Harrenhal era o maior castelo que Harry havia visto. As cinco muralhas eram retorcidas, estando derretidas.

Harry estava na maior e mais alta delas, a torre da pira do rei. O nome original havia sido perdido após a morte do rei daquele catelo, Harren, o Negro. Eram os aposentos mais dignos de um rei. Além da torre ser vertiginosamente alta, o aposento de Harry era tão grande, que ele ficava até desconfortavel.

De fato, aquele castelo era tão grande que se estivesse em boas condições, seria perfeito para o senhor dos sete reinos.

Harry, entretanto, odiava aquele castelo. Além da aparência horrenda, a criação de Harren era medonha por si só. O vento passava pela construção quase liquefeita, criando correntes de ar medonhas.

Não ajudava nada que Harrenhal já tivesse uma péssima fama com ele: todos os que tomavam conta do castelo, tiveram a linhagem extinta; e isso desde o próprio criador, Harren, o Negro, que o fizera a custo da vida de centenas de pessoas, que derramaram até sangue na argamassa; só para ser morto pouco depois, junto de toda a sua linhagem. Desde então, todos aqueles que botaram os pés na enorme fortaleza derretida, tiveram sua linhagem morta.

Haren, Qoherys, Harroway, Towers, Strong, Lothson, Whent... Todas aquelas casas, muitas delas sendo antigas e poderosas, com séculos de história, botaram os pés na fortaleza, e todas foram extinta de forma brutal e cruel. Até aqueles que não tiveram a linhagem extinta, mas tomaram o sombrio castelo por um tempo, morreram; Tywin Lannister, Janos Slynt, Amory Lorch, Sor Gregor Clegane, Roose Bolton... Apenas Petyr Baelish permanecia vivo, e mesmo ele não botava os pés no lugar.

E agora eu estou aqui..., pensou Harry, sombriamente.

Apesar de tudo, pelo menos havia algo bom no castelo: fora o local de dois grandes conselhos, onde praticamente todas as grandes casas se reuniram e votaram naquele que seria o escolhido para governar os sete reinos.

Havia um bosque sagrado gigante em Harrenhal, muito maior do que o que tinha em Winterfell. Harrold, entretanto, nunca botou os pés nele. Quando estava no enorme castelo dos Stark, visitou o Bosque de lá, e sentiu como se a terra o repudiasse, que aquele não era o seu lugar. Só sua esposa e os irmãos dela se sentiam confortáveis naquele local, assim como os lordes de lá —Com exceção dos Royce, que seguiam a mesma fé dos velhos deuses do norte. Só o olhar do rosto choroso entalhado daquela árvore coração dava calafrios em Harry. Parecia que o rosto o olhava de forma crítica, incomodado com a sua presença e mostrando isso para ele.

Aquele nunca seria o meu lar, pensou. Somente os nortenhos poderiam conviver em paz naquela terra. Talvez esse também tenha sido o motivo de sua partida; precisava fugir daquele castelo, que mais lhe parecia uma outra terra viva e nociva para ele. Sabia que os lordes do Vale estavam felizes em sair de Winterfell e do Norte, tanto quanto ele.

Havia pelo menos cinquenta mil homens em Harrenhal, a maioria estava acampada fora do castelo, mas tiveram de entrar e dividir espaço com os outros, pois os batedores haviam encontrado o exército inimigo —bom, era o que eles deduziram que tivesse acontecido, pois eles simplesmente nunca voltaram.

O tio de Sansa, Lorde Edmure, insistiu que deixassem os plebeus entrarem no castelo.

—Eles estão assustados, precisamos protegê-los. —insistira Edmure, como se dissesse respeito aos lordes. —As hordas dothraki vão destruir as poucas casas que sobreviveram a guerra, estuprar as mulheres, as crianças que não forem mortas, serão escravizadas.

—É uma situação triste. —Respondera Harry. —Mas temos que pensar nos nossos agora.

Edmure o olhou incrédulo.

—Eles são nosso povo!

—São umas bocas famintas. —Dissera algum lorde do Vale, do qual Harry não se lembrava. —Não podemos nos dar ao luxo de desperdiçar comida com eles.

Edmure fixou o olhar em Harrold.

—Vossa Graça, as pessoas… É nosso dever proteger nosso povo.

—As pessoas serão protegidas enquanto nos defendermos. —Respondera Harrold. —Quando terminarmos, tenho certeza que vão nos agredecer. —Harry sorriu. —E aí o senhor poderá botar quantas bocas famintas quiser em vosso castelo, lorde Edmure. —Quando disse aquilo, os homens do Norte e do Vale deram algumas gargalhadas.

O tio de Sansa cumprimiu o queixo, parecendo se segurar para não falar nada. Peixe Negro havia tentado apaziguar o sombrinho, colocando uma mão em seu ombro. Edmure, no entanto, afastou a mão do tio com um movimento brusco do ombro e saiu do local. Alguns lordes do tridentes sairam com ele.

