremos, pode ter certeza. – Disse Christopher mordendo o pescoço dela levemente, se fosse para provocar... Ele provocaria.

Aquela garota era o prazer em pessoa, além de estar com aquele corpo provocativo perto ainda o fazia se excitar com pequenas palavras.

– Maite! – Anahí chama que parecia não estar mais entretida na conversa com Alfonso. – Temos que ir amiga. – Riu quando Maite fez bico e deu um selinho em Christian, se despedindo.

– Bye, Pollito! Até mais tarde. – Maite ainda com bico.

– Tchau, baby. – Respondeu Christian, logo depois mandou um beijo na boca da morena e ela percebeu seus lábios inchados. Maite havia o beijado tanto que o deixara daquele jeito.

Sorrindo ela mandou beijinho e saiu andando, as garotas foram atrás dela, depois de se despedirem dos garotos.

– May, o que foi aquilo? – A ruiva brincou rinso. Nunca havia visto a amiga beijando um garoto daquele jeito, na verdade nunca havia visto Maite beijar ninguém.

– Eu beijando meu futuro namorado. – Da de ombros sorrindo como boba.

– Duas taradas que adoram provocar os amados. – Disse Anahí negando com a cabeça. – Ao menos sou normal com o Ponchito. – Ela deu de ombros sorrindo e no momento que percebeu o que disse, arregalou os olhos.

As amigas de Anahí suspeitavam que ela sempre fora apaixonada por Alfonso mas ela nunca havia assumido o sentimento. Dulce e Maite que não eram bobas percebiam que a amiga não queria falar mas sabiam perfeitamente o que ela sentia.

– Há! Te peguei! – Disse Maite sorrindo. Não estava acreditando que Anahí finalmente havia assumido que gostava de Poncho.

– Assumiu. – disseram Maite e Dulce em uníssono serias.

Anahí corou e riu.

– Girls. Assim até parece que já não sabiam. – Revirou os olhos ainda corada. – Sim gosto do Poncho, sou completamente louca por aquele garoto. O por que? – Dulce e Maite sorriram. – Acho que pelo jeito com que ele fala comigo, a beleza dele, os olhos dele. – Gargalhou mordendo os lábios. – Aquele gostoso!

Dulce revirou os olhos sorrindo e deu fim naquelas palavras.

– Me poupe, por favor, sinto nojo de você falando assim dele. – Disse Dulce revirando os olhos e entrando na sala de física. – Já sei que você está apaixonada por ele mas não quero muito mel. É constrangedor. entrou na sala e se sentou em seu lugar.

– Por que ela ficou assim, May? Fiz algo errado? – Perguntou Anahí confusa.

– Já sei o que foi. – Disse Maite sorrindo. – Vai pra sua sala, minha aula é aqui. Vou falar com ela, fique tranquila.

Maite entrou na sala sentou ao lado de Dulce e deitou sua cabeça no ombro da amiga.

– O que foi dessa vez, ruiva? – Maite perguntou com a voz fofa. – Você tá estranha...

– May... – Ela disse entre suspiros. –O problema sou eu e essa paixão que nunca passa, não sei mais o que fazer pra esquece-lo. – Os olhos dela lacrimejaram e Maite a abraçou forte deixando-a chorar em seu pescoço. – Eu sonhei com ele de novo, May. Eu não quero mais isso!

Maite já tinha cansado de ver as vezes em que Dulce chorava por Christopher, a amiga se fazia de forte de gênio forte para provocá-lo mas no final sempre saia com o coração partido.

– May, por favor. Promete pra mim que não irá se iludir tanto como eu. Não quero que você sofra como eu, dói muito e não quero isso para você... – Dulce se afastou e limpou a parte inferior dos olhos. Não queria que a amiga sofresse tudo aquilo que ela sofria por Christopher, dia e noite sofrendo, escrevendo canções para ele que com certeza nem percebia que ela estava louca por ele.

– Dul... Por favor, sabe que não posso. Não posso lhe prometer o que não irei cumprir. – Disse Maite a abraçando novamente. Sabia que a amiga sofria demais por amor, não queria nem de longe passar por isso mas não podia prometer nada, ela deixava o destino fazer as escolhas. – Mas prometo que vou tentar não me machucar ou me iludir. – Sorriu e deu um beijo na bochecha da ruiva. – Quer ir no banheiro lavar o rosto?

As duas saíram da sala com os olhos de Dulce ainda vermelhos pelo choro. No meio do caminho encontraram Christopher e Christian vindo na mesma direção que elas. Dulce abaixou a cabeça e encostou no peito de Maite. As duas disfarçaram e entraram no banheiro.

– Okay, Dul. Por que não fala logo pra ele? – Perguntou Maite já irritada pela timidez da ruiva. – Você gosta dele desde o primeiro filme do Harry Potter. Não acha que já está na hora de dizer de uma vez o que sente?

Dulce que lavava o rosto parou no mesmo momento em que escutou o que Maite disse. Não queria falar aquilo pra Christopher, alias, queria esquece-lo mas não conseguia.

– May, entenda. Não posso fazer nada contra esse maldito sentimento, tento esquecer Christopher mas não consigo. – Ela suspirou e mordeu o lábio inferior, estava nervosa. – Infelizmente não mandamos em nossos corações.

Maite olhou a maçaneta da porta que estava girando, a mesma estava trancada para ninguém ver Dulce daquele jeito.

– Quem está aí? – Anahí perguntou, Dulce abriu a porta abraçando a garota em seguida.

– Me desculpa, loura. – ela fungou nos ombros da amiga. – Não estava muito bem e descontei em você, perdão.

– Tudo bem, Dul... – Anahí disse sorrindo. – Te entendo. – Ela beijou a testa de Dulce e limpou lagrimas da amiga. – Vá lavar esse rosto e retocar a maquiagem, não quero amiga minha chorando por um coração de pedra. Ela brincou com um ar superior que fez Dulce rir.

Dulce lavou o rosto e passou novamente sua maquiagem, nem parecia que minutos atrás ela estava chorando. As três acabaram ficando no pátio do colégio conversando, não estavam nem aí para a aula. Queriam mesmo era contar sobre suas férias.

Este é o último capítulo disponível... por enquanto! A história ainda não acabou.