“Não se preocupe comigo, eu vou ficar bem.”

─ Nada disso, que tipo de namorado eu seria se te deixasse voltar para casa sozinha? Irei com você e ponto final. ─ Frisk se deu por vencida e apenas concordou. Os dois então caminharam para fora do shopping e foram na direção da casa de Frisk, como não ficava muito longe dali resolveram ir a pé. A ida até lá ocorreu normalmente, mas quando estavam próximos da casa, um homem que usava uma mascara de esqui preta foi até eles anunciando um assalto.

─ PASSEM A PORRA DO DINHEIRO! RÁPIDO! ─ O homem gritou, apontando a arma para os dois, Sans ficou desesperado sem saber o que fazer. Já Frisk ficou totalmente paralisada de medo. ─ Você ai. ─ Disse apontando para Frisk. ─ Pegue todo o dinheiro que vocês têm e me entregue. E você, se mover um músculo ela morre. ─ Frisk tentou pegar o dinheiro de sua bolsa, mas ela estava tremendo muito e não conseguia controlar seus movimentos, o que acabou fazendo com que o ladrão se irritasse ainda mais. ─ ANDA LOGO SUA VADIA ESTÚPIDA. ─ Ele foi na direção de Frisk, para lhe dar uma tapa, ela fechou seus olhos e esperou o impacto, mas ele não veio, então ao abri-los descobriu o motivo.

Não se atreva a tocar nela. ─ Sans conseguiu segurar a mão do bandido e a apertou com toda a força que conseguia. A dor e a raiva eram nítidas nos olhos do homem que tentou atirar em Sans, mas o mesmo conseguiu segurar a mão onde estava o revolver e o apontou para cima. O som do tiro acabou atraindo a atenção de algumas pessoas, percebendo isso o ladrão se soltou das mãos de Sans e saiu correndo. Ele tentou perseguir o homem, mas sentiu algo segurar sua roupa, ao olhar para trás viu Frisk que estava com os olhos transbordando de lágrimas e medo.

Sans a abraçou firmemente, ao perceber que pessoas estavam se aglomerando no local, ele rompeu o abraço e os dois correram rapidamente para a casa de Frisk. Chegando lá, tocaram a campainha e logo apareceu a mãe de Frisk para atendê-los.

─ Oh, já volta...Minha nossa! O que aconteceu?! ─ Falou se referindo ao estado em que os dois se encontravam, estavam pálidos e visivelmente assustados. Ao entrarem na casa, todos se sentaram no sofá da sala e ficaram em silêncio por algum tempo, até que Sans resolveu se pronunciar, contando tudo o que havia acontecido. ─ Meu deus, que coisa horrível. Mal imagino o que vocês devem ter passado. ─ Disse abraçando Frisk.

─ Não quero nem pensar no que teria acontecido se eu não tivesse vindo com ela...

─ Nem pense nisso querido. O importante é que vocês dois estão bem. A propósito, ficarei em dívida eternamente com você meu rapaz, você salvou a vida da minha menina. ─ Falou sorrindo docemente, um sorriso que só uma mãe amorosa poderia dar.

“Sans, você não tinha um compromisso?”

─ Verdade, eu tinha até esquecido, mas acho melhor deixar para depois.

─ Não se preocupe Sans, pode ir. Frisk já está segura.

─ Ok ok, então até mais senhora. ─ Se levantou e foi até Frisk, lhe dando um beijo de despedida. ─ Até amanhã sweetheart.

“Até amanhã Sans.”

Ela respondeu e sorriu, Sans se dirigiu até a porta e saiu da casa, indo em direção a um ponto de ônibus, ele ainda tinha assuntos a resolver e não seria uma tentativa de assalto que iria impedir isso.

[...]

Sans deu uma última olhada no espelho para ver se estava tudo em ordem, ele mal conseguia se reconhecer, aquela era a primeira vez na vida que usava um smoking. O motivo? Aquele era o dia de seu aniversário de um ano de namoro, havia feito reservas no melhor restaurante que pode pagar, queria que aquele fosse o dia perfeito. Pegou a caixa que continha o anel e guardou em seu bolso, em seguida saiu de seu quarto, indo em direção a sala onde Papyrus e Undyne o esperavam.