Uma serva trouxe um pouco de pão e manteiga para Harry comer, com um pouco de cerveja preta. Seu primo Roland lhe fazia companhia.

—Ainda me custa acreditar que você trocou a cama de Sansa por isso. —Ele disse, enquanto enchia um copo de estanho com cerveja.

—Sansa e eu já não dividimos a cama há algum tempo, e você sabe. —Se defendeu Harry, arrancando um naco do pão e passando gordura e manteiga nele e depois comendo. Para ajudar a engolir, ele tomou um trago de cerveja preta e grossa, limpando a boca com as costas da mão.

—E ela? Está grávida? —Seu primo perguntou. —Pelos deuses, Harry, precisamos de um herdeiro!

Harry olhou para o primo de forma irritada. Detestava ouvir as pessoas falando de sua intimidade.

—Acha que eu não sei disso? —Reclamou. —Eu e Sansa tentamos, mas minha semente não vingou.

Roland balançou a cabeça.

—Tal qual a esposa de Robb Stark — disse ele. —Essa casa tem algum problema com fertilidade?

Harry deu de ombros. Por que raios seu primo se importava tanto com isso?

—Bem, a mãe de Sansa teve cinco filhos —Lembrou Harry. —E o pai dela teve um a mais.

—E o irmão dela? —Roland perguntou. —Não sabe de alguém com quem ele possa se casar? Ele tem alguma mulher em mente?

Harry deu de ombros. Se o irmão de Sansa tivesse alguém em mente, era assunto dele.

—Como vou saber? Talvez, ele esteja à espera da guerra acabar, ou só pretenda deixar Rickon como herdeiro.

Roland pareceu pensar um pouco naquilo.

—Seu filho deve ser o herdeiro. —Disse Roland.

—Você fala como nossa tia. —Disse Harry, em uma voz cansada.

—Falo pela minha casa e pelo Vale. —Disse Roland. —O Vale entrará em crise sem um herdeiro, e esse herdeiro deve ter direito a outros reinos.

Harrold levantou a mão em direção ao primo, em um tom de aviso.

—Cuidado com a língua, primo, é dos irmãos de minha de quem você fala. —Harry o lembrou. —Caso eu não tenha um herdeiro, dê o trono a Jon ou Rickon.

Roland balançou a cabeça, negativamente.

—Não. —Ele disse. —Os lordes talvez aceitem um outro rei, em memória ao amado Lorde Eddard, afinal, muitos desejavam seguir Robb em sua guerra, não fosse Lady Lysa. Mas não aceitarão alguém de fora do Vale para ser lorde do Ninho da Águia.

Harry suspirou, cansado de tudo aquilo.

—Pelos Deuses, existem vários Arryn em Vila Gaivota, aposto que muitos vão estar felizes em pousar o traseiro no meu trono!

Roland o olhou incrédulo e depois irritado.

—Pelos Deuses, não fala sério, não é? Você tem uma possível herdeira do Norte e das Terras Fluviais, e já tem um trono por direito próprio -três tronos de uma só vez, caso não tenha percebido-, e quer abrir mão de todos eles?

Harry se deixou afundar mais na cadeira de madeira.

—Ser rei não é bem como eu imaginava. —Teve de admitir. —Existem muitas mulheres e glória, mas também existem problemas e mais problemas. —suspirou. —Estou realmente cansado disso, Roland.

Seu primo revirou os olhos.

—Sinceramente, meu rei, você é um ingrato. —Ele disse enquanto se levantava da cadeira. —Vou deixar você e a vossa tristeza a sós.

Harry assentiu, não suportando mais o primo.

—Vá, mas quando sair, peça para aquela serva entrar.

Roland olhou para a bandeja de comida e franziu o cenho.

—Não terminou de comer.

Harry sorriu.

—É, mas ser rei tem seus privilégios, lembra.

Seu primo não achou graça.

—Sinceramente, é uma pena Sansa estar casada com você. —Ele disse, cruelmente. —Ela e o Vale mereciam alguém melhor.

Harry fechou a mão em um punho e franziu o cenho.

—Saia daqui. —Ele disse, irritado.



Uma batida na porta acordou Harry, que estava dormindo em uma enorme e confortável cama de palha, ao seu lado, uma bela serva -da qual ele nem lembrava o nome, se é que ela tinha lhe dito - dormia ao seu lado, ela estava nua por baixo do cobertor, assim como ele.

A empregada se assustou e puxou o cobertor para se cobrir, mas Harry, irritado, se levantou e o puxou para cobrir o corpo nu, deixando a empregada totalmente nua e desesperada.

Harrold teve que andar mais do que andaria em um quarto normal até chegar na porta.

—O que é? —Perguntou Harry, ao abrir a porta, com os cabelos bagunçados e os olhos vermelhos.

Quando percebeu quem era, ficou chocado, pois era a sacerdotisa de Stannis, Melisandre. Até onde Harrold sabia, ela era de Asshai.

