Era uma noite quente em Inaba. Nanako estava com um yukata rosa com delicadas flores em volta, típico de crianças da idade dela. Yuu estava com sua roupa normal, não gostava muito de usar esse tipo de roupa...


– Será que o papai vai demorar...? – sussurrou Nanako para si mesma


– Não se preocupe. Ele logo virá. – falou Yuu, tentando acalmá-la


O telefone toca. Nanako abre um sorriso e atende logo o telefonema. A conversa começa animada, mas Nanako muda sua expressão de repente...


– Okay... Eu entendo, papai... Sim, o Onii-chan está aqui comigo... Hai... – a garota aproxima-se de Yuu e entrega o telefone – O papai quer falar com você...


Yuu pega o telefone enquanto Nanako ia até a cozinha pegar um copo d’água.


– “Yuu? Er... Eu não vou poder ir ao festival com vocês. O tonto do Adachi ligou o ventilador e espalhou todos os documentos. Preciso catar e arrumar para que ninguém perceba a diferença amanhã... Desculpe-me, mas poderia levar a Nanako sozinho?”


– Entendido.


– “Obrigado. Até mais tarde.” – e desligou


– O que o papai disse, Onii-chan? – perguntou Nanako um pouco triste


– Ele teve um problema no trabalho, teremos que ir só nós dois... Tudo bem?


– Sim... Se estiver com o Onii-chan, tudo fica mais divertido!! – e voltou a sorrir


– Certo... Vamos, então? – abriu um pequeno sorriso de canto


– Sim!


[...]

No festival, Nanako apreciava as pequenas cabanas com doces, brincadeiras, tudo brilhava naquela noite refrescante. Yuu também ficava um pouco surpreso com tantas luzes juntas que deixavam tudo mais bonito.


– Onii-chan! – chamou sua atenção – Vamos comprar uma raspadinha...? Ela parece ser tão boa...


– Claro.


– Ah! Yuu-kun!! Nanako-chan!! – exclamou Chie quando os avistou na cabana da raspadinha


Chie vestia um yukata simplesmente maravilhoso: um tom alaranjado com amarelo e cheio de flores exóticas para combinar com a cor parece simples, mas estava lindo nela! Chie estava junto de todo o resto da turma, parece que tinham combinado e não conseguiram se contatar com Yuu para ficarem todos juntos.


Já os garotos, estavam com uma roupa normal assim como Yuu, sem falar que Kuma estava junto também. Era uma noite agradável para todos, afinal, estavam todos juntos...


... Menos uma pessoa.


As garotas começaram a comentar sobre Shirogane Naoto, que não apareceu. Sim, convidaram-na, mas parece que não conseguiu aparecer no horário marcado por ter que ajudar seu avô.


– Mas que pena, não é? – comentou Rise – Queria tanto ver a Naoto-kun com um yukata!! O style dela parece ser tão perfeito...!


– Haha! Do jeito que ela é, difícil aparecer com um yukata, não acha? – Chie riu um pouco


– Eu concordo com a Rise... Naoto-kun deve ficar muito fofa no yukata! – respondeu Yukiko pensando em como Naoto ficaria – Pena que ela não veio...


– Será que estava muito ocupada? – perguntou Yosuke meio intrometido no meio da conversa das garotas – Bem, ser um detetive não deve ser nada fácil... Trabalho, trabalho e trabalho! Quase nunca tem tempo para os out–


Antes de terminar a frase, Chie tampa a boca de Yosuke e olha para Nanako que ficou um pouco chateada... Afinal, era o que acontecia com o pai dela, tanto é que ele não pôde vir ao festival...


– Ah, d-desculpe, Nanako-chan... – sentiu-se culpado


– Não tem problema! Estou com todos você e com o meu Onii-chan! E, com certeza, estou me divertindo muito!! – sorriu radiante


– Esse é o espírito!! Que tal passear pelas comidas, Nanako-chan? – convidou-a


– Eba! Vamos!! – gritou Chie animada


– Ei, ei... Eu falei “Nanako-chan”!!


– Vaamos, não deixe de ser um chato! – emburrou-se e segurou na mão de Nanako – Nós estamos indo na frente, tá?


– Ei!! Droga!! – Yosuke vai correndo atrás de Chie e Nanako, sendo seguido por Kuma e Kanji


– Bem... E agora? O que fazemos...? – perguntou Rise


Um pequeno barulho de celular ecoou entre o trio... Era o celular de Rise. A garota pega o celular em um canto que guardava no yukata e viu que era uma mensagem. Ficou animada e viu o nome de Naoto.


