Masquerade

Masquerade part. 1


Madison Hartfold

Tiffany decidiu fazer o batizado das monstrinhas. Eu, claro, tive que ir. Mostrei superioridade, óbvio. Meu namorado teve duas aberrações com ela, porém eu, forte como sempre, fui até a apresentação delas para a sociedade.

A minha vontade era ir de preto. Mas meu interesse falava mais alto. Fui de branco e tudo. Em breve seria a formatura e eu tinha pouco tempo para deixar tudo pronto.

Os Morgenstern fizeram uma recepção na casa deles após a cerimônia ridícula na igreja. Bash tinha um sorriso idiota na cara e eu odiava isso. Odiava porque os filhos dele também deveriam ser meus. Eu deveria dar essa alegria a ele, não uma vadia qualquer que entrou em nossas vidas.

Eu a odeio tanto.

Caminho pelas mesas brancas depositadas no jardim. Cumprimento pessoas. Estava tão cansada de ser simpática com todo mundo o tempo todo.

Encontro Adam e ele praticamente me arrasta para o bar, mas não bebo nada. Ainda está claro e eu não gosto de beber de dia. Fico na água mesmo.

– Eu não vejo a hora de estarmos em Dubaí - Adam fala. - Quem sabe toda essa situação melhore.

Sorrio para ele.

– Você é otimista demais.

Ele me encara.

– Não é por isso que iremos? Para tentar concertar as coisas?

– Não há como concertar coisas que já estão quebradas.

– Maddie...

– É uma viagem entre amigos e, por isso, Tiffany não irá.

– Tiffany é nossa amiga.

– Não, não é.

– Madison, eu sei que é difícil para você, mas acho que deve ser relevado, levando em conta o passado de todos nós juntos.

– Não haveria nós se não fosse por mim. Eu uni todos e, sinceramente, Adam, eu não quero brigar com você, mas está decidido: Tiffany não irá.

Adam levanta-se do bar, irritado.

– Essa não é uma decisão que você deve tomar sozinha.

O encaro, atordoada pelo enfrentamento.

– O que está acontecendo? Sua irmã te deu um pé na bunda e Tiffany está aquecendo sua cama no lugar?

Ele engancha sua mão ao redor do meu braço.

– Isso é segredo, Madison. Eu te contei em um momento de confiança entre nós...

– Não se preocupe, da minha boca não sairá nada...

– Obrigado.

–...desde que Tiffany não vá à Dubaí.

Adam solta meu braço.

– Acho que vou ter que apostar todas as minhas fichas que você gosta de mim o suficiente para não revelar nada para ninguém.

E ele sai.

A amizade de Adam é muito preciosa para mim, mas ela não poderia ser mantida para os meus planos darem certo.

Sinto muito, Adam.

§§§

Adam van der Windsor

Assim que ouço o suspiro de Naomi, saio de cima dela e busco o ar desesperadamente. Nunca fizemos nada como isso antes.

Ela sorri e se aproxima de mim, me beijando.

– Foi perfeito - seus olhos puxados quase se fecham com seu sorriso de orelha a orelha e não resisto ao ímpeto de sorrir também.

Pensei que poderia ser apenas uma atração, mas era muito mais do que isso, eu sentia. Era muito parecido com o que senti por Scarlett um dia.

Quando a ameaça subliminar de Madison me atingiu mais cedo, o medo de perder Naomi foi um baque desesperador. Não podia acontecer jamais.

A nossa noite foi como se eu soubesse que seria uma despedida.

Um grito quase me deixou surdo.

Minha mãe havia entrado no quarto.

– Mas o que é... - lágrimas enchem os seus olhos. Ela tenta limpá-las, mas suas mãos estão trêmulas demais para isso. - Eu não estou acreditando. Harold!

– Mãe... - Naomi coloca suas roupas de forma apressada. Faço o mesmo. Assim que meu pai entrasse naquele quarto, eu sabia que estaria morto. - Eu posso te explicar, por favor.

– Vocês... vocês são irmãos, pelo amor de Deus! Isso é deplorável.

– O que está acontecendo aqui?

Meu pai.

– Eles... - minha mãe encara o meu pai e começa a chorar. - Isso é nojento, Deus. Eu não consigo falar.

Meu pai adivinha, é claro.

