Manus Life - Segunda Temporada

EPÍLOGO - ENCONTRANDO-ME


EPÍLOGO - ENCONTRANDO-ME

"Muita coisa que ontem parecia importante ou significativa amanhã virará pó no filtro da memória. Mas o sorriso (...) ah, esse resistirá a todas as ciladas do tempo."

(Caio Fernando Abreu)

Duas semanas depois...


Estava lendo um livro, chamado "como se livrar de um vampiro apaixonado", em minha cama. Nathália estava se maquiando enquanto olhava uma revista de moda, completamente fascinava. Tanto que, a mesma havia borrado seu rosto ao passar a máscara de cílios por ler que "Giulliete havia deixado o Rodolfo no altar". Bem... isso sobrou para mim, pois ela ficou repetindo esta notícia umas cinco vezes.

Yeap! Minha amiga ama, de paixão absoluta, novela mexicana. Sendo que, muitas vezes, James ficava com ciúmes quando ela o trocava pela televisão.

_Caramba! Tem um teste aqui, você quer fazer? _questionou-me, apontando que nem uma doida para a tal página. É... pelo menos ela havia se esquecido de continuar a se pintar.

_Não, obrigada. _respondi simplesmente ao ler o título "Descubra se seu namorado está ou não traindo você"

Claro que eu sempre tenho insegurança em relação a isso como a maioria, mas não será um teste que vai decidir se o mesmo põe um par de chifres em mim ou não.

_Está bem, então eu mesmo faço. _comentou respondendo a pergunta número um.

Trinta segundos depois eu já vi que a mesma estava de quase arrancando seus cabelos. Porém ficou aliviada ao ver o resultado. Bem... acho que meu primo não vai ser assassinado por enquanto.

_E ai, o que deu? _perguntei, com uma falsa indiferença.

O fato é eu gosto um pouco desses testes.

_Não há razões de preocupação. Nem sabe a sorte que tem. Uma pessoa assim não se encontra todos os dias; por isso, aproveite bem! _recitou a frase com um brilho nos olhos.

_Por ele ter admitido que é apaixonado por ti, acho que nem deveria ter duvidado do mesmo. Céus! Nem sabes o quanto ele mudou. _comentei, pensando em tudo que meu primo aprontou.

Yeah! James havia beijado uma menina, na minha frente, que morava na minha rua depois de ter roubado um selo meu, e de noite ficou com mais duas em uma festa. Um tremendo galinha.

_É verdade. _disse aos risos, deitando comigo na cama.

Ficamos conversando sobre tudo que o mesmo aprontava antes do telefone tocar. Atendi prontamente, pensando que fosse o Matthew me chamando para sair. Aliás, estamos fazendo muito disso ultimamente.

_Alô. _comecei, não sabendo quem era.

_Boa tarde, Senhora. A Manu está ai? _comentou uma mulher.

_É ela mesmo, quem deseja? _Oh! Estou parecendo aquelas secretárias de telemarketing.

_Aqui é a Amélia, sua professora no curso de artes. _vocês tinham que ver a minha cara ao ouvir estas palavras. _Eu sei que acabou as aulas e é muito tarde para dizer, mas só agora que consegui a autorização para expor os quadros dos alunos. Você vai querer vir? Talvez alguém até compre a sua obra. _comentou rapidamente, sabendo que a mesma chegava a implorar para que alguém fosse.

_Está bem, que horas vai ser exposto? _questionei sem vontade.

_Às 17h, na escola. _disse, provavelmente estava sorrindo do outro lado do telefone.

_Obrigada, estarei ai. _comentei, desligando em seguida.

Já eram 16h30, precisava ser rápida. Olhei para mim mesma e me senti um lixo completo, porém teria que ir assim mesmo. Peguei o estojo de maquiagem da Nathália e comecei a me maquilar. Bem, admito que mudei um pouco e me cuidei um pouco mais após namorar com o Matthew.

_O que houve? _perguntou minha amiga, folheando calmamente a revista.

_Lembra-se da Amélia? _comecei, pesando minhas palavras.

Sério, elas tiveram um briga no último dia de aula. Foi tão feia que a diretora teve que aparar as duas, porém a loira só foi suspensa porque no outro dia já era férias. E foi bem naquele dia que tive o prazer de ver pela última vez a faxineira Carla.

_Como não hei de lembrar? Aquela vaca. _urrou, quase rasgando o papel pelo ódio.

_Hei! Essa revista é da Raissa, não sua. _censurei-a, tirando o objeto de suas mãos.

_Mas, o que tem aquele odiosa? _perguntou.

