R: Zelena estou em frente à sua casa te esperando sai logo!— mandou o áudio no whatsapp.

A manhã em Boston estava ensolarada com uma agradável brisa correndo.
Um carro parou atrás do de Regina, ela levantou a cabeça do celular levando o seu olhar até o veículo, o homem loira de terno preto saiu do carro.

RH: Regina? – foi andando até ela

R: Ei Robin! – tentou disfarçar o incomodo

RH: De novo? – sorriu

R: Sim...

RH: Destino?

R: Ou talvez seja porque você estacionou o seu carro em frente à casa da minha irmã...?

RH: Certo. Você costumava acreditar no destino!

R: É eu costumava acreditar em muita coisa...

RH: Desculpe eu ter ligar o outro dia, eu não quis te... – Regina não o deixou finalizar

R: Está tudo bem!

RH: Sério?

R: Sim.

RH: O que você está fazendo aqui? Quer dizer, é a casa da sua irmã, porque você não está lá dentro?

R: Apenas estou esperando por ela e tentando evitar encontrar com Cora.

RH: Vocês estão brigadas, huh?

R: Meio que sim... – Robin ergueu as sobrancelhas olhando para os olhos chocolates – Ela é má!

RH: Sim – sorriu fraco – Ela consegue ser...

R: O que você está fazendo aqui?

RH: Ela me ligou... Precisava de uma carona... Ahm, queria falar comigo também, sei lá.

R: Sobre o que ela quer falar com você?

RH: Eu não sei realmente...

R: Ela quer dinheiro, não é? Ela te pediu dinheiro! – Robin ficou em silencio olhando para ela – O que foi?

RH: Você está tão linda! – balançou a cabeça sorrindo – Desculpe! Isso foi inapropriado. Com quantos meses você está?

R: Oito meses.

RH: Wow! Está quase!

R: Sim! – não conseguiu não sorrir

RH: Ela tem muita sorte!

R: Quem?

RH: Sua companheira...

R: Não, ela apenas sabe dar valor para o que tem...

RH: Certo! Eu mereci isso! – riu abaixando a cabeça.

Z: Regina! – ouviu a ruiva fechar a porta se aproximando – Cora está te esperando Robin.

RH: Ok, eu vou... – olhou para Regina – Foi bom te ver!

R: É foi bom te ver você também...

O homem se afastou olhando sempre para a morena.

Z: Desculpe!

R: Eu cansei de esperar por você! Da próxima vez você vai me buscar!

Z: Ok!

R: Entre no carro!

[...]

K: Então quer dizer que agora temos o bando da máfia completo? – perguntou Kathryn antes de dar um gole no seu café.

As irmãs Mills tinham ficado de encontrar com as amigas para o café da manhã, já que fazia alguns dias os horários não coincidiam para elas se encontrarem.

Z: Ela estava conversando com ele, como se nada...

R: Eu estava esperando por você!

K: Eu ainda não sei o que você viu nele! Quer dizer, vocês! – revirou os olhos olhando para as Mills – Porque sinceramente aquele outro menino o loiro... Meu Deus ele dá mil voltas no Robin!

R: Quem?

Z: David!

B: Tenho que concordar com a Kat!

Z: David era super afim da Regina! Mas aí o que ela fez? Ela juntou David e Mary Margareth!

K: Oh Regina! Quem faz isso antes de tirar uma casquinha?

R: David é como um irmão pra mim... Sim ele é lindo, reconheço, ele é muito bonito, mas não sei se conseguiria chegar tão longe com ele.

Z: Você beijou ele!

R: Sim, eu beijei ele e foi aí que percebi que não poderia ir além... Mas ele é um amor de pessoa!

K: Às vezes eu queria ser você! Sabia? – suspirou

R: O que você está dizendo? – perguntou sorrindo

K: As pessoas caem aos seus pês! Você apenas respira e elas estão aí, caindo por você...

R: Não seja boba!

K: Não estou sendo!

B: Vou ter que concordar mais uma vez com a Kat! E vou ter que falar que Arthur não fica atrás no quesito beleza.

Z: Ah Querida, Arthur gosta do mesmo que você... – falou irônica, Kat e Regina riram.

R: Meu Deus vocês estão precisando muito sair para conhecer algumas pessoas novas!

K: Você não sabe o quanto, aqueles plantões do Hospital estão me matando!

R: Bom, graças aos céus eu já tenho a minha pessoa... – sorriu abrindo os braços

K: E não precisa ficar jogando ela na nossa cara! – O celular da morena começou a chamar e a foto da loira apareceu no visor – Ah pronto!

Sorrindo Regina atendeu a ligação.

R: Olá Babe!

[...]

