Mente de Coordenadora Pokémon

Concurso Especial - Edição Celadon


Celadon era marcada por suas atividades matinais. Mesmo aqueles que estavam visitando-a não conseguiam resistir a experiência de acordar cedo para de cuidar dos jardins, hortas e das atividades ao ar livre. Manhãs pacatas que refletiam a qualidade de vida alta que se possuía na cidade. No entanto, aquela manha estava ainda mais pacata e silenciosa devido ao Concurso Pokémon Especial que acontecia.

Após o cancelamento do Concurso dos Milhões, em Saffron, muitos treinadores rumaram para o concurso mais próximo fazendo Celadon ter um número muito acima do esperado para o concurso que programavam. A organização pensou em limitar as vagas, mas Erika chamou para si a responsabilidade de fazer um concurso especial.

Erika é a líder do ginásio e como tal, filiada a Liga Pokémon de Kanto, mas uma entusiasta dos Concursos Pokémon, participando ativamente de muitos eventos e debates, fazendo suas próprias apresentações em momentos especiais. A Associação de Coordenadores Pokémon seduzia-a, dia e noite, para que ela se tornasse membro da associação, mas Erika sempre recusava por motivos tão diversos que nunca fica claro se eram desculpas ou realmente motivos.

Com a primeira fase do evento sendo uma maratona de apresentações no melhor estilo rave, onde apresentações simultâneas e sequenciais aconteciam em três palcos distintos, ainda puderam contar com todo o apoio do Mestre de Cerimônias Elliot Gray que decidiu também abraçar o concurso e usar uma das habilidades que lhe renderam o título de Top-coordenador, a telecinesia de seu pokémon para acelerar as coisas e mexer com o publico.

O concurso realmente chamava a atenção com um jurado sendo um Mestre Pokémon famoso. Lance atendeu o pedido de Erika de participar como jurado do evento que ela tentava organizar e assim promover Celadon a um dos melhores locais para concursos pokémon. O Mestre Pokémon chamou a atenção do público, mas talvez a grande sensação tenha sido a participação inesperada de Juan Pierre, diretor e produtor de filmes, mundialmente premiado, que aceitou desligar-se dois dias de suas gravações e apreciar uma outra forma de arte que não a do cinema.

Após dezesseis serem selecionados em meio a 298 coordenadores, a primeira parte do Concurso Pokémon de Celadon havia chegado ao fim deixando a cidade exausta após mais de doze horas continuas de atividades.

— Trago seus pokémons em 5 minutos. Infelizmente os de Amora não posso entregar já que ela no momento é sua adversária, mesmo que ela tenha dito que poderia no dia anterior. -

A enfermeira foi cordial a dar aquelas informações para Tommy. Ele apenas acenou com a cabeça indicando que entendia a situação. Entre treinadores existia muita lealdade, mas entre coordenadores a coisa nem sempre era tão amigável. Estar viajando com Amora o deixava até feliz, já que poderia estar sozinho a merce de qualquer um que tentasse tirar vantagem dele. Admitia que a companheira de viagem era excêntrica e muitos acreditariam que ela era perigosa, mas conseguia ver algo bom e importante de se ter por perto.

— Sabia que você era dessas! -

Tommy olhou pela recepção a tempo de ver MIrian arrastando-se até o refeitório para o café da manhã, enquanto Aries ria da situação em que ela se encontrava. O pequeno de cabelos verdes apenas encostou-se mais próximo da entrada do refeitório, sem deixar a recepção. Ele queria observar como estavam as coisas com os outros coordenadores.

— Não consegue nem virar a noite, sem ficar com jeito de acabada? -

Mirian apenas sorriu sem graça e sentou-se ignorando que ela estava ainda sonolenta e suas roupas estavam bem amarrotadas. Não tinha a menor intenção de brigar com Aries naquele momento. Quando voltou para o centro pokémon na noite anterior tomou um banho e pegou a primeira roupa que achou e pouco ligou para o fato de não ser a roupa emprestada por Laris ou que ela estivesse do avesso.

