Mestiça - a Uniao dos Mundos

Capítulo 19: Agora, me fale sobre você.


Pov Bella


– Agora me fala sobre você. – eu pedi me deitando em seu colo.

– O que quer saber? – Edward perguntou e começou a afagar meu cabelo.

– Quando você foi transformado? – perguntei pousando minha mão em cima da sua.

– Em 1901, eu era um soldado e estava treinando fora de hora. Havia me afastado demais dos outros e estava perto de uma floresta, levei uma bala perdida no peito. Eu não conseguia gritar e os outros não iriam notar meu sumiço rápido o bastante para me procurarem a tempo, eu sabia que já estava morrendo. Carlisle, Alice e Emmett apareceram para me salvar. Eu não tinha chance de sobreviver ao meu ferimento então Carlisle me transformou, ele me considerou como seu próprio filho e me ensinou tudo que sabe.

– E a sua família? – perguntei.

– Carlisle viveu com outros vampiros um tempo e lá descobriu que eles prendem seres místicos, tipo vampiros e lobisomens, que são usados para experiências. Ele conheceu Alice e Emmett que eram prisioneiros lá, ele os ajudou a fugirem antes que fossem mortos como os outros. Carlisle deixou os deixou logo depois, Alice e Emmett se juntaram a ele como filhos. Alice me viu um dia e contou para os dois, eles resolveram me salvar. Eu me juntei a eles, Alice e Emmett como meus irmãos e Carlisle o nosso pai. Tempos depois Carlisle encontrou Esme no hospital, ela já estava quase morta. Foi amor a primeira vista. Ele a transformou e ela se juntou a nós, Esme também nos considerou como seus filhos.

– Os outros têm dons como você?

– Sim. Alice pode ver o futuro, eu te falei isso ontem. – eu concordei. – E o Emmett é o vampiro mais forte que eu já vi.

– Por que os olhos de vocês são dourados? – perguntei traçando pequenos círculos no seu braço. – Todos os vampiros que eu já vi tinham olhos vermelhos.

– Isso tem a ver com o que caçamos. Os que se alimentam de sangue humano tem os olhos vermelho e nós temos os olhos dourados porque só caçamos animais. Os carnívoros são os melhores.

Quando ele disse isso eu me assustei.

E se a sua família me atacasse? E o pior, e se Edward me atacasse achando que eu fosse uma pantera qualquer?

O instinto tomou conta de mim, eu saltei de seu colo e fiquei na sua frente meio agachada em forma de ataque e rosnando em sua direção. Quando percebi o que estava fazendo, corei fortemente envergonhada e sai rapidamente de minha posição.

– Des... desculpe. Eu não tive a intenção. Eu não quis fazer isso. – disse totalmente constrangida com a minha reação. Eu não acredito que eu rosnei pra ele! Aonde é que eu estou com a cabeça?

– Calma Bella. Não foi nada, não se preocupe. – disse ele já em pé na minha frente e segurando minha mão.

– Mas eu rosnei pra você. – eu falei me deixando ainda mais constrangida.

– Não ligo, eu é que não devia ter falado daquele jeito, me desculpe.

– Não, tudo bem, é só que é meio estranho, às vezes sinto como se eu fosse realmente uma pantera. – falei tentando entender a minha reação, voltamos a sentar no chão.

– Eu vou tomar mais cuidado com o que digo. – disse ele. Sorri e me inclinei para beijar seus lábios.

– Tudo bem, esqueça isso. – eu disse ainda em seus lábios.

– Espero que os nossos desentendimentos sejam sempre assim. – ele disse me puxado pra cima dele e me beijando novamente.

Fiquei deitada em seu colo brincando com a sua mão enquanto ele ficou fazendo pequenos círculos em meu braço e beijando meu cabelo.

– Posso te perguntar uma coisa? – perguntei depois de um tempo.

– Claro. – disse ele.

– Por que você não caça humanos?

– Não gosto de matar as pessoas. – ele respondeu.

– É difícil para você ficar perto deles?

– Sim. – ele adimitiu.

– Esta difícil pra você agora, ficar perto de mim? – perguntei temendo sua resposta.