A mulher era absurdamente alta. E pálida também. Mas bonita, usando um belo vestido de seda vermelha fina e brilhante, mesmo estando no inverno. Seu cabelo e olhos eram de um tom vermelho único. Para Harry, ela parecia quase uma puta de luxo.

Posso entender o que Stannis viu nela, pensou, também me converteria por uma mulher quente dessas. De fato, ela era tão quente quanto as chamas que criava.

—Vossa graça — Disse ela, com um sotaque forte, fazendo uma vénia. Harry gostava de mulheres que se ajoelhavam para ele, pois estas sabiam qual era o lugar delas. Talvez depois ele a levasse para a cama. —Desculpe lhe interromper, mas temo que o inimigo tenha chegado.

—Ah, sim? —Harry disse, arrumando o lençol que lhe cobria e fechando um pouco a porta, não queria que ela visse a sua ereção. —Viste isso no vosso fogo?

A mulher riu.

—Não, estão perto mesmo. — Ela respondeu. —Pode vê-los chegando pelas altas muralhas.

—Ah… Bem, isso fazia mais sentido. —Ele acenou com a cabeça. —Certo, mande reunir os…

—Lorde Edmure e Brynden já estão se preparando, alteza. —Ela disse. —Acho que esqueceram de lhe chamar, por causa do caos. Quando alguém estranhou a falta de vossa presença, seu primo disse que você estava com companhia.

Harry ficou corado ao ouvir aquilo.

—Hã… Não importa. Eu já vou ver o que está a acontecer. Vou apenas vestir-me e já vou.

Ela assentiu, sorrindo para ele. Deuses, ele realmente queria transar com ela, mas tinha coisas mais importantes para fazer, então fechou a porta.

Ele se virou, deixando cair o lençol e mostrando seu falo empinado, que antes estava coberto.

—Vamos —Ele ordenou a serva. —Me ajuda a me arrumar! Vai logo!

Harry lavou o rosto com a água de uma bacia e colocou uma simples cota de malha, sabia que não iria entrar em batalha, por mais que quisesse.

Melisandre o acompanhou até as altas muralhas de Harrenhal. Elas eram íngremes, como um penhasco, superando as enormes muralhas de Winterfell. Quando Harry subiu no topo, estava quase sem fôlego.

Quando olhou pelas imensas ameias, viu um enorme exército de Dothrakis, gritando e fazendo círculos com os cavalos. O número era tão grande que qualquer outro castelo seria facilmente cercado por aqueles selvagens. A frente destes selvagens cavalgadores, estavam alguns mercenários de Essos, e na frente deles, dois homens de mantos e armaduras brancas, que Harry imaginou serem da guarda real dos inimigos. Ao lado deles, um homem de alguma das cidades livres, com barba e cabelo azuis -horrível; Harry duvidava que alguém realmente achasse aquilo bonito.

—O velho deve ser Barristan —Disse Peixe Negro, apertando um pouco os olhos. Estavam muito longe do chão, então os soldados pareciam formigas. —Já o vi uma vez ou outra. Quanto aos outros… Não sei. O careca talvez seja Sor Jorah. Ouvi dizer que a usurpadora lhe deu o manto branco.

Edmure torceu a boca ao ouvir aquilo.

—Ela e seu falso companheiro mancham a honra da guarda Real.

—Ouvi dizer que o mercenário azul é amante de Daenerys. —Disse Melisandre. — Essa fofoca tem corrido muito nos últimos tempos, se espalhou mais rápido que as palavras de R'hllor.

Harry fez uma careta. A rainha de Aegon devia ser uma mulher muito baixa para ter amantes -ainda mais já estando casada- e ainda se achar digna de ser rainha.

Edmure chegou mais perto de Harry.

—Não se preocupe, Dothrakis não passam pelas muralhas de castelos. —Ele disse. —E Harrenhal é um castelo simplesmente impossível de passar.

Harry olhou para o exército. Era imenso!

—É, mas eles ainda me parecem bem assustadores, milorde.

O homem velho com uma enorme barba -que Harry acreditava ser mesmo o famoso Sor Barristan Selmy-, cavalgando uma égua branca, fez sua montaria se mover e deu alguns trotes para frente. Aproximando-se das enormes muralhas.

—Sor Brynden e Lorde Edmure —Disse o velho, com voz fraca, sendo um pouco difícil de ouvir. —Nós não queremos guerra.

—Ótimo, então é só dar a volta, sor! —Berrou Brynden. —E tome cuidado, acho que seus Dothraki não sabem que não quer uma guerra!

Harry não gostou do homem o ter ignorado, afinal, ele era o rei! Quem aquele velho caquético pensava que era para simplesmente ignorar o Rei dos Vales e das Montanhas?

Será que é por que eu esqueci minha coroa?, Harry perguntou a si mesmo. A última vez que usou foi quando transou com serva em seu quarto -as mulheres adoravam ser lembradas de estar transando com um rei-; deve ter deixado o diadema cair.

—Nós temos nossas ordens, velho! —Berrou o homem de barba azul. —Saiam desse castelo, ou sejam mortos.