Aries percebeu e tentou indicar isso a ela, mas Mirian parecia tão sonolenta que não estava ligando para tal coisa naquela manhã onde ela apenas levantou-se após um aviso sonoro de que faltavam apenas trinta minutos para o fim do café da manhã.

— Onde passou a noite? - Questionou Mirian percebendo que algumas pessoas a olhava segurando a risadinha. - Você parece ter dormido bem, mesmo tendo sido apenas quatro horas de sono. -

— Consegui uma pousada. - Comentou Aries. - Fui expulso do meu quarto de luxo na prisão, mesmo depois de insultá-las, cantá-las e quase agredí-las as oficiais disseram que então iriam me prender novamente para que eu tivesse onde passar a noite. -

Mirian parou ao escutar aquilo e se perguntou, mais de uma vez, se ela havia entendido direito. Mas, os gritos e aplausos começaram no refeitório tão de repente que Mirian quase derramou seu suco. Olhou e viam todos de pé aplaudindo Laris que passava toda animada, segurando um jornal e três revistas.

— Vocês são uns amores! - Ela sorria enquanto olhava em volta procurando por Mirian. - Quero trocar ideais com você sobre pokémon de água, e com você sobre os de fogo. - Ela caminhava cumprimentando a todos. - E você não me convide novamente para sair.-

Laris conseguiu encontrar Mirian e Aries e logo as pessoas pareceram querer respeitar o momento de café da primeira colocada da primeira fase do Concurso Especial.

— Viro popular! - Disse Mirian saudando-a, um pouco mais acordada. - Acho que você tem razão, conheço celebridades. -

— É difícil acreditar que todos aqui estão te parabenizando. - Aries olhou confuso. - Nenhum dos outros quinze classificados estão aqui? -

— Se acham meio estrelinhas! Sempre se hospedam em hotéis, pousadas e similares. Com exceção do Havard que normalmente fica em centros pokémon, mas desta vez foi convidado por Lance que ficou interessado em seu Dragonair e não sei exatamente se ele estava aqui no centro antes. -

Tommy escutou Laris os chamando de estrelinhas. Poderia dizer algo a respeito, mas viu a enfermeira pokémon vindo e sabia que a melhor resposta estava no palco e precisava se concentrar para o duelo mais difícil que já teve até ali. Acenou com a cabeça para a enfermeira, pegando seus pokémon, e dirigiu-se para a porta.

— Sério? Você não falou para Mirian que ela vestiu a camisa que usei para limpa-á do vômito de ontem pelo avesso. -

Escutou a voz de Laris mais alta que o normal, incrédula com a atitude de alguém de não avisar a Mirian sobre como ela estava.

— O que? - Mirian gritou não acreditando naquilo.

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Meu nome é Mirian Miller e me tornei uma Coordenadora Pokémon para conquistar uma taça em homenagem a minha mãe. No entanto, fui tão mal no início que acabei presa acusada de ser caçadora ilegal e falsificadora. Depois de sair da prisão, retomei minha jornada para descobrir as pessoas que armaram para que eu fosse presa.

Depois de descobrir que minha preferia que eu tivesse passado esse tempo todo com ela, do que me arriscando, percebi que sinto falta demais do meu melhor amigo.

Por que ser coordenadora é tão difícil?

Mente de Coordenadora Pokémon
Episódio
22: Concurso Especial - Edição Celadon

A cúpula ainda era o palco para a continuação do concurso, mas estava muito modificada. Agora as arquibancadas estavam tomadas e um único palco existia no centro. Telões espalhados, cadeiras tomavam o gramado e o juri voltava a ficar em uma cabine, próximo das arquibancadas.

Erika, Lance e Juan Pierre ainda eram os jurados e Elliot Gray havia feito seus proclames para que tudo começasse. Os primeiros coordenadores estavam apostos, Andy e Laris fariam o primeiro embate. Mas, antes tiveram a oportunidade de falar um pouco sobre eles. Laris e Andy seriam os primeiro.

