Make me Smile

Capítulo 22 - I Won't Give Up


Lila’s P.O.V

— E como eles estão? – perguntei, com os olhos fixos nas estrelas. Não via nada além da galáxia, ao contrário de Heimdall.

— Lila quer saber como ele está, Heimdall. – corrigiu Sif, dando um sorriso malicioso aos meus olhos. Desviei os olhos na direção da guerreira, arqueando a sobrancelha.

Sif era uma boa amiga. Geralmente durona e reservada no seu cantinho, porém uma boa amiga. Era umas das únicas pessoas que gostava de ficar conversando em Asgard. Ás vezes me encontrava com Thor no caminho e engatava numa conversa divertida. Já Loki, fazia questão de estar onde eu estava. Era como um ímã. Onde eu estava, ele aparecia. Ou aonde eu ia, ele estava. Consequentemente irritante. Não sabia quanto tempo eu estava em Asgard, pois depois daquele dia da visita de Urd, ela não apareceu.

Ele está sentindo sua falta. Todos estão, Delilah. – respondeu o guardião. – Estão esperando ansiosamente por seu retorno.

— Eu espero voltar logo. – murmurei. – E ‘’ele’’, minha cara Sif, chama-se Steve Rogers.

—Eu sei. – a morena deu de ombros. – Acho melhor irmos, Delilah.

Assenti. Montamos nos cavalos, começando a correr pela ponte do arco-íris. Assim que chegamos aos estábulos, entregamos os animais para os guardas que ali havia. Sif me acompanhou na volta ao palácio numa caminhada silenciosa. Tudo por aqui era calmo, o que chegava a ser assustador, para mim quê, vivia sobre pressão, adrenalina e missões suicidas. Entretanto, a saudade na minha casa dominava meus sentimentos. Saudades de Nick, constantemente lançando-me um sermão ou entregando pastas de missões. Sentia falta de Nate e o Scooby – George-, na qual me adaptei com o apelido de Tony. E óbvio, com certeza o bilionário fazia falta; juntamente com suas piadinhas sem graça e maliciosas.

Poucas vezes tinha tempo para conversar com Clint, todavia, sempre que sobrava um pequeno período de descanso, eram umas das melhores horas do dia. Não podemos esquecer a Ruiva; que sempre esteve lá, as piores e melhores momentos. Romanoff era a única amiga mulher. Bruce, que nunca manteve certa relação de longa data, não obstante, mostrou ser confiável e ótimo conselheiro. Até mesmo Virgínia ‘’Pepper’’ Potts fazia falta, Maria Hill e JARVIS. Com certeza a inteligência artificial era um ótimo amigo quando estava sozinha na Torre Stark.

Porém, de todos, eu tinha saudades do Steve. Era hesitante comentar sobre isso. Finalmente admitir estar apaixonada. Havia tantas pessoas nesse mísero mundo. E por quem diabos Delilah Rockwell foi se apaixonar? Justamente pelo Capitão América! Um sentimento excêntrico, que surgiu de repente. Como será que ele estaria agora? Supostamente uma pontada de ciúmes me atingiu. Eu não estava lá, talvez ele pudesse estar com outra. Balancei a cabeça; era como se apreciasse a maneira de ser adolescente novamente. Infelizmente eu era uma mulher, de vinte e dois anos daqui três meses.

— Delilah! – ouvi uma voz tirar-me dos pensamentos. Um loiro com um sorriso exuberante que deixaria qualquer mulher ao seu chão, caminhava até mim. – E Sif! Onde estavam?

— Não é algo que seria de seu interesse, Frandal. – a guerreira rolou os olhos.

— Estávamos na Bifrost, meu caro. Pedi a Heimdall dar uma olhadinha na Terra. – pisquei para o homem, que apenas alargou o sorriso. – Aliás, acho que irei retornar ao meu quarto. Quem sabe aquela velha...

— Urd. – corrigiu a morena.

— Exatamente, a velha pode aparecer. – balancei a cabeça. – Até!

Despedi-me de ambos, começando a andar e retornar nos meus aposentos. Era o único lugar que poderia chamar de refúgio. Pela janela, dava-se para notar como era grandiosa aquele lugar. Principalmente o jardim de Frigga, que era a principal paisagem do meu quarto. Abri com cuidado o vidro, sentindo a brisa da manhã, exalar no local.

— Criança... Está pronta? – uma voz rouca manifestou. Girei os calcanhares, fitando Urd a minha frente. A velha estendia a mão direita. Fechei os olhos sem pensar, segurando sua mão.

