Albus Potter

No início, quem me beijou foi Lorcan. Mas nós já tínhamos parados para pegar ar e voltamos a nos beijar tantas vezes que eu já não lembrava quem estava beijando quem. Todos no Salão Principal nos observaram durante muito tempo. Mas, pela primeira vez, eu não me importava com os olhares. Fodam-se eles! Eu estava ali, com Lorcan, em público. Eu achei que eu estaria estranhando mais, porém eu sentia como se aquilo fosse para acontecer, como se eu precisasse daquilo. Além do fato de que eu estava tranquilizado de que Lorcan não sofreria aquilo tudo sozinho. Ou as pessoas parariam de implicar com ele ou... Bem, ou iriam implicar comigo também. E ele não estaria sozinho nessa. Ele nunca mais estaria sozinho, se dependesse de mim.

Lorcan Scamander

Depois de muito tempo nos beijamos, resolvemos parar, comer um pouco e ir para a Sala Precisa ter um pouco mais de privacidade. Acho que já chocamos o suficiente os alunos e os professores para um dia só.

Minerva limpou uma lágrima quando achou que ninguém estava vendo, e o professor Longbottom parecia... Orgulhoso? Os professores não pareciam estar tão surpresos quanto os alunos, para ser sincero. Mas, sinceramente, os alunos compensavam. Todos os membros de todas as casas estavam nos observando. Eu sabia que meus pais saberiam logo, e que eles com certeza mandariam uma carta quando soubessem. Mas eu não me importava mais. Pelo menos, não tanto quanto antes. Eu e Al já tínhamos sofrido o suficiente, para ficarmos inventando desculpas para não termos um ao outro do jeito que queríamos.

Quando fomos para a Sala Precisa, ficamos pouco tempo lá. Chamamos muita atenção dos professores para conseguirmos matar aula. Se bem que se falássemos com a pessoa certa, pode ser que deixaríamos que nós fizéssemos isso. Porque as aulas provavelmente iriam ser mais um desafio para nós. Todos nos encarando durantes as aulas, ou fazendo piadinhas. Mas eu não queria ser covarde, como eles. Eles que não aceitavam as diferenças dos outros, ou talvez as deles próprios. Que tinham tanto medo de dizer para todos as diferenças deles, ao mesmo tempo que queriam tanto fazê-lo, que resolviam agredir aqueles que tiveram coragem de aceitá-las e dizer a todos que eram diferentes, e que tinham orgulho disso.

Nós iríamos enfrentar isso. Eu já fui agredido, e Al enfrentou isso tudo subindo no palco e falando o que tinha acontecido e dizendo ele mesmo que era homossexual na frente de todos os alunos e professores de Hogwarts. Depois disso, participar das aulas depois do acontecido... Acho que mostraríamos que não iríamos desistir. Que éramos fortes, e aguentaríamos o que quer que acontecesse. Porque estávamos juntos.

Albus Potter

As aulas não foram tão ruins quanto eu pensei que seriam. Os outros alunos ficaram lançando olhares para nós, e isso era óbvio que iria acontecer. Mas os professores elogiaram a nossa atitude. Disseram que a maioria das pessoas não tinha coragem de falar o que sentia com orgulho, daquele jeito. E eu tinha Lorcan, o que deixava tudo mais fácil. Como éramos da mesma casa e do mesmo ano, todas as nossas aulas eram ao mesmo tempo. Ficávamos de mãos dadas quase que o tempo todo. Era mais fácil aguentar o peso de algo quando você o divide com alguém que quer dividi-lo com você.

Qualquer pessoa não iria querer mais um peso da outra. Mas quando você ama essa pessoa... Você quer dividir com ela tanto os momentos bons quanto os momentos ruins, quer tomar como suas as dores do outro, quer dividi-las para que elas fiquem mais leves para o outro. E faz isso com prazer.

Porque um peso enorme já não é mais tão grande e tão incômodo quando você está fazendo isso para e com alguém que você ama. Alguém pelo qual você faria de tudo, apenas para que esse alguém estivesse bem.

E os momentos sozinhos eram maravilhosos também.

Os momentos na Sala Precisa.

Sabíamos que não precisávamos mais ficar lá, mas... Bem, todo casal quer um pouco de privacidade, não? Mesmo que todos já saibam que estamos juntos, queremos conversar em particular de vez em quando, ou... Bem, fazer outras coisas também. Sem que ninguém visse. Porque isso seria constrangedor.

— O que você achou do dia? - perguntei.

— Eu... Bem, eu consegui provar uma teoria que eu já tinha. Na verdade, eu acho que desde sempre eu soube. Mas comprovei hoje.

— Qual teoria? - perguntei.

— Bem... Eu te amo, Albus Severus Potter. - Ao falar isso, ele me beija. Depois, sussurra: - Eu senti sua falta.

Eu o abraço.

— Eu também te amo, Lorcan Scamander. Muito. E eu também senti muito a sua falta. Como uma pessoa sente falta de metade do coração. Doía como o inferno!

Uma lágrima escorre dos olhos dele.

— Venha cá, Albus Potter! - diz ele, me puxando pela nuca. Eu caio no chão ao lado dele e ele sobe em cima de mim, ainda no chão. Os lábios dele estão entreabertos e eu levanto o meu pescoço para beijá-lo.

Ele tira a minha capa e a joga no chão, e eu faço o mesmo com a dele. Deitamos no sofá que estava na Sala quando entramos. Agora ele está em cima de mim.

— Albus... - ele geme. - Eu te amo tanto.

Eu puxo os cabelos loiros dele e depois empurro a nuca dele para baixo, derrubando-o no sofá. Agora eu estava em cima dele.

— Eu também... Lorcan... - digo. - Eu te amo muito. Como eu nunca pensei que pudesse amar alguém...

Não sei porque eu estava fazendo tanto esforço para falar essa frase.

— Albus... - Ele fala. Eu começo a beijar o pescoço dele. - Porra, Albus!

Eu rio.

— Também te amo, Lorcan.

Ele me puxa me dá outro beijo. E eu começo a desabotoar a calça dele.

Lorcan Scamander

Ele começa a desabotoar a minha calça enquanto dá beijos e chupões em meu pescoço. Eu tento permanecer são.

— Albus...

— O quê? - ele pergunta, enquanto continua dando beijos em meu pescoço, e depois descendo para o meu abdômen.

— Albus... Você tem certeza disso?

— Tenho. - ele diz. Ele parecia... Com pressa. Por Merlin, eu queria também, mas eu só queria se ele tivesse total certeza e consciência do que ele estava fazendo!

— Albus... Por favor... Pense direito. Você quer agora...? Aqui...?

Ele olha para mim. E para de beijar meu abdômen. Não sei se fico feliz por conseguir falar com ele sem gemer e conseguindo pensar direito ou se fico triste porque os beijos e chupões dele em mim estavam muito... Bons. Tento parar de pensar nisso. Ele olha para mim, e quando abro a boca ele coloca a mão na frente para que eu não fale nada.

— Lorcan Scamander... - ele respira fundo, pegando ar, antes de continuar. - Se você não quiser, eu paro. Mas eu quero isso. Não me importa onde nós estamos. Foda-se isso, entendeu?! Eu só quero você.

Merda! Ele queria, eu também queria, e ele falando assim... Porra...

Eu seguro a nuca dele e a puxo. Aperto os lábios dele contra os meus.

— Venha cá, Albus Potter. Eu quero você também. Eu quero você aqui, comigo.

E nós continuamos a nos beijar e a fazer coisas... Aquele tipo de coisas. E, entre beijos e chupões, dormimos ali. Na Sala Precisa.