— Já sabe o que vai dizer? - Questionou Amora. - Por favor, não seja tão chato quanto ela. -

Tommy confirmou com a cabeça, mas definitivamente não tinha ideia do que falar ainda. Não era como se ela tivesse uma fala pronta. Felizmente estavam apenas os dois ali, o que era quase inesperado. Os 60 classificados podiam escolher entre assistir de cabines especiais, separados para eles, ou em cadeiras mais próximas do palco, todos com direito a acompanhantes. No final, a maioria escolhera estar mais próximo ao palco e com isso as cabines ficaram relativamente vazias, dando quase uma sensação de exclusividade para Amora e Tommy.

— Alguma dica? - Questionou Tommy. - Sabe que não sou exatamente bom em discursos e vou estar nervoso por te enfrentar. -

— Você geralmente fala bem quando fala de algo que gosta, de sua paixão por este mundo. Não seja chato como a Laris, mas pegue este caminho. -

Tommy olhou para Amora que falava sem encará-lo naquele momento. Ela parecia estar interessada em observar Andy que começava a falar no palco. Ela parecia tão tranquila para Tommy que não fazia sentido ele ficar nervoso.

Ela parece muito mais a vontade com essa ideia de duelarmos do que eu. Não creio que seja confiança, já que ela disse que viria com o seu mais forte contra mim. Mas, certamente esta lidando melhor do que eu com isso. Ela me ensinou tanta coisa que eu esperava por essa oportunidade de poder ir para a segunda fase e enfrentá-la neste maravilhoso duelo de amigos. Mas... Será que ela não vai ficar chateada?

— ... Honrar Beta é minha Missão em Kanto! -

Tommy prestou atenção ao palco ao escutar alguém falando sobre honrar outra pessoa. Lá estava Andy afirmando que iria vencer o Grande Festival por Beta.

— Beta fora uma coordenadora incrível na adolescência. Mas, a pressão de ter se tornado gay acabou retirando-a dos palcos. O preconceito a retirou dos palcos e o preconceito a matou. Mas, nós da comunidade não deixaremos essa morte impune como o nosso governo. Abandonei minha jornada pela Região de Sinnoh e vou ganhar em Kanto em nome da memória dela. - Andy parecia firme em seu propósito e algumas pessoas da plateia aplaudiam sua fala. - E quem quiser me menosprezar por eu ser gay eu já aviso... Ta fu... -

Ele não completou o palavrão, mas todos sentiram o recado.

Honrar a pessoa ganhando? Eu devo honrar Amora mostrando para ela que eu aprendi tudo que ela me ensinou e fui além. Sim! Eu preciso mostrar para ela que eu sou um bom coordenador!

— Laris! - O grito chamando pela menina chamou atenção de Tommy e de todos na cúpula. - Varre o chão com essa porta bandeira enrustida! -

Um silêncio se fez na cúpula. Algumas risadas foram escutadas e um Andy furioso procurou quem havia gritado aquilo, mas Elliot, Mestre de Cerimônias, pareceu não ligar para aquilo e aproveitou o silêncio para começar.

— E o show está valendo! -

Os dois coordenadores escutaram o grito e reposicionaram-se rapidamente pegando a escolha deles. Um lance rápido de pokebolas, por ambos, e seus pokémons começaram a se materializar.

— Peguei você! - Laris sorriu ao ver o que enfrentaria. - Onda do Trovão! -

Andy demorou um pouco para reagir a surpresa de ver o que Laris havia escolhido para enfrentá-lo. Ele havia escolhido um Poliwhirl, um pokémon girino azulado com forma bípede do tipo água, mas para a surpresa dele Laris havia escolhido Jolteon.

A velocidade com que Laris decidiu fazer o primeiro movimento pegou até mesmo o pokémon azulado de surpresa que até tentou mover-se para o lado, mas não conseguiu fazer o sua jogada de corpo a tempo e foi atingido pelo golpe que lhe causou paralisia imediata.

— Vou te dar uma chance de preservar seu pokémon. -

Andy estava em choque. Era o primeiro Concurso Pokémon dele em Kanto e iria perder daquela forma vergonhosa. A pessoa que havia o insultado deixou-o desatento para o começo da partida. Ainda assim havia a situação de que Laris partiu para uma batalha e não para uma apresentação.

