Em mais um dia normal de verão em Seattle, uma jovem loira de 23 anos dona de belos pares de olhos azuis se encontrava atrás de uma grande mesa cercada por papéis. Tentava finalizar um relatório importante para seu pai, um dos fundadores das Corporações Puckett, a fim de provar que estava mais do que apta para assumir seu lugar na empresa.

As Corporações Puckett tinham seu pai John e seu tio Jack como fundadores, e, portanto, sócios. Mantinha uma ótima relação com ambos, já que eram sua única família, depois que sua mãe faleceu após dar à luz, porém, nos últimos anos, Jack se afastara da empresa por motivos que nunca soube.

Finalizou a impressão de seu relatório e o guardou em uma das gavetas de sua mesa, iria entregá-lo pessoalmente ao seu pai no dia seguinte. Guardou alguns pertences em sua bolsa e saiu da empresa. Tinha um jantar marcado com sua melhor amiga Carly e o noivo dela para ajudá-los na organização do casamento.

(...)

—Hey Shay! Cheguei! – Sam forçou um sorriso quando sua amiga abriu a porta. O cansaço era evidente em seu rosto.

—Até que enfim né, você está uma hora atrasada – Carly reclamou e deu espaço para a amiga entrar.

—Você sabe que ser pontual nunca foi meu ponto forte e eu também precisava terminar um relatório muito importante para o meu pai.

—Ainda com essa de convencer ele do seu potencial? Ele sabe do seu potencial e reconhece que você está bem diferente nos últimos anos... Aliás, as vezes sinto falta da minha amiga louca.

—Efeitos de uma decepção amorosa. Mas enfim, não estamos aqui para falar disso, onde está o Gibby? – a loira olhou pelo apartamento e se sentou no sofá. Conhecia Carly há tempo suficiente para se sentir em casa no apartamento da morena.

—Ele não vai vir hoje, te mandei uma mensagem avisando que seria só nós duas.

—Não mexi no meu celular desde a hora do almoço. Mas o que poderia ser mais importante do que o casamento de vocês?

—Ah, ele está reformando aquele quarto do fundo da casa dele com o Freddie – sentou-se no sofá ao lado da amiga.

—Quem é Freddie? E por que ele resolveu mexer naquele quarto? – deu de ombros quando a amiga lhe olhou com uma expressão de “Sério mesmo que você está me perguntando isso?”

—Eu te falei do Freddie, não lembra disso? – a loira apenas negou a cabeça – Aquele cara que o Gibby achou dormindo na calçada do restaurante há uns três meses.

—Eu realmente não me lembro, ando com muita coisa na cabeça para resolver da empresa, você sabe.

—Tá legal. Enfim, resumindo: o Gibby começou a ajudar ele todos os dias com comida por uma semana até que achou que fosse um bom rapaz e chamou ele para trabalhar como garçom e ofereceu aquele quarto do fundo para ele morar. No começo eu fui contra, achei que o Gibby estava enlouquecendo, mas percebi que ele é uma pessoa mesmo. Só precisava de uma chance.

—Estranho o Gibby fazer uma boa ação.

—Estranho é você se esquecer das coisas com tanta facilidade – riu da loira – Agora vamos ao que interessa, temos um casamento para organizar e uma festa de aniversário no domingo.

—Achei que já tinha feito aniversário esse ano, Shay.

—É do Gibby, esqueceu? Não sei como vocês eram tão amigos na época da faculdade.

(...)

A semana passou num piscar de olhos e logo chegou domingo.

Na casa de Gibby já era possível sentir o cheiro da comida que estava sendo preparada e seria servida para o almoço, enquanto no quintal havia vários balões e um cartaz escrito “Feliz Aniversário” que Carly decorara.

Havia mesas espalhadas pelo quintal e já estavam sendo ocupadas pelos pais de Gibby, seu irmão Guppy, um casal de amigos, Brad e Wendy, Spencer e Freddie. Enquanto todos conversavam, Carly levava a comida para a grande mesa do lado de fora.

—A porta está aberta – gritou assim que ouviu a campainha toca. Já sabia quem era.

—Hey Carls! – Sam cumprimentou entrando na casa com um presente nas mãos. Se permitiu usar um vestido simples roxo de alcinha.

—Oi Sam. Se quiser pode deixar o presente aí no sofá, depois eu aviso o Gibby. Ele está lá fora cuidando da churrasqueira – Sam fez o que a amiga pediu – Ei, me ajuda com essa travessa de lasanha, leve ela lá para fora e coloca na mesa, preciso pegar as bebidas.

Sam caminhou até a cozinha, pegou a lasanha e levou para fora, conforme Carly havia pedido. Depois, aproveitou para cumprimentar as pessoas que estavam lá. Claro que já conhecia todos, eram como sua segunda família, com exceção dele. O moreno que estava conversando com Gibby na churrasqueira. Ele vestia uma calça jeans surrada e camisa azul que realçava ainda mais os músculos do braço. Em uma fração de segundos, ele olhou em sua direção, e, Sam mergulhou no mar de chocolate que eram seus olhos.

A loira se sentia totalmente paralisada. As mãos formigavam. O olhar dele era intenso.

—Ah, oi Sam. Não vi você chegar – Gibby a despertou desse pensamento e ela o cumprimentou com um abraço.

—É, eu cheguei agora. Feliz aniversário Gibbs! Deixei seu presente na sala.

—Não precisava de nada disso, mas obrigado – olhou na direção de Freddie – Sam, acho que você ainda não conhece meu novo amigo. Esse é o Freddie Benson. Freddie, essa é Samantha Puckett, minha amiga da faculdade e responsável pelo meu namoro com a Carly – sorriu orgulhoso.

—Prazer... – Freddie estendeu a mão e Sam a apertou sentindo um choque percorrer por todo seu corpo durante o cumprimento que durou menos de 3 segundos.

—Oi, pode me chamar de Sam... E, Gibby, não seja exagerado, você já conhecia a Carly – respondeu o amigo na tentativa de disfarçar o nervosismo.

—É, mas você que arrumou o encontro duplo – riu.

—Vejo que vocês já se conheceram – Carly se aproximou de Sam e olhou dela para o Freddie.

—Acho que sim – a loira forçou um sorriso – Bom, vou me sentar – virou as costas, mas sentiu que a amiga estava a seguindo.

—Pode falar que ele é um gato – Carly cochichou e riu maliciosa.

—Não começa, Carls. Eu não achei nada.

—Seeeei.