Mel, Biscoitos e Chocolates

Capítulo 1 - A nova aluna


Elmore Jr. High, saudosa Elmore Junior High, localizada na cidade de Elmore, uma cidade pacata, tranquila, onde reinava a paz e a harmonia entre os civilizados moradores daquela civilização. Onde toda uma sociedade coexistia em perfeita sinergia sem que com certeza, nenhuma mínima desordem aborrecesse os seus cidadãos.

—BOOOOOOLA DE GATOOOO!!!

E plaft.

Um Gumball sendo arremessado no ar como um homem-foguete, mas infelizmente, sem uma rede para apara-lo quando chegou ao chão, o que resultou em uma queda desastrosa direto na calçada do colégio. No entanto, já acostumados com aquele comportamento logo de manhã, os demais alunos simplesmente seguiram com suas vidas. Darwin chega correndo logo em seguido com um sorriso empolgado no rosto.

—CARA! ISSO FOI DEMAIS! VOCÊ VOOU POR CIMA DA CASA, DA ESCOLA, DA FABRICA DE ARCO-IRIS, POR CIMA DAQUELE CARRO E DAQUELA PLANTA! E então aterrissou suavemente nesse concreto duro como pedra. – Emocionado.

—Aaaaai... – Resmunga ainda com a cara no chão. – Não me pareceu uma viagem tão longa assim.

—É. E não foi. Eu comi cereal de açúcar no café da manhã, estou com energia em excesso.

Descolando a cara do chão como um chiclete pisado na calçada, Gumball olha para Darwin ainda com uma expressão dolorida no rosto.

—Cara, não deveríamos ter colocado almofadas onde eu cairia?

—Hmm... – Darwin pega um caderno de desenho onde havia um rabisco mal feito de um projeto de lançamento. Com a mão, Darwin concentradíssimo percorre o papel desde a parte onde Gumball seria lançado, até onde estava sua aterrissassem e lá estava! Almofadas! – Aaah! – Sorrisão – Faz sentido!

—Da próxima vez faremos lançamento de peixe. – Resmungou irritado.

—Oi, Gumball!

Ah, aquela voz angelical que fazia Gumball flutuar como uma bolha de sabão hipoalergênico de nenê e fazia seus olhos brilharem.

—Penny! – A cumprimenta com os olhos grandes e a voz esganiçada, provocando um riso de sua namorada amarela.

—O que estavam fazendo? – Arqueia a sobrancelha.

—Lançamento de gato. – Darwin explica com um sorriso orgulhoso, tendo em vista que o irmão ainda estava ali com cara de besta.

—O que é isso?

—Ah, primeiro você tem que construir um estilingue gigante, depois achar alguém idiota e sem amor à vida o suficiente para testar isso, preferencialmente um gato e depois-

—Tá, tá! – Gumball acorda. – Esquece isso.

Penny ri, balançando a cabeça negativamente.

—Vocês são doidos! Ah! Vocês souberam? Nós vamos ter uma aluna nova! Soube que ela veio do deserto! – Voz misteriosa.

—Do deserto? – Gumball arqueia a sobrancelha. – Que tipo de pessoa vive no deserto?

—A Carmen?

—É, nós temos uma colega que é um cacto. Pensando bem não é estranho ter alguém do deserto aqui.

—É a primeira vez que temos uma aluna de tão longe desde a menina da menina da europa! – Penny comenta animada.

—Menina da Europa? – Gumball arqueia a sobrancelha.

—É! A ChicleteBolaOvoBalançoCueca! Não se lembra dela?

—Eu jamais me esqueci. – Darwin suspira sofrido.

Gumball tem um calafrio.

—Han... PÉEEH! Olha só! O sinal! – Riso nervoso. – Acho que eu preciso entrar! Foi ótimo conversar com vocês meus queridos colegas!

E deu no pé.

—O que deu nele?

—É fim do mês então acabou todo cereal de açúcar e de chocolate, então ele teve que comer o cereal de milho da mamãe. – Dá de ombros. – Acho que milho deve deixar as pessoas inteligentes, já que a mamãe é inteligente.

Só então o sinal realmente toca e os alunos se dirigem para dentro de suas salas de aula para iniciar mais um dia de ano letivo.

—x-

Já dentro da sala, Gumball estava jogado sobre sua carteira, respirando ofegantemente como se tivesse corrido uma maratona de mil metros, enquanto os outros alunos entravam tranquilamente e ocupavam seus lugares. Darwin ocupa seu lugar atrás de seu irmão, cutucando suas costas assim que senta em sua cadeira.

—Cara, o que deu em você?

—Que? Nada! É a aula da Srta. Símio! Eu adoro a aula da Srta Símio. – Riso nervoso.

Darwin apenas arqueia a sobrancelha, armando um bico desconfiado, mas deixa para lá quando sua professora primata adentra a sala, com cara de quem desejava a morte mais dolorosa possível de cada ser vivo na terra. Ela parecia de bom humor!

