Acordei com o telefone tocando. Eram três da manhã, quem era o desgraçado ligando?
– Alô? – disse, sonolenta.
– Susana, você não vai acreditar no que eu descobri - disse Felipe.
– Felipe, são três da manhã. Não quero saber.
– E se eu te falar que tenho uma suspeita pro caso do taxista?
– Quem? – estava ficando curiosa.
– Se chama Gabriela Buenocore, aparentemente foi a última corrida dele antes de ser assassinado.
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Sentei-me na mesa pichada do Mc Donald’s.
– Atrasada - disse Fernanda.
– Fê, foi muito sem querer.....
– Uma hora.
– Fê...
– Eu consegui um emprego na Juicy.
Juicy era mais uma daquelas lojas repleta de rosa e brilho. Me assustava um pouco. Na verdade o que estava me assustando mais era o fato da minha prima aceitar um emprego de vendedora, não era muito a cara dela.
– Vendedora, você? – ergui uma sobrancelha.
– Sabe que sou orgulhosa demais pra isso.
Ah tá, o mundo havia voltado ao normal novamente, ou quase isso.
– No escritório da Juicy- continuou ela.- Secretária.
Lojas como a Juicy tinham escritório? Uma imagem de um edifício rosa veio à minha cabeça.
– Hm- disse por fim.
– E você?
Fudeu.
– Você, por acaso está com algum objeto pontiagudo por perto ou posso falar?
Ela fechou os olhos e eu considerei isso um sinal para continuar.
– Guitarrista de uma banda.
– E você está lá porque se apaixonou pelo baixista?- ela sorriu
Não estava brava.
– Não! Você sabe o quanto música é importante pra mim!
Ela ergueu uma sobrancelha
– Guitarrista e vocalista, acho.
– Acha?
– Ah eu não sei, ele me deu a guitarra, e tinha uma voz maravilhosa. Depois a gente olha no Google.
– É sei, você achava a voz do Gabriel linda também.
Fechei os olhos, uma lágrima borrou meu lápis de olho.
– Desculpa- disse ela imediatamente.
–Não tem problema- limpei o borrão da cara.
– Gabi, a gente precisa conversar, eu achei que você tivesse superado o negócio do Gabriel.
– Eu superei, O G-g- hesitei, era capaz de pronunciar o nome dele?- O Gabriel é passado.
Claro que eu era capaz, eu não era uma garotinha vulnerável.
– Gabi....
– Fê, sou eu que preciso conversar com você.
Finalmente adquirira coragem, iria perguntar pra ela o que havia guardado durante anos.
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O Sr.Lane desligou o telefone. No que ele tinha errado? Porque o filho dele não se interessava pelo négocio da família?
-Dê um tempo ao menino- disse Cristiane calmamente, enquanto bordava.
-MENINO? Ele tem vinte e um anos!
-Ele apenas é diferente , Roberto.
O telefone tocou. Roberto atendeu imediatamente.
-Mate-o- disse numa calma sinistra.
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