_Ela vai expor o meu quadro do renascimento e eu tenho que ir. _disse, passando o blush.

_Se eu fosse você eu não compareceria, só para se vingar. _verbalizou, pegando o rímel e passando em mim com força.

_Caramba! Isso dói, sabia? Além do mais, não sou que estou braba com ela, e sim tu. _disse, pegando a máscara de cílios e passando sozinho.

Céus! A mesma é muita bruta quando estava sentido ódio, pior que eu.

_Desculpa, mas ainda acho que você deveria dar um bolo na mesma.

_Não. _seca, levantando-me da cadeira.

_E... não vai convidar o Matthew? _perguntou, apenas para me ver corar.

Sim! Confesso que estou a cada dia mais apaixonada por ele.

_Nunca! Seria muito vergonhoso ver o mesmo rir de mim. _disse, descendo a escada com a mesma me seguindo.

Depois desse assunto, a revista ficou jogada na cama, completamente esquecida.

_Apaixonada é fogo, em? _comentou, rolando os olhos e rindo enquanto o fazia.

_Não sabes o quanto. _dei de ombros, vendo minha mãe na cozinha.

_Onde vais que está tão arrumada, meu anjo? _É... a mesma não perde a mania.

_Em uma exposição. _sussurrei, sabendo que a mesma ia querer me acompanhar.

_Sério? E por que não nos convidou? _questionou, olhando-me tristemente.

_Porque... _comecei, mas ela me cortou.

_AMOR, VEM AQUI! _berrou D. Carla antes do mesmo aparecer na porta.

_Aconteceu alguma coisa? _questionou o mesmo ofegante, preocupado.

_Arruma-se que vamos na exposição. _comentou, levando-o para cima.

Dá para ver que eu não mando em nada aqui, mas é normal. Esperei eles na cozinha, completamente afoita.

_Vendo por este ângulo, você é muito linda. _comentou Nathália.

Olhei para a mesma de modo perplexo, não a entendendo.

_Se você sempre fosse assim, acho que seria a rainha do baile. Acho que deveria ter se arrumado desde sempre, meu amor. _É... nem preciso mais comentar dos apelidos.

_Para de brincadeira, garota, por favor! Não estou nem bonitinha, quanto mais seria a rainha do baile. _comentei, meio irritada.

_Você está muito grossa, Manu. _declarou, indo para fora.

_Eu sei, sinto muito por isso. _confessei, seguindo-a.

_Deste vez eu te desculpo, mas com uma condição. _feliz.

_Qual? _questionei rolando os olhos.

_Que você me convide para ser a madrinha do teu casamento quando se casar com o Matthew. _Céus! Seus olhos brilhavam ao citar a frase.

_Você está doida por acaso? _acho que a mesma bater a cabeça, só pode.

_Não, mas e ai, vai aceitar? _insistindo!

_Está bem. _dei de ombros, querendo que a mesma parasse de falar disto.

Logo meus pais chegaram e nós fomos para a escola, local do qual pensei que nunca mais ia ver. Doce engano! Minhas férias não duraram nem duas semanas e eu já estou, novamente, aqui.

Passei pelos corredores vazios, lembrando-me das vezes que este ficava cheio. Dos instantes em que esperava todos saírem rapidamente de suas salas para ir calmamente até o banco atrás do colégio. Podem me matar se quiser, mas este ambiente estava me dando nostalgia.

Andamos até a biblioteca e as estagiárias trabalhando, parecia que as mesmas não se cansavam nunca. Logo as lembranças vieram a minha mente como um enxurrada, fazendo com que eu não me esquecesse do momento em que Matthew me deu aquela pulseira no dia do meu aniversário. Aliás, este estava em meu pulso.

_Dá saudade, não é meu anjo? _interrompeu minha mão, passando a mão em meus cabelos.

_Sim, e muito. _confessei, tocando em meu peito, no lugar que meu coração estava.

Ah! Realmente os velhos tem razão, pois um dia iríamos implorar para voltar a esse tempo. Bem, só espero que isso não seja tão doloroso quanto está sendo para mim agora.

_Vamos, já são 17h. _comentou meu pai, olhando para o relógio.

É... ele odiava chegar atrasado.

Minha mãe agarrou no braço do homem, sorrindo para ele. Apesar de ter passado o tempo para os dois, pareciam que começaram a namorar neste instante. Eles eram tão fofos juntos! Passei pela sala do curso, vendo que Amélia estava ali. Ao ver quem estava comigo sua face mudou, as mãos ficaram em formato de punho.

_Melhor irmos ao pátio, não? _começou a professora após se acalmar, acompanhando-nos até o local.

