Voltando a ser criança

[POV Ryan]

Alice e eu nos falamos algumas vezes durante a semana. Ela insistia em querer saber onde eu a levaria, mas preferi manter em segredo, não que fosse algo especial, mas seria a primeira vez que teriamos realmente um encontro.

No sábado de manhã fui até uma loja de veiculos. Aluguei um dos melhores carros que estavam ali.Um esportivo de cor vermelha, logo após fui a uma loja esportiva alugando o resto dos equipamentos que precisava. Coloquei os no porta malas do carro e logo fui até a casa de Alice. Lá embaixo estacionei o carro e peguei o celular discando alguns numeros.

- Bom dia senhorita nerd, cheguei muito cedo? Pensei que já estivesse me esperado aqui embaixo no horario combinado. Eu ri.

- Que jeito mais cortês de se falar com uma dama. – Alice ria do outro lado.- Hey Ryan, você não me deu nenhuma dica de onde vamos, como saberei o que devo vestir?

- Não sabia que você era uma dessas que se importava com o que usar. – Ri achando graça. – Na verdade eu não me importo muito com o que vá vestir, mas acho que seria melhor ir com roupas confortáveis, bom é o que eu estou vestindo também.

Desliguei o telefone e sai do carro, encostando na porta enquanto acendia um cigarro, fumando tranquilamente, após alguns minutos Alice aparecia na portaria, ela usava uma calça jeans justa ao corpo e uma blusa de moletom larga, eu sorria ao vê-la daquele jeito. Alice não era o tipo de garota que se arrumava ao extremo para sair com alguém, bom talvez porque eu não fosse um alguém especial para ela. Senti um pouco de frustação ao pensar naquilo. Alice olhou para mim sorrindo.

- Está tudo bem? Você ficou em silencio do nada. – Ela me perguntava olhando com uma feição duvidosa.

- Ah, está tudo bem sim. Vamos entrando que o caminho ainda é longe. – Entrava no carro enquanto ia falando.

Viajamos por algumas horas. Conversando, rindo. Eu já estava bem acostumado aquela altura com Alice e acho que pode-se dizer que ela sentia o mesmo. Já não havia mais brincadeiras de mal gosto ou algo do gênero. Conseguiamos conversar numa boa. Olhei o ponteiro da gasolina vendo que precisava abastecer. Parei o carro na próxima parada. Enquanto eu abastecia o carro Alice ia até a loja de conveniência.

Terminei de abastecer e entrei para pagar o combustível. Ao entrar dei de cara com Alice conversando com um rapaz. Senti uma pontada e então me aproximei colocando uma das mãos sobre o ombro da moça.

- Já abasteci, vamos indo? – Eu olhava diretamente para o rapaz que ela conversava.

- Já? – Ela se virava para mim sorrindo – Preciso só pagar algumas coisas que comprei para comermos no caminho. – Ela se voltava para o rapaz com quem conversava – Até mais Billy, nos vemos na segunda. – Ela se virava novamente para mim e sorria. – Vamos.

Andavamos até o caixa, eu pegava as compras das mãos de Alice e pagava junto com a gasolina. A garota do caixa me olhava com o canto dos olhos, eu fingia não perceber até que ela resolveu começar uma conversa.

- Desculpa perguntar, mas por acaso você é o guitarrista da banda Storm’s?

- Ryan, muito prazer – Eu respondi.

- Nossa, um famoso aqui, eu sou sua fã!, quer dizer da banda. Será que pode me dar um autografo? – A garota pegava um papel e uma caneta me entregando, logo passando a olhar Alice – Eu nunca imaginei que um cara como você gostasse de garotas simples como a gente, sabe, eu sempre imaginei que rockeiros gostassem de garotas mais, hum.. – Ela parava de falar assim que eu entreguei o papel novamente.

- Somos pessoas normais sabe, e acho que com quem ficamos ou deixamos de ficar é indiferente, consegue escolher por quem você se apaixona? – Eu ria puxando Alice pela cintura para perto de mim.

Alice prendeu a respiração e nada dizia, a garota ficou sem graça dando um belo sorriso amarelo que demonstrava que eu tinha conseguido deixa-la irritada com minha resposta, peguei o pacote com as compras e puxei Alice comigo.