Ela foi muito inteligente em usar o Onda do Trovão logo de saída. Tenho que tomar cuidado com essa garota, mas antes de pensar nela, vou caçar o desgraçado que tirou minha atenção!

Andy olhou para o placar. A menina não havia perdido nenhum ponto. Seria vergonhoso desistir assim, mas não havia condições, já que todos os movimentos que seu pokémon realizava no duelo da segunda precisavam de ações corporais.

— Da próxima vez, você não vai ter sorte! - Andy disse recolhendo seu pokémon.

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— Parabéns! - Disse Mirian abraçando Laris que havia chegado a cadeira onde eles estavam.

— Devo tudo a vocês dois! - Disse Laris. - Sua dica e sua torcida me fizeram vencer. - Ela disse sorrindo para Mirian e Aries, respectivamente.

Laris sabia que foi Aries quem gritou chamando Andy de porta bandeira enrustida tão logo ele terminara de falar que faria aquilo para honrar Beta.

— Primeiro o mais novo dos coordenadores desta fase! -

Tommy e Amora estavam no palco se encarando. Elliot entrava no palco permitindo que, assim como os outros, eles pudessem falar um pouco sobre eles. O garotinho pegou o microfone um pouco tremulo, se acostumar a estar diante do público fazendo o que gostava era algo bem diferente do estar diante do público, segurando o microfone e falando sobre ele mesmo. Lembrava naquele momento que sua primeira entrevista só não foi um desastre completo porque o repórter percebeu seu nervosismo e ajudou-o com perguntas mais simples, direcionando o que ele deveria falar.

Sentiu que iria engasgar, mas viu Amora encarando-o, pedindo confiança e força para ele. Ou ao menos assim ele acreditou que era.

— Sou Tommy Oliver e meu sonho é ser Top-Coordenador. - Ele disse empolgado tentando deixar todo o nervosismo de lado. - Estou na minha primeira jornada e estou adorando-a! Conheci pessoas que definitivamente não sabem respeitar a posição dos outros, mas conheci pessoas que fazem toda a jornada valer a pena. Este concurso é uma edição especial, mas o que o torna especial realmente é que pela primeira vez terei chances de enfrentar, diretamente, minha melhor amiga e fonte de inspiração, Amora! -

Tommy apontou para ela e em seguida jogou o microfone que foi prontamente agarrado pela menina deixando Elliot olhando de um lado para o outro, percebendo que havia sim uma amizade sincera ali. Aquilo para ele seria interessante.

— Eu... - Amora não sabia nem o que dizer diante do sorriso estampado na face de Tommy. Ele parecia tão nervoso com tudo aquilo anteriormente que imaginava que ele não estava muito a vontade de enfrentá-la. Mas, ali estava ele vibrando com a chance de finalmente duelarem um contra o outro. - Obrigado, meu melhor companheiro de viagem! -

A plateia aplaudiu diante ao sorriso sincero que Amora estampou.

— Amora Amada! Podem acompanhar minha jornada recente, junto com a de meu melhor amigo, Tommy Oliver, pelo portal na internet, Jornada Amada por Kanto. - Ela sorriu. - Tenho uma visão da coordenação que poucos tem e por isso me dedico bastante para cada concurso que vou participar junto aos meus pokémon. Sou forte, tenho personalidade forte e realmente não gosto de gente que se faz de coitada para ser favorecida! -

Os dois amigos se encararam enquanto Gray pega o microfone com Amora.

— O show está valendo! -

Gray anunciou o inicio do duelo e logo em seguida pokebolas tomaram suas formas expandidas ganhando o ar. A materialização dos pokémon espantou quase todos que estavam na plateia e inclusive os próprios coordenadores.