Desta vez, Harry tomou a dianteira e falou:

—Desculpe, prostituto da falsa rainha, mas eu estou casado com uma rainha de verdade e ela é uma Stark; imagino que não saiba como é ter um relacionamento assim, mas eu lhe garanto, ela não é do tipo de mulher que se desaponta.

Harry pode ver o homem se irritar e empinar o cavalo e avançar alguns metros até a muralha, mas era inútil, não podia fazer nada.

—Onde está a companhia dourada? —Questionou Edmure, como se isso fosse relevante. —Não faz sentido… Dothrakis não sabem fazer cerco, eles querem mesmo contar com um bando de mercenários pra isso? Harrenhal é enorme e queimamos boa parte da mata!

Barristan fez sua égua prateada se virar em direção a Daario.

—Quieto, insolente! —Ele disse. —Temos uma miss…

—Vocês não tem nada para fazer aqui além de morrer. —Disse Melisandre, perto das ameias, fazendo todos voltarem suas atenções para ela. —Sua rainha não tem poder aqui, e eu sou a verdadeira enviada do Deus da Luz. —Ela ergueu uma mão.

Daario riu das palavras da sacerdotisa.

—Olha, madame, se você acha…

E então uma luz surgiu ao lado dele, fazendo-o cobrir os olhos. Junto do brilho, logo vieram gritos. Harry inicialmente não entendeu que truque era aquele, até perceber que Sor Barristan estava queimando. A sacerdotisa o fez entrar em algum tipo de combustão.

A égua de Barristan se empinou, assustada, enquanto a sela queimava e o seu montador gritava.

Daario ficou assustado, e Sor Jorah rogou uma praga. Os Dothraki pareceram ficar em frenesi.

—Agora! —Berrou Edmure—Atirem agora!

Besteiros e arqueiros lançaram suas setas, em direção ao exército despreparado.

—Recuar! —Gritava Jorah. —Recuar!

E então, Harry ouviu uivos, e, quando olhou na direção deles, uma matilha saiu da floresta queimada, onde galhos retorcidos se encontravam, junto com alguns homens armados.

—Pelos sete deuses… —Disse Harry, depois olhou para Edmure. —Vossas terras sempre são assim?

Edmure o ignorou e olhou para o exército de lobos, indo em direção ao exército inimigo e os atacando.

—Olhem! —Ele apontou. —Ali! Aquela loba gigante!

Harry tentou achar para onde ele mirava, mas não conseguiu. Estava tudo um caos.

—Como sabe que é uma fêmea? —Harry perguntou.

Edmure sorriu, um sorriso vivido!

—Por que é a minha sobrinha quem a monta! —Ele disse. —É loba de Arya, é a Nymeria!

Quando Harry finalmente a viu, percebeu o enorme lobo gigante, cavalgado por alguém que era tão pequena, que parecia um ponto em cima do pelo do animal.

Brynden franziu o cenho.

—Ela não vai conseguir derrotar todos sozinha.

Edmure se virou.

—Abram os portões! —Disse Edmure. —Mudança de planos! Ataquem o inimigo! Atacar, atacar!

E então, os portões foram abertos, e centenas de milhares de cavaleiros, revestidos de armaduras, saíram, armados com espadas, machados e clavas, prontos para derramar sangue.

Foi quase um abate, principalmente para os mercenários estrangeiros. Daario Naharis se viu no chão, sem saber como caiu de seu cavalo. Uma imensa loba correu até ele.

Desesperado, ele tentou agarrar uma de suas adagas em forma de mulheres sensuais, mas não teve tempo, logo a imensa loba, montada por uma garota magrela.

Os dentes se fecharam em seu ombro, como se fossem lâminas cegas, e começaram a rasgar a carne e triturar seus ossos. Ele gritou de dor, enquanto o animal mexia a cabeça, fazendo seu corpo balançar. Carne começou a se desgrudar e sangue jorrava aos montes.

A loba o soltou, e usou o focinho para fazê-lo virar. Daario já não gritava, mas gemia de dor. Seu ombro esquerdo estava totalmente destruído e deslocado, com um osso exposto e mastigado pelas presas.

Daario abriu os olhos ao sentir uma pata se afundar em seu peito. Ele pode ver a loba rosnando, com o focinho cheio de sangue que pingava em seu peito.

Daario gritou quando a boca se abriu e pareceu correr em sua direção. Quando ficou escuro, sua cabeça parecia que iria explodir ao ser esmagada pela poderosa mandíbula do animal. A loba movia a cabeça de Daario de forma violenta. Daario nunca sentiu tanta dor antes, e, pela primeira vez em sua vida, ele se rendeu aquela tortura e implorou que acabasse logo.

—Valar Morghulis —Disse Arya, enquanto via Nymeria estraçalhar o mercenário rival, sem saber se ele ainda podia ouvir-lhe.

Quando Nymeria abriu as mandíbulas, a cabeça esmagada do homem de cabelo azul caiu no chão. Seus cabelos e barba azuis estavam agora sarapintados de roxo ou vermelho.