– Ah! Naoto-kun!! – começou a ler a mensagem e abriu um enorme sorriso, deixando Yukiko e Yuu curiosos – A-a Naoto-kun está aqui, no festival!!


– Sério? Que bom!! – exclamou Yukiko – E onde ela está?


– Hum... Ela não falou. Que tal procurarmos por ela? – Rise abriu um sorriso pervertido e olhou para Yuu – Senpai, gostaria de ajudar?


– Claro, por que não? – abriu um pequeno sorriso


– Oba! Oba! Adoro esses jogos!! – Yukiko estava bem ansiosa – Eu vou para cá, Rise-chan vai para lá e Yuu-kun vai para o outro lado, certo??


– Err... Senpai, você não indicou onde era qual... – falou com uma gota


– Certo, certo! Ai, estou tão feliz!! Rise-chan, você vai para a esquerda, Yuu-kun para frente e eu vou para a direita, okay?


Assentem e cada um vai para a direção que Yukiko indicou. Yuu olhava para os lados a todo minuto, vendo se Naoto não estava parada em alguma barraca. Andou até o final das barracas e não conseguiu encontrar Naoto... De alguma forma, parecia muito mais ansioso para ver Naoto... Sentia algo a mais.


Sentou no banco e tentou descansar... Acho que pegou o caminho mais longo e, para piorar, não conseguiu achar o “alvo”... Suspirou fundo. Apesar de Rise e Yukiko também estarem procurando, parece que ele queria que fosse o primeiro a encontrá-la.


– ... S-Senpai...? – Yuu ouve uma doce voz e olha para o lado – A-aconteceu alguma coisa...? Por que não está com os outros?


Lá estava ela. Shirogane Naoto. Em um yukata azul claro e escuro, com sakuras azuis em desenhos. O yukata mostrava seus seios de forma bem relevante, afinal, era apertado e precisa encaixar perfeitamente no corpo de uma jovem. E ainda continha uma pequena flor no cabelo de Naoto, parecendo uma presilha... Yuu arregalou um pouco os olhos enquanto via Naoto.


– O-olá, Naoto. – pelo nervosismo, gaguejou um pouco – Estava te procurando.


– E-eh? C-como soube que estava aqui?! – Naoto cora um pouco, aquele vermelho no rosto da pequena deixava-a mais fofa


– A Rise nos contou a sua mensagem. Por que não nos avisou que vinha?


– ... Pensei que você não viria, Senpai... – encara o chão, fazendo o máximo para não olhar nos olhos de Yuu – Afinal, tentamos te ligar, mas parece que você não ouvia ou estava fora do ar. Desculpe-me.


– Eu que peço desculpas. É que estava esperando o Oji-san, então conversava com Nanako.


– Entendo... – a garota mexe um pouco no yukata e sorri – Eu... Fico estranha com essas roupas, não é...? P-parece que estou... Diferente...


– Eu achei que ficou bonito em você. – sorriu


– P-P-Por favor, não me deixe com mais vergonha do que já estou...!! – exclamou quase explodindo de tanta vergonha, escondendo seu rosto através das enormes mangas do yukata


– Mas é verdade. Parece que esse tipo de roupa ficou muito fofo em você, parece uma boneca, princesa.


– S-Senpai!! – ficou tão nervosa que, acidentalmente, deixou a flor cair no chão


Naoto abaixou-se para pegar a flor e foi surpreendida quando Yuu a pegou antes. A garota se levantou e observou seu senpai mexendo na pequena flor. Tinha fitas como enfeite, o que deixava Yuu um pouco interessado.


O mais velho aproximou-se de Naoto – que fechou os olhos pela aproximação repentina e brusca – e remexeu em seus cabelos, procurando um lugar apropriado para prender. Prendeu em seu cabelo e alisou as fitas para caírem perfeitamente, dando um pequeno realce ao rosto de Naoto, que, por alguma razão, estava vermelho como nunca.


– A... Arigatou, S-senpai... – alisou as fitas, envergonhada – O-o que vai fazer agora...? Vai se encontrar com os outros?


– Acho que sim, quer vir comigo?


– E-eu estou bem, vou ficar só mais um pouco e irei embora. Obrigada por ficar comigo até agora. – abriu um pequeno sorriso tímido


– Não vai nem ver os fogos? Eles vão ser a maior atração da noite!