— Você realmente trouxe Umbreon? - A exclamação de Tommy demonstrou todo o espanto que ele tinha naquele momento. - Achei que estava brincando! -

— Eu falei que viria com o meu mais forte, Umbreon é o meu mais forte! Imaginei que iria achar alguém que acompanhasse a movimentação dele e não Bulbassaur que nunca conseguiu acompanhá-lo em velocidade. - Amora pareceu incrédula com a decisão de Tommy. - Mas, ambos estamos com nossos iniciais e significa que temos total confiança neles! Então vamos nessa... Umbreon, Iluminar! -

O coração de Tommy acelerou. Enquanto todos do público levavam as mãos ao rosto querendo se proteger do clarão que o Iluminar deveria causar, Tommy sentiu que o duelo seria muito mais duro do que ele imaginava. Uma das coisas que Amora mais trabalhava era usar as técnicas pokémon de forma diferente do normal e do habitual, desta garantia que mesmo em desvantagem uma técnica comum poderia lhe garantir uma virada de mesa ou algum tempo para pensar no que fazer, já que a surpresa do movimento que estaria sendo executado, ser muito diferente do esperado, valia para os adversários, coordenador e pokémon, e até mesmo os jurados.

Clarão era a técnica onde o pokémon criava um feche de luz forte para iluminar em sua volta. Geralmente era usada como um flash de luz que cegava o adversário, e a todos a volta, deixando-os desorientados durante algum tempo. Mas, também havia aqueles que usavam o Clarão como Iluminar. Criando uma luz mais branda para iluminar em volta. Amora gostava da segunda opção e conseguira, após muito trabalhar criar um efeito diferenciado para ela e seu Umbreon.

Uma pequena raposa de pelo negro como o da noite com pequenos detalhes amarelados espalhados pelo seu corpo era o Umbreon. Um Umbreon que conhecesse a técnica Iluminar poderia fazer suas partes amareladas irradiarem uma luz amarela, mas controlando a intensidade da luz e cuidando da pelugem, especialmente a parte amarelada, com cremes com pequenas partículas de prismas, a luz sairia com outras cores, conforme a intensidade de luz aplicada.

Aos poucos, as pessoas iam abrindo os olhos, pensando já não correrem risco de ferir os olhos com o flash de luz e davam de cara pokémon de pelo negro revestido de luzes celestes emanando do seu corpo, chamando a atenção inevitável para ele. O pior era que Tommy já sabia, Umbreon era forte o suficiente para se manter com aquela técnica ativada e ainda usar outra ao mesmo tempo. Ficaria durante todo o duelo emanando aquela luz de seu corpo, quase como uma aura ou circuitos que passavam por seu corpo.

— Se não vai fazer nada e vai deixar eu tomar seus pontos, ai vou eu! Ataque rápido! -

Amora não pegou leve só por que era Tommy que era seu adversário e todos arregalaram os olhos ao perceber que um rastro luminoso azul celeste foi deixado por onde ele passava. Tommy cerrou os punhos sabendo que aquilo iria acontecer e que não poderia fazer nada para impedir. a cada instante que ele deixasse passar os pontos dele seriam reduzidos pelo simples fato daquele pokémon estar brilhando e chamando a atenção para ele.

Bulbassaur foi acertado, mas pareceu resistir bravamente ao ataque deixando a plateia impressionada.

— Minha vez! Dança de Pétalas! -

Era um ataque belo de se ver e Tommy sabia disso. Viu a atenção voltar-se para seu movimento que foi perfeitamente executado e seguia para seu alvo como um pequeno tornado róseo, coberto de pétalas de flores. Os pontos de Amora caíram um pouco, mas para surpresa de Tommy, Amora realizou um comando inesperado.

— Salte para as pétalas e gire junto aumentando a intensidade de seu Iluminar. -

Droga! Ela realmente está no seu melhor dia. Tudo o que eu faço ela aproveita! Tommy sentiu a pressão de estar duelando contra Amora. Já havia enfrentado pessoas fortes e perdido, já havia visto Amora em duelos que ele jamais ousaria desdenhar de qualquer ação dela, mas ali ele percebia que Amora estava em um nível muito diferente do dele.