Thoros empunhava uma espada de fogo, queimando alguns dos soldados que encontrava e assustando alguns cavalos. Alguns homens de Harrenhal estavam montados em cabras de um chifre, que trepassavam a pele e musculos de cavalos e dothrakis.

O enorme Khalasar de Daenerys era potente, mas não estavam aptos a ir contra armaduras, não conseguindo passar pelas cotas de malha ou placas peitorais dos soldados. Outros eram acertados por flechas, algumas envenenadas por soldados do gargalo.

Vendo que o dia estava perdido e que exército estava totalmente desordenado, Jorah Mormont gritava em dothraki, mandando uma retirada, alguns os seguiram, outros, se recusando a fugir do perigo, foram de encontro ao perigo.

O corpo de Barristan estava caido no chão, carbonizado e pisoteado, com o metal da armadura fundido com o seu corpo enegrecido. Sua égua estava ao lado dele, caída, com a parte surperior do corpo carbonizada.

Quando tudo acabou, o céu já estava ficando escuro. Edmure mandou os portões serem abertos novamente, desta vez, para que o exército entrasse. Arya levou Nymeria para dentro -deixando o restante da alcateia do lado de fora-, junto com alguns colegas dela que Harry não conhecia. Havia também alguns prisioneiros com eles.

Com exceção de dois: o bastardo e o jovem Dayne. O que aqueles dois viam nela, Harry não sabia -mas tinha certeza de que havia algo entre eles.

—Sobrinha! —Disse Edmure, vindo recebê-la, de braços abertos.

Quando Arya desceu da loba e se virou, seu tio a abraçou por um tempo, e pareceu que a jovem ficou um pouco desconfortável com a situação, mas não reclamou. Gendry soltou um pequeno riso com a cena.

—Tio. —Arya disse, num meio sorriso. Ela olhou em volta. —É exatamente como me lembro.

—Já esteve aqui antes? —Perguntou Brynden, franzindo o cenho.

—É uma… longa história, tio. —Disse Arya, parecendo cansada.

Arya em nada parecia com a irmã, além de ter puxado totalmente a parte da família do pai em aparência, vestia-se como um homem, tinha o cabelo trançado, e o rosto sujo de terra e sangue seco. As botas estavam desgastadas e sujas de lama. E a jovem também cheirava a fumaça e terra batida.

Sempre ao seu lado, estava Gendry. Ele havia pegado as botas púrpuras com detalhes em ouro, o cinto com anéis de ouro e luvas de camurça de Daario. E o punhal e o arakh, ambos com os punhos dourados em forma de mulheres nuas em posições sexuais. Arya as achava estúpidas, mas Harry as achou incríveis.

—Como fez tudo isso? —Perguntou Brynden. —Esta é a sua loba?

Arya assentiu, afagando a orelha de Nymeria.

—Eu e Nymeria temos algo… especial. Uma conexão, tio. Eu sonho com ela sempre.

—Acreditem. —Disse Gendry. —É impossível dormir com ela na cama.

Edmure e Brynden olharam para o garoto de forma irritada. Na verdade, vários lordes. Gendry não era querido desde que os rumores sobre os dois se espalharam. Arya era vista como uma puta, e Gendry era o rapaz que a transformou numa puta. Podiam até não falar isso na cara dos irmãos da jovem princesa, mas a maioria concordava que o bastardo deveria ser morto, e Arya, punida ou casada com alguém. Era um absurdo seus irmãos não a punirem por manchar a honra da própria casa.

Como Sansa pode ter uma irmã tão devassa?, Harry se perguntou. Talvez Lady Catelyn só não tenha amado a segunda filha -e ele não a julgaria por isso. Era melhor não ter filho algum do que um lobo selvagem como cria.

—Mais tato, por favor — Reclamou Arya para Gendry, vendo que ele era descuidado com as palavras e alguns lordes podiam bem matá-lo por tal.

Gendry deu de ombros, sem se importar.

Arya tirou as luvas de couro.

—Posso falar com os meus tios a sós? — indagou Arya.

Edmure assentiu.

—Pode ser na torre da viúva, onde eu estou. —Disse. —Pode ficar nela se quiser, eu quero que fique confortávelz, princesa.

Arya não gostava muito do título, mas assentiu para o tio. Sabia que ele apenas queria ajudar.

Mas não importava que tipo de ajuda ele lhe desse, Arya queria ir para Winterfell —Se é que este já não havia caído ante o poderoso inimigo. Seu lugar era lá, não atrás das negras muralhas de Harrenhal, onde Haren, o Negro, morrera, junto de toda a sua linhagem.

De qualquer forma, era em Harrenhal que ela ela e sua matilha estavam, e eles foram até o local indicado.

—Você também é um sacerdote, não é? —Perguntou Melisandre, se dirigindo a um homem vestido todo de rosa, enquanto todos se afastavam.

