Mandella Effect

Viagem no Tempo


— Quer sair daí! – quase gritei para o loira à minha frente que insistia em querer mexer na nova máquina do meu tio Cisco. Éramos proibidos de sequer chegar perto das máquinas do meu tio, mas Tommy não parecia ligar muito para aquilo. Ele era tão arrogante quanto o pai e isso me irritava tão profundamente que era capaz de socá-lo no rosto todas as vezes, mas nunca o fazia.

— Não podemos mexer com as máquinas do tio Cisco – dessa vez quem falara foi Melissa, a filha perfeita da Supergirl, tinha a mesma idade que eu e éramos melhores amigas desde quando nos conhecemos pela primeira vez.

— Qual é, vão nos dizer que não estão curiosas para saber o que essa lataria faz – soara quase como um desafio vindo dos lábios de meu irmão mais velho. Eu e Melissa trocamos um olhar e subimos na máquina, nos dando por vencidas.

— Tudo bem, mas não ouse apertar nenhum bot... – antes da minha frase se completar, o botão foi acionado por Henry e a máquina começou a se mexer. – Seu imbecil, o que você fez? – perguntei furiosa e o olhar de assustado dos dois rapazes me fez perceber que eles sequer sabiam igualmente.

Começamos a gritar desesperadamente enquanto o maquinário parecia estar saindo do chão e voando para algum lugar que era impossível saber. Passamos dentro de alguns buracos de minhoca e no terceiro deles estávamos todos abraçados juntos com medo do que poderia acontecer. Sentimos um impacto no chão e temíamos abrir os olhos, tremendo. Thomas foi o primeiro a os abrir, me tirando de seus braços com cuidado e olhando ao redor.

— Parece que estamos na Star Labs – deu de ombros olhando ao redor e eu me levantei apenas para comprovar a teoria dele. Estávamos mesmo no interior da Star Labs, mas estava diferente, parecia ter uma cor pouco familiar e o córtex estava mais aberto do que como eu me lembrava.

— Ah cara – ouvi a reclamação de Henry ao sair da máquina junto à Melissa e olhar para o aparato que jazia no chão. – Quebramos a máquina do tio Cisco – ele comentou com desespero na voz e paramos para observar o objeto que parecia ter uma fumaça saindo de cima do motor e uma parte da frente completamente amaçada.

— O que está acontecendo aqui? – a voz extremamente familiar do meu pai apareceu no córtex e ele não parecia muito feliz. Nós quatro nos olhamos e começamos a nos explicar ao mesmo tempo, o que fez Barry se irritar e levantar uma mão, pedindo silêncio. – Um de cada vez, não consigo entender nada – mas antes que um de nós tivéssemos a chance de falar, ele suspirou, pareceu incomodado ou desconfiado e estreitou os olhos. – Vamos começar com a pergunta principal. Quem são vocês? – nos olhamos novamente, sem entender muito. Se meu pai estava nos perguntando aquilo era porque tinha alguma coisa errada.

— Desculpa – começou Melissa, ela sempre foi a mais inteligente de nós, depois de Mia, a irmã mais velha de Thomas. – Mas, poderia nos dizer em que ano estamos? – Barry pareceu tão confuso quanto nós, mas deu de ombros enquanto respondia.

— 2019 – quase tive um ataque e não pude deixar de arregalar os olhos.

— Viajamos no tempo? – Tommy perguntou com os olhos igualmente arregalados.

— Achei que isso fosse impossível! – comentou Henry, mais para si mesmo do que para os outros.

— Então a máquina era uma máquina do tempo? – perguntou trocando olhares com os outros e ouvimos Barry chamar nossa atenção. Percebemos que ele não estava mais sozinho ali, acompanhado de si estavam minha mãe, tio Cisco, Ralph e Iris, mas onde estava vovô Joe?

— Será que agora poderiam responder a minha pergunta? – perguntou um pouco impaciente trocando de olhar entre todos nós. – Quem são vocês? – conhecendo o mínimo de viagem no tempo, eu não podia dar muitas informações então tratei de fazer as apresentações antes de todos os outros.

— Meu nome é Madison Allen – falei apenas, sem entregar meu outro sobrenome, ou isso poderia ser um problema para o futuro. Não que fosse difícil saber de quem era filha, meus cabelos avermelhados entregavam isso. – Esses são Melissa Zor-El, Thomas Queen e meu irmão, Henry Allen – os três sorriram conforme eram apresentados, mas os adultos da sala pareceram ficar pálidos enquanto nos olhavam, principalmente Barry.

Antes que qualquer um de nós pudesse quebrar o silêncio, um barulho alto veio da enfermaria e todas as cabeças se viraram ao local. Barry estava em posição de luta antes de ver uma pessoa alta sair pela porta e o rosto familiar fez minha tensão se esvair, assim como a dos outros três presentes ali.