– Não. – ele falou sorrindo. Tá, por essa eu não esperava.

Ele viu que eu não entendi e então explicou:

– O cheiro de seu sangue é diferente pra mim, como se fosse único. Nunca senti esse cheiro antes, é maravilhoso. Quando sinto o cheiro de sangue humano a única coisa que quero fazer é matá-lo para me alimentar. Mas com você é diferente, é totalmente o contrario. A única coisa que quero fazer é te proteger... te fazer feliz... te amar... – disse ele fazendo carinho em meu rosto.

– O cheiro do meu sangue é diferente para os outros também? – perguntei.

– Não sei. – ele pareceu sincero. Mas sua voz tinha um pequeno tom de tristeza.

– Quando você se afastou antes... foi tão fácil pra você fazer isso? – tentei mudar de assunto.

– Jamais quis fazer aquilo. Foi a coisa mais difícil que já fiz. Eu já te amava e não a colocaria em perigo por causa do meu mundo, eu tinha medo por você, de você se machucar. Então eu me afastei.

– E acabou que somos praticamente do mesmo mundo. – disse sorrindo. Ele riu.

– Mas eu percebi que você também se afastou.

– Verdade. Eu também queria te proteger do meu mundo.

– Se você se afastou, então por que me ajudou na aula de educação física ontem?

– Eu já sabia o que você é a algum tempo e conclui que sua vida era tão perigosa quanto a minha, então resolvi te dar uma chance de se aproximar. O que eu acho que acabou dando certo no final. E eu realmente queria te ajudar, já sabia que você ia se meter em uma encrenca danada e eu podia impedir isso, então eu fiz.

– E eu agradeço muito pelo que fez. – ele disse beijando minha mão.

Deitei novamente em seu colo e fiquei observando seu rosto, ele parecia pensar em algo bem interessante e fiquei curiosa. Aff! Se eu pudesse ouvir o que ele esta pensando... epa! Perae! Eu posso! Com meu escudo, posso ouvir os seus pensamentos, mas só se ele quiser que eu escute. Já fiz isso com o Jenk uma vez. Será que eu consigo ouvi-lo? Acho que o certo seria perguntar: Será que ele quer que eu escute seus pensamentos?

Me concentrei eu seus olhos e me esforcei para ouvi-lo. Eu a amo tanto, vou protegê-la de tudo, nem que eu tenha de tirar a Jane da jogada. Ouvi sua voz, mas seus lábios não haviam feito um mínimo movimento. Eu ri. Consegui, legal.

– Eu também te amo muito e vou te proteger de tudo, mas deixe a Jane fora disso, eu mesma acabo com ela se precisar. – disse beijando o canto de sua boca. Ele me olhou assustado.

–Como é? Eu não disse nada.

– Mas eu ouvi. – eu disse sorrindo.

Perai! Você consegue me ouvir?

– Consigo.

– Por essa eu não esperava. Como você fez isso? – Ela escuta meus pensamentos, não dá pra acreditar, pensava Edward.

– Se lembra do meu escudo? – ele assentiu – Ele me protege de tudo e de todos, e também serve pra ter tipo uma conversa por telepatia, escuto os pensamentos que as pessoas querem dividir comigo ou que elas querem que eu escute e posso respondê-las pela mente também.

Sorte sua! Eu não consigo ler os pensamentos. ele pensou frustrado.

Consegue sim! Basta eu querer que você os escute e eu só vou ouvir o que você quiser compartilhar comigo.

Isto é incrível! É fantástico! ele pensou.

– Você é a pessoa mais incrível que eu já conheci. – disse ele sorrindo.

– O que você achou?

– Maravilhoso! Você é demais. – disse ele me fazendo corar.

Ficamos deitados no feno vendo as aves nas arvores lá fora e ouvindo o som do vento. Aqui é tão aberto, tão livre, me senti revigorada, mas a minha barriga tinha que reclamar de fome.

– Você precisa comer alguma coisa. Vamos lá pra sua casa? Depois podemos voltar. – ele propôs.

