Bom, eu me chamo Gabrielle, moro no Rio de Janeiro e tenho 16 anos. Sou filha única e meus pais nunca estavam em casa, quase nunca tinham tempo para mim. Na escola? Na escola, eu era sempre a invisível, a estranha e sem amigos, sempre fui muito sozinha era chamada de "nerd", todos gostavam de fazer brincadeirinhas comigo e eu nunca tive a coragem de revidar.

Era mais um dia comum, acordei aos gritos da minha mãe. Tomei um banho demorado, tomei café e como todos os dias, meu pai me levou até a escola. Foi um dia normal, pelo menos para mim, acontecia as mesmas coisas todos os dias, mas um dia a sorte resolveu bater na minha porta...ou o azar. Quando eu chego da escola, quando estou subindo as escadas, ouço um barulho vindo do quarto da minha mãe:

–Mãe?? Você está aí? - gritei

–Tô aqui no quarto, Gabi !- respondeu ela

–Milagre! - cochichei

Entrei no quarto e ela estava de frente para seu espelho:

–Como você está mãe? - cumprimentei dando um beijo em sua bochecha

–Bem e você? - perguntou ela

–Bem também - respondi

–Eu e seu pai, temos que ter uma conversa com você filha - disse ela

–Sobre o quê? - perguntei curiosa

–A noite conversamos-respondeu ela - Agora tenho que ir já estou atrasada - Deu um beijo em minha testa e saiu.

– É sempre assim - resmunguei, mas ela não percebeu

Fui para meu quarto, tomei banho, depois fui na cozinha e comi algumas besteiras, depois fui para o ateliê e fiz o que mais gostava, que é tocar piano. Isso me realaxava um pouco, eu me sentia nas nuvens, sempre que tocava. Não vi as horas passar e quando dei conta já era noite e meu pai já havia chegado, esperei ele tomar banho e jantamos todos juntos, no meio da janta, meu pai começou a falar:

–Bom filha, eu e sua mãe estavamos pensando em começar uma nova vida, o que você acha? - perguntou ele

–Acho legal, mas mudar como? - perguntei

–Eu recebi uma proposta de emprego excelente fora daqui... - disse ele, antes de ser interrompido por minha mãe

–Tenho certeza que vai gostar filha, já pedi minha transferência para. - disse minha mãe

–E para onde nós vamos? - perguntei um tanto curiosa

Meus pais se entreolharam e responderam juntos:

–LONDRES - eles falaram quase gritando.


Continua...