Matrimônio

Um desconhecido!


Era tarde, ou dia. Não se podia ter certeza, para ela não fazia sentido distinguir todas as outras coisas do mundo baseado em que não se importava muito com o resto do seu dia. Na sala de jantar estava também sua irmã mais velha, pra quem não ligava muito. Gastava seu tempo se perguntando do por que de estar naquela sala com uma atmosfera pesada e melancólica.

Depois de certo tempo se ouve uma porta se abrindo bem devagar como se quem estivesse para entrar não queria ser visto. E nesse milésimo de segundos Tomoyo Sakagami, a irmã mais nova, pensou bem rápido que ali na sala estava faltando realmente alguém, mas como sua ausência era definitiva para ela, a presença ou não de seu pai foi desconsiderada nos 45 minutos de espera na sala. Passou seu pai pela porta, e logo em seguida alguém completamente desconhecido, alguém que despertou sua curiosidade.

Ele estava com uma bela farda do trabalho, que coincidia com a do seu pai. Mas nunca reparou como era uma boa vestimenta até então. Com olhos discretamente voltados para baixo, em demonstração a uma timidez forte nada que ela já teria visto ou pressentindo antes, e isso foi o que realmente mais lhe encantou nele.

Não se falava nada na sala, ela olhou para sua irmã e viu um rápido sorriso, como se algo naquela sala estivesse lhe despertando interesse, e logo em seguida uma troca de olhares entre eles, que fez do seu desconhecido diminuir em sua mente á um grau máximo de encanto para um grau baixo de algo alcançável. Seriam ciúmes á um alguém que ela nunca tinha visto antes, ou apenas certa inveja por sua irmã conseguir as coisas mais rápidas que ela?

A mãe chegou logo em seguida, com toda a comida pronta e um discurso que aprendeu na igreja no dia anterior:

– Uma mesa farta significa união, acolhimento e amor, e se isso é o que vejo nesta sala estamos no bom caminho para a salvação.

E mais uma vez Tomoyo se põem a pensar – É, mais uma vez la vem ela com palavras roubadas da boca de um padre da igreja local.

Todos prontos para comer na mesa, o pai foi o primeiro a agarrar a tigela de arroz com queijo preparada pela mulher. Aquele silêncio que até umas horas antes era única coisa que Tomoyo gostava, agora era perturbante. Perguntou a mãe a seu lado o que estava acontecendo, o tom de sua voz saiu quase em um sussurro como se não quisesse quebrar o silencio. – Amigo... -E dando em retorno ao sussurro da sua mãe, em um simples gesto de uma religiosa fanática entendeu que aquele era um amigo de seu pai.

Com o fim do almoço seu pai começou com uma explicação quase em um tom amargo e desinteressante. Ele era o novo membro da C.I.A de seu pai, e havia perdido seu apartamento em um incêndio. O que fez com que fosse passar alguns dias em sua casa.

O resto do dia passou em seu quarto a pensar no que iria fazer agora com um alguém desconhecido em sua casa. Não saiu para jantar, esperou sua mãe trazer para seu quarto. E com um dos seus preferidos livros deu continuidade a seu dia.

Já eram duas da manhã quando terminou de lê-lo. Estava exausta pela leitura, mas com um sorriso agradável de quem havia tido seu dia melhorado. Vai até a cozinha pegar um copo de agua para então começar a dormir, e com passos seguidos de volta para o quarto, encontra Tomoya Okazaki, o novo hospede da casa da mesma forma que o viu da primeira vez, cabisbaixo. Propositalmente esbarra nele, e a primeira conversa entre os dois se tornou um desengonçado pedido de desculpas. Sem mais, voltaram aos quartos.

Em seu quarto Okazaki acaba de perceber de como aquela lolita que havia visto há pouco tempo era bonita, quase que perfeita. Algo que ele não havia reparado no jantar. Entreolhou seu quarto e percebeu sua estrutura formal, algo a moda de 64, em comparação a uma corte Portuguesa. Parecia ter havido muitas outras histórias naquele lugar. O lugar soava a ódio, desprezo, e traição. Que parecia rodear todo o resto da casa. Ele sentia como se algo fosse acontecer a partir de então. Mas logo se deitou, Tomoyo agora era algo mais incompreensível para ele.

Nagisa, a doce irmã mais velha, olhos grandes e negros, seu rosto era bem modelado, nada parecido com os modelos que as pessoas inventavam, estilos como triângulos ou redondos. E sim algo bem angelical e delicado. Era tímida também, mas só na frente de desconhecidos. Tinha apenas dois bons amigos. Acabara de completar 20 anos, estava já no auge de sua carreira profissional, em uma grande empresa com nome bem conhecido, e que mostrava respeito por todas as pessoas da cidade. Aos 17 anos, terminou seu colegial. Após um acidente de carro em que perdeu parte de sua memória construída todos os anos de sua vida, voltou desse período com nenhuma lembrança de sua infância. Com sua saúde já reestabelecida, foi contratada pela empresa que iniciou na cidade á pouco tempo, a contratou primeiramente como menor aprendiz mas sua evolução foi muito satisfatória e agora conseguiu um cargo importante dentro da empresa, Sua vida não poderia estar melhor.

A madrugada parecia passar lentamente, aquele lugar estranho para um desconhecido, algo desprezível para uma caçula e normal para a mais velha.

Dias se passaram e aquele mesmo clima continuava na casa até que uma noite Nagisa que já tinha um fino interesse em Okazaki o ver olhando fixamente um jardim no inicio da casa feito por ela. Parecia que estava gostando da forma em que as flores foram plantadas, as rosas combinavam perto dos cravos e as margaridas pareciam que conversavam com as violetas, e do lado um simples regador sem importância, pois ao que parecia havia instalações novas de esguichadores de agua. Aproximou-se dele :

– Gosta de flores? –Falou timidamente, seu primeiro contato com o desconhecido.

–Essas são as minhas preferidas- Apontando para as margarias e as violetas, falou com um sorriso largo de quem esperava em troca outro sorriso como aquele visto no primeiro jantar na casa.

Ela sorriu, e mais uma vez trocas de olhares entre ambos acontecia com mais intensidade do que a primeira vez , ela desceu até o jardim e arrancou uma de cada flor que ele havia apontado : - Tome, estas são para você. Incrivelmente está aqui também é a minha favorita. - E no momento em que esperou que ele pegasse as flores, uma caiu bem despercebida. De imediato os dois se abaixaram no mesmo tempo e com uma batida no ombro dele, e quase totalmente abaixados seus rostos estavam tão pertos, que sua forma delicada de olhar o atraiu incondicionalmente, o fazendo não hesitar em se aproximar mais. E no segundo posterior, estavam completamente entrelaçados na delicada ação de um beijo. Na porta atrás deles, estava escuro, não se podia ver nada, apenas de lá que foi visto a triste cena para Tomoyo.

Este é o último capítulo disponível... por enquanto! A história ainda não acabou.