João Lucas é acordado pelo barulho do chuveiro, sua visão estava quase completamente embaçada, pois não havia dormido a noite, seus pensamentos sempre estavam na mãe. Ele fecha os olhos e tenta não pensar no sofrimento de Marta.

Du - Lek? Ta tudo bem? - ela saia do banheiro com um roupão e uma toalha na cabeça.

Lucas - Ta, só não consegui dormir direito. - ele se sentou na cama.

Du - Deixa eu adivinhar, tu tava pensando na tua mãe né?

Lucas - É... eu nunca vi ela daquele jeito... ela gosta de verdade do pai.

Du - Gosta?! Lucas, a dona Marta é completamente apaixonada pelo seu pai, só um cego não vê isso.

Lucas - Eu sei, eu tava pensando, eu vou ter que tentar unir os dois de novo. - Lucas olhava pra Du com um sorriso no canto da boca.

Du - Eu te conheço, Lucas. Eu sei no que tu tá querendo fazer, vai bancar o cupido dos teus pais? - Ela falava rindo.

Lucas - Eu vou ali falar com a minha mãe, veste sua roupa ai que eu já volto Lek.

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Lucas seguia para o quarto da mãe, ele respira fundo e lembra do que a mãe havia lhe dito noite passada "Lucas, de onde você tirou essa ideia? Eu não te rejeito você é meu filho...". Ele bate na porta, mas não tem resposta."Ela deve tá pensando que é o pai, por isso não quer abrir" pensou. "Será que eu abro? Ah, vou abrir mesmo" concluiu. Ao abrir a porta, viu que a mãe ainda dormia, ele fica preocupado, pois o calmante teria perdido o efeito aquela manhã. Ele se aproxima de Marta "Mãe? Acorda, mãe" dizia. Sem obter sucesso voltou para seu quarto e encontrou Du penteando seu cabelo.

Lucas - Du, a minha mãe ta dormindo ainda.

Du - Ué Lek, deixa ela, depois conversa com ela.

Lucas - Acontece que não era pra ela tá dormindo, o calmante que ela tomou já era pra ter perdido o efeito.

Du e Lucas voltam para o quarto de Marta. Lucas tentava acordar a mãe, mas sem sucesso. Du viu o pote do remédio cujo Marta havia tomado. Ela abre o pote e o vê vazio "Devia ter só um, o que ela tomou ontem, ou..." pensou.

Du - Lucas, quantos comprimidos tinha no pote ontem?

Lucas - Uns 5, porque?

"Caralho! Como a dona Marta pode ter tomado 5 comprimidos? O Lucas tem que avisar alguém." – Du pensou.

Lucas - Oque foi lek? Porque essa pergunta?

Du - O pote dos comprimidos, estão vazios! Tua mãe tomou 5 calmantes Lucas! - ela mostrou o pote vazio pra Lucas.

Lucas - Cara! Porque minha mãe fez isso? Ela deve tá ficando louca, oque eu faço? - ele se levantou e passou a mão pela cabeça.

Du - Vai chamar alguém logo!

Lucas saiu correndo do quarto da mãe direto para o de Clara. Ele bateu na porta, 'Vamos Clara, abre logo essa porta" , bateu mais uma vez e Clara abriu a porta.

Clara - Oque foi Lucas? Aconteceu alguma coisa?

Lucas - A mãe, ela tomou uns 5 calmantes e agora ta lá desmaiada. - ele estava tão preocupado que nem conseguiu explicar oque havia acontecido direito.

Clara - Chama o pai logo! - ela corria em direção ao quarto da mãe.

Lucas correu para o quarto do pai, adentrou o local sem ao menos bater. Não viu o pai no quarto, mas ouviu uma voz vinda do banheiro. Lucas parou enfrente a porta e ouviu oque o pai dizia ao telefone "My sweet child, precisamos conversar hoje, minha mulher... descobriu sobre nós dois e tenho certeza de que ela vai atrás de você, precisamos tomar cuidado [...] Isis! Não meu amor, eu vou ir te ver hoje..." Lucas ao ouvir aquilo sentiu uma raiva imensa, oque ele queria ela partir pra cima do pai, mas apesar de ser um rebelde, tinha respeito pelos pais. "Isis... eu já sei o nome, agora é descobrir aonde mora, e ir tirar satisfações" pensou Lucas. José Alfredo ao desligar o telefone percebe que Lucas estava ali.

