Na verdade eu não sabia direito como agir, como cumprimenta-los, eu ainda não me conformei com a mentira dos meus amigos.

A tarde estava chegando e a minha angustia estava tomando conta de mim. Dudu veio até a minha casa e então estávamos a caminhos do parque, quando chegamos já vimos todos lá.

Fechei os olhos, respirei fundo e comprimi os lábios. No momento em que abri os olhos Francesca estava na minha frente e me deu um forte abraço cochichando no meu ouvido:

Saudade amiga!

Estava morrendo de saudade de ouvir a voz dela, quando ela me soltou pediu desculpas por tudo o que aconteceu, e eu aceitei as desculpas, aliás, eu não iria conseguir passar mais um ano longe dela.

A tarde mais perfeita que tivemos foi aquela, já estávamos indo para casa, o pai de León estava em minha casa então ele e a Mayra foram junto comigo e Dudu. Estávamos na esquina de casa, quando senti uma leve tontura, mas ignorei, não queria assustar meus amigos.

Dei mais uns cinco passos e a tontura voltou e junto com ela veio uma forte dor de cabeça, não dei muita importância, eu não queria que uma tontura e uma dor de cabeça estragasse a minha tarde com os amigos.

A tontura começou a me dar de minuto a minuto, não conseguia mais nem entender o que os meus amigos falavam até que León falou:

–Violetta você está bem? –Como não queria incomodá-los respondi:

–Sim! Estou ótima!

–Não Violetta, você não está bem, você está pálida!

–León eu estou bem! Na verdade eu estou ótima!

–Violetta! Eu te conheço, fala pra mim o que você tem?

Poxa, León cismo com isso! Sorte que Dudu falou:

–León, se ela falou que está bem, é porque ela está bem!

–Eduardo! É só você olhar para ela que você vai perceber que ela não está bem!

Nesse momento León estava certo, tudo estava começando a ficar embaçado, a tontura estava forte e a dor de cabeça estava impossível de suportar.

Comecei a ver tudo escurecer e minhas pernas estavam sem força, e, então desde ai não lembro mais de nada.

Quando abri os olhos novamente estava deitada em uma cama de hospital com alguém segurando minha mão, com a cabeça sobre a beirada da cama, era Dudu ela parecia estar dormindo, então não o chamei. Fiquei assistindo televisão até que chegou a enfermeira para tirar o soro, ela disse que no outro dia eu poderia sair, aproveitando o momento perguntei o que tinha acontecido, ela disse que era anemia. Não era nada além do que eu já sabia que eu tinha.

O tempo tinha passado e Dudu ainda estava dormindo sem mexer um musculo se quer, não tinha nada de interessante na televisão, não sabia onde estava o meu celular, então a opção que restava era dormir. Peguei no sono e só acordei com León entrando no quarto, quando me viu acordada deu um sorrindo, que por sinal era perfeito e falou:

–Boa noite Bela Adormecida!

–Como assim? Eu só dormi essa tarde!

–Só na sua cabeça! Você sabe que dia é hoje?

–Claro! 25 de dezembro!

–Não! Hoje é 1 de janeiro! Você desmaiou, e ficou em observação por todos esses dias, os médicos ainda estão fazendo exames com você para ver se é algo além de anemia.

–Que? Como assim?

–É pode me agradecer! Fui eu quem te trouxe até o hospital no colo, o seu namoradinho insistia em dizer q você estava bem, e então quando você caiu desacorda eu te peguei no colo e te trouxe até aqui, e você foi socorrida as pressas. E desde então eu fiquei com você no hospital eu só sai hoje à tarde para poder ir para casa um pouco e então pedi para o Dudu ficar com você, e sim, pode acreditar, eu fiquei sete dias a fio aqui no hospital segurando sua mão e contando os minutos para você acordar! De nada!

– Nossa! Obrigada meu “herói” –falei fazendo aspas no ar e dando risadas!