— Antônia! — Ouviu a voz doce de Emília chama-la, abrindo um sorriso quando a viu a garota entrando na lanchonete. — Está um caos, não está?

Emília se referia as notícias que passavam na televisão. Sim, estava um caos. Estava melhor do que o esperado. Até agora o rei não havia achado os lideres rebeldes nas Ilhas Ocidentais e ainda decapitaram uma filha dos duques.

— O rei e o príncipe são dois tolos. — Soltou um risinho, aquilo era maravilhoso. Antônia quase sentia aquilo como uma vingança própria.

— Ficou sabendo o porquê de terem cortado a cabeça dela? — Emília aproximou-se do balcão, sorrindo como uma criança arteira.

— Traição a coroa, não? Nobres só recebem punição se ofendem alguém mais importante. E ela era uma duquesa. Uma Loughrey de Pryare. — O desprezo em sua voz era óbvio.

— Não, o tipo de traição a coroa. — Emília fez chifrinhos em sua cabeça.

Antônia a olhou de cima a baixo, confusa.

— Paganismo?

— Não! — Emília suspirou, decepcionada. — Minha prima me falou das fofocas que rolam dentro do castelo. Todos dizem que o príncipe foi corno.

Antônia abriu um sorriso quase sádico. Vossa Alteza deveria estar tão puta!

— Vão acabar com a língua cortada se continuarem assim.

— Só se eles forem pegos. — Deu de ombros antes de continuar. — O pessoal da cozinha aposta que ela estava esse tempo todo mandando cartas para o seu verdadeiro amor fora do palácio. O cara dos cavalos diz que o príncipe dormiu com ela e dai descobriu que ela já não era mais virgem. Uma das criadas disse que Sebastian colocou o irmão bastardo para testa-la e ela falhou.

— Aposto na segunda.

Eu aposto na primeira.

— Não existe amor verdadeiro dentro da nobreza, Emi.

— Mas não é para isso que A Seleção existe? Para o príncipe encontrar sua escolhida de Deus para terem a família ideal e terem filhos perfeitos? — Emília ironizou e Antônia revirou os olhos.

— Se fosse assim os bastardos não existiriam.

— Não te ensinaram na escola que os bastardos são criação do Diabo? Ele possui os homens fazendo-os trair suas esposas e engravida mulheres vadias na tentativa de nascer o anticristo. — Emília riu, obviamente não acreditando no que havia acabado de falar.

— É isso o que acha de mim? Acha que eu sou o anticristo? — Apoiou as mãos no balcão e sorriu, provocando a outra.

Emília lançou um olhar rápido na lanchonete, conferindo se elas estavam mesmo sozinhas. Então também sorriu e logo beijou a namorada.

— Querida, aos olhos da Igreja, nós duas somos o anticristo.

Este é o último capítulo disponível... por enquanto! A história ainda não acabou.