– Ah, eu consigo ver de casa. Não se preocupe, senpai! Obrigada novamente, estou extremamente agradecida. – virou-se e começou a andar


Naoto parecia chateada. Apreciou aquele pequeno momento junto de seu senpai, mesmo sendo extremamente vergonhoso, estava contente. Nunca foi de gostar de certas companhias, preferia ficar sozinha... Sempre, sozinha. Mas aquele ar entre eles, aquela conversa... Quando tocou-lhe no cabelo...



Não conseguia tirar de sua cabeça, nem um minuto.


Sentiu algo segurar em sua mão e virou-se bruscamente. Desconfiada, olhou para ver quem era e viu seu Senpai. Por que estava correndo com ela? Para onde estava indo? Por que... Estava sozinho?


Nada, além de perguntas.


– S-Senpai... – sussurrou seu nome


[...]

Ambos chegam ao santuário e Yuu estava um pouco ofegante pela correria.


– Desculpe te fazer correr com essas sandálias... – falou se referindo àquelas sandálias onde apenas se apoiavam em dois blocos


– S-Senpai... O que houve? Não ia se encontrar com o resto...? Por que está aqu—


– Você está sozinha, não está? Vim te fazer companhia! – e sorriu – Parece que daqui a pouco os fogos vão aparecer, então farei você ficar até lá.


– M-mas... – encarou o chão, envergonhada – Não seria melhor ficar com a Nanako-chan...?


– Enquanto você estava indo embora sem falar quase nada, encontrei todos... E então falei que ia me encontrar com você.


– ... Desculpe tomar seu tempo, senpai. Mas... – sorriu um pouco, de um jeito meigo – ... Fico feliz de que esteja aqui...


– Quer se sentar? – mostrou um pequeno banco – Acho que dá para ver os fogos bem nitidamente daqui.


– Ah... Obrigada. – sentou-se e logo depois Yuu sentou ao seu lado – O céu está tão bonito hoje...


– Faz tempo que não olho para o céu à noite. Mas... Parece que está melhor agora, junto de você. – abriu um pequeno sorriso e Naoto sorriu em resposta – Você fica tão bem em roupas assim, não sei porque não as usa, Princesa.


– Yuu-san... Agradeço pelo e-e-elogio, mas... Infelizmente, não vou conseguir usar tantos tipos de roupas femininas como essa... Além disso, acostumei-me com as minhas, não há nenhum problema. – sorriu


– Por mim, tanto faz que roupa use, você continua a mesma “princesa” de sempre. Apesar de parecer madura, continua a mesma de sempre, gentil, meiga... Me impressiono com você, Naoto!


– S-S-Senpai... E-está me deixando constrangida...


– Ah, desculpe... Er... Naoto, posso te fazer uma pergunta?


– Quantas quiser... – o rosto de Naoto estava bastante vermelho


– É a primeira vez que fica com algum menino, assim, em um festival, sozinha?


– S-sim... Mas, j-já que estou com você, Senpai, n-não ligo muito...


– Então se fosse o Yosuke ou o Kanji, ligaria?


– Eu não me sentiria à vontade... E, além disso, me sinto muito mais feliz com você... Ahh, o que estou dizendo?! Nem parece que sou eu! – disfarçou soltando uma breve risada


– Entendo... Estou feliz, então.


– Hum?


– Espero que seja o único também... – sussurrou


– Hai?


– Posso te fazer outra pergunta?


– Sim. – inclinou a cabeça um pouco para o lado, curiosa


– Você já beijou alguém...? – olhou em seus olhos


Antes que pudesse responder, Yuu sela seus lábios com os de Naoto, em um beijo calmo. Naoto ficou surpresa no começo, olhando diretamente para Yuu que continuava intacto, mas logo se entregou fechando suas pálpebras.


Um dos fogos explodiu durante o beijo, fazendo todos os cidadãos de Inaba olhassem para o enorme e brilhante artifício. Depois, vários os seguiram, fazendo um lindo espetáculo pelo céu.


Ambos se separam um do outro e Naoto estava completamente vermelha. Yuu também não deixou escapar um pequeno tom em suas bochechas.


– Sen—


– Senpai!!! – gritou Rise avistando o casal – Estávamos procurando você por toda a parte!! N-Naoto-kun?!


– Ahh, que fofa, Naoto-kun!! – falaram Chie e Yukiko, aproximando-se


– Ohh, esse yukata serviu muito bem em você, Naoto. – falou Yosuke, analisando-a


– Nao-chan está muito linda!!


– O-o-obrigada...


– Hum? Vocês dois estão vermelhos... –Rise abriu um sorriso malicioso – Agora entendi porque o Senpai resolveu ficar com a Naoto-kun... O que andaram fazendo, hem...?


