—Ei Sam, você está pálida. Tem certeza de que está tudo bem? – Freddie perguntou segurando o rosto de Sam com o semblante preocupado.

—Na verdade, não tenho. Estou sentindo arrepios desde que meu tio chegou.

Sam esperou por poucos minutos após a entrada para ir até a mesa que Freddie estava.

—Você poderia ficar lá comigo? – Sam pediu – De qualquer forma, combinamos de que eu apresentaria você para o meu pai hoje – tentou sorrir.

—Claro, pequena. Sempre com você, lembra – beijou-lhe o topo da cabeça.

Sam virou o rosto e olhou em direção a mesa de sua família, viu que seu pai estava sozinho. Aproveitou para olhar ao redor do salão que tinha várias mesas espalhadas para os convidados e em um canto havia uma longa mesa recheada dos diversos tipos de comida, enquanto isso, garçons andavam por entre as mesas distribuindo bebidas. Notou que seu tio conversava com outros empresários e aproveitou a deixa para voltar à mesa de sua família com Freddie.

—Papai, esse é o Freddie, que eu queria apresentar ao senhor.

John levantou o olhar até o moreno que estava ao lado de Sam e estendeu a mão.

—Muito prazer, rapaz. Sou John Puckett.

—Freddie Benson – o moreno apertou a mão de John.

—Então, você que é o... – John esperou que um dos dois completassem a frase.

—Namorado dela – Freddie se apressou para responder.

John alternava os olhares entre o jovem casal e seu irmão. Sam notou, mas não quis perguntar o que estaria acontecendo.

—Acho bom fazê-la feliz e cuidar dela – John se limitou a dizer encarando Freddie sério.

—Claro, senhor.

—Ele já faz as duas coisas, papai. Não precisa se preocupar – Sam sorriu.

—Com licença, senhores – um rapaz moreno se aproximou da mesa, usava o uniforme da equipe de funcionários do evento – Preciso levar vocês para conhecerem as famílias representantes das instituições – olhou para a prancheta que tinha nas mãos – Preciso do Sr. John, Sr. Jack e a senhorita Samantha.

—O Jack está logo ali – John apontou para a outra ponta do salão, próximo ao fundo da grande sala.

—Ótimo, vou pedir para chamá-lo. Podem me acompanhar enquanto isso?

—Você espera aqui? Vai ser rápido – Sam falou baixo apenas para Freddie ouvir.

—Claro, vai lá.

Freddie se sentou em uma das cadeiras vazias que tinha na mesa e observou Sam e John caminharem com o rapaz que havia os chamados. Eles apenas atravessaram o salão, não era uma distância muito grande, dessa maneira, o moreno ainda conseguia enxergá-los quando pararam em uma mesa com cinco pessoas. Não demorou muito para que Jack também se aproximasse deles.

—Olá pessoal. Esses são John, Jack e Samantha Puckett – apontou para cada um deles – a família que irá contribuir com o Hospital de Seattle, sendo representado pelo Dr. Charles Mitchell e sua família e a enfermeira Marissa Benson com seu filho.

Sam congelou e passou a encarar a mulher de cabelo curto que vestia um simples vestido azul, ao seu lado, tinha um jovem que aparentava ter por volta dos 15 anos.

“Marissa Benson com seu filho.” As palavras continuavam a ecoar em sua cabeça. Era o mesmo sobrenome de Freddie. Mas quais eram as chances de ela ser a mãe de Freddie? Algumas pessoas poderiam muito bem ter o mesmo sobrenome. Mas aqueles olhos e algumas feições do rosto dela, com certeza, lembravam as de Freddie.

Todos da mesa se levantaram para cumprimentar cada membro da família que estava representando a instituição. Em uma fração de segundo, Sam se virou e olhou em direção a mesa de sua família. Freddie estava com os olhos arregalados e pálido, parecia que tinha acabado de vez um fantasma. E, talvez tivesse visto mesmo.

Sam voltou sua atenção para a mesa de convidados e começou a apertar a mão de cada um enquanto forçava um sorriso. Precisava sair logo dali para conversar com Freddie. Mas, então, chegou a vez de Marissa, notou que a expressão dela havia mudado no instante em que viu Sam, e, ela olhou de relance para onde Freddie estava, o que foi o suficiente para ele sair da mesa.

—Prazer, Sra. Benson – Sam a cumprimentou.

—Prazer, Samantha.

