Afrodite:

- Sem dúvidas esse chá está maravilhoso, Louise, querida. Mas nada melhor que o gosto da vingança, meu bem. – Eu sorri, verdadeiramente feliz, colocando a xícara vazia sobre a bandeja que minha adorável Chevalier me estendia.

Ela é do tipo que entende rápido, gosto disso. Logo estava abrindo a porta para sair do meu quarto e executar o ratinho. Claro que qualquer um que a visse acreditaria facilmente que era apenas a empregada comum de sempre do zoológico. Mas Louise quase nunca foi uma empregada comum. Eu a transformei em Chevalier ainda na primeira semana em que ela chegou.

- Tome cuidado com a minha irmã maldita. Aposto que ela estará te vigiando. – Sussurrei antes que ela saísse, embora eu soubesse que não era necessário, afinal, não seria nada legal se a nossa fiel empregada de repente fosse assassinada pela “gêmea boa”. O que eu realmente esperava era que Louise desse um fim rápido ao lêmure nojentinho, antes que David, Death Knight e minha favorita, a Mag-chan, voltassem para proteger a rainha vermelha. Todos sempre aos pés de Sarah! Isso porque ela ignora totalmente a verdadeira identidade dela e age como uma humana idiota.

Louise:

Ah, que chato. Tanto poder para ser desperdiçado com um animalzinho indefeso. Seria melhor se eu pudesse executar Margaret de uma vez. Mas Afrodite defende aquela garotinha o tempo todo: “Mag-chan está tão empenhada em voltar para casa! Eu irei com ela também! Então me tornarei real e o mundo todo será povoado por quirópteros, como nós, o sonho de Diva se realizará graças a Mag-chan!”. Isso por que a tal “Mag-chan” é uma garota perdida que não faz ideia de onde está e que certamente quer se ver livre de Afrodite, por que a essa altura o namoradinho dela já deve ter a posto contra minha rainha.

Essa tarefa ia ser moleza. “Toc-toc”, bati na porta do quarto de Margaret, a mais nova hóspede! Muito mal vinda por acaso... Culpa do lêmure retardado que confundiu Alice com uma garota qualquer. Que ainda por cima estava se tornando mais um obstáculo para que o sonho de Diva se realizasse. Era isso que Afrodite queria, um mundo de quirópteros, queria realizar o sonho da mãe e vingar-se pelo assassinado dela.

De fato era terrível que a garota masoquista que resolveu se unir a um grupo que devasta a própria espécie e que assassinou a mãe ser tida como “gêmea boa” era ridículo. “Toc-toc”, bati na porta outra vez. Ninguém atendia. Ah, como sou idiota, um animalzinho daqueles não ia conseguir nunca abrir a porta sozinho! Coitado! Então eu mesma abri a porta. Lá estava o famoso Simon. Aquele traidor.Pisando na rainha que um dia reverenciou... Mas que coisa horrível!

- Olá, Simon. – Eu o cumprimentei com meu sorriso mais doce. Mas ele não respondeu, estava sobre a cama, com o rosto no travesseiro, soluçando de tanto chorar. – Margaret te deixou, não foi? Deve ser doloroso... Mas detesto ver visitas tristes. Quem sabe um pouco de chocolate quente não melhore esse humor?

- Cínica. Não ponha essa máscara na minha frente! – Ele olhou para mim, resmungando. Criaturinha mais atrevida!

- Não seja tão rude! Eu só estava tentando ser gentil. – Juro que meu olhar era tão frágil que parecia que eu ia chorar por algo tão bobo assim. Eu coloquei a bandeja na mesinha do quarto e beberiquei o chocolate do copo maior, então peguei o copo menor e ofereci para ele. – Não vai querer?

- Pare logo com essa cena, não estou a fim de morrer envenenado por hoje. Isso é tão clichê, Louise!

Fiz como ele pediu, não ia mesmo adiantar ficar bancando a boazinha. Simon não ia acreditar nunca nisso, ele sabia que eu era Chevalier de Afrodite.

- Tudo bem. Se você prefere morrer da pior forma... – Eu avancei a mão em direção ao pescoço dele, mas devo admitir que ser pequeno tem suas vantagens, ele desviou facilmente. É, não ia dar para pegar leve também, eu ia ter que usar minha velocidade...

O lêmure desceu da cama e correu por baixo das minhas pernas. Eu deixei que ele saboreasse um pouquinho o gosto de ter fugido de mim. E quando ele já estava quase alcançando a porta entreaberta, parti para o golpe final,segurando certeiramente com as duas mãos. Pobre animalzinho indefeso... Dois ou três dedos seriam suficientes para esganá-lo. Ou talvez eu devesse quebrar algumas costelas primeiro, seria mais divertido assim...

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Louise

Este é o último capítulo disponível... por enquanto! A história ainda não acabou.