– Naomi vai para um internato bem longe daqui. Adam irá trabalhar enquanto não estiver na faculdade - ele segura a esposa pelos braços. - Está tudo resolvido.

– Resolvido? - Bridget se solta. - Você acha que afastá-los vai resolver isso, Harold? Nós falhamos. Nossos filhos são uns depravados incestuosos...

– Nós não somos irmãos - me manifesto pela primeira vez. - Não temos o mesmo sangue.

– Isso não importa - sua mãe fala, furiosa. - Deus, eu deveria açoitá-los...

Harold já coloca as mãos no cinto, como se estivesse ansioso para fazê-lo por ela.

– Você não pode me julgar, pai - digo. - Eu sei sobre a sua boate e sobre as perversidades que acontecem lá. Se existe algo insano dentro de mim, eu herdei de você.

Ele me acerta com um murro no rosto. Vejo o sangue sujando o chão quando viro o rosto.

– É de lá que vem o dinheiro que te sustentou a vida inteira, garoto. Não mais.

– Harold... - Bridget o puxa pelo braço. - É demais, por favor, não faça isso.

– Agora você viverá por conta.

– O que você está falando? - pergunto, confuso. Meu pai, porém, entende como um ato de enfrentamento.

– Sua irmã irá, sim, para longe. Você, porém, irá embora da minha casa. §§§

Duas semanas depois

Tiffany Morgenstern

Patrick me apressava como se estivéssemos muito atrasados. Na verdade, não estávamos.

– Calma aí! - grito do quarto. - Eu não estou achando minha máscara.

– Vamos logo, Tiffany! Estou cansado de esperar.

Desço as escadas rapidamente, irritada.

– Sabe como é difícil parecer magra depois de parir? Não. Você é homem. Jamais saberá o que é isso.

Ele bufa.

– Guarde o discurso feminazi para depois. Estamos atrasados.

– Eu nem queria ir nessa festa.

– É a sua festa. Você tem que ir.

– É minha, mas não é realmente, não é mesmo? É a festa da Madison.

Ele suspira e abre a porta do carro para mim.

– É a sua noite, Tiffany. Não deixe coisas fúteis ofuscarem isso - ele me beija na testa. - Eu te amo. Nunca se esqueça disso.

Pela forma como ele falava, soava como uma despedida.

§§§

Scarlett Wilkins

Vagueio pelo salão até encontrar alguém realmente amigável. Encontrei conhecidos, mas estava cheia deles. Adultos me dizendo que sentiam muito pela morte dos meus pais, mas jamais apareceram para sequer fazer uma visita, adolescentes me bajulando em busca de uma amizade com Madison, meninas me pedindo para ajudá-la a ficar com meus amigos e vice-versa. Estava cansada das pessoas irem atrás de mim apenas quando querem algo.

Estava cansada de ser usada.

Vejo Zach entrar no salão. Desvio o olhar da porta e faço de tudo para sumir. Era uma festa de formatura diferente: era um baile de máscaras. Coloquei a minha na entrada e não podia circular pelo salão sem uma, regras de Madison. Como Zach apenas me viu com máscara todos esses meses, é óbvio que ele me reconheceria.

Acabo esbarrando em alguém em meio a minha fuga.

– Lett, está tudo bem? - Adam pergunta, me segurando pelos ombros.

– Sim - tento me afastar. Não consigo.

– Você parece nervosa.

Não podia falar sobre isso com ele.

– Eu preciso ir ao banheiro - minto. Saio correndo.

Até quando essas mentiras me cercariam?

Parece que não por muito tempo, afinal esbarro em Zach na mesa de doces.

Ele sorri para mim.

– Eu não sabia que a Mulher Mascarada frequentava esse círculo.

Há muitas coisas que você não sabe sobre mim.

Forço um sorriso e o puxo para longe das pessoas. O beijo com uma violência anormal da minha parte, afinal sempre ele é quem conduz tudo. Para distrai-lo, o empurro para o primeiro banheiro que vejo.

Zach jamais poderia saber quem eu realmente sou ou estaria tudo acabado.

§§§

Madison Hartfold

– Ela está aqui.

– Ótimo - digo para Patrick. - Depois do jantar, a briga deverá ocorrer. Todos tem que ver para que possam ser testemunhas.

– Maddie...