Após todos serem devidamente cumprimentados, Jack voltou a conversar com seus velhos amigos e Sam foi correndo tentando procurar por Freddie. Minutos depois conseguiu encontrá-lo sentado em um banco próximo aos banheiros, não tinha ninguém por ali até o momento.

—Freddie... – a loira começou, mas deixou a frase no ar – Eu não sei o que dizer.

—Não tem o que dizer. Você acabou de conhecer Marissa Benson, estou certo? – Freddie encarou Sam e ela pode notar seu rosto vermelho que estava lutando contra as lágrimas que queriam cair.

—Sim, ela é a enfermeira que está representante o Hospital de Seattle, a instituição que a minha família vai ajudar hoje.

—É claro – suspirou – E aquele garoto? Sabe quem é?

—Eu não sei o nome dele, mas – Sam respirou fundo – Ele foi apresentado como filho dela.

—O que? Eu nunca tive um irmão mais novo.

—Eu sinceramente não sei Freddie – a loira repousou uma das mãos nas costas do moreno e começou a acariciá-lo – Mas você não tem que se esconder dela.

—Não estou me escondendo. Eu só não estou preparado para ver ela ou conversar com ela.

—Você não precisa, se não quiser. Faça apenas o que te deixar confortável.

—Eu não sei, ao mesmo tempo que eu quero o perdão dela, simplesmente não consigo olhá-la depois daquele dia – passou a mão na região que havia a cicatriz da faca por cima da camisa branca – Eu sinto raiva, confusão – seu punho se fechou.

—Ei, ei, não fica assim. Vem cá – Sam segurou nas mãos de Freddie e o puxou para um abraço – Eu estou aqui. Com você.

Permaneceram abraçados por alguns minutos até que Freddie se soltou.

—Acha que consegue voltar? Está tudo bem?

—Vou ficar bem.

De mãos dadas, os dois voltaram ao salão principal e se sentaram na mesa da família Puckett. Freddie olhou mais uma vez para a mesa que sua mãe estava e seus olhares se encontrarem. O semblante dela refletia tristeza, mas tentou forçar um sorriso, que foi ignorado por Freddie.

Conforme as horas iam passando, o jantar e a sobremesa foram servidos. Carly e Gibby se juntaram a mesa dos Puckett’s por um tempo para conversarem, assim como os convidados continuavam a interagir uns com os outros.

—Espero que todos estejam aproveitando a noite de hoje – o mesmo senhor que havia iniciado o evento, voltou a falar em um microfone – Agora, iremos passar para uma das partes mais importantes do evento: a entrega do cheque para os representantes. Por favor, venham até aqui na frente os representantes de cada instituição e de cada família, sendo: Chales Richards, Gibby Gibson e Samantha Puckett.

Cada um deles se levantaram de seus lugares e foram até a frente junto com o senhor. Os filhos já estavam com os cheques em mãos, fizeram as entregas assim que todos se ajuntaram na frente e se cumprimentaram novamente.

—Diga a ele que sinto muito – Marissa sussurrou para Sam enquanto dava um rápido abraço na loira. Quando se separaram, ela apenas assentiu e voltou seu olhar para Freddie.

—Freddie, por favor, diga a Sam que já volto. Qualquer coisa, o Tyler está ali na porta – John se virou para Freddie e aponto para a porta do salão principal por onde os convidados entraram.

—Claro, senhor.

Freddie observou John caminhar pelo salão até Jack, falou baixo algo para o irmão e logo os dois subiram as escadas para o segundo andar. Alguns minutos depois, Sam voltou para a mesa.

—Seu pai teve que sair, mas logo volta – Freddie passou o recado.

—Deixa-me adivinhar, foi com meu tio né? – Sam perguntou assim que deu uma rápida olhada ao seu redor e viu que Jack também não estava lá.

—Sim, vi eles indo para o segundo andar.

—Não me parece coisa boa, mas só me resta torcer para que tudo dê certo.

Marissa estava caminhando em direção a sua mesa, mas passando em frente a que eles estavam resolveu parar e começou a encarar Freddie.

—Ahn... Samantha, eu só... Eu só gostaria de agradecer pelo evento e pela doação.

—De nada, Sra. Benson!

—Acho que...

—Com licença, eu vou ao banheiro – Freddie interrompeu sua mãe e saiu da mesa.

—Me desculpa por isso, mas... – Sam começou assim que o moreno se afastou.

—Não, tudo bem. Eu deveria imaginar – dito isso, Marissa voltou para sua mesa.