Minha visão estava entorpecida. Porém logo pude distinguir onde estava, em um bosque simples e completamente vazio. De longe se podia notar o palácio de Asgard. Comecei a ouvir alguns barulhos de cavalos trotando. Girei a cabeça para a esquerda, vendo uma cena que já presenciei antes. Singrid montava em Crystal; juntamente com Loki em seu alcanço. A minha outra eu, ria com o vento bagunçando seus cabelos.

— Vamos Crystal!— disse ela ao animal. – Não podemos perder para Loki.

Olhei para Urd.

— Já lhe trouxe para parte da relação com o Príncipe Loki. – explicou ela, tomando fôlego. – Não se preocupe, quando tudo isso acabar, suas memórias estarão todas com você. Por mais, que não a presenciou comigo.

Singrid desceu do cavalo sem nenhuma ajuda qualquer, enquanto esperava o moreno. Ambos se sentaram sobre uma sombra fresca que pairava o lugar, debaixo de uma árvore. Loki segurou o queixo de Singrid, lhe depositando um beijo terno em seus lábios.

— Quanta melancolia no olhar, me parece bem cansada, Singrid. – alegou Loki, enquanto encarava a mulher que apenas pressionou os lábios, soltando um suspiro.

Balder me avisou algo sobre Amora que me deixou receosa. Está aprendendo feitiçaria com Karnilla, ela não é confiável Loki. E Lorelei parece um pouco mais distante também. Estão começando a desconfiar sobre minha proximidade com a realeza, com Príncipe Thor, Balder, os três guerreiros. Cogito a ideia que uma hora ou outra terei de contar a elas sobre nós.— Singrid soltou um riso sereno, com a expressão delicada. — Sabe como minhas irmãs são, sempre querendo atenção de Thor.

— Caso haja necessidade com isso, com suas irmãs, não hesite em me procurar.

— Elas não são uns monstros, só estão desconfiadas, sobre seu irmão e eu. Acho que é ciúmes. – concluiu ela.

Você também é apaixonada por Thor? — Loki arqueou a sobrancelha numa expressão de zombaria e sarcasmo.

— Já tenho meu Príncipe Asgardiano. - concluiu ela no mesmo tom.

Novamente tudo aquilo se tornou um borrão. Caramba, Urd tinha que parar de fazer isso. Fechei os olhos numa tentativa falha de conter aquela dor de cabeça e a sensação deu estômago revirar. Era a cidade. Singrid tinha uma cesta em seu braço esquerdo, a mesma capa negra que cobria seus ombros. Enquanto andava, mantia um diálogo com Sif.

— Pai de todos quer que iremos o mais rápido possível para Nidavellir. – comentou a guerreira. Fazendo a outra mulher soltar um riso nasal.

Nidavellir é um ímã de problemas e guerras. Tentei conter aquele exército de Skrulls, todavia parece que retornaram. Eu poderia ir ajudá-los dessa vez, mas... - a morena interrompeu-a.

— Deixe-me deduzir... Suas irmãs?— a expressão sarcástica de Sif, fez Singrid fazer careta.

Não tenho culpa, Sif. Se elas fazem algo errado, tenho que consertar. — assegurou a deusa.

Enquanto as seguia, lembrei-me de algo sobre Ágda que falou sobre eu ter contido um exército. Bom, era verdade.

— Loki.— a guerreira rolou os olhos, travando o maxilar ao ver o Deus da Trapaça se aproximando de ambas, enquanto Singrid ria da amiga.

— Também é bom te ver, minha cara Sif.— ironizou o moreno. – Só vim me despedir de Singrid, temos um exército pela frente

— E Thor?

— Pai de Todos ordenou que ele ficasse, já está o preparando para ser o herdeiro de Asgard.— rosnou Loki, pressionando os lábios, e os olhos cheios de ódio.

Singrid apenas suspirou.

— Enfim, até mais Singrid. – despediu-se Sif.

— Você sabe que uma hora ou outra isso iria acontecer, Loki. Thor é o mais velho e sucessor do trono. A ganância não nos leva a nada. — Singrid tocou seu rosto pálido, o fazendo encará-la. – Nem o ódio. Nem essa sua repulsa por Odin. Não basta ser amado por mim e Frigga?

Por enquanto, basta. Por enquanto. — seus lábios finos se curvaram de maneira travessa, puxando a cintura da mulher para si, fazendo a cesta cair. – Voltarei logo.

— Eu confio em você. – Singrid mordeu o lábio.