—Muito bem crianças, não que eu dê a mínima para isso, mas já devem estar sabendo que hoje receberemos uma nova aluna nessa escola. - Srta Símio encara uma prancheta em suas mãos, retirando do sutiã (se é que ela usava um) um par de óculos e o colocando em frente aos olhos enquanto franzia o cenho para ler o nome na lista de chamada. – Samira Bastet. Pode entrar!

No mesmo instante, antes da entrada de sua nova colega, os alunos começam a cochichar entre si devido ao nome diferente da nova aluna, que gritava suas origens "desérticas".

—Aposto que ela é um camelo!

—Não, não! Ela com certeza é outro cacto, assim como eu.

—Pedra! Uma pedra!

—Pois eu aposto que ela é um terrivel e medonha, MÚMIA! - Gumball se empolga, subindo em sua mesa.

No entanto, contrariando as espectativas dos colegas, o que entra na sala não é um cacto ou uma múmia, e sim uma pequena raposa de pelo da cor da areia, cauda pomposa e felpuda e um vestidinho branco.

—Ah. É só uma raposinha. - Gumball volta a se sentar, decepcionado.

—Hooooh! - Todos seus outros colegas exclamam, fazendo-a abanar sua cauda timidamente.

—Muito bem, Samira, gostaria de nos contar um pouco sobre você?

—Eu-

—Certo, eu não ligo. Vá se sentar.

—O-Oh. Ok!

Rapidinho a raposinha corre até a carteira vaga ao lado de Penny, sendo observada pelo olhar assustador de Srta. Símio. Só então, ela pareceu notar um detalhe que seu desinteresse na aluna nova não havia permitido que notasse antes, um detalhe importantíssimo, que não poderia ser deixado de lado de forma alguma.

—Oh que vestido bonito! - Abre um sorriso pela primeira vez naquele mês.

—Ah! Obrigada! - Abana sua cauda novamente.

Todos os alunos também estavam admirados com o vestido bonito dela, afinal, um vestido bonito fazia dela uma garota linda e as pessoas fazem qualquer coisa por uma garota linda.
Entretanto, ao ver aquilo, um dos alunos instantaneamente cerra seus olhos, a encarando como uma inimiga em potencial.

—x-

—Eu sei o que está fazendo... - Sussurra com voz ameaçadora.

—O que?

O barulho da porta do armário sendo batida acorda Gumball de seu mundo particular e ele é trazido de volta para o corredor do colégio, onde ele encarava Samira com olhar gatuno e ameaçador.

—Cara, o que você tá fazendo? - Darwin questiona.

—Ah. É... Eu... - Balança a cabeça. - Eu sei o que está fazendo! Você está usando um vestido bonito!

—Oh. Obrigada! - Sorri. - Eu sou Samira! Quem são vocês?

—Eu sou Darwin! E esse é o Gumball!

—NÃO DIZ MEU NOME PRA ELA!

—..... Okaay... - Darwin releva o comportamento do irmão. Afinal, aquilo era seu normal. - Posso te chamar de Samy?

—Samy? - Abana sua cauda. - Claro!

—Olhe só para ela, toda sorridente nesse vestido bonito.

—Sabe que não está falando isso só na sua cabeça não é?

—ARGH!! - Com o susto cai ao chão.

—O que quer dizer com vestido bonito? - Questiona Samira

—Bem, é... uh.... - Auto realização de que não podia revelar como havia descoberto os poderes ocultos de um vestido bonito. - Nada.

Enquanto Gumball choramingava silenciosamente por que ninguém enxergava a ameaça iminente dela ali, Penny e outras meninas da turma se aproximam deles, sorridentes e dando risadinhas animadas.

—Ei, Samira! Vem almoçar com a gente!

Samira se vira para elas, imediatamente abrindo um sorriso e novamente abanando seu rabinho felpudo.

—Claro! - A raposinha para alguns passos antes de seguir as outras garotas até o refeitório, virando-se para trás e acenando para os meninos. - Tchau Darwin! Tchau Gumball!

Novamente Gumball fecha a cara, encarando ela seguindo as outras meninas, desconfiadaço.... Mas então murcha.

—A Penny nem me disse oi. - Vira-se para o irmão. - Eu não vou deixar aquele vestido bonito tirar a atenção dessa carinha fofa! - Gumball faz cara de gatinho fofinho.

Mas então, estranhando o silêncio de Darwin, o encara diretamente, e revira os olhos ao ver o irmão com as mãos apertando as próprias bochechas, os olhos grandes e reluzentes e um enorme sorriso besta na cara.

—Ah, não cara! Sério?!

—Ela disse "Darwin" primeiro!! *w*

—Aaaaaargh! De novo não.

Este é o último capítulo disponível... por enquanto! A história ainda não acabou.