Capitulo V – Ignorada!


Saímos de Los Angeles rumo a Europa sem maiores problemas. Eu passei despercebida, ou melhor, muito percebida. Fred e Jeff adoraram a mudança. Assobiavam a todo tempo e faziam piadinhas. Os documentos falsos surtiram efeito. Ninguém duvidou ou desconfiou.


Eric não demonstrava nenhum resquício de ciúme. Apesar dos comentários que eu recebia. Ele estava muito seguro de si. E eu estava encantada por aquele loiro.


– Você é lindo. – Eu estava incomodada com as putas que pulavam no Eric. O cenário era o seguinte.


Chegamos no sábado a Europa. O primeiro show era no domingo, enquanto isso. A banda achou melhor ir beber, a banda não Eric. Eric, Eric e Eric. Causador de fanfarras, causador de folia e idealizador de bagunças.


Deus, onde estava aquele cara que disse palavras lindas para mim. Ele ainda estava no bar. Só que no bar de Los Angeles. Eu estava pirando, ok. Palavras confusas, sentimentos em lugares errados. Poxa, eu só tinha 13 anos. Isso mesmo, eu tinha mentido sobre os meus 14. Mas para que? Amaciar a consciência de Eric? Faze – ló me amar por ser mais velha?


Não, não mesmo. Nossa relação nunca passava de beijos. Só isso. Às vezes algumas mãos no rosto. Mas nadinha. Nada. Na-da. Algo me dizia que Keifer tinha a ver com aquilo.


Minhas divagações do momento eram:


“Eric, meu marido.

Espero um dia casar com você,

Espero um dia que você me note,

Espero um dia receber mais atenção,

Espero um dia ser tratada como uma rainha assim como naquele bar,

Espero um dia ser a única,

Não me esqueça”


Eu estava obsecada com o Eric. Oh sim! Uma adolescente cheia de hormônio que escuta de um cara palavras muito bonita. Pode fazer o que se não ficar encantada.


Brittingham a culpa era sua. Somente sua. Nós sabemos disso. Você sabia disso.


Já passava da meia noite quando. Aquelas putas o beijaram. O meu sangue subiu ao cérebro, mas eu não fiz nada. Pobre menina frustrada. Eu peguei o resto da minha dignidade e saí do bar, acompanhada dos olhos de Tom.


Eu sei. Foi fraqueza e covardia. Mas o que eu podia fazer. Eu não podia competir com elas. Elas eram muitas e eu só uma pobre menina que não conhecia a sedução.


Eu sai do bar, não porque era fraca para ver e sim com intenção se me fortalecer e armar minha vingança.


Oh eu não era nada do Brittingham, mas eu ainda era vingativa. Podia não parecer, mas todos que entravam no meu caminho eram estraçalhados. Todos menos o Harris. Mas isso não vem ao caso.


Depois daquele dia no bar. Eric não me procurou e nenhum dos meninos tocavam no assunto. Eu estava basicamente sendo um estorvo ao pessoal da banda naquela turnê. Não servia para rodie, não servia para ajudante e nem para nada.


– O Eric é um idiota. – Eu podia ouvir isso de qualquer pessoa menos do Keifer. Era logo após uns shows de divulgação. Eu estava em outra salinha tentando ser invisível.


– Se você diz que seu melhor amigo é idiota eu não posso... – Ele me interrompeu.


– Ele esta sem jeito de chegar em você depois do ocorrido no bar. – E mandou o Keifer vir aqui quanta covardia em um homem. – E eu estou aqui porque não aguento ouvir ele se lamuriando pelos cantos. – Ele saia em seguida da salinha. – Faça alguma coisa pelo amor de Deus. Eu preciso de paz. – Então era assim. Eu tinha que fazer alguma coisa.


Eu passei o resto do tempo que me restava pensando se eu deveria ir à pequena comemoração que eles faziam após cada show. A turnê tinha sido adiada e eles ficavam apenas na divulgação do cd.


Eu fiquei como uma mala a tira colo, mas me sentia sem as alças. Era ridículo ser uma pessoa carregada de um lado para o outro. Apenas carregada. Ninguém falava comigo. Ninguém. Eu era uma vagabunda, sem o vagabunda, a tira colo.