- Espero que continue indo em nossos shows, boa tarde. – Já me virava abrindo a porta da loja, fui com Alice até o carro, abri a porta para que ela entrasse e fui até o outro lado entrando.

- Vamos então. – Eu dei a partida do carro novamente.

- O que foi aquilo? – Alice me perguntava sem rodeios.

- O que? – Eu perguntei sem interesse.

- Aquilo que você disse para aquela garota. – Ela me olhava apreensiva.

- Ah, bom, aquilo foi só uma resposta mal educada. Quem mandou ela ficar se intrometendo. – Dei de ombros.

- Mas você deu a impressão de que estamos namorando e isso não está acontecendo Ryan. – Ela disse emburrada.

- Ah, deixa ela pensar o que quiser eu não me importo. E se a gente estivesse namorando também... – Eu continuava.

- Mas não estamos Ryan.

- Ok. – Terminei a conversa e continuei apenas prestando atenção na estrada, mais algumas horas estaríamos em nosso destino.

Saindo da estrada pegamos um caminho de terra. Alice virava a cabeça em minha direção me olhando torto.

- Estamos perdidos?

- Não estamos não.

- Não é aquela velha mania dos homens de acharem que sabem tudo né?

- Não, é sério, não estamos perdidos. – Eu ria com o jeito engraçado como ela perguntava as coisas. Eu sabia realmente onde estava.

Chegamos em frente a uma cidade que estava abandonada. As casas de madeira com, algumas bares com placas também de madeira, parecia um cenário de filme o lugar ideal para o que eu havia preparado para Alice.

- Chegamos. – Parei o carro, desligando-o. Olhei para Alice que parecia bastante surpresa.

- Vai me matar e jogar meus pedacinhos aqui? – Ela me olhava com um meio sorriso, não conseguia decifrar se aquilo era um brincadeira ou uma pergunta real. Ri de imediato.

- Eu irie te matar sim, mas não se preocupe, levarei seus pedaços para casa. – Eu ria abrindo a porta do carro, sai indo pegar as coisas no porta malas.

Alice desceu logo depois de mim parou ao meu lado olhando as coisas.

- Caramba, isso é, Ryan que demais! – Alice sorrio instantaneamente ao ver os equipamentos de paintball dentro do porta malas.

Puxei os macacões que estavam dobrado e coloquei um em frente ao corpo da garota.

- Vai servir certinho, vamos começar? – Eu perguntei ao que recebi um sorriso como resposta.

Colocamos todos os equipamentos necessários, os macacões, os coletes e as máscaras de proteção. Carreguei as armas e ensinei para Alice o método da arma de nosso jogo. Alice ouvia tudo com atenção.

- Podemos começar, então eu vou até o outro lado ok? Não precisa se preocupar em atirar essa cidade já está abandonada a muito tempo, então, podemos ficar tranquilos para não machucar ninguém. Só tome cuidado onde vai pisar ou se encostar, algumas coisas não devem estar em tão bom estão então cuidado!

- Está bem! – Ela parecia bastante empolgada. – Boa sorte para você, vai precisar. – Ela riu.

- Boa sorte!

Fui andando até o outro lado, não muito longe em alguns minutos gritei para Alice que já estava pronto, recebi um grito como resposta. O jogo havia começado. Corremos durante um bom tempo, atirando. Jogar com Alice era bem sério. Acho que levava para o campo o que havia aprendido nos games. Ela era muito boa nisso. Depois de algumas horas de jogo estávamos exaustos e sem munição. Me aproximei com as mãos para o alto me rendendo. Alice riu com aquilo.

- Já se rendeu? - A garota perguntava enquanto se jogava no chão – Ainda bem, estou exausta!

- É, já está na hora de irmos embora, está ficando tarde. – Me juntei a Alice sentando a seu lado.

- Ok, vamos! – Após alguns minutos a garota se levantava me estendendo uma das mãos. – Eu que preciso te levantar pelo jeito.

Peguei a mão de Alice me levantando, abracei-a pelo ombro como um gesto amigável. Ao contrario do que imaginei Alice não me afastou, apenas ficou caminhando ao meu lado. Após guardamos todas as coisas pegamos o caminho devolta para casa.