Capítulo 17

Pov's Phelippe

Acordei com a Amy no colo, no sofá da casa dela. Peguei o celular. 6:00 da manhã. O sol ainda estava fraco lá fora. Sacudi Amy de leve.

– Ei, acorda... - Sussurei no seu ouvido.

– Lipe? - Amy abriu os olhos devagar.

– É, a gente dormiu aqui sem querer!

– Ahn, são quantas horas?

– Seis da manhã...

– A gente ainda tem que ir pra escola? - Amy disse enquanto se levantava.

– Infelizmente tem...

– Droga...- Amy chutava a bagunça no meio da sala. - Aconteceu alguma coisa entre a gente ontem?

Levantei uma sobrancelha.

– Não Amy, não aconteceu... Eu nunca faria nada sem sua permissão!

– Ah sim, desculpa!

– Eu já vou indo... A gente se encontra na escola, ok? - Beijei sua testa.

– Tá bom, tchau.

Fui pra casa, me arrumei rapidamente e desci para a escola. Amy ainda não havia chegado.

– Ei, Phelippe? - Ouvi alguém gritar do outro lado da sala.

Me virei. Mathew fazia sinal com a mão para que eu me aproximasse.

– O que foi? - Perguntei friamente.

– Posso te pedir uma coisa?

– Pode. - Dei de ombros.

– Cuida da Amy pra mim? - Os olhos de Mathew estavam marejados.

– Eu sempre cuidei, mesmo de longe...

– Ah, não esquece que ela gosta que façam carinho no cabelo dela, ama abraços, sms de madrugada e beijos na testa. Cuida bem dela! - Mathew disse e saiu.

Para mim, aquilo foi uma desistência da Amy e por um lado, isso me deixou feliz, mas por outro, preocupado. Não quero ver a Amy triste, mas pode ter certeza que eu vou ficar com ela o tempo que precisar.

Pov's Amy

Quando cheguei na escola, vi uma coisa que doeu muito. Anne e o Mathew se beijando. Acho que eles voltaram, mas agora eu não tenho nada a ver com isso, nem estamos mais juntos.

– O que foi, Amy? - Lipe perguntou quando eu entrei na sala.

– Nada, eu tô bem... - Menti.

– Nada mesmo? Você tá diferente.

– Eu tô normal, Lipe! Caramba... - Gritei.

– Desculpa. - Lipe pediu e foi se sentar.

Me arrependi bastante em ter gritado com ele. Era eu que tinha que pedir desculpas. Eu tentava me concentrar na aula, mas não dava. A imagem do Math beijando a Anne vinha toda hora na minha cabeça e a cada batida do meu coração, ia doendo mais e mais. A aula inteira eles ficavam trocando olhares e eu não pude deixar de perceber. Voltei pra casa tensa, como se tivesse feito alguma coisa de errado. Talvez eu tenha feito, só não sei o quê. Acho que se importar demais com quem não liga pra você é errado, não é?! Se for, é por isso que minha consciência está pesando tanto.

Fiquei o dia inteiro no quarto, ouvindo músicas no fone. O Lipe não estava ali comigo, pra cuidar de mim. No celular, nenhum sms ou ligação de hoje. Talvez ele tenha ficado chateado comigo. Mas eu não fiz por mal, só não quero contar pra ele o que eu vi hoje. Não quero que ele saiba que eu estou assim por causa do Mathew. Olhei o celular novamente. Já eram 20:30 da noite. O tempo passou muito rápido. Já perdi as esperanças de que o Lipe lembre de mim. Alguém bateu na porta.

– Entra! - Gritei.

Pov's Lipe

O quarto estava meio escuro, só com as janelas abertas. Amy estava com os fones de ouvido e abraçada no travesseiro. Acho que ela passou o dia inteiro assim. Eu sabia que ela não estava bem e por algum motivo, ver ela desse jeito acabou comigo.

– Oi pequena...

– Oi Lipe! - Amy sentou na cama.

Sentei ao seu lado e fiz ela encostar sua cabeça no meu ombro.

– Me conta o que tá acontecendo? Por favor... - Pedi.

Ela suspirou.

– O Math... - Ela disse baixo, quase não consegui ouvir.

– O que tem ele?

– Acho que ele voltou com a Anne...

Quando a Amy disse isso, minhas esperanças de ficar com ela foram destruídas naquele momento. Ela ainda se importava...

– Desculpa não vim mais cedo pra ficar aqui com você. É que eu tava ocupado...

– Ocupado?

– É, eu tava procurando isso pra você! - Tirei um ursinho de pelúcia da mochila e entreguei pra Amy.

– É lindo! - Amy disse sorrindo.

– Lembrei de você quando vi ele!

– Por que você tá sendo tão legal comigo? Quer dizer, você sempre foi, mas hoje eu fui tão ignorante com você! - Amy abaixou a cabeça.

Levantei sua cabeça pelo queixo.

– Ei Amy. Eu só tô cuidando de você e se você foi ignorante comigo, é porque eu sei que você não tá legal... Não foi culpa sua!

– Desculpa Lipe... Eu sou uma péssima amiga, eu sei!

– Não é não! Vem cá... - Puxei Amy para um abraço.

Amy começou a cheirar o ursinho.

– Por que tá cheirando ele? - Perguntei.

– É que ele tem seu cheiro e é bom... - Amy respondeu sorrindo.

Eu nunca quis tanto beijar a Amy como agora. Cheguei perto devagar.

– Posso? - Perguntei.

Amy assentiu.

Esse foi o melhor beijo que a gente teve. Foi calmo, sem pressa. Quando terminamos, Amy sorriu e me abraçou.

– Senti sua falta o dia inteiro! - Ela sussurou no meu ouvido.