Make me Smile

Capítulo 5 - Tony Stark Faz Uma Visita


My Blood - Ellie Goulding

Aquele sentimento que não ia embora, acabou de ir
E eu andei mil milhas para provar
Estou no fogo cruzado de meus próprios pensamentos
A cor do meu sangue é tudo o que vejo nas pedras
Enquanto você se navega para longe de mim

Alarmes tocarão eternamente
As ondas quebrarão todas as correntes em mim
Meus ossos vão branquear, minha carne me abandonará
Então ajude meu corpo sem vida a respirar

~♥~

Pela primeira vez Steven Rogers entrou em pânico. Ele estava aterrorizado com aquela cena, correu até o corpo da garota. Não sabia o que fazer. Retirou o celular do bolso, discando para seu amigo, Clint. Depois de dois toques, a chamada foi atendida.

Ei cara, eu estava dormindo. Sabe que hora que é? São quase duas da manhã!— resmungou Clint.

— Barton, me diga, desde quando Lila se corta? – Rogers ignorou aquilo, se focando no assunto principal.

Não me diga que aconteceu de novo... Droga, Delilah!— o Gavião Arqueiro começou a ficar preocupado. – Onde ela está?

— Eu estou no quarto dela. Delilah está desacordada e com os pulsos sangrando. Vou levá-la ao hospital mais próximo que encontrar aqui.

Amarra algum pedaço de pano nos pulsos delas, assim não perderá tando sangue. Pega ela no colo, coloca no carro e parte para um hospital. Vou tentar ligar pro Nathan, pegar um jato da S.H.I.E.L.D e tentar chegar ai o mais rápido possível.

Obrigado. – agradeceu o loiro, antes de cessar a chamada.

Steve rasgou o lençol do quarto da garota, pegou uma faixa do pano enrolando nos pulsos dela. Pego-a no colo, sentindo a leveza de seu corpo. Colocou-a no banco de trás do carro, trancou a casa, e partiu para um hospital. Ele obviamente não sabia onde haveria um. Parou num estacionamento, pedindo ajuda.

— Olha o mais próximo daqui é o Hospital Valley. Pega a direita, depois à esquerda, após você ver um Hotel chamado Mirage, segue reto que chegará ao hospital. – Instruiu o funcionário.

Rogers agradeceu pela ajuda, e seguiu à rota que o funcionário instruíra. Não foi tão fácil, mas acabou encontrando. Pegou o corpo da garota, entrando na sala de emergência. Rapidamente Delilah foi colocada em uma maca, levada pelas enfermeiras, que apenas perguntou o nome da garota.

Já havia se passado duas horas. Steve estava impaciente batendo o pé na sala de espera. Será que ela está bem? Pensou ele. Muitas coisas passavam em sua mente, raciocinando o porquê daquilo. Ela própria se machucava, era um suicídio. Mas por quê? Eram perguntas demais, para respostas que ainda não compreendia.

— Acompanhante de Delilah Rockwell. – chamou uma mulher que mantinha aparência de 40 anos. O loiro se levantou rapidamente, se locomovendo até ela. – Você deve ser o namorado que Delilah. – Namorado? Não, não! Eles não eram namorados!— Ela está bem, mas perdeu bastante sangue, está bem fraca. Delilah ficará em observação por enquanto, pois automutilação é algo muito preocupante para a idade dela, aconselho um psicólogo imediatamente, mas isso fica ao critério da moça.

— Posso vê-la?

— Ah, claro meu jovem rapaz. Ela está um pouco nervosa; emburrada, já avisando. Venha, acompanhe-me.

[...]

Delilah’s P.O.V

A primeira coisa que vi foi uma luz branca. Eu estava morta? Olhei em volta do local, aquilo com toda certeza não era meu quarto. Meus braços e pernas estavam cobertos por gases, meu corpo se materializava em uma maca de hospital. Não! Droga, não era para estar em um hospital caramba. Em meu lado pude perceber o soro que minha veia recebia.

Uma enfermeira entrou no quarto hospitalar. Fitei-a. Acho que minhas expressões não foi uma das melhores, já que a mesma engoliu em seco.

— Olá senhorita Rockwell, se sente melhor? – disse ela retirando o soro já terminada, colocando outro.

— Maravilhosa. – ironizei, revirando os olhos. – Quem me trouxe até aqui e onde estou?

— No hospital Valley, aqui em Las Vegas. Quanto a quem lhe trouxe, foi seu namorado. Teve sorte, senhorita, sua situação era crítica. Em falar nisso, ele está na sala de espera, muito preocupado.

— Ah, claro. Meu namorado. – mordi o lábio inferior. Se Steve me trouxe até um hospital é porque ele viu... Ah, droga! Mil vezes droga! Onde você foi se meter, Delilah? – Uma pergunta: Quando terei alta?

— Isso ainda não se sabe. Depende do Dr. Hans, mas se for de sua preferência falarei com ele assim que possível.

— Estou bem melhor, pode confiar. Apenas uma dor de cabeça, lhe peço que me dê alta rapidamente.