—Sim, sou Thoros de Myr. —Ele disse. —Vi Arya nas chamas, sabia que ela viria, então preparei meu grupo para ela.

Melisandre assentiu.

—Sim. Eu também sabia que ela viria. Tem algo mais vindo… Você também o viu?

Thoros assentiu.

—Sim. A escuridão e o silêncio personificados em carne. Está vindo até nós.

Os assentos de Edmure eram enormes, embora não tão grandes quanto os de Harry.

Quando Gendry e Edric tentaram entrar, Brynden os barrou.

—Essa é uma conversa privada! —Ele disse, provavelmente irritado pela ousadia daquele bastardo.

—Tudo bem, tio. —Disse Arya. —Eles podem entrar.

Peixe Negro não pareceu gostar, mas fez o que a sobrinha disse.

Gendry sorriu e ficou ao lado de Arya, sem se importar com o quanto isso irritava os tios da princesa. Edric pegou um jarro e serviu a todos.

—Nós queimamos uma boa parte da floresta por perto. —Disse Edmure. — Isso deixará os soldados inimigos sem comida.

Arya assentiu.

—Nós também fizemos isso. —Disse Arya. — Eles terão de voltar para a Capital.

Sor Brynden tomou um trago de cerveja.

—Mas isso também quer dizer que logo o exército vai aumentar; a fé apoia Aegon, e a companhia dourada tem elefantes…

—E dragões. — Revelou Arya. —Acredite, eu vi.

Harry riu.

—Perdeu o juízo princesa? Deve ter inalado fumaça. Não existem dragões.

Arya franziu o cenho.

—Existem, eu mesma vi.

—Quando? —Perguntou Edmure, confuso.

—Eu…

—Foi quando ela foi para Porto Real resgatar Margaery. —Disse Harry, irritado ao lembrar de como sua esposa tramara pelas suas costas.

Edmure ficou chocado, arregalando os olhos azuis.

—Isso é verdade? Você esteve lá?

Arya mordeu o lábio, assentindo.

—Foi a pedido de Sansa. Eu e Gendry resgatamos Margaery para ter apoio…

—Vossa irmã ficou louca em te mandar para um lugar desses? —indagou Brynden.

—Sansa confia em mim — insistiu Arya. —E Margaery está no Vale agora, será que não teremos apoio da Campina?

Brynden e Edmure negaram com a cabeça.

—A Campina não vai nos ajudar, princesa. —Disse Brynden. — Quase todos apoiam Aegon e Daenerys, além de estarem sendo saqueados. É só uma questão de tempo até o atual lorde se ajoelhar e se unirem à causa inimiga, se é que já não o fizeram. —Deu um sorriso triste. —Winterfell logo cairá, já até tenha.

Um silêncio tomou conta do enorme aposento.

—Devemos tentar. —Disse Arya. —Eu e a minha família já saímos de situações ruins antes, não vamos cair agora. Devemos continuar.

Edmure sorriu.

—Sua mãe estaria orgulhosa de te ver assim. —Ele disse.

Gendry e Arya se olharam, de forma meio triste.

—Se você diz… —Disse Arya. —De qualquer forma, os campos devastados vão matar os homens aos poucos, a menos que voltem para a Capital, mas, caso eles tenham trazido muitos alimentos, podem durar mais. Caso os elefantes venham, eles também vão ter fome logo, pois eles demandam muita comida. —Ela franziu o cenho. —Não tem sentido… Tem algo aqui. Alguma coisa que não estamos vendo.

—Quê quer dizer? —perguntou Gendry.

—Daenerys está indo para o norte; o exército dela também… Mas nada do Aegon; Ele ficou com um reino já praticamente vencido, enquanto a esposa gasta todas as suas energias com três reinos em revolta de uma vez.

—Ela tem um exército enorme. —Lembrou-lhe Edmure.

Arya abanou a cabeça.

—Não sei… Tem algo que não estamos percebendo…

Edmure deu uns tapinhas no ombro de Arya.

—Relaxe, princesa. —Ele disse. —Temos prisioneiros, eles serão levados para as celas acima desta torre, onde serão severamente interrogados. Qualquer informação que tiverem, vamos saber.

Arya assentiu.

—Certo, mas temos que proteger as pessoas. —Disse Arya. — Eles estão indefesos, devemos trazê-los para Harrenhal e…

—Não. —Harry a interrompeu, percebendo que aquela irritante princesa rebelde estava tomando decisões demais. —Cada grão é importante, e a maior parte deles veio do Vale. São para ajudar na guerra, não encher bocas inúteis.

Arya o olhou com aqueles olhos cinzas irritados.

—Você é estúpido ou o que? —Ela perguntou, deixando a raiva tomar conta. —Não pode estar falando sério, as pessoas lá fora estão sofrendo.

Harrold deu de ombros.

—Não é problema meu. —Disse de forma simples.

—E quem você pensa que é?

—Quem eu penso que sou? —Harry riu. —Sou o Rei aqui, princesa. Você vai ter de fazer o que eu mando. Assim como sua irmã.