— Não deveria.

— Por isso é meu maior pecado. – Singrid beijou-o delicadamente os lábios frios de Loki.

Fechei os olhos, antes de sentir aquela sensação ruim. Em segundos, meu corpo tocava a maciez da cama. Minhas órbitas reviraram o quarto a procura da velha, entretanto, nenhum sinal. Respirei fundo, contando até dez. Quem diria que Delilah Rockwell um dia passaria por isso.

— Consegui minhas memórias. – suspirei, refletindo um pouco no minuto seguinte. – Isso significa que posso ir embora... - dei conta do que acabei de dizer, soltando um sorriso de alívio. – Eu vou embora.

P.O.V Autora

Quando Delilah teve um breve diálogo com Odin; o mesmo concedeu sua partida para a Terra. Porém, Frigga fez questão de fazer uma festa despedida. Todavia, a morena apenas aceitou com uma condição: Convidaria pessoas da cidade. Especialmente aquela garotinha da cidade, Britta era seu nome. Óbvio que Pai de Todos teve que ser influenciado a aceitar por sua esposa, mesmo odiando aquela péssima ideia. Como era de última hora, os soldados passariam de casa em casa avisando-os os convidados. Os três guerreiros ajudariam, e Lila fez questão de entrar para o grupo.

Lila e Sif haviam sido muito bem tratadas pelo povo de Asgard. Até Thor, estava animado com a ideia da festa. Menos Loki, isso era absoluta certeza. O Deus ficara tão irado ao saber da partida de sua amada, a ponto de deixar a biblioteca um verdadeiro caos. A mulher cumprimentava todos com um sorriso; o que geralmente até ela não aparecia acreditar que era a própria Delilah.

Assim que todos foram avisados, voltaram para o palácio. Como de costume, Lila fazia questão de não comparecer nas refeições. Sempre Ágda levava em seu quarto sua refeição.

Logo, a tarde passou correndo. Enquanto Delilah estava deitada sobre sua cama, levitando um objeto acima de sua cabeça; fui surpreendida por sua criada. Ágda trouxera um lindo vestido negro. Por mais que odiasse aquilo, era seu último dia em Asgard. Odin declarou que depois da festa, a mesma poderia retornar como queria para Midgard, juntamente com Thor.

— Vossa Alteza está linda. – elogiou Ágda. Suas madeixas loiras, hoje estavam semi-preso, deixando que mechas onduladas caíssem sobre seus ombros. Ela também era linda.

— Obrigada. Quando partir, sentirei muita sua falta. – Lila sorriu em frente ao espelho, para que a dama pudesse ver. Ágda corou envergonhada. – Você foi uma maravilhosa amiga. E como último pedido, pode me chamar de Delilah apenas hoje?

— Obrigada, quer dizer, claro senh... Delilah. – ela soltou um riso.

Realmente Delilah Rockwell estava linda.

O vestido negro, acima do busto tinha um estampa com flores douradas. Era de mangas longas, deixando seus ombros à mostra. Abaixo da cintura, o tecido era leve e longo, com um caimento perfeito. Seu cabelo estava solto, sem nenhum tipo de acessório. Apenas seus fios naturais que estavam com alguns cachos. No pescoço, o colar com pedra esmeralda. Incrivelmente Lila descobriu de aonde viera aquilo, através dos flashes rápidos de memória. O colar fora dado por Loki, enquanto ainda era Singrid. E o mesmo aparecera na Terra quando ainda era uma criança.

Lila suspirou, o sol estava se pondo; e em breve a escuridão tomaria os céus. Sua ansiedade para voltar era quase palpável. A porta deu dois toques, sendo aberta em seguida. Frigga sorriu sutilmente, ao vê-la.

— Está tão bela, Delilah. – Ágda se retirou, deixando-as a sós. A Rainha pegou em suas mãos. – É uma pena que esteja partindo. Mas essa é sua escolha.

— Eu tenho outra vida, em outro lugar. – alegou.

— Não se pode mentir para mim, minha querida. Eu sei que ama outro, seu coração está destinado a amá-lo. – contraditou Frigga, fazendo a moça tomar fôlego. – Os convidados já estão chegando, vá se divertir. E... Converse com Loki. Meu filho não aceitou sua escolha muito bem. – Lila apenas balançou a cabeça em sinal de afirmação.