—Isso não depente de mim, senhorita. Quer que eu chame o Dr. Hans? – assenti, bufando. – Só um minuto.

Não era de nenhuma formar estar ali. Em menos de alguns minutos um homem já de meia idade entrou no quarto, me observando.

— Delilah Rockwell? – assenti, contraditoriamente. – Seu caso é muito preocupante, sugiro que consulte um psicólogo daqui, antes de ter alta.

— Nem pensar! Eu não preciso dos seus psicólogos inúteis, eu quero alta. Agora! Se não está vendo, estou muito boa. – exclamei, irritada.

— Delilah, peço que se acalme. Quando estiver melhor, conversarei com você. – e assim se retirou. Médico incompetente!

Conclui que seria inútil ter alta. Para dizer a verdade, nem era para um hospital eu estar. Maldito Steve Rogers, que teve de entrar no meu quarto. Aquele... Cretino idiota! Eu juro que quando ver ele na minha frente, irei socá-lo. Argh!

O quarto foi aberto, revirei os olhos pensando que fosse outra enfermeira. Porém, não. Da porta pude ver a musculatura de um homem. Steve pareceu querer falar alguma coisa, abriu a boca, mas fechou-a rapidamente. Entrou, fechando a porta por onde entrou. Locomoveu-se até mim, em silêncio.

— Se veio perguntar o que aconteceu, está perdendo tempo Rogers. – afirmei sem olhá-lo.

— Não, eu vim perguntar se você está bem. – Steve se sentou na poltrona branca. – Desde quando faz isso?

— E isso lhe interessa? – contraditei, nervosa, olhando em seus olhos. Ele manteu a expressão séria, sem humor.

— Com certeza – respondeu. – Olha, nós conhecemos em menos de quatro dias. Entretanto, sabe que me preocupo. Só quero...

— Me ajudar? É o que todos dizem. – o cortei bruscamente. – Steve, eu não preciso de ajuda. Eu quero resolver os problemas do meu jeito, nem que seja da pior maneira possível. Você não me entende; e obviamente nunca entenderia.

— É só me explicar o porquê, eu posso tentar entender. – insistiu.

Respirei fundo, fechando os olhos, concentrando no meu passado.

— É doloroso demais – disse por fim, fazendo-o ficar em silêncio pensativo. Ouvimos alguns gritinhos histéricos vindos corredor.Ergui a sobrancelha – O que é isso?

Em um passe de mágica, o homem de ferro estava no meu quarto, sorrindo vitorioso. Pude ver o deslumbre de seus olhos me olhar com pena, mas apenas fiquei em silêncio observando Tony se aproximar, com uma caixa de bombons em mãos.

— Espero que esse chocolate seja meu. – olhei-o com um sorrisinho de lado.

— Não, não. São todinhas da Aurora, garotas suicidas não ganham chocolate. – ironizou Stark, ganhando um olhar de reprovação de Steve que bufou com o apelido. – O Légolas recebeu uma missão de última hora para Argélia, acredita que o cretino me acordou às duas da manhã para me falar sobre você? Tive que vir, Pepper me obrigou.

— Que história emocionante, até deu sono. – fingi um bocejo forçado.

—Barton ligou pro Nathan. Ele queria vir pra Las Vegas, eu não deixei, tive até de prometer parar de chamá-lo de Salsicha, coisa que incrivelmente não consigo, porque ele só anda com aquele cachorro idêntico ao Scooby.

— O nome do cachorro é George, idiota. O que está fazendo mesmo aqui, Stark? – interroguei-o. Steve apenas observava a conversa, alternando entre olhar para mim ou Stark.

— Te ver, dizer que você é uma louca compulsiva; e te alertar que essa não é a primeira vez que alguém te trás para um hospital. Nunca achei que diria isso, mas, - Tony olhou para Steve mesmo que sendo obrigado a isso. – Te agradeço, Picolé. E já que estão ‘’morando juntos’’ – ele fez aspas com as mãos, sorrindo malicioso. – Tenta colocar juízo no cérebro dessa descabeçada, porque sinceramente, eu desisto.

— Talvez porque você também seja descabeçado. – sorri sarcástica, rolando os olhos.

— Um pouquinho. – Stark gesticulou com as mãos. – São... Nossa, quatro horas da manhã. Eu deveria estar maravilhosamente dormindo essa hora – resmungou. – Preciso pegar um avião para Los Angeles ás sete, não sei por que Rhodes me quer lá, então temos bastante tempo para bater um papo.

— Que ótimo – Steve murmurou quase que inaudível. Ele tinha cara de tédio.

Steve e Tony começaram a discutir sobre bobagem. Fitei a porta do quarto, que estava entreaberta. A mesma mulher da cafeteria apareceu, ambos os homens não a viram, mas eu vi. Ela sussurrou com os lábios ‘’ Você tem 10 minutos’’ e desapareceu. Ofeguei, o Pentágono está aproveitando que estou fraca para me pegar. Ótimo, pensei.

— Precisamos sair... AGORA!