— Podem ter certeza de que eu vou matar cada um de vocês quando voltarmos para casa – a mulher murmurou e eu me encolhi um pouco. Nora sempre me dera um pouco de medo. Ela me lembrava a sua mãe e quando a vi olhar para Iris, senti que ela se enfraqueceu um pouco.

— Calma aí, deixa eu ver se entendi – foi Iris quem quebrou o silêncio e o som familiar de sua voz fez Nora tremer um pouco e eu percebi isso, pegando na mão da minha irmã que sorriu com lágrimas nos olhos. – Vocês dois disseram Allen? – assentimos e Nora se recompôs para que pudesse falar também.

— Nós três. Prazer, Nora Allen. Sou irmã mais velha dessas pestes e vou levá-los de volta – dessa vez ela tirou os olhos da mãe e olhou para nós quatro que a olhamos de volta. – Eu disse para vocês não mexerem nas coisas do tio Cisco. Agora papai vai ficar furioso comigo porque não cuidei direito de vocês!

— Bom, ninguém mandou você estar mais interessada em William do que em nós – ouvi Tommy dizer e precisei segurar uma risada. Nora namorava William, o filho, cinco anos mais velho que Nora, de Oliver Queen, o primogênito dos Queen e o preferido de Oliver. Todas as vezes que os dois precisavam ficar conosco, eles se atracavam e esqueciam que nós existíamos.

— Nora, você deixou Ronnie com William? – perguntei erguendo uma sobrancelha apenas. Ronnie é meu irmão mais novo, só tem seis anos e é uma peste.

— Para de ser dramática Maddie, Will sabe cuidar de crianças, ele cuidava do Tommy.

— Então a culpa dessa aberração é do Will? – perguntei mostrando a língua ao Queen mais novo que estreitou os olhos para mim.

— Já chega! – foi a voz de Caitlin que ouvimos ecoar e todos paramos nos virando para ela. Eu tinha medo quando minha mãe ficava com a veia na testa saltando, como estava agora, significava que estava furiosa. – Vocês vão nos contar o que está acontecendo e vão nos contar agora, estão entendendo? – apenas assentimos com a cabeça e me prontifiquei a falar, já que ela sempre gostou mais de mim, ao menos eu achava.

— Estávamos brincando perto dessa máquina, que pelo visto é do tempo, quando, sem querer apertamos o botão e viemos ao passado. Não sei como Nora chegou aqui, mas precisamos voltar ao futuro antes de alterarmos a linha temporal – comentei olhando para baixo, os adultos pareciam ter dificuldades para entender e mais perguntas surgiram nas faces alheias.

— Vamos, podem perguntar – Nora incentivou, deveria ter visto o mesmo que eu.

— Vocês disseram que se chamam Allen e se são do futuro só pode significar uma coisa...

— Que somos seus filhos? – por mais incrível que parecesse quem tomou a frente fora Melissa que apenas assentiu com um sorriso gentil. Ela era a mais doce entre nós e a que menos levava broncas, talvez ela conseguisse os amolecer. – Bom, eles são. Digo Nora, Madison e Henry. Eu sou filha da Kara Zor-El e Thomas, do Oliver Queen – falou ainda com um sorriso, mas o que recebera por resposta foram olhares chocados de todos na sala. – Agora, acho que precisamos consertar a máquina do tempo para que possamos voltar para casa. Tio Cisco – se virou para Cisco que estava tão chocado que sequer havia falado alguma coisa até o momento e apenas se virou para a menina. – Como foi você quem construiu, será que poderia consertar?

— Acho que posso dar uma olhada – ele comentou caminhando até a máquina que ainda saia um pouco de fumaça, mas agora mostrava que estava toda amassada. – Acho que vou precisar de auxílio.

— Bom, sempre pode chamar a Felicity, sabe, né? – comentou Caitlin e passou os olhos para as crianças logo em seguida.

— Então vocês três são meus filhos? – Barry perguntou e recebeu confirmações minhas e de meus irmãos que assentimos com as cabeças. – Agora, posso perguntar quem é sua mãe?

— Ah claro que pode... – Tommy começou com seu jeito um pouco arrogante, sem deixar que eu ou meus irmãos respondessem antes de si. – Nora é filha de Iris e Maddie e Henry de... – corri com minha super velocidade ao seu encontro, tapando seus lábios. Ele não podia entregar os pontos assim, seria uma tragédia no futuro.

— Cala a boca, Thomas – eu falei o olhando nos olhos. Claro que aquele menino me irritava com ninguém sabia fazer, mas ele também era o cara por quem eu estava apaixonada desde os meus 13 anos e ele sequer sabia disso.

— Não podemos falar, pai – Henry me ajudou vendo a confusão nos olhos de Barry e de Iris. – Tudo que podemos contar é que Nora é uma West-Allen – respondeu com a maior expressão de tristeza que poderia existir. De repente, Cisco se levantou e suspirou também olhando para a sua equipe Flash.

— Precisamos de Felicity.

Este é o último capítulo disponível... por enquanto! A história ainda não acabou.