Yeap! Esse lugar era tão especial para mim. Regado de memórias, tantas delas já esquecidas. Porém antes passei pela escada, aquela da qual ouvir alguém falar pela primeira vez o quanto eu era maravilhosa. Corri com minha amiga entre os braços ao me lembrar de Bianca, e mesmo com protestos continuei a levando.

_Dá para correr mais devagar, por favor? _sussurrou com um fio de voz e fiz o que mandou ao ver que eu nem a levava mais, carregava-a.

_Obrigada. _finalizou antes de se deitar na grama, completamente exausta.

Mirei ao redor e notei várias pessoas nos olhando, mas algumas estavam entretidas demais com o quadros. Logo, meus pais e D. Amélia chegaram, fazendo com que fossemos junto.

_Se não tivessem tantas pessoas, eu mataria aquela vaca. _sussurrou Nathália para mim, fulminando a mulher a sua frente.

_Pare com isso, pois ela não está fazendo nada. _retruquei, parando em frente a minha "obra".

_Está bem. _concordou, virando-se de costas.

Olhei para o quadro com muita atenção, percebendo o quanto ele estava horrível. A barriga parecia de pilão e não daquelas de gordinha que só aparece uns "pneus".

_Atenção senhoras e senhores... _sim, parece que estamos em um circo. _Aqui se encontra a pintora desta obra tão maravilhosa, Manu Toledo. _disse, empurrando para a frente enquanto as pessoas nos cercavam.

_Você é aquela menina daquele caso, não? _comentou um homem, esquecendo do verdadeiro propósito de estarmos aqui.

_Sim, porém são meus pais que merecem as gratificações. _disse envergonhada, tentando sorrir.

_Acho que não, você foi genial ao filmar o vídeo. _exclamou, parecia que eu era uma estrela. _Podes me dar um autografo, por favor? E dos teus pais também, se der.

_É... sinto muito, mas eu não tenho caneta. _constrangida.

_Não se preocupe, eu tenho uma aqui. _confessou, tirando um objetivo de seu bolso.

Esses homens de negócio... estão preparados para tudo!

O mesmo me pediu para assinar em um papel que tinha guardado, seguida de meus pais. Nathália fez a mesma coisa, divertindo-se com a cena.

_CA-RAM-BA! Foi você que pintou isso aqui? _questionou uma mulher de cabelos ruivos, completamente fascinada.

_Sim. _respondi de forma constrangida.

_Tu deve ser perfeita, não? Além de linda e generosa, é artista também? _comentou, fazendo com eu corasse.

_Não sou. _respondi simplesmente, então ela saiu.

Nath e eu observamos a imagem no quadro, rindo do mesmo. Amélia veio nos dizer que era que o leilão ia começar e que deveríamos dar adeus a minha obra. Oh! Como se eu fosse sentir falta.

_Ah, não. Eu queria tanto ele. _disse em ironia, indo para o local dos participantes.

_Sinto muito, mas o quadro terá que ser vendido. _e provavelmente o dinheiro vai contigo, não é?

_Ta. _dei de ombros, seguindo meus pais.

_Hei! Tu não podes ver o leilão. _disse a professora.

_Por quê? _questionei.

_Porque seria ruim para ti se visse o preço, se o mesmo fosse baixo, claro. _comentou, empurrando-me para trás do auditória.

Só deu de ouvir as palmas e mais nada, sendo que minha amiga me acompanhou. Ela estava com uma cara de que comeu limão azedo, e isso significava uma coisa... Amélia.

_Por favor, dá para parar de implicar com ela? _perguntei.

_Sabes que impossível, mas felizmente nunca mais verei aquela cara. _urrou, tentando ver pela cortina.

Se desse para olhar o leilão eu já o faria, porém alguém pôs um cenário atrás dos quadros. Yeap! Tudo fora planejado para que eu não visse as negociações. E foi neste momento que eu quis gritar que eu pouco me importava com meus sentimentos, mas sabia que era mentira. Realmente, se é uma coisa que não pode negar, é que eu me importo muito com o que os outros acham de mim ou de meus trabalhos.

A música "por enquanto" começou a tocar, deixando-me completamente emocionada. O fato é que eu adorava esse som, mas dei de ombros por saber que era o celular da Nathália tocando.

_Alô. _começou a mesma sorridente, provavelmente era o James.

Em instantes ela não estava mais ali, indo para um lugar distante. Antes eu não entenderia essa ação, porém agora compreendo. É vergonhoso demais conversar com seu namorado com alguém olhando, pois provavelmente você acaba soltando umas palavras fofas de vez em quando. Yeap! Após muita insistência por parte de Matthew, às vezes eu o chamo de amor em segredo.