– Acho melhor não. Se eu aparecer lá com certeza não vão me deixar sair de novo. E você também precisa se alimentar. – disse passando a mão em seu rosto circulando seus olhos, sei que ele caçou hoje mais cedo, mas os alces parecem que não foram o suficiente.

– Então o que vamos fazer?

– Que tal caçarmos juntos. – propus.

– Você já caçou antes? – ele perguntou.

– Não. – eu admiti. – Mas eu gostaria de tentar.

– Tem certeza? – perguntou preocupado, eu assenti. – Você que sabe. Vamos então. – ele disse sorrindo e se levantando me puxando também.

– Vou me transformar e estarei usando meu dom, assim você poderá me ouvir. – falei quando já estávamos fora da cabana.

– Tudo bem. Vamos para o sul, tem um bando de cervos indo pra lá.

Assenti pra ele e me transformei, eu segundos eu fiquei coberta de pelos e com quatro patas.

Vá na frente, eu te sigo. pensei. Ele disparou e eu corri atrás dele. Quando avistamos os cervos nos escondemos atrás de uma moita e os observamos.

– Tem certeza de que quer fazer isso? – ele perguntou aos sussurros enquanto escolhíamos nossas presas.

Tenho. Eu escolhi o macho menor, ele estava mais afastado dos outros, então fui rastejando ate ele, me escondi logo atrás dele e preparei meus músculos para pular em suas costas. Mas antes de eu ataca-lo ele disparou floresta adentro, assim como todos os outros do seu bando. Olhei pra trás e vi que Edward já atacara sua presa. Eu é que não vou ficar pra trás. pensei e comecei a correr atrás do cervo macho que eu havia escolhido. Assim que percebeu que eu estava o seguindo, ele aumentou as passadas disparando cada vez mais dentro da floresta.

Puxa! Ele é rápido!

Aumentei minhas passadas para poder alcança-lo. Quando já estava perto o suficiente me preparei para pular em suas costas saltei, mas antes de eu pega-lo algo me acerto pela lateral me mandando longe de minha presa. Me levantei e procurei a minha volta o que me acertara e para a minha sorte danada era nada mais, nada menos que um vampiro enorme, parecia ate mesmo um urso albino e tinha os olhos negros, que mostravam a sua sede.

Hoje não é o meu dia! Logo no meu primeiro dia eu tinha que esbarrar com um vampiro que aparentemente quer me matar? É muita sacanagem pra uma pessoa só! Se bem que... ele me lembra alguém...

Agachei e comecei a rosnar em aviso, é claro que eu não quero lutar com ele, mas ele vier para cima de mim eu vou me defender. Me preparei para o seu ataque. Ele sorriu, feliz pelo desafio que eu lhe proporcionava, e rosnou de volta vindo com tudo pra cima de mim. Me esquivei no ultimo segundo lhe dando uma patada no braço. Quatro fendas profundas e finas foram abertas em seu braço, ele pareceu surpreso com o resultado do meu golpe. Mas isso não o deteve e ele veio novamente na minha direção, rosnando mais alto ainda. Não consegui me desviar a tempo e ele se chocou comigo, nos levando ao chão. Ele conseguiu se prender as minhas costas corri, pulei, me sacudi e tentei de tudo, mas ele tentava prender as minhas patas da frente enquanto eu tentava inutilmente tira-lo de cima de mim. Ele mordeu meu ombro. Rugi o mais alto que pude enquanto o liquido doloroso que parecia queimar começou a se espalhar pelo meu corpo, veneno. Como o meu ultimo esforço eu pulei novamente. Quando consegui eu já estava com a visão embaçada, com os músculos doendo, não sei se era o resultado do seu veneno em meu corpo ou o meu dom. Meu ombro e pescoço pareciam queimar como se estivessem pegando fogo e pelo aperto que ele me deu creio que alguns hematomas espalhados pelo corpo.

Porcaria de veneno! Vampiro idiota! pensei e minhas pernas falharam me levando pro chão logo em seguida. Vi seu vulto se aproximando de mim cada vez mais. Eu queria me proteger, queria lutar, mas a dor era muita. Eu nem ao menos consegui me transformar de volta.

Me desculpe Edward! Eu te amo! foram as ultimas coisas em que pensei antes de desmaiar.