Maze

12 - "unstoppable"


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Maze, Chapter 12

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Thomas vestia blusa, jaqueta e botas negras. Era uma roupa confortável, mas muito quente, dando-lhe o pensamento de que a arena seria um lugar frio. Pelo menos, conseguia se movimentar bem com as roupas, especialmente as botas, parecendo ser feitas para correrem sem lhe dar a mínima dor. O que era ótimo, já que tirando os machados, sua melhor habilidade era correr.

- Espero que tenha gostado da roupa que preparei para você na Arena. – disse Lyra com um vestígio de sorriso trêmulo nos lábios . – Foram feitas para conseguirem se adaptar em temperaturas fortes, além de serem ótimas para correr.

Ele balançou a cabeça, sentindo uma reviravolta violenta no estômago e contorcendo o corpo para frente, como se quisesse vomitar. Lyra foi correndo ajudá-lo.

- Você está bem? – ela perguntou visivelmente preocupada.

- Não... não é nada. – ele sussurrou com a voz rouca. – Eu apenas não dormi bem... muita... muita coisa na minha cabeça... só isso.

Ela pareceu entender, colocando a mão no peito dele para ajustar o corpo até ele ficar ereto.

- Você quer uma água antes de ir?

Thomas abanou a cabeça.

- Eu vou ficar bem. – mentiu. – Eu estou bem.

Lyra mordeu o lábio inferior, percebendo sua mentira, mas resolveu não falar nada depois disso. Depois disso, eles ficaram quietos, deixando o silêncio terrível falar por eles, sussurrar pelo ar o quanto ele estava assustado e que não queria de jeito nenhum entrar naquele lugar.

Uma voz feminina calma e agradável avisou que estava na hora do garoto se preparar para o lançamento.

Seus pés começaram a tomar rumo a uma espécie de elevador escuro e medonho, um dos meios aonde seria levado à arena, provavelmente um pouco diferente dos jeitos do passado.

- Thomas, não se esqueça disto. – Lyra foi até ele tirando algo de seus bolsos; inicialmente ele só pode ver algo brilhante, algo dourado, depois percebendo do que se tratava, arregalou os olhos. – Use apenas no momento certo. Você saberá.

Em suas mãos, agora ele portava o broche do tordo, muito mais brilhante e perigoso do que antes, tão brilhoso que parecia estar sendo comido por chamas douradas.

- Mas como...

Ela o interrompeu.

- Thomas, você saberá. – ela havia dito aquilo com uma pontada de esperança, como se ele fosse um salvador. – Quando chegar lá, apenas corra. Fique perto dos seus aliados, mas não entre no banho de sangue, apenas pegue o necessário e corra mais rápido que o vento. E não...

Em seguida, as portas do elevador se fecham e a escuridão consome Thomas, fazendo-o nunca saber o que ela queria lhe dizer para não fazer. Uma sensação claustrofóbica tomou conta de seu corpo rapidamente enquanto escondia o broche nos bolsos da calça.

O elevador escuro começou a subir com uma rapidez inacreditável.

***

Cinco, seis, sete, oito, nove... dez minutos se passaram até um com um rangido seguido de um tranco, o elevador parou fazendo com que Thomas fosse jogado contra o chão duro e frio do compartimento. Quando se levantou, o elevador ganhou mais força e voltou a subir com uma velocidade ainda mais acelerada até o garoto poder sentir o elevador parar.

Eu cheguei, ele pensou, eu cheguei à arena.

Depois de poucos segundos, a porta do elevador foi se abrindo aos poucos, tão lentamente que dava a Thomas uma vontade irracional de abri-lo com as próprias mãos. Depois de algum tempo, finalmente, as portas se abriram totalmente.

O contato da luz forte contra seus olhos azuis o cegou por um momento, colocando por puro impulso as mãos protegendo-os.

- Senhoras e senhores! – ele ouviu uma voz retumbar para todos os cantos, ferindo-lhe os ouvidos. – E agora está aberta o recomeço dos Jogos Vorazes! A primeira edição de uma nova era!

REMEMBER. SURVIVE. RUN.