Capítulo 6 – Uma nova etapa se inicia/ Você?!

O fim de semana de Luna acabou extremamente rápido (embora ela tivesse sentido como se fosse uma eternidade).

Era segunda-feira, isso significava que era o início da volta ás aulas e o primeiro dia no Blake para Luna.

O Blake South College era o melhor colégio da Argentina. Uma escola particular e antiga de dois andares.

Aquele não era só seu primeiro dia em uma nova escola, mas também, marcava o início de uma nova vida: uma nova etapa começava na vida de Luna Valente.

Ás 6:30, as duas adolescentes – que agora eram colegas de escola, mas não de classe, já que Ámbar era um ano mais velha que Luna – já estavam prontas. Luna se olhava no espelho com certa reprovação. “Que uniforme é esse? ”, ela se perguntava e se ele era realmente necessário.

— Pronta? – Mônica perguntou.

— Não, mas...

— Será que podemos ir? – Ámbar chegou na cozinha. – É o primeiro dia de aula e eu não quero chegar atrasada.

— Vamos querida? – Chamou Miguel. Depois de dar um abraça em sua mãe, Luna se dirigiu até o carro.

No caminho – passado todo em silêncio – Luna pôde aproveitar para observar a cidade desde o banco de trás do carro. Era bonita, mas não era cheia de vida como Cancún, segundo Luna. Mas agora aquela era sua cidade, seu novo lar. Ela tinha que se acostumar. E iria.

Cerca de 15 minutos depois, eles chegaram. Miguel abriu a porta educadamente para Ámbar que nem sequer se importou em agradecer e foi em busca de suas amigas e seu namorado. Miguel e sua filha trocaram uma risada secreta com a cena, mas logo a graça de Luna desapareceu. Por mais que aquele não fosse o lugar que ela queria estar, era ali que estava o futuro de sua vida.

— Vai ficar bem?

— Eu não sei, papai. Eu não quero estar aqui. Eu quero ir para Cancún! Não ligo se não for em uma escola tão chique e nem se vamos morar em uma mansão ou não.

— Filha – segurou delicadamente em suas mãos. – Você vai se acostumar. Olha como essa escola é bonita. Não vai ser tão ruim. Eu tenho certeza de que você vai gostar.

Ela não acreditava muito nas palavras de seu pai, mas se esforçou para fazê-lo. Era sua melhor opção.

Se despediram com um abraço apertado e ela seguiu em frente.

***

Luna estava olhando para o alto, deslumbrada pelo glamour de seu novo colégio. Mas acabou esbarrando com alguém:

— Ai me desculpa! – Falou a menina.

— Não, desculpa eu – respondeu Luna. Elas ficaram em silêncio por alguns segundos. Nina já ia se afastando, mas Luna a segurou pelo braço – Ei, pode me mostrar onde fica minha sala? É que é meu primeiro dia – disse sem mais delongas.

— Err, eu...

Nina era uma pessoa muito tímida, mas muito inteligente. Usava óculos e por ser muito tímida, não tinha amigos.

— Pode ou não pode? – Perguntou Luna impaciente. Ela era meio hiperativa e não tinha reparado na timidez da menina de óculos em sua frente.

— É claro – respondeu Nina, timidamente.

No caminho, aproveitaram para se conhecer melhor:

— Qual seu nome? – Como a garota demorou para responder, ela continuou - O meu é Luna – estendeu a mão amistosamente.

— Nina.

Quando foram checar as listas, viram que estavam na mesma sala. Luna comemorou.

Um sorriso estava em seu rosto até alguém “inesperado” aparecer em seu campo de visão. Por um segundo, se perguntou se estava mesmo vendo aquilo. Ao estreitar os olhos, constatou que sim.

***

— Delfi! Jazmin! – O som autoritário da voz de Ámbar entrou pelos ouvidos das duas. Apesar de tudo, estavam felizes em rever a amiga.

— Ámbar! – Disseram agudamente a abraçando.

— Sentimos tanto a sua falta – Delfi declarou e Jazmin concordou. – Temos tantas novidades...

O tom das duas era animado, mas a expressão facial de Ámbar não estava em sintonia.

— Eu também meninas, vocês não vão acreditar. Se lembram da menina que estragou aquela minha blusa modelo exclusivo de Paris, em Cancún? – As duas assentiram. – Pois bem, ela está morando na casa da minha madrinha. Os pais dela são os nossos novos empregados.

As duas fizeram cara de assustadas.

— Sim, eu não sei como, mas tenho que deter essa menina. – Delfi e Jazmin fizeram que sim a cabeça.

— Ámbar – seu namorado, Matteo, se aproximou.

— Oi meu amor – o recebeu com um selinho. Ele a abraçou pela cintura.

— Oi. Viram o Gastón? – Perguntou pelo melhor amigo. As três responderam que não.

Quando ia explicar que ainda não o havia visto naquela manhã, uma pessoa entrou em seu campo de visão e o fez esquecer até o que ia falar, pareceu que só existiam os dois no mundo, ignoraram a existência de todos ao seu redor. Alguém que ele não esperava rever, e nem ela a ele.

— Você?! – Os dois perguntaram juntos com a mesma cara de surpresa e aversão.