Querida Anna,

De todas as inconveniências que citou em sua última carta o que mais me chamou atenção foi a última, você não a mencionou como problema, mas tenho certeza que devo levar como se fosse um.

O que você quis dizer com aquilo, Anna? Com “isso pode ser uma despedida”? Talvez eu tenha entendido, só me recuso a acreditar. Você não vai fazer o que eu estou pensando, ou vai? Eu não vou deixar Anna, você não pode morrer, você me ajudou a perceber que não estou sozinho e agora se vai? Por favor, Anna, não faça isso, você é muito importante.

Podemos nos encontrar? Quero te ver em algum lugar que não seja o colégio, você me conhece e quero te mostrar que não sou como pensa. Se quiser, podemos nos encontrar na praça hoje ainda, senão eu posso ir até a sua casa, sei aonde mora, só, por favor, Anna, vamos nos conhecer melhor, quero ao menos poder te dar um abraço e te mostrar como realmente sou. Não estarei vestido de forma janota, mas me reconhecerá, estarei lhe esperando.

Destinatário,

Para mim não vai dar, vamos marcar outro dia? Conversaremos sobre tudo, irei até a praça.