Ambas as mulheres se decorreram ao salão, que estava perpetuamente cheio. Longas mesas fartas de comida, homens tocando músicas animadas, com harpas, flautas e outras variedades de instrumentos musicais que Lila não sabia identificar. Mulheres dançavam ao som da batida; algumas crianças brincavam. Pai de Todos nunca saía de seu trono, sempre recebido por diversas reverências. Delilah caminhou até uma mesa onde estavam os três guerreiros, Loki – que mantia a expressão entediante-, isolado em um canto; Thor sorria grandiosamente junto ao Volstagg, Hogun e Frandal, bebiam Hidromel – estilo de uma cerveja como seria em Midgard -, até Sif sorria um pouco. E pela primeira vez, a guerreira vestia um longo vestido vermelho sangue.

A mulher reconheceu um soldado. Balder, ele ajudara muitas vezes Singrid, com as notícias e informações sobre o paradeiro de sua irmã Amora. Presumiu que talvez muitos anos atrás, ele gostara da loira. Frandal abriu os braços ao vê-la. E Loki finalmente retirou seu olhar entediante do copo de Hidromel para fitar Lila, que fez o mesmo.

— Então...? – Lila arqueou a sobrancelha, sorrindo travessa, esperando por algum comentário.

— Belíssima festa, minha bela Delilah. – Frandal estava bem animado e provavelmente olhando todas as mulheres que passavam perto da mesa.

— Frandal já está bem animado. – Sif revirou os olhos, não antes de cumprimentar a outra com um aceno com a cabeça.

— É, percebi. Na verdade a maioria aqui já está bem animadinho. – debochou Lila. – Vou andar um pouco.

Delilah começou a caminhar cumprimentando as pessoas que vieram reverenciá-la. Uma garotinha ruiva abraçou a cintura da mulher, assustando-a. Lila riu, se abaixando na sua altura.

— Você veio.

— A princesa me convidou. – Britta tinha um caloroso sorriso de uma criança. As madeixas ruivas cacheadas mexiam conforme a empolgação da ruiva. Sua frase deixou-a alarmada. Princesa?

— Não sou uma princesa, Britta. – Lila insistiu, dando um sorriso.

— Mas se parece com uma. – a garota era insistente e teimosa, o que fez Rockwell se lembrar de Romanoff e rir.

— Você me lembra uma amiga, ela é ruiva, teimosa e insistente igual a você.

— E quando você olhar para ela, irá se lembrar de mim? – questionou com os olhinhos brilhando.

— Com toda certeza.

Eu concordo com você.— Loki comentou ao lado da moça, enquanto lançava um olhar carinhoso para Britta, que pulou em animação.

— Você é o Príncipe Loki! – a ruiva olhou-o chocada. – Eu vi vocês juntos na cidade. Se você se casar com ele, você vira Princesa, certo? Isso é tão empolgante!

— É, provavelmente. Mas não vai ser dessa vez que seus sonhos irá se realizar, mocinha. – Lila soltou um riso nasal, aliviando sua tensão com aquele comentário. – Sua mãe está te chamando.

Britta correu até outra ruiva, que era sua mãe. A mulher ergueu-se até está de frente ao deus. Seus olhos se fixou nos deles, fazendo uma corrente elétrica percorrer toda a extensão de seu corpo. Uma musica lenta começou a tocar e Lila odiou os músicos naquele momento. Loki estendeu sua mão, num convite silencioso; e Delilah não faz nada além de bufar e segurar sua mão. O homem guiou-a até no meio do salão.

Quando olho em seus olhos

É como observar o céu à noite

Ou um belo nascer do sol

Há tanto que eles carregam

E assim como as velhas estrelas

Eu vejo que você chegou tão longe

Para estar bem onde você está

Quão velha é a sua alma?

Ao sentir as mãos frias em sua cintura, Lila estremeceu. Assim mesmo, colocou sua mão no ombro do deus. Loki fez questão de entrelaçar seus dedos, vendo que a mesma não gostara da aproximação repentina, curvou os lábios num sorriso sarcástico. Seus corpos se moviam de acordo com a música; ora lenta, ora rápida.

Seus olhos encontravam-se em todo momento, Lila podia ver a dor nos olhos do moreno. Se pôs em seu lugar, admitindo que não gostaria que fizesse aquilo com ela. Mas não podia, sua vida era em Nova Iorque. Esqueceu-se daquela festa por alguns milésimos segundos, rodeando o pescoço de Loki; consequentemente afundando seu rosto na curva do pescoço. Fechou os olhos, aspirando seu perfume.

— Me desculpe. Não era minha intenção fazer isso com você. – sussurrou fraco que apenas ele ouvisse. – É só que... Os destinos mudam Loki.