Arya pareceu se irritar com a arrogância daquele homem. Sansa não poderia ter arranjado um marido melhor?

Mas Arya agora era uma mulher mais velha, já sabia se controlar. Sabia que só iria gastar saliva ali e da alta posição de Harrold. Ela apenas assentiu ante as palavras dele.

—Como quiser, meu rei. —Ela fez uma vénia profunda. Havia momentos que ser cortês era a única opção.

Gendry a olhou, um pouco surpreso. Harry sorriu e assentiu.

—Certo, bem, como já está tarde, eu vou para a minha cama. — anunciou Harrold, querendo voltar a serva que aquecia sua cama. —Tenho certeza de que seu "amigo" bastardo sabe do que estou falando, não é?

Harrold riu, mas Gendry não esboçou emoção alguma.

Quando Harry saiu, Arya finalmente pode dizer:

—Odeio aquele idiota.

—Também não gosto, princesa. —Disse Edmure, suspirando. —Juro por todos os deuses que não suporto a ideia de que uma de minhas sobrinhas casou com ele.

—É, mas nós teremos de aceitar. —Disse Brynden. —O Vale é o maior exército e trouxe comida. Estamos à mercê deles. —Brynden balançou a cabeça, irritado e cansado.

Edmure assentiu.

—Petyr sempre foi esperto. —Disse Edmure. —Deve ter pensado nesse detalhe, mas acho que a morte de Robin estragou seus planos. Harrold é muito mais inconstante, sem ter um regente, como Robert teria, ninguém pode salvar-nos de suas estupidezes.

Se é que não estava nos seus planos, pensou Arya, que nunca esquecera que Petyr viu o pai dela morrer e nada fez. Sansa lhe disse sobre as últimas palavras de Lysa, mostrando que Mindinho era muito mais sombrio do que ela imaginava…

Mas não tinha problema, quando a guerra acabasse e Petyr não fosse mais importante, Arya iria lhe cortar a garganta. Ninguém iria sentir falta dele mesmo.

Edmure continuou, falando de forma mais baixa: —Temo o que um exército como o dele pode fazer caso ele queira tomar a coroa do Norte para si.

Brynden o olhou, surpreso -e talvez apavorado com aquela ideia.

—Acha que aquele homem é louco o bastante para tamanha insensatez?

Edmure deu de ombros.

—Ele é um ser ignóbil — Respondeu Edmure — Não serve para ser rei; não era destemido e estrategista como Robb; não tem a calma de Jon; e nem a inteligência da esposa. —Balançou a cabeça. —Esse tipo de gente não deve ter uma coroa na cabeça, muito menos um exército com ele. Caso ele tenha o olho maior que a barriga -e acho que ele o tem- e deseje mais do já que já tem, vamos ter que rezar para que nossa rainha Sansa o coloque em seu lugar; isto é, caso ela ainda tenha algum controle sobre ele.

Brynden torceu a boca e pegou o cabo da espada embainhada.

—Mato-o. — Peixe Negro declarou. —Juro por todos os novos e velhos deuses, mato aquele almofadinha se ele ousar tal coisa. Não permitirei mais querelas nessa família.

Edmure estava preste a acalmar o tio, mas Arya foi mais rápida.

—Calma, tio. —Ela disse ao tio-avô. —Harrold é o marido de Sansa e o nosso rei.

Seu tio a olhou de soslaio.

—Eu, assim como diversos lordes do Tridente, juramos lealdade ao rei do Norte. —Ele a lembrou, como se ela tivesse esquecido.

Arya assentiu, tentando ser paciente.

—Eu sei, meu tio. Mas Harry ainda é marido de Sansa, e ela é sua rainha, certo?

Brynden pareceu surpreso com a resposta, mas logo assentiu.

—Ela é mais rainha para mim do que o seu meio-irmão bastardo. —Brynden admitiu.

Arya precisou de todas as forças do mundo para não se importar com as duras palavras de seu tio-avô sobre seu irmão favorito. Apenas sorriu e assentiu.

—Então — Disse Arya —, por amor a ela -e a mim- terá de suportar Harrold... Por enquanto.

Como havia prometido, seu tio havia deixado seus aposentos para Arya. Ele de certo não achou certo que Ned e Gendry o dividissem com ela, mas não falou nada.

—Vamos matá-lo. —Disse Gendry, totalmente nu e suado, com o falo ainda empinado, enquanto jogava lenha no fogo e usava o atiçador para mexer nela. Arya havia ordenado que ninguém entrasse no quarto sem a permissão dela, e mandou deixarem lenha extra para aquecer o fogo.

Arya sentia a semente morna dele entre as suas pernas, e seus rins ainda doiam pela necessidade do amor, mas ela não se importava. Era uma dor boa. O quarto inteiro cheirava a sexo. A enorme lareira, maior até que um homem, queimava avidamente.

Para ajudar a esquentar, duas panelas com carvão quente foram deixadas embaixo do colchão de palha da enorme cama, deixando os lençois bem aquecidos e os três jovens bem aquecidos, pois ar entrava pelas enormes frestas e buracos da torre.