– Você não está pensando em desistir, não é mesmo?

– Tiffany acabou de ter duas filhas, Madison. Isso vai destruir a vida dela e das meninas.

– Ela não pensou na minha vida quando a destruiu e nem nos filhos que eu poderia ter com Sebastian. Ela não pensou no meu relacionamento e nem em ninguém além de si mesma. Tiffany deve pagar caro por tudo o que me fez.

– Por que você simplesmente não manda a matarem logo e acaba com isso em vez de ficar obsessiva com essa vingança?

– Porque a morte seria rápida demais. Tiffany deve sofrer.

Patrick respira fundo, incerto.

– Será apenas um susto, Pat - coloco seu rosto entre as minhas mãos e o beijo rápido para que ninguém ali no salão veja. - Se tudo der certo, estaremos no Japão em dois dias e daqui alguns anos, quando voltarmos, poderemos dizer que tudo não passou de um engano e Tiffany poderá ter sua vida de volta.

Os olhos dele brilham.

– Tudo bem.

Sorrio diante da minha vitória e quase me sinto culpada pela mentira.

Quase.

Eu jamais pisaria nos Estados Unidos novamente.

§§§

Ao ver Tiffany na mesa de sobremesas, me aproximo, pronta para destilar veneno.

– Como andam suas bastardinhas? Soube que nasceram prematuras.

– Minhas filhas estão ótimas, Madison - ela responde, sem me olhar. - Hoje é meu dia e nada do que você diga poderá estragar isso.

– Não pense que suas pirralhas terem o sobrenome de Bash significa muita coisa. Ele provavelmente fará algumas visitas até enjoar e tudo que irá sobrar será uma pensão gorda e o seu golpe todo terá sido em vão.

– Eu jamais quis o dinheiro de Sebastian, nem sequer preciso dele, muito menos seu maldito sobrenome. Tudo o que eu queria era criar minhas filhas sozinha e em paz.

– Mas não podia manter a língua dentro da boca, não é mesmo? Assim como não conseguiu manter as pernas fechadas.

Ela finalmente se vira para mim, irritada.

– Quem você pensa que é para falar de mim, Madison? Você não pense que eu não sei os seus podres, só que não sou como você que sai por aí espalhando. Eu sei sobre o Sr. Khan, assim como soube que você já dormiu com Adam. Se duvidar até Frank está nessa sua lista idiota, pois eu sei que você anota o nome de todos os garotos com quem fica. Eu posso ter cometido um deslize e dormido com um cara além do meu namorado, mas se formos levar isso em conta, a vadia aqui é você, não eu.

Sorrio, não deixando suas palavras me abalarem. Já havia passado o tempo em que Tiffany tinha qualquer efeito sobre mim. Hoje, tudo o que ela causa em mim é ódio.

Havia várias pessoas ao redor. Precisava dar a tacada final. Aquilo provavelmente doeria em mim fisicamente, mas era necessário.

– Você deveria ter abortado e evitado aquelas pequenas aberrações de terem uma mãe hipócrita e desprezível como você.

Foi o suficiente. Tiffany largou o prato com sobremesas em cima da mesa e acertou um tapa no meu rosto. Porém, não foi o bastante. Ela precisou puxar meus cabelos, desmanchando totalmente o meu penteado.

– Eu vou te matar, Madison! - ela grita. Nesse momento, todos estão em silêncio. Solto um grito apenas para fingir que estava doendo.

Logo em seguida, sinto aquela incomodação nos meus cabelos se suavizar e vejo que seu irmão mais velho, Drake, a tirou de cima de mim.

– Que papelão é esse, Tiffany? - ele sussurrou. - Todos estão nos observando.

– Eu não pude evitar, D. Me desculpe. Ela me irrita demais.

– Deixe para acertar as contas mais tarde. Festas não são lugares para brigas.

Ele a puxa para o outro lado, porém, antes disso, ela aponta o dedo na minha cara e faz questão de repetir:

– Eu vou te matar - rosna. - Isso ainda não acabou.

Claro que ainda não acabou, penso. Isso é apenas o começo.

§§§

– Madison - Bash me puxa pelo braço. - O que foi aquilo?

– Sua amante me atacou na mesa de sobremesas. Você deveria escolher melhor com quem vai dormir, Bash. As vezes o inimigo está ao seu lado e você nem sabe.