Zé - Você está ai por muito tempo?

Lucas - Não eu cheguei agora, mas isso não é oque importa, é o seguinte pai, vou te contar oque ta rolando, a mãe, tomou uns 5 calmantes e agora tá lá desmaiada, vai lá pai. Nos ajude a resolver isso. - João Lucas tentou ser o mais educado possível, ele estava quase perdendo a paciência e gritando com o próprio pai.

Zé - A Marta oque? Meu Deus, ela só pode ter ficado louca! Shit. - disse seguindo para o quarto da esposa.

Ao chegar lá, estavam Clara e Du tentando reanimar Marta, e Pedro já ligando para o médico.

O médico da família já está vindo! - disse Pedro desligando o celular.

Du se aproxima de Lucas.

Aconteceu alguma coisa, eu to vendo, oque foi?

Lucas leva Du para o canto do quarto para José Alfredo não ouvir oque ele iria falar pra Du.

Na hora que eu fui chamar meu pai, eu ouvi uma conversa dele com a amante.

Du olha pra Lucas seriamente.

Du - E aí? Ele te viu?

Lucas - Não, eu descobri que a tal peguete do meu pai se chama Isis. E eu sei que eu vou descobrir aonde ela mora.

Du - Como? Não vai me dizer que tu vai perguntar pra ele.

Lucas - Claro que não, né Du?! Eu vou seguir ele quando a mãe já estiver melhor, e você vai comigo.

Du ri. - O seu plano é reaproximar seus pais não é?

Lucas - É lek, não ta fácil ver eles assim.

Du - Eu to contigo! Vou te ajudar, porque assim.. eu gosto da tua mãe, até me divirto com ela me chamando de "cabelo de fogo" e seu pai também é legalzinho.

Eles param de conversar ao verem o médico entrar no quarto.

X - Oque aconteceu com ela?

Clara - Ela tomou sei lá, uns 5 calmantes ontem a noite e tá assim.

X - Isso não é nada bom, alguém sabe se ela tomou alguma bebida forte?

Lucas - Não, mas se ela tiver tomado, oque tem haver.

Du - Já era dona Marta.

Todos ali presentes de olham preocupados.

X - A ambulância já deve estar ali fora. Os enfermeiros vai subir para leva-la até lá.

Zé - Que? Não, eu levo a Marta, ninguém vai pegar ela, eu mesmo levo ela.

Du bateu de leve seu cotovelo no braço de Lucas, ele logo percebeu oque ela queria dizer. Que Zé ainda tem ciúmes de Marta.

Zé carregou Marta e a levou até a ambulância. Ele foi junto com ela, Clara, Lucas e Du foram no carro de Pedro. Lucas estava muito preocupado com a mãe e suava frio ao caminho do hospital. Chagando lá levaram Marta para um quarto e tomaram as providências.

Na sala de espera, Zé Alfredo estava de cabeça baixa esperando o médico "Shit! Porque a Marta foi fazer isso? Nunca pensei que ela chegaria ao ponto" pensava. Clara e Pedro estavam sentados juntos, esperando por notícias, já Lucas estava impaciente, andava de um lado pro outro até que Du lhe pedisse pra parar.

Lucas, senta aqui e fica quieto, sua mãe vai ficar bem confia em mim.

Ele sentou perto de Du e pegou sua mão.

L - Eu confio, eu confio.

Du sorriu.

Nesse momento o médico adentra a sala. Lucas se levantou rapidamente.

Lucas - E aí ? Como tá minha mãe? Ela ta bem?

X - Calma rapaz! Sua mãe está bem sim, porém um pouco sonolenta.

Pedro - Nos podemos ver ela?

X - Podem sim, um de cada vez. Mas não se preocupem, daqui a pouco ela ganha alta.

Du - Vai ver sua mãe, lek.

Lucas olha pra família.

L - Eu posso ser o primeiro?

Clara - Vai lá Lucas, é o justo, você não para.

Todos concordam. O médico leva Lucas até o quarto onde Marta estava. Ela já havia acordado.

Lucas - Mãe?

Marta - Lucas, que bom que você veio, filho... - ela disse com a voz fraca.