Amora conseguia fazer com que mover de patas de seu pokémon gerasse pontos para ela com aquele movimento Iluminar Continuo ativo e estava pronta para aproveitar qualquer movimento que Tommy oferecesse. Era técnica de alto nível que só coordenadores de elite faziam e Tommy não conhecia nenhuma para conseguir competir com aquilo.

Amore aproveitou-se do turbilhão rosa e aceitou que seu pokémon sofresse algum dano para girar junto com ele, em outra intensidade de luz, uma verde desta vez, e assim mesclar as duas cores, fazendo o movimento de Tommy tornar-se seu.

— Como é Tommy? Estava esperando o seu melhor. Você sequer tentou me impedir de me apropriar de sua técnica. -

Amora sorriu de forma superior enquanto Tommy percebeu que seus pontos já havia caído um terço.

Ela tem razão. Eu posso fazer melhor. Não no nível dela, mas criar algo no duelo que ela não vai poder roubar. Não vou te decepcionar Amora! Vou fazer meu duelo supremo. Tommy cerrou os punhos.

— Chicotes em mola e Pó do Sono. -

Tommy comandou seu Bulbassaur o vendo dar um pequeno pulo e caindo sobre o chicote em forma de bola que o impulsionou para cima. No topo o pokémon planta começou a enviar um pó de coloração azul sobre todo o palco, o Pó do Sono. Amora foi realizar uma esnobação, mas viu que a planta usou um chicote para se prender aos galhos da cúpula no alto.

— Essa foi uma boa tática! - Amora tentou esconder a surpresa, especialmente porque aquele chicote mola era a especialidade de Tommy e planta. Treinou tanto para fazer aquele efeito que ela chegava a invejar. - Mas, esse pó do sono não vai me tirar da partida. E vou roubar seu movimento também! Mudar intensidade de luz! -

Amora encarou Tommy desafiante enquanto Umbreon mudava de luz para algo avermelhado, que contrastava com as particular de pólen azul que caia sobre ele. O contraste e o usar técnica do adversário foram um choque para a pontuação de Tommy. Umbreon aninhou-se enquanto adormecia fazendo a luz do Iluminar Continuo apagar-se. Bulbassaur caia de volta ao solo. Assim que isso aconteceu Amora apontou cedo indicador para frente.

— Ataque Sonambulo! - Amora gritou e todos puderam ver seu pokemon levantar, de olhos fechados, e começar a usar a técnica iluminar. - Surpreso? Achei que lembraria-se que sabemos usar perfeitamente o Ataque Sonambulo e que os estudos dizem que o ataque mais usado é o que ele vai usar, inicialmente, durante o sonambulis... - Amora parou ao ver que Tommy sorria triunfante. - Realmente está sorrindo? -

Tommy sorria triunfante o tempo todo, mesmo com a pontuação tendo caída mais de dois terços até aquele momento.

— Eu não tenho todo esse talento seu ainda. Mas, vim preparado para o duelo supremo! - Ele estendeu as duas mãos. - Devolve Bulbassaur. -

Amora franziu o cenho e viu Bombassaur expelir de dentro de seu bulbo uma estranha pedra que caiu nas mãos de seu coordenador.

— Antes que pergunte, pedra de involução! -

— Merda! -

Amora praguejou ao ver que bulbassaur se envolveu de luz e e começu a evoluir.

— Ataque Sonambulo! -

A jovem tentou, mas o máximo que seu pokémon fez foi mudar a intensidade da luz e isso não mudou o foco que estava todo em um Bulbassaur evoluindo em pleno palco durante um duelo que ela não podia mais fazer nada, já que seu pokémon estava dormindo e só estava de pé reagindo ao que acontecia em sua volta e a única coisa que ele parecia perceber era o fato de que deveria continuar brilhando.

Amora sabia que um pokémon evoluir em pleno palco era um movimento supremo. Saber quando o pokémon ia evoluir, controlar o tempo, a forma, ser um movimento que só se pode fazer uma vez e ser algo que todos achavam maravilhoso, até mesmo seu adversário, era o movimento supremo e significava perder mais de dois terços dos pontos em qualquer situação.

