- Até quando você pretendia esconder isso de mim Alice? Ou será que posso chamá- la pelo seu verdadeiro nome, Jennifer?

Ao ouvir aquilo senti um arrepio subindo pela minha espinha, eu nem precisava me virar para saber quem era. Mas diferente do que costumava ser, aquela voz agora soava um tanto fria, aliás, eu sabia que tinha uma razão para aquilo. Fechei os olhos respirando fundo enquanto serrava os punhos fortemente.

- Eu posso explicar. – Minha voz saia mais fraca do que eu pensava, quase inaudível – Ryan me deixa explicar – Eu me virava encarando o belo par de olhos cor de mel. Ryan estava em pé encostado ao batente da porta, me olhando furioso com os braços cruzados a sua frente.

- Explicar o que Jennifer? Quer explicar por que mentiu pra mim durante todos esses anos? Acho que nesse momento eu não estou afim de ouvir suas explicações, alias, acho que eu só queria ver a sua cara quando descobrisse que eu sei. Supresa Jen? Eu já desconfiava, mas hoje eu tive certeza de que não passava de uma brincadeira.

- Hey, pera ai, eu achei que você estava se divertindo com tudo isso, afinal não fui eu que me joguei pra cima da Al e parecia que você estava bem a vontade com ela sabe. – Eu não aguentei e comecei a esbravejar para cima dele, ele sabia e mesmo assim continuo com ela.

- Ah, agora você joga a culpa pra cima de mim? É, eu gostei sim de estar com ela, ela é linda, tudo que eu sonhei em uma garota! Está satisfeita em ouvir isso? Espero que esteja, obrigado por ter me apresentado a Jennifer, ou a quem eu pensei que fosse, agora tanto faz quem é e quem deixa de ser.

- Sai daqui agora Ryan! – Eu fui para cima dele o empurrando do meu quarto – Sai daqui agora e nunca mais apareça na minha frente! – Eu continuava o empurrando, o batendo com toda a minha força, o sangue fervia em minhas veias enquanto a raiva não me deixava raciocinar. Joguei o para o lado de fora do meu apartamento, tranquei a porta, encostada nela ia escorregando até o chão. – Eu te odeio Ryan, te odeio com toda a minha força! Idiota, narcisista de merda, a culpa é toda sua, toda sua idiota! Eu te ..

Os punhos fechados batiam com força no chão, minha raiva aos poucos ia se transformando em dor, não uma dor física, minha alma estava ferida. A raiva ia dando lugar a tristeza e um grande vazio. Era o fim do meu pequeno sonho, meu pequeno conto de fadas, que alias, eu nunca seria a princesa, apenas nos bastidores.

Eu sei que vocês não devem estar entendendo absolutamente nada do que está acontecendo, a culpa é toda daquele idiota. Está bem, eu tenho uma certa parte de culpa nisso tudo, bom vamos recapitular tudo para que vocês possam entender como eu vim parar aqui, é uma longa história, então é melhor se prepararem.