_Manu...? _chamou-me. Ah! Ai vem.

_Sim?

_Sinto muito, mas tenho que sair. _disse tristemente, praticamente suplicando.

_Pode ir. _disse simplesmente, vendo a mesma partir.

É... ela nem podia reclamar de mim, pois ela também é uma apaixonada de carteirinha.

Logo o leilão acabou e fomos embora, indo para a casa. Com toda a nostalgia que senti ao entrar novamente no colégio, espero nunca mais o sentir. Vai ser completamente terrível ter que voltar e não ver mais aquele movimento das pessoas conhecidas ou os professores te enchendo. Yeap! Sou boba, eu sei.

Fui para o meu quarto, pegando meu fone e ouvindo algumas músicas. Depois de alguns minutos percebi que não era o som que eu estava acostumada a ouvir, era algo bem diferente. Olhei embaixo o walkman - Sim! Minha mãe tinha me dado há tempo e eu guardei - e notei um bilhete.

"Olá meu amor,

Com toda a certeza você deve ter notado que alguém mudou suas preciosas músicas para estar lendo este bilhete, não? Pois é, essas são as melodias que me lembram de ti.

P.S: Encontre-me no velho parquinho perto da praça às 19h.

DO PERDIDAMENTE APAIXONADO,

Matthew."

Acho que vou morrer! Passei até a cozinha correndo, sem olhar para trás. Não me importava de que forma eu estava, não quando já haviam passado quinze minutos desde o horário que o mesmo propos.

Fiquei aliviada ao notar que o mesmo estava ali, lindo como o sempre. O sorriso que eu aprendi a amar estampado em seu rosto. Ah! Eu tenho muita sorte. Cheguei perto dele e sentei no velho gira-gira, que já estava enferrujado.

_Caraca! O que tu fez para estar tão péssima assim? _começou de forma divertida.

_Por sua causa, seu idiota. _disse, mostrando a língua para o mesmo.

_Tu nunca aprendeste que quem mostra a língua pede beijo, Manu? _comentou de forma maliciosa, aproximando-se.

_N-não. _respondi aos gaguejos, "meio" nervosa.

_Ainda tens medo de mim, em? _questionou, olhando-me profundamente.

Apenas assenti com a cabeça, encolhendo-me. Aquilo parecia tão surreal, mesmo depois de semanas, que nem parece que ele é meu companheiro. Yeap! Ele não é ainda o que se pode considerar de um namorado, já que ninguém falou sobre isso depois da formatura.

_E por que você me chamou, Matt? _questionei, as maçãs rubras pelo ocorrido. Oh! Sou muito tola.

_Queres mesmo saber? _misterioso.

Nada respondi, começando a rodar o brinquedo pelo nervosismo. Ultimamente ele parecia sempre esconder algo, deixando-me apreensiva. Sei que havia dito que deveria confiar nele, mas estes acontecimentos estão me deixando insegura em relação ao nosso relacionamento.

_Dá para parar, por favor? _disse o menino a minha frente, completamente enjoado.

Céus! O que eu fiz? Devo ter ficado tão preocupada com meus pensamentos, que me esqueci que ele não pode ficar muito tempo em movimento nesses brinquedos.

_Desculpa. _declarei, interceptando o objeto com os pés.

Matthew agora não estava tão mal quanto eu, já que eu via que seu rosto estava voltando ao tom normal.

_Não há no que perdoar. _comentou, indo em minha direção. Pegou-me pelas mãos e me puxou até o banco mais próximo. Abraçou-me fortemente, fazendo com que eu sinta a segura sensação. _Sei que demorei, mas tinha que fazer algo antes de te entregar.

Ele puxou um livro de sua sacola, o morro dos ventos uivantes. Entre rajadas e memórias, lembrei-me do dia em que emprestei isto para ele. Peguei-o com nostalgia, mas era como se ele não fosse mais meu. Eu queria dar-lo para o moreno.

_Este livro ficou muito tempo contigo para ser meu, pegue-o. Estou dando-o para ti. _comentei, estendendo a mão em entrega.

_Mas, nem vai folheá-lo primeiro? _questionou, o sorriso traiçoeiro brincando em seus lábios.

Então o fiz, obedecendo-o de maneira lenta. Abri a primeira página e nada vi, pensando que teria uma dedicatória. Más em meio aquelas letras, parei em uma especial. Era o instante em que heathcliff diz que ama Catherine. E nele se encontrava um pequeno objeto amarrado por uma corda, sendo está colada com uma fita na parte branca.

_V-você... _não consegui balbuciar mais do que uma palavra pela surpresa, colocando a mão em minha boca.

