Maze

15 - "beetle"


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Maze, Chapter 15

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– É um Labirinto? – perguntou Thomas enquanto eles corriam para encontrarem os aliados. – E ele se mexe?

– É, seu cara de mértila, nunca ouviu falar em um Labirinto? E sim, essa droga se mexe.

Thomas nem perdeu seu tempo em perguntar o que era “mértila”, apenas aumentou o passo para encontrarem os tributos do 3, Aydee e Lena.

Depois que viram as portas se movendo na Cornucópia, começaram a correr mais do que nunca, não esperando para ver o que aconteceria depois.

– O Labirinto inteiro eu não sei se mexe realmente. – Caine continuou enquanto corria atrás de Thomas. – Mas aquelas portas se mexiam, seja lá como, mas elas se mexem. E elas escondem algo lá.

– Tipo o quê?

– Tipo comida, eu acho. – Ele fez uma pausa. – E bestantes.

***

Os dois finalmente haviam conseguido chegar aonde os outros tributos estavam, por Thomas ter conseguido memorizado metade do caminho que fez, errando uma ou duas vezes, deixando a trilha parcialmente mais demorada do que antes. Quando haviam chegado lá, o céu já estava estrelado.

– Thomas! Caine! – Lena exclamou atordoada ao vê-lo ali de pé na frente dela, levantando-se do chão e indo depressa em encontro aos dois. – Por que demoraram tanto? – quis saber.

Aydee também tinha se levantado ao ter visto os dois.

– Seu olho está roxo. – percebeu Aydee olhando para Caine. – Você...

– Eu vou ficar bem. – ele respondeu dando uma breve piscadela, logo desviando o olhar para ver os aliados do Distrito 3. – Temos comida o suficiente? Os Carreiristas estavam reclamando da falta dela.

– Só temos doze biscoitos. – Daveigh ergueu a pequena sacola de biscoitos em direção de Caine. – E ainda por cima eles são pequenos.

Caine franziu o cenho, matutando.

– Estranho isso. – disse. – Originalmente, os Carreiristas deveriam estar nadando de comida e nós, pelo menos, uma comida que dê pra uns quatro dias. Se tivermos sorte, uma semana. Mas não essa porcaria.

Nate, o garotinho do Distrito 3, sempre quieto junto com Eileen, abriu a boca para falar desde muitos dias sem falar nada:

– Quem sabe eles queiram nos matar de fome.

Eileen, também do 3, balançou a cabeça concordando.

– Não acho. – discordou Tyler. – Só se eles quiseram um Jogos Vorazes muito sem graça. E aposto que eles não querem isso.

Thomas se encostou num muro de hera espessa, afundando nele, apenas ouvindo o que todos diziam, mas sem uma opinião certa de tudo isso. Não me surpreenderia que queiram nos matar rapidamente, pensou, mas não sem antes uma bela tortura.

Caine arregalou os olhos de repente, estalando os dedos.

– Eles nos querem no outro lado do Labirinto! – ele exclamou animado pela sua teoria. – Lá deve ter alguma comida. Ou qualquer outra coisa importante, porque se não eles não iriam fechar aquilo à noite. Deve fechar todas as noites, talvez.

Todos pareceram confusos com o que Caine dissera, menos Thomas. Caine começou a explicar:

– Eu e Thomas vimos os Carreiristas...

Thomas não ouviu o resto, pois algo entre a hera do muro em que estava encostado chamou sua atenção, fazendo-o ver um certo movimento estranho entre a planta. Uma sombra de luz prateada se encontrava lá.

Ele estreitou os olhos, depois olhou em direção aos outros, todos aparentemente prestando muita atenção nas palavras de Caine, sem terem ouvido o chacoalhar nas plantas. E além do mais, Thomas estava um pouco mais afastado dos demais.

Aproximando-se sorrateiramente das plantas que se movimentaram no muro, pode ver algo prateado particularmente grande se movimentando entre elas, com uma luz vermelha fraca entre seu corpo. Thomas inicialmente fez a menor ideia do que poderia ser aquilo, mas olhando mais perto, viu que se parecia estranhamente com um besouro bem grandinho.

Um besouro mecânico.

O besouro saiu mais das plantas, revelando-se ainda mais, deixando Thomas ver melhor seu corpo. Que diabos de bicho é esse?! Ele pensava. É um bestante? Provavelmente não, ele sabia que isso não era um bestante. Nem ao menos se parecia um bestante.

Ele sabia que bestantes eram animais geneticamente modificados, pelo o que tinha ouvido falar das histórias que sua avó lhe contava, mas não que eram uma espécie de robôs.

Mas isso não era mais o que intrigava Thomas naquele momento, pois olhando melhor para o corpo no bicho, ele pode ler as palavras escritas em cor de sangue ali:

CRUEL