― M-me desculpe ― gaguejou Mil. Mais uma invectiva para sua lista.

― Não precisa ― disse Félix fungando. ― Desde… tudo… eu tenho um sonho frequente. É sempre ele, está todo machucado e sangrando. Ele sussurra, mas escuto como se ecoasse por mim. “Sua culpa, sua culpa, sua culpa”. Bem assim, a noite toda. Tínhamos brigado e você mandou isso por áudio… ironicamente, suas últimas palavras. Ouvi esse áudio até meus ouvidos sangrarem. Então, é bom lembrar dessa voz dizendo outra coisa.

Mil não soube responder. Félix suspirou.

― Imagino que também queira saber sobre a mulher de ontem…