_Não diga que não o queres, por favor. Ou preferes um anel dourado ao invés do prata? _sussurrou em meu ouvido, beijando meu rosto calmamente.

Ele pegou minha face em suas mãos, tocando lentamente em um fio rebelde. Céus! Eu poderia sentir isto para sempre, e sempre. Enquanto o mesmo colocava a mecha para trás, espantei-me ao sentir o local formigando quando Matthew se afastou. Fechei os olhos para tentar experimentar mais intensamente este calor, do qual sempre quis perto de mim.

_Manu...? _chamou-me, tirando-me de meus devaneios.

Abri os olhos, vendo o mesmo sorrindo para mim. Porém, era uma expressão de deboche. Yeap! Ele me tinha em suas mãos, sempre teve.

_Sim? _questionei após balançar a cabeça francamente.

Agora eu notei nossa proximidade, e o quanto seu olhar queimava desta distância. Algo que nunca tinha percebido, mas seus olhos são verdes oliva com um toque de azul marinho. Completamente me perdi ao contar os traços de suas íris, sendo totalmente clichê.

_Vais aceitar ou está esperando que eu mesmo peça? _irônico.

_O que está esperando para me pedir em namoro, em? _desafiei-o.

Em meio aquele parquinho, perto de uma praça, havia várias pessoas no local. Fiquei arrependida por ter o provocado, mas ao vê-lo se ajoelhar na areia notei que isso não importa. Se este idiota não tinha medo, eu também não teria. Ele pegou minha mão, beijando-a sem pressa.

_Manu Toledo, queres namorar comigo? _questionou nervosamente.

Ah! Depois de tantas juras de amor, por que ele ainda tinha dúvida sobre minha resposta? O mesmo valeria para mim também.

_Não sabes o quanto aguardei por isso. Acho que minha vida inteira. _sussurrei, antes de ser selada pelo mesmo.

Ele tinha o dom de me surpreender de um jeito maravilhoso, pois nunca imaginaria isso. Depois de tanto tempo sem esse livro, já o tinha esquecido. Mas Matthew não, tanto que pensou nessa surpresa para mim. Acompanhou-me até minha casa, entrando após minha mãe quase insistir para que ele o fizesse.

_Sabes que dia é hoje, meu anjo? _começou minha mãe.

_Não. _dei de ombros, mas sabia do que a mesma estava falando.

_NATAL! _exclamou, cantando uma cantiga enquanto me levava até a sala de estar.

Yeap! A primeira coisa que D. Carla fez ao ficar milionária, foi arrumar a casa. É... todas elas são iguais.

Quando cheguei ao quase cubículo, a mesma apontou para algo na parede. Assustei-me quando vi o que tinha ali, quase dando um berro. Quem disse "o quadro que pintei" acertou.

_Ah! Não pude resistir, muito menos depois de ver o quão triste tu ficarias sem ele. _alguém pode me matar, por favor?

Bem... eu tinha sido irônica naquela hora, mas mãe nota isso? Não.

Matthew começou a rir ao ver a obra, perguntando-me várias vezes em que fui inspirada para fazer a rechonchuda mulher. Bem... logo meus parentes e Nathália chegaram, sendo que a mesma me obrigou a mostrar para todos a aliança que ganhei. Eles ficaram perplexos e perguntaram quando nós íamos nos casar, deixando o moreno meio nervoso.

Sim! Ele diz que ainda é muito cedo para pensar nisso, sendo que temos muito pela frente.

Fiquei muito contente por tudo que passei hoje. Enquanto estava na varanda com meu na-mo-ra-do, minha progenitora estava mostrando o quadro para minha família. Raissa estava assistindo o filme com meu irmão e o outro casal também, mas estavam se agarrando. Mesmo assim, eu amo tudo que conquistei.

_Sabe o que eu queria saber, baby. _Não, esses apelidos não.

_Sim? _questionei distraída.

_O que você desejou ao apagar aquelas velas em seu aniversário? _comentou um pouco... curioso.

Oh! Donde ele recordou isso, em?

_Na-nada. _gaguejei, muito rubra.

_Diz-me, por favor. _insistiu.

_Quer mesmo saber? _misteriosa.

_É o que mais desejo, por enquanto. _declarou de forma maliciosa.

_Você. _finalizei, sendo aquecida pelo mesmo em meio ao frio.

_Ah! Eu sabia. _sussurrou de forma convencida, beijando-me arduamente.

Yeah! Eu realmente amo tudo que conquistei.

FIM

Este é o último capítulo disponível... por enquanto! A história ainda não acabou.