– Tiffany não é do tipo de pessoa que reage sem ser atacada primeiro.

– Você não a conhece como eu. A conheceu naquela noite no Jackson. Eu a conheço desde que nasci. Nossas mães já eram amigas bem antes de pensarmos em nascer. Eu sei como Tiffany age, você não.

– Se você quer pensar assim...

Naquele momento, somos interrompidos. Vários celulares começam a tocar ao mesmo tempo. Pego o meu e verifico a mensagem. É uma notificação da NY Gossip.

A vadia de NY era o título. Abaixo, uma foto minha.

Era só o que me faltava.

"Parece que a vocalista da banda The Storm, Madison Hartfold, não é o anjo que aparenta ser. Mesmo tendo um namorado, o segunda-voz da banda, Sebastian Scotterfield, é visível a socialite teen gosta de variar suas companhias. A filha da famosa musicista Grace Hartfold com o dono do maior hospital de NY, Joseph Hartfold, foi flagrada aos beijos com o empresário de sua banda, o requisitado Phillip Khan. Pessoas próximas a ela afirmam que a loira também tem uma intimidade diferente com um dos seus melhores amigos e outro integrante da banda, Adam van der Windsor. Ainda não sabemos se a segunda informação é verdadeira ou não passa de boatos, mas a primeira com certeza é! Agora resta a nós, meros espectadores, preparar nossa pipoca e aguardar os próximos capítulos do que parece ser uma nova novela mexicana baseada em fatos reais."

Eu não estava acreditando no que estava lendo. Abaixo da notícia, havia uma foto minha e de Khan nos beijando no estúdio. Somente pessoas autorizadas entrariam lá. Os meninos são distraídos demais para fazer qualquer coisa e Scarlett jamais me trairia dessa forma. O que restava Tiffany.

Ela iria pagar por isso.

– Madison - Sebastian me segura pelo braço antes que eu possa ir atrás daquela desgraçada.

– Bash, eu...

– Durante todos esses meses você jogou na minha cara o fato de eu ter ficado com Tiffany e eu quase fui corroído pela culpa porque eu pensava que você não merecia. A verdade é que você não passa de uma hipócrita.

– Bash, nós podemos conversar mais tarde? Eu tenho que...

– Não tem mais tarde - ele aperta o meu braço com força. - Nós nunca mais conversaremos, está me entendendo? Nunca mais.

– Eu só fiquei com Khan uma vez e foi porque eu estava morrendo de raiva, Bash. Não me culpe. Eu jamais o trataria da forma como você me tratou. Sobre Adam, você sabe que não é verdade. Eu nunca...

– Para de mentir! - ele me chacoalha. - Eu sei de tudo. Eu descobri que você já dormiu com Adam várias e várias vezes, sua vadia!

Não era possível.

– Quando? - sussurro.

– No dia em que Frank descobriu sobre Tiffany.

Deus. Foram semanas.

– E por que você guardou isso por tanto tempo?

– Porque eu estava esperando você me contar, mas você não contou. E eu só me afoguei ainda mais nesse seu mar de mentiras. Você é venenosa, Madison. Você não passa de veneno para as pessoas.

Meus olhos marejam. Eu não podia deixar ele ter esse efeito sobre mim. Ele não podia perceber.

Mas uma lágrima traidora escorre.

– Eu nunca quis isso para mim, Bash. Eu nunca quis isso para nós. Eu deixei a raiva me contaminar. Me desculpa. Eu o perdoei, eu sei que você pode fazer o mesmo por mim.

Ele me aperta ainda mais.

– Você me chantageou por um tempo incontável, Madison. Apesar disso, eu continuei tentando encontrar a sua alma. Acontece que você tinha razão: ela nunca existiu.

– Bash, você sabe que isso não é verdade - mais lágrimas escapam. - Eu te amei. Até Cancun. Até eu descobrir. Ainda depois disso.

Eu toco seu rosto.

– Eu ainda te amo.

– Me desculpa, Madison, mas eu sou incapaz de acreditar nisso.

Olho para o meu braço.

– Então por que você ainda está me segurando?

Ele parece perceber o que está fazendo e então me solta.

– E, não, eu não sei como te perdoar. Na verdade, nesse momento, eu te odeio.