─ Uou punk, você está muito chique. Até parece gente fufufufufu.

─ Haha, muito engraçado. ─ Sans olhou para Papyrus e viu que o mesmo se encontrava chorando. ─ O que houve bro? Porque está chorando?

─ Eu não estou chorando! É que tem uma coisa no meu olho.

─ O que?

─ LAGRIMAS! ─ Os outros dois riram da afirmação. Então Undyne foi até Sans e lhe entregou as chaves de seu carro.

─ Se você fizer sequer um único arranhão nele, eu juro que amasso sua cara. ─ Um arrepio lhe percorreu a espinha por conta da ameaça, mas ele logo se recompôs e saiu, então foi até o carro de Undyne e deu partida.

Enquanto dirigia, resolveu parar no parque onde Frisk e ele tiveram seu primeiro encontro, para pegar algumas rosas vermelhas. Estacionou e desceu do carro, ao chegar no parque percebeu que havia alguém ali, era uma garota que usava um vestido branco, mesmo com ela estando de costas ele conseguiu reconhecer quem era.

─ Frisk? ─ Ela se virou em sua direção e sorriu em resposta. ─ O que está fazendo aqui sweetheart? Eu pensei que estava me esperando na sua casa. ─ Disse se aproximando dela, mas Frisk não lhe respondeu e continuou encarando o horizonte.

“Eu sempre gostei desse lugar.”

Frisk se dirigiu até os balanços e Sans a seguiu, então ambos se sentaram neles.

“Eu sempre sonhei em um dia levar meus filhos até aqui para brincar nesses balanços, mostrar as rosas vermelhas a eles....mas agora isso não será possível.”

─ Como assim? O que está querendo dizer? ─ Sans estava totalmente perdido com o rumo que aquela conversava estava tomando.

“Sans, nada disso aqui é real. Eu não sou real. Por favor, pare de viver remoendo o passado, isso não faz nada bem a você.”

─ Frisk.... ─ Sans estava totalmente atordoado e as lágrimas ameaçavam cair.

“Me desculpe Sans, eu morri. E agora, você tem que me deixar ir embora e seguir em frente.”

Os dois se levantaram dos balanços e tudo começou a sumir ficando somente um cenário branco e sem fim. Frisk começou a caminhar em direção ao vazio infinito, mas Sans segurou seu braço e a abraçou, deixando as lágrimas saírem

─ Por favor, não vá....eu não quero te perder de novo...por favor...por favor... ─ Frisk acariciou seus cabelos, depois de alguns minutos, Sans a soltou de seu abraço.

“Você não pode viver assim, pensando no que você poderia ter feito para mudar o passado, o que foi feito não poderá ser desfeito. Você precisa me deixar ir.”

─ Não...Você não entende? Eu sinto sua falta..... ─ Ele caiu no chão de joelhos, chorando feito uma criança assustada. Frisk se agachou e passou as mãos em suas costas, o que fez com que ele levantasse a cabeça para encará-la.

“Entendo o que você está sentindo, eu gostaria de poder voltar, mas isso é impossível. Não estou pedindo que me esqueça e sim que siga em frente, viva sua vida e seja feliz por mim. Para que isso aconteça, eu tenho que ir.”

Sans se levantou e assentiu com a cabeça, então lhe deu um abraço apertado e cheio de afeto. Por mais doloroso que fosse ela tinha razão, Sans precisava deixá-la ir, então depois de alguns minutos ele finalmente a soltou. Frisk começou a caminhar em direção ao nada, Sans a olhou enquanto ela sumia lentamente o deixando sozinho. Porém, apesar de seu rosto estar molhado pelas lágrimas, ele sorria.

Este é o último capítulo disponível... por enquanto! A história ainda não acabou.