Enquanto isso Graham e Emma andavam pelas ruas de Boston com um café na mão

G: Como está a Regina? – perguntou assim que a loira finalizou a ligação.

E: Bem, está com as amigas e a irmã.

G: Você está calada hoje – olhou para a loira

E: Não eu não estou...

G: Ok

E: Sabe quem eu encontrei o outro dia no distrito?

G: Quem?

E: A Doutora Cardin!

G: Ah sim, eu vi ela conversando com a Anna. Você falou com ela?

E: Sim, uma conversa rápida.

G: Ela é legal, eu gosto dela – Emma olhou para ele – Não desse jeito! Se bem que ela é bem bonita...

E: Cale a boca!

G: Mas eu quis dizer que gosto dela porque você sabe, ela conversa com você e te entende!

E: É o trabalho dela!

G: Sim, claro! Eu sei... – revirou os olhos

E: Talvez você devesse voltar para a terapia

G: Não, não estou precisando nesse momento – deu de ombros – E quanto a você?

E: Está me perguntando se eu preciso de terapia?

G: Sim!

E: Não, eu não preciso, eu apenas estava comentando que vi a Dra outro dia, você que já seguiu a conversa para outros lados falando que ela é bonita e te entende...

G: Calma! Você está sendo rude!

E: Mas, eu entendo o que você quis dizer, eu falei com ela por uns segundos e se sentiu bem...

G: É o trabalho dela Swan! – Emma socou de leve o braço do amigo

E: E então eu lembrei de todo aquele tempo em que eu ia todo dia conversar com ela e...

G: Bem, você não ia todo dia! Que tinha dias que ela vinha atrás de você!

E: Como seja!

G: Mas, o que foi ta sentindo falta da Doc?

E: Não sei se sinto falta da Doc ou o que, mas...

G: O que está acontecendo Swan?

E: Nada, bobagem!

G: Está tudo bem no paraíso?

E: Sim, está tudo bem!

G: Sei que não sou tão lindo quanto a Doc, mas você pode falar comigo se quiser!

E: Nah! Não precisa – olhou a hora no relógio – Acho que devemos voltar para o distrito.

G: Sim, devemos...

[...]

A noite chegou e a morena de feições fortes e delicadas saia do seu consultório, descendo os degraus da entrada, uma loira chamou sua atenção.

D: Detetive?

E: Ei Doc!

D: Está tudo bem?

E: Sim, está tudo bem, eu apenas estava passando por aqui... – gesticulou com a mão – Nada importante.

D: Você quer entrar? – fez um sinal com o dedo para trás

E: Não... Eu estou indo para casa e você também, então não quero te atrasar.

D: Não achei que você sentiria a minha falta tão rápido assim, Swan!

E: Ah você sabe, eu não te vi por tantos anos e de repente você puf! – estalou os dedos – Apareceu, como resistir! – brincou fazendo a Doutora sorrir

D: Mas, serio se você quiser conversar, nós podemos entrar. Não uma sessão, apenas conversar...

E: Ah você está perdendo dinheiro comigo! – riu fraco

D: Talvez... Então, entramos?

E: Ok, apenas alguns segundos...

Emma acompanhou a mulher de silhueta delicada, sendo guiada para o consultório a mulher ligou as luzes, Emma observou o lugar.

E: Nada mudou!

D: Algumas coisas nunca mudam – sorriu – Sente! – Emma sentou e a mulher a acompanhou sentando também – Então...

A Detetive encarou os olhos escuros da mulher que estava sentada bem na sua frente de pernas cruzadas. Respirou fundo e deixou que as palavras saíssem.

E: Eu quero beber... – as sobrancelhas da doutora se ergueram – Eu realmente quero beber, mas não apenas uma cerveja, eu quero beber muito, muito mesmo!

D: A quanto tempo você está sóbria?

E: A algumas semanas... Quer dizer, eu não bebo mais como antes, não mais.

D: Porque isso?

E: Porque Regina me pediu. E eu acho que ela estava certa em pedir, quer dizer... Para podermos recomeçar.

D: E porque agora você sente que precisa beber? As coisas não estão indo bem?

E: Estão bem, ótimas... Maravilhosas! – a Dra observou as feições da loira

D: Bom, ninguém disse que seria fácil.

E: Eu acabei de dizer que está tudo bem, ótimo, maravilhoso... então.

D: Sim, mas você quer beber como se não houvesse amanhã! Tem alguma coisa que não está indo “ótimo”?

E: Não, eu não acho que tenha... Regina e eu estamos indo bem, nós meio que brigamos as vezes, mas já sabe como fazer as pazes pode ser maravilhoso...

D: Ok – sorriu de leve – Então vocês fizeram as pazes...?

