“Aquele lugar era melhor que aqui?...”

Um garotinho escondia-se de trás de uma cômoda no enorme salão vazio. Sem música, sem passos... sem dança.

Sem corpos...

Janelas fechadas para que o ar não entrasse, para que o presente não se desipasse... para que o cheiro não mudasse.

Os braços envolviam as pernas.

Os pés descalços estreitavam os dedos no chão.

E um sorriso falso surgiu.

“ Quero me lembrar...”

“ Não consigo lembrar”

“ Quando tudo se foi?”

Na grande escadaria, um moço de trajes brancos de uniforme distinto subia a passos curtos.

“ Está me procurando...”

Oliver se levantou, e o primeiro passo foi dado para as memória que queria encontrar.

Ligeiros, seguiram o moço que tinha os mesmos tons de cabelo e feições tao parecidas.

Um rasto de pegadas de sangue eram deixadas...

O salão não estaria mais vazio?

Pessoas não desaparecem... somente se escondem em sua própria decomposição.

Voz...

— O que está querendo saber me seguindo?

Mão no corrimão. O ultimo degrau.

— Acha que tenho suas memórias?

Corredor vazio.

— Olhe para trás, é aonde seu passado se encontra.

Os olhos voltaram-se para a longa escadaria que tivera subido, e a expressão de espanto tomou conta o rosto de um garotinho tao inocente.

Suas pegadas de sangue o seguiam.

Rostos voltados em sua direção... o salão não estava mais vazio.

— Voce quer mesmo lembrar? Ou somente esta fingindo?

Um passo para trás.

— Está com medo? Ou é receio? Eles querem saber e eu também.

“Tudo é melhor que aquele lugar.”

— Primeiro... tente olhar para eles. Há muito mais do que restos... a sentimentos.

— Agora, observe.

“ E lá estava ele... o par de olhos vermelhos entre eles”

A mão foi levada ao peito. Um aperto.

“ e eu...também”