– R-Rise!! – gritou envergonhada, afinal, aconteceu sim, algo... – Estávamos... Conversando, só isso!


– Sei, sei...


– Onii-chan! O papai veio nos buscar! – falou Nanako um pouco desapontada – Adorei a noite!! Foi muito divertido!! Pena que temos que ir tão cedo...


– Terá uma próxima vez, Nanako-chan! Não se preocupe! – Yosuke afagou seus cabelos – Sempre que quiser, pode nos chamar!


– Okay!! – gritou animada


[...]

– Bye Bye!! – falou Nanako acenando


E assim, os três foram andando. Yuu olhou para trás e viu Naoto olhando diretamente para ele, a garota vira o rosto.


– Acho melhor eu ir também... – Naoto se sentia um pouco diferente


– Já? Nós só te encontramos agora!! – exclamou Yosuke – Ah, mas você precisa ficar com seu avô, né...? Tá legal, então. Tchau!


– Ja ne, Naoto-kun! – acenaram as três garotas


– Tchaau! – falou Kuma um pouco animado


Naoto simplesmente acenou e foi embora. Apesar de estar um pouco escuro e perigoso para andar na rua, queria ir sozinha... Aquela noite foi um tanto nova para ela... Usar um yukata desse estilo, conversar bastante com Yuu, beijá-lo...


Tocou em seus lábios e sentia uma textura diferente... Será efeito do beijo...? Apesar de ser uma surpresa, gostou de sentir aquilo... Era algo que nunca tinha provado, mas vira várias vezes.


Chegando a sua casa, vê uma pequena carta no correio. Curiosa, ela lê e vê escrito seu nome. Abre e começa a ler.


Era uma carta de Yuu. Será que já tinha escrito antes ou escreveu depois do que aconteceu? Tomou coragem e começou a ler, calmamente.


Riu um pouco com o começo da carta que era típico de qualquer uma: perguntar o “status” da pessoa. Continuou a ler e percebeu que a carta foi escrita depois de tê-la encontrado... Que horário será que escrevera a carta se estava junto dos Dojima...? Ele realmente sabe como deixar alguém impressionado...


A letra de Yuu parecia menos nas últimas linhas...


“Então eu percebi...

Que você é importante para mim.

Desculpe-me das vezes que te deixei um pouco brava, às vezes falo coisas que não tem nenhuma ligação com o que estamos falando...

E às vezes consigo te deixar triste, desculpe-me mesmo.

Mas...

Até agora, estou feliz de ter te salvado.

Eu te amo, Naoto.”

Uma pequena lágrima escorre pelo olho de Naoto que logo limpa com o dedo. Abriu um pequeno sorriso, se sentia feliz.


Entrou em casa e encontrou seu avô na sala.


– Como foi? – perguntou-lhe


– Foi... Lindo. – respondeu apertando a carta em seu peito – Espero ter mais dias como esse. Igual...


Naoto subiu para seu quarto e começou a escrever uma pequena carta. Depois de terminar, sentiu seu rosto um pouco vermelho, mas estava se sentindo aliviada e contente.


///

Yuu acordou um pouco cansado pela noite de ontem e demorou em descer. Ao chegar na sala, viu Nanako assistindo televisão como de costume e viu seu café da manhã na mesa. Era domingo, não tinha aula.


– Ohayo, Onii-chan! Seu café está na mesa! – falou animada


Sentou-se e na mesa e começou a comer calmamente e sonolento. O barulho da campainha toca e Nanako resolveu atender. Yuu estranhou a demora de Nanako a voltar e desconfiou um pouco. A garota volta com um enorme sorriso estampado no rosto, segurando algo em suas mãos.


– Quem era? – pergunta curioso


– Ah... O-o carteiro! E chegou uma carta para você!! – entregou-lhe uma carta e subiu as escadas


Yuu estranhou ainda mais a ação da garota. Observou um pouco a carta e viu seu nome escrito. Abriu, era uma carta pequena e com poucas palavras. Pela letra, era de Naoto.


“Obrigada, Senpai!

Apreciei muito a sua carta!


– Yuu riu um pouco, como sempre, Naoto continuava de um jeito maduro e formal –


E, bem... Acho que me sinto igualmente...

Eu...


Yuu percebeu que a letra estava um pouco tremida –


Eu te amo também, Senpai...

Muito obrigada.”


Este é o último capítulo disponível... por enquanto! A história ainda não acabou.