Os olhos de Lucas se preencheram em lágrimas, a única coisa que ele pensava era o pior, e ver a mãe ali bem era uma vitória para ele. Ele vai de encontro a mãe e à abraça. Marta fica surpresa, mas acaba se entregando ao abraço.

Lucas - Mãe, porque você fez isso com agente? Eu fiquei tão preocupado quando entrei no seu quarto e vi que você estava desmaiada, eu chamei a Du ela me ajudou a ficar calmo, eu fiquei tão abalado com isso tudo, por favor, nunca mais faça isso mãe, por favor.

Marta sai do abraço e passa a mão pelo rosto de Lucas. Ela não conseguia falar nada, já estava em prantos.

Eu te amo mãe, te amo e vou te ajudar no que precisa, sempre! - disse Lucas já não contendo as lágrimas.

Sabe João Lucas, você foi o filho que mais me deu problemas - ela ri. Você sabia que eu quase morri no seu parto? É... eu e você, quase morremos. Você foi o filho que mais me deu trabalho, mas também faz parte de mim, e essa parte é especial meu filho, porque você é o rebelde, mas sempre foi tão doce... e meu filho, eu te amo, te amo muito!

Os dois se abraçaram novamente, e escutaram tocar na porta, eles enxugam as lágrimas e Lucas vai abri-la, era Du.

– Eu consegui convencer o médico a me deixar vim...

– Entra ai lek. - disse Lucas fechando a porta.

– E aí, dona Marta. Como você tá?

– Bem, minha querida. Eu queria lhe agradecer por cuidar do meu filho. Muito obrigada.

– Imagina... - disse Du sem graça.

– Porque a timidez? Você e o Lucas vivem grudados, é praticamente da família!

Lucas e Du riem. Marta se levanta e dá um abraço em Du, que mesmo sem graça, se rendeu ao abraço. Lucas não se segurou e entrou no abraço.

Lucas - Bom, mãe. Eu tenho que ir porque, tem gente querendo te ver e eu não posso demorar. Marta de despediu dos dois. Lucas passava pelo corredor sorridente, Du admirava o sorriso dele, pra ela, aquilo valia muito.

É a vez de Pedro e Clara irem visitar a mãe. Clara abre a porta, sem falar nada corre para abraçar a mãe.

Clara - Mãe, que susto você deu na gente, não faz isso de novo!

Marta - Claro que não, não cometo o mesmo erro duas vezes!

Clara - É quando a pessoa que agente ama está em risco que damos mais valor! Mãe só queria te dizer que eu te amo!

Pedro - Nós amamos a dona Marta.

Eles riem. Pedro se junta ao abraço. Eles passam mais um tempo conversando com Marta, até que o médico avisa que eles tem que ir.

Eles chegam e se sentam na sala aguardando a mãe ser liberada, os filhos de Marta e Zé estavam com um sorriso enorme no rosto, estavam felizes por ver a mãe bem novamente. Já José Alfredo tentava criar coragem para ver Marta. O médico o pergunta se ele vai querer ver a esposa, ele demora, mas responde que sim. No corredor que dava ao quarto onde Marta estava, ele relembrava o momento que pegou Marta em seus braços para leva-la a ambulância. "Isso não pode estar acontecendo, em um dia eu odeio a Marta, e em outro eu estou louco para vê-la..." pensava. Ele chegou no quarto, respirou fundo e abriu a porta. Marta havia se deitado novamente, pois imaginou que Zé não iria a ver.

Marta - Zé?

Zé - Marta... como você está? - ele falava num tom timído.

Marta - Bem. Você já sabe como estou, agora pode ir.

Zé - Marta, as coisas não são bem assim, es estou preocupado com você e me sinto culpado pelo oque aconteceu! Aonde você estava com a cabeça quando tomou 5 calmantes?

Marta - Eu estava meio eufórica, não lembro direito.

Zé - Marta, não faz isso comigo, eu estou meio confuso hoje. Seja paciente, vamos ficar em paz, pelo menos hoje.

Marta - Tudo bem Zé, mas amanhã eu vou saber quem é sua amante, só não te dou uma boas bofetadas hoje porque estou nesse estado.

Zé ri.

Essa é a Marta que eu conheço... - disse ele se aproximando da cama. - você pode ao menos me dar um abraço, pra eu me sentir menos culpado.

Marta o olha por alguns instantes e se levanta. Os dois de abraçam, um abraço forte, tinha amor ali...