Malibu Vodka

Quase morro sufocada por uma langerie


- Ok. Então depois que a gente fizer isso tudo, você simplesmente se demite? - Natasha perguntou, tentando raciocinar.

- Bem, eu acho que pode dar certo. - opinei, abraçando um travesseiro rasgado, sentada no chão da sala.

- Aceita mais vodka? - ela ofereceu, apontando a garrafa ao meu copo. Aceitei. Eu não ia dirigir mesmo e muito menos iria ser suspensa do colégio de novo. Ah, e claro. Nathan não estava vendo - Bem. Eu topo fazer isso que você falou, eu não presto mesmo. E claro, eu adoro uma adrenalina.

- É, sei bem.

Então a campainha tocou. Natasha suspirou, revirou os olhos e foi até a porta, mas não a abriu.

- Eu espero mesmo que seja a camareira - ela gritou, para quem estava do outro lado.

- Isso aqui não é hotel não, gatinha. Agora abre a porta, vai. Esqueci meus sapatos.

Ela abriu a porta, com tremendo mau-humor.

- Como você sai e esquece os sapatos? - ela disse, e depois o beijou.

Era um cara muito bonito. Parecia ser uns 5 anos mais velho do que ela. o corpo bem definido e traços do rosto perfeitos. Daria um ótimo modelo de propagandas de calças jeans.

- Depois eu volto, OK? - ele disse, com um sorriso bobo.

- Já estou esperando. - ela respondeu.

- Vou indo, gata.

- Tchau.

Ela fechou a porta e voltou à sala. Eu a encarava, sem entender a cena que havia passado poucos segundos antes.

- Que foi? - ela perguntou, enquanto acariciava sua própria perna com um pena de ganso.

- Quem é aquele cara? Seu namorado?

- Ah, não posso bem chamar de namoro. Estamos juntos há uma semana. O nome dele é Kurt Johnson. Nos conhecemos profissionalmente.

- Na sua profissão ou na dele? - perguntei, rindo.

- Na verdade, nas duas. - ela disse - ele trabalhava em uma loja de langeries e o chefe me mandou ir lá pra buscar novos modelos para as garotas... Então nos conhecemos.

- E agora, onde ele está trabalhando? - perguntei.

- Ah, ele foi chamado para trabalhar como modelo em uma marca famosa de calças jeans.

- Ah, jura? - indaguei, fingindo estar impressionada.

- Mas não estamos aqui para falar sobre Kurt, mas sim sobre você e essa sua ideia maluca. Por falar nisso, você via precisar de uma boa langerie... - ela começou a me examinar como se eu fosse um pedaço de carne - É, eu acho que você deve tr o meu número...

- O que? Não, eu não vou usar uma langerie sua... Isso é... Estranho.

- Calma, amor. Eu não tenho doenças venéreas, okay? - ela deu um sorriso e continuou - Sei uma que vai ficar perfeita em você.

Saiu corendo para um corredor e me deixou lá, plantada.

- Tem certeza que quer fazer isso, Tigresa?

- Sim. Quero fazer alguma coisa sem a ajuda no Nathan.

Me sentia sem ar com aquela roupa apertada. Os saltos me machucavam e eu estava lotada de maquiagem na cara.

- Ok. Você que sabe. Agora abre esse roupão. Eu quero ver como você ficou.

Meio envergonhada, acabei abrindo.

- Ai meu Deus! Você tá linda

- Ah, não é pra tanto, Natasha! - eu disse, tirando de vez o roupão.

- Você se olhou no espelho? - ela perguntou, observando-me mais um pouco. Então me puxou até o corredor, que era enorme e com umas quinze portas fechadas. A única aberta era a do banheiro. No final do corredor, se via um espelho enorme.

- Ai, meu, Deus - eu disse, em tom bem claro.

Imagine, uma loira, bronzeada de olhos claros, corpo escultural em um espartilho cor de sangue, meias três fios e saltos agulha lindos de morrer? Não que eu queira me gabar, mas essa loira era eu. E eu pouco acreditava no que via.

- Viu. Você está linda. Ele vai ter que te aceitar.

- Agora eu vou te emprestar um sobretudo preto e a gente parte para o clube, OK?

- Tá, vai. Eu já comecei essa merda mesmo - eu disse, revirando os olhos, quase hesitando.

Continua...