—Não podemos matá-lo —Disse Edric, franzindo o cenho, deitado ao lado de Arya, seu corpo nu estava coberto pelo lençol do colchão. Seus cabelos loiros caiam pelo seu ombro e pelo travesseiro mofado. —Somos hóspedes dele. Não somos Freys.

Arya assentiu. E afastou uma mecha loira do rosto dele. O dornês tinha uma aparência dócil e fofa que ela amava. Ele sorriu, pegou sua mão e a virou, dando-lhe beijos nas costas dela.

Gendry deu de ombros.

—Não precisa ser agora. —Disse Gendry. —Podemos lidar com isso depois.

—Por que acha que devemos matá-lo? —Questionou Arya.

O cavaleiro afastou uma mecha preta de seu cabelo de perto de um dos olhos.

—Ele vai nos atrasar, vocês dois sabem. —Disse Gendry. —Devemos nos livrar dele, antes que ele piore as coisas. Ele claramente não presta para governar ou liderar exércitos.

Arya pensou naquilo. A ideia de se livrar de um fracassado como Harry era tentadora, tinha que admitir… Mas não sabia se Sansa iria gostar disso, afinal, ela era esposa dele, e, até onde Arya sabia, não existia qualquer agressividade entre os dois -se tivesse, Harry era um homem morto.

E ela não tinha garantias de que o Vale ainda os apoiaria caso Harrold fosse morto. Sem esse apoio, a guerra com certeza estaria perdida.

E, é claro, seria suspeito Harrold morrer pouco após a chegada de Arya.

—Melhor não. —Ela disse. —Por enquanto, o marido deve viver… Pelo menos até eu achar que devemos nos livrar dele.

Gendry assentiu e se aninhou na cama quentinha, puxando Arya para si e pousando a cabeça nos seios dela.

—Não importa, desde que esteja feliz.—Ele disse, beijando o seio dela. —Só quero lhe ver bem. —ele o mordiscou o mamilo e depois passou-lhe a língua, deixou-o lustroso com sua saliva. Arya deu um gemido.

Edric se aproximou dela, beijando-lhe o pescoço e depois os seus lábios. A pele dele era pálida e lisa, diferente da pele dura e peluda de Gendry, queimada pelo sol e pelo calor da forja. E Arya adorava passar os dedos em seu cabelo loiro. E adorava o modo como ele ficava vermelho como uma donzela quando eles estavam em momentos íntimos.

Ele também cheira melhor, pensou Arya. Diferente dela e de Gendry, o jovem lorde dornes quase sempre tomava banho -pelo menos quando podia, já que passavam muito tempo nas matas-, e sempre estava limpo e cheiroso. Arya e Gendry estavam mais acostumados a evitar banhos, preferindo tomar depois de alguns semanas... Ou meses. Mas Edric nunca reclamou disso. Nos últimos tempos, ela pensou em compartilhar o banho com ele.

Arya tinha passado a gostar ainda mais de Gendry desde que ele permitira que eles compartilhassem da companhia de Ned quando estivessem juntos; era muito bom sabe que ele gostava tanto dela a ponto de deixá-la dividir o leito deles. Sim, e sabia que isso agradava Ned também, talvez até mais do que quando Gendry permitiu que ele fosse seu escudeiro; agora, o jovem dornês estava sempre bem próximo deles. Como agora, enquanto ele empurrava sua língua para dentro da de Arya e ela a lambia. Ned passou um braço pela barriga de Arya e a puxou pela cintura. Gendry agora beijava seus ombros, ela podia sentir seu corpo quente indo contra o dela. Sentia também seu membro viril a encostando, duro de excitação. Uma mão calejada -que ela sabia ser de Gendry- massageava um de seios, que agora estava duro pelo toque de amor. Arya soltou um gemido de prazer.

A jovem sabia que muitos lordes não permitiriam isso, mas e daí? Ela estava pouco se fudendo para a opinião deles. Estava agora entre dois jovens rapazes que a amavam pelo que ela era, e o corpo dela gritava pela necessidade do amor deles.

Quantas mulheres poderiam se gabar de ter o que Arya tinha? Quantas poderiam dizer que tinham dois lindos amantes ou maridos que a tratassem como ela queria? Sabia que muitas poderiam até alegar que não precisavam disso ou coisas do tipo, mas duvidava que a maioria das mulheres de Westeris eram realmente tão independentes e felizes —bom, talvez em Dorne, pelo que Edric lhe dizia.

Sansa pode ficar com seu marido lindo e estúpido para ela, pensou Arya, enquanto seus dois amantes a cobriam com seus corpos e a enchiam de carícia e beijos. Eu tenho as duas pessoas que quero bem aqui, ao meu lado.

Arya sentiu a calejada mão de Gendry tocar a sua, entrelaçando seus dedos. Depois, Edric fez o mesmo. As mãos dos dois rapazes se uniram à da Arya.