E: Ontem.

D: E isso não foi ótimo?

E: O que? – a Dra inclinou a cabeça e levantou as sobrancelhas esperando por mais palavras – Não, foi... Foi ótimo, foi muito ótimo! Porque você perguntaria isso, se não foi ótimo? – a Doutora nada respondeu, apenas observava a loira – Acho que devemos mudar de assunto Doc!

D: Não, foi apenas porque você parecia um pouco nervosa sobre... O que pode ser perfeitamente compreensível.

E: O que quer dizer?

D: Talvez você não ache certo fazer as pazes imediatamente cada vez que acontece alguma briga, sexo as vezes pode ser usado para escapar de outras coisas...

E: Qual é o seu problema? – mexeu inquieta na poltrona

D: Meu problema?

E: Sim, seu problema! Porque você faz como se eu tenha que... Você disse “Swan é muito importante que você seja feliz” eu lembro das palavras, eu lembro delas saindo da sua boca perfeitamente! E agora você meio que vem dificultando as coisas, colocando ideias...

D: Eu não estou dificultando nada!

E: Você disse pra mim “ Swan, você tem que encontrar a felicidade. Precisa ter isso de novo na sua vida” E agora eu estou dizendo que tenho boas notícias, você sabe delas, sabe que estou com a pessoa que amo, ela voltou para mim, vamos ter um bebê, então isso quer dizer que eu achei a felicidade de novo, certo!? Estou feliz! Estou bem! Estou em um bom lugar e você vem me fazendo esse tipo de perguntas para dificultar a minha estadia nesse lugar bom! – estava irritada – Vocês são ridículos – levantou abruptamente – Nem entendo porque estou... – foi em direção a porta – Isto é...

D: Ok, trabalharei nisso... – falou alto para que Emma pudesse ouvir.

E: Você – voltou apontando para ela – não vai trabalhar em nada porque eu não sou a sua paciente! E se caso eu fosse essa sessão não foi nada boa, saiba disso! – saiu batendo a porta.

[...]

Quando Emma entrou em casa, jogou as chaves na mesinha de entrada com força.

R: Dia difícil no trabalho?

E: AH Regina! – assustou ao ouvir a voz da mulher que estava sentada no sofá

R: Desculpe eu não quis te assustar.

E: Está tudo bem.

R: Está? Venha aqui – bateu no sofá – Me conta o que aconteceu. Também quero te contar uma coisa.

Emma foi até ela sentando para logo deixar seu corpo inclinar e sua cabeça deitar nas pernas da morena, que abaixou o rosto juntando os seus lábios delicadamente.

E: Briguei com a minha psicóloga – Regina franziu

R: Não sabia que você tinha voltado a ver ela...

E: Eu não voltei. Não oficialmente... Outro dia eu encontrei com ela no distrito, conversamos por alguns segundos e eu fiquei pensando nisso, e hoje eu sai do trabalho e passei no consultório dela, ela estava saindo, e daí ela me viu... E conversamos.

Foi ruim?

E: Não eu apenas...

R: Porque você acha que precisava conversar com ela?

E: Eu quero beber! – disparou

R: O que?

E: Eu quero muito beber! Tipo, eu preciso!

R: Isso é por causa da ligação, Robin? Henry?

E: Um pouco de cada... Eu não quero beber, mas eu... quero. Isso faz sentido?

R: Sim – acarinhou os cabelos da mulher – Faz.

E: Não vou fazer, prometo.

R: Eu sei. Eu também estou com medo, Babe!

E: Esta?

R: Estou tendo pequenas crises, sabe as vezes eu sinto que não posso respirar e...

E: Porque não me disse nada? – sentou encarando a morena

R: Porque eu não queria que você se sentisse do jeito que está se sentindo nesse momento – passou a mãos na face da loira – Porque quando as coisas ficam difíceis você... – deu de ombros Emma assentiu – Eu sei porque você se descontrolou com o álcool...

E: Não foi a sua culpa!

R: Meio que foi... Nós sabemos disso! Talvez se eu tivesse ficado...

E: Não pense nisso agora! Ok. Apenas uma crise, vamos passar por mais essa, juntas! Certo?

R: Sempre! Fico feliz que tenha me contado!

E: Eu também!

R: Se você sente que tem que voltar para a terapia, nós podemos dar um jeito nisso!

E: Não, eu não vou gastar dinheiro agora com terapia.

R: Eu preciso que você esteja bem!

E: Eu estou bem! Eu vou ficar bem! Se eu sentir que preciso, eu falo com você, ok?

R: OK! – Emma deu um beijo nos lábios da morena.

E: Você disse que também queria me contar uma coisa?