§§§

Scarlett Wilkins

Procuro por Madison pelo salão. Todos especulavam sobre a notícia na NY Gossip, mas eu não ligava para os comentários maldosos sobre a minha amiga. Eu sabia quem ela realmente era e, nesse momento, precisava desesperadamente conversar.

Assim que a encontro, a puxo para um canto com sofás brancos perto da mesa de doces.

– Maddie...

– Lett, se você vai falar sobre as notícias, eu sinto muito, mas eu não posso falar sobre isso agora. Na verdade, eu não quero falar sobre isso agora.

– Claro que não. Se você não quer falar, é uma escolha sua e eu respeito isso. Eu quero conversar sobre outra coisa.

– Tudo bem.

– Eu preciso te contar sobre os negócios ilegais da sua família.

– Que negócios?

Respiro fundo. Seria difícil para ela, mas depois de hoje eu sabia que não teria mais oportunidade. Era óbvio que Zac descobriria assim que as máscaras caíssem quando o relógio badalasse à meia-noite e ele contaria para Maddie. Eu precisava me antecipar.

Conto sobre a morte dos meus pais e sobre a dívida dele com a máfia. Conto que Harold van der Windsor é um dos chefes e por isso terminei com Adam: porque não conseguiria dormir com o cara cujo pai era meu cafetão.

Deixo de fora o fato de que eu estava dormindo com o irmão dela.

– E durante esse tempo lá na Red Night, eu descobri que o grande chefe é, na verdade, o seu pai.

– Lett... eu... eu não sei nem o que te dizer. Eu sinto muito por tudo o que eles te fizeram passar. Eu jamais conseguiria sobreviver a isso tudo se estivesse no seu lugar.

– Ah, Maddie, é claro que conseguiria. Você é bem mais forte do que eu e se eu consegui, com certeza você tiraria de letra.

Ela abaixa a cabeça.

– Não sei mais se sou tão forte assim.

– Maddie - seguro suas mãos -, eu estou aqui para você para sempre, ok? Não me importa se os outros não estão.

– A minha força vinha das pessoas eu meu redor. Eu, sozinha, não passo de uma menina esnobe e fútil.

Balanço a cabeça.

– Você é muito mais do que isso e não precisa de ninguém para te fortalecer. Você é Madison Hartfold, pelo amor de Deus.

Ela sorri.

– Obrigada, Lett. Não sei o que seria sem você.

Sorrio de volta. Pensei que a conversa seria bem mais difícil, porém havia sido bem mais aliviador do que pensava. Agora, precisava de um drinque.

§§§

Madison Hartfold

Procuro por Zac. O acho no barzinho montado perto do buffet.

– Por que você não me contou que Scarlett era uma das prostitutas da Red Night?

Ele me encara, confuso.

– Quem é Scarlett?

– Pelo amor de Deus. Scarlett Wilkins, minha amiga da banda.

– Ah, sim, mas... eu nunca vi ela na boate do papai.

– Ela me disse que ela e a irmã bastardinha estavam lá para pagar a dívida do pai dela que morreu.

– Tem uma menina lá com uma história parecida, mas...

– Mas o quê?

– Espere... Scarlett, sua amiga de infância? Aquela que sempre ia lá em casa?

– Sim! - digo, exausta de tanta lerdeza.

– O nome do pai dela por acaso era Richard?

– Deve ser, sei lá.

– Madison, se você não me ajudar, eu não posso fazer o mesmo por você.

Suspiro.

– Sim, era.

Zac levanta do bar.

– Eu acho que...

– Zac, me diga alguma coisa.

– Eu acho que já vi sua amiga por lá. Na verdade, eu acho que até a conheço.

§§§

Madison Hartfold

Só faltava um.

Escrevo em um guardanapo e o entrego a um garçom.

– Entregue para Jonathan na mesa dos Wentworth. Não diga quem é o remetente, sim? - tiro uma nota de cem da bolsa e coloco no seu bolso da camisa e sorrio. Ele assente.

É como se eu pudesse ver novamente o que eu havia escrito.

"Seu filho está tendo um caso com seu novo brinquedinho.

PS: cuidado ao levantar. O chifre pode enroscar nos lustres."

O que eu daria tudo para ver, porém, seria essa briga épica.