— Acorda! - Amora Berrou! - Essa não! -

Amora tampou a boca rapidamente, comandar sem que o pokémon respondesse era uma situação que perderia pontos e ela bem sabia disso e viu seus pontos reduzirem quase a zero.

— E agora... O toque final! - Tommy falava confiante diante os aplausos que já se seguiam para ele e seu novo pokémon, Yvesaur. - Dança das Pétalas! -

O redemoinho rosado de pétalas que dançavam em pleno ar atacaram fortemente Umbreon que apenas ficou a iluminar numa intensidade azulada celeste que contrastava com o rosa. Agora era Tommy que usava a técnica adversária a ser favor, fazendo a pontuação ir a zero.

— O vencedor é o Tommy! -

Os aplausos seguiram com uma explosão de felicidade de Tommy. Não era só a vitória que estava fazendo-o vibrar, não era apenas a evolução do seu pokémon que o deixava maravilhado e não era apenas a satisfação do seu plano com a pedra de involução ter dado certo. A felicidade vinha de ver que Amora reconhecia que ele havia vencido e aplaudia-o mostrando um sorriso de admiração.

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— Agora vamos para a segunda rodada das batalhas. Onde Tommy enfrentará Laris! - Gray pareceu animado com aquela disputa. - E está valendo! -

Os dois se encararam por alguns instantes com as pokebolas em mãos. Yvessaur seria o pokémon de Tommy, já que não era permitido a troca do pokémon, desta forma Jolteon viria pelo lado de Laris. Ninguém tinha certeza de como as coisas terminariam, mas a torcida parecia bem dividida.

As pokebolas ganharam o ar e de repente os dois pokémon se materializaram imponentes. Mas, Laris era muito mais rapida em comandar, assim como o pokémon elétrico era muito mais rápido e a escolha de um movimento elétrico superava qualquer movimento disponível pela planta.

— Onda do Trovão! -

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A gritaria continuava acontecendo pela cúpula, mas a animação de Tommy havia acabado. Andava arrastando os pés e não parecia disposto a dar nenhum sorriso. Algumas pessoas passavam por ele, animado e com muita disposição, mas ele pouco ligava para as pessoas. Ele havia vencido Amora, sua amiga e mentora, mas não havia conseguido fazer nada contra Laris. Simplesmente viu seu pokémon ser paralisado pelo primeiro movimento adversário. Não desistiu. Tentou diversos comandos, inclusive o fotossíntese, mas Laris havia lhe advertido que ou desistia ou fuzilaria-o em seguida. Ele tentou e entre voltar a ser paralisado e um show de velocidade e movimentos belissimos com o corpo ele viu a menina manter-se com quase todos os pontos enquanto ele via seu pokémon ser usado como saco de pancadas.

Como vou encarar Amora após perder daquela forma? Como perdi daquela forma depois de vencer Amora e vê-la reconhecer minha vitória? Parado diante a porta do camarote em que voltaria a assistir as apresentações junto com Amora Tommy não teve coragem de entrar.

A porta se abriu e Tommy viu Amora parada encarando-o. Tentou conter as lagrimas, mas não conseguiu.

— Me desculpa! - Tommy caiu no choro e abraçou Amora. - Eu prometo que farei melhor! -

Amora abraçou o de volta tentando acalmá-lo.Entendia que Tommy não estava apenas triste pela derrota, sentia-se envergonhado e achava que ela estaria brava com ele, como ela já havia feito uma vez. Mas, a situação não era a mesma e naquele momento ela sabia que ele era apenas um garotinho num dos maiores eventos que ele já participou.

— Sei que fará seu melhor e tenho certeza que o fez hoje também! - Disse Amora. - Não tinha como vencer uma coordenadora que veio para batalhar e não se apresentar. -

Tommy sentiu as palavras de Amora e a empurrou para dentro do camarote, com calma e fechou a porta e encarou.

— É ela? - Questionou Tommy. - Laris é a coordenadora do ... - Ele abaixou o tom. - Lado Sombrio? -