Não vou desistir de nós

Mesmo que os céus fiquem furiosos

Estou te dando todo meu amor

Ainda estou olhando para cima

— Eu sei que você o ama, porém não justifica que desistirei tão fácil. Eu sempre estarei de olho em você, Delilah. – sua voz rouca era como um êxtase.

E quando você precisar do seu espaço

Para navegar um pouco

Eu estarei aqui pacientemente esperando

Para ver o que você vai encontrar

Eles se afastaram um pouco, para girar o corpo de Delilah duas vezes. Seus rostos estavam tão próximos, que sentiam a respiração irregular um do outro. Lila desviou o olhar, vendo os outros casais dançando. Fitou Sif e Thor dançando. Sorriu imensamente, sabia que a guerreira tinha uma pequena queda pelo Grandão loiro. E que apesar de saber que o mesmo namorava com Jane Foster, torcia pela amiga.

— Pare de desviar. – ordenou Loki, travesso.

Porque até as estrelas, elas queimam

Algumas até mesmo caem sobre a terra

Temos muito a aprender

Deus sabe que valemos a pena

Não, não vou desistir

Lila respirou fundo. Afastou-se de Loki, sabendo que precisava de fôlego. Saiu do salão às pressas, caminhando até o caminho do jardim. Apoiou-se no chafariz, olhando seu reflexo. Loki mexia com ela e isso era inadmissível. Completamente... Fora de questão. Grunhiu irritada com si mesma. Suas mãos tremiam; seu corpo parecia estar em chamas. O alarme da sua cabeça apitava que deveria sair dali imediatamente.

Ela sentia a aura de Loki no mesmo lugar. Ao se virar, o deus não tinha expressão alguma em seu rosto. E se por acaso tinha, era indecifrável. Lila se aproximou, apertando suas mãos contra a outra.

— Eu já vou.

— A festa acabou de começar. – disse Loki melancólico.

— Eu sei. – a moça, tocou o rosto do homem, sentindo a pele fria. – O ódio não nos leva a nada Loki. Lembre-se disso. – o coração tamborilava tão rápido, que Lila sentiu que ele pularia para fora. Arqueou o tronco de seu pescoço para frente, depositando um beijo terno nos lábios do moreno. Loki demorou alguns segundos para processar aquilo. Seus lábios se mexiam lentamente, talvez tivesse algum sentimento. A mulher arfou ao se afastar. – Adeus, Loki.

Eu não quero ser alguém que vai embora tão facilmente

Estou aqui para ficar e fazer a diferença que eu puder fazer

Nossas diferenças fazem muito para nos ensinar como usar

As ferramentas e os presentes que temos, sim, temos muita coisa em jogo

E no fim, você ainda é minha amiga, pelo menos, tínhamos intenção

Para funcionarmos, não terminamos, não queimamos

Tivemos que aprender como nos virar sem o mundo desabar

Tive que aprender o que tenho, e o que eu não sou

E quem eu sou

Delilah apenas deu-lhe as costas, voltando para o interior do palácio. Não se atreveria a olhar para trás. Não mais.

[...]

Lila se despediu. Despediu-se de Frigga. De Ágda. Reverenciou Odin, forçadamente. Despediu-se de Volstagg, Hogun e Frandal. Deu-lhe um abraço em Sif, sentiria falta da amiga. Despediu-se de Britta, a garotinha ruiva. Fora do palácio, uma carruagem a esperava. Thor iria voando com seu martelo. Lila estava angustiada dentro do transporte, que demorara minutos, que pareciam décadas, até chegar a Bifrost.

— Delilah. – cumprimentou o guardião.

— Heimdall. – ela sorriu.

Lila se posicionou ao lado de Thor. Heimdal cravou a espada, fazendo a Bifrost brilhar intensamente e girar na velocidade da luz. Logo seus olhos viram a galáxia por segundos, antes de impactar com o chão duro. Estavam na sacada da Torre Stark.

— Ai! – resmungou Lila, vendo o loiro sorrir brincalhão. Ela estava no chão, havia caído ao chegar da sua magnífica viagem. Levantou-se fuzilando o deus com seu olhar. Olhou ao seu redor, dando pulinhos de alegria internamente. – Estou em casa.

— Parece-me bem feliz. – comentou Thor.

Ambos caminharam até o interior da torre. Uma porta de vidro se abriu, revelando a voz da inteligência artificial.

Seja bem vinda, senhorita Rockwell.— disse JARVIS.

— Lila!?