P.O.V. Robert.

Eu descobri como usar o telefone, o celular, a internet. Levou um tempo para aprender a apertar o botão certo, mas eu consegui.

Devo admitir que a comunicação e a locomoção ficaram bem mais fáceis desde o meu século.

O barulho do telefone ecoou pela casa. Do interfone. Demorou para que eu conseguisse distinguir, mas eu aprendi.

—Alô?

—Tem um rapaz aqui embaixo...

—Manda ele subir.

—Sim senhorita.

Ela desligou.

—Quem era?

—Acho que é o homem que vai concertar a pia.

Quando Victória abriu a porta... quase caiu dura.

—Oi Vicky.

—Você tem culhões pra aparecer na minha porta, cretino.

—Eu suponho que mereça isso.

—Você supõe?

O homem foi ao chão apertando a cabeça.

—Vá embora Alec. Nós não precisamos de você.

Ela tentou bater a porta na cara dele, mas ele segurou a porta.

—Por favor, Vicky. Eu não sou mais quem eu era.

—Você é exatamente quem você era.

Ela tentou forçar a porta a fechar.

—Victória você sabe que não pode bater um vampiro no quesito força.

—E você sabe que não pode entrar na justiça contra mim. Não á menos que queira que os mortais saibam que você não envelhece nunca.

—Um vampiro?

—Eu era jovem e tola.

—Então, isso torna Marie Jeanne parte vampira?

—Sim. Mas, ela não precisa de sangue pra viver. Ela pode sobreviver com sangue e comida humana.

—Uma menina?

—Uma menina.

—Marie Jeanne. Era o nome da minha mãe.

—Eu sei.

—Ela herdou alguma de minhas características?

—Olhos azuis e dentes afiados. Ela também pode compelir os mortais a fazer qualquer coisa.

Victória riu.

—Lembro quando ela ficou de saco cheio do pentelho e enfiou os dentes no pescoço dele. Ele quase morreu.

—Neville?

—Sim. Neville.

—E onde está ela agora?

—Na escola.

—E como ela é?

—Que lhe interessa?! O que você quer Alecssandro?

—Eu fiquei sabendo de um boato e eu não fui o único.

—E que boato foi esse?

—De que o sangue da nossa criança poderia ser usado para criar híbridos. Metade vampiro, metade lobisomem. É verdade?

—Porque você se importa? Está querendo criar um exército de híbridos e dominar o mundo?

—Não. Eu quero que sejamos uma família.

—Bebeu sangue contaminado foi?

Eles estavam discutindo quando uma pequena pessoa passa engatinhando pelo meio das pernas do rapaz.

—Oi querida. Como foi a escola hoje?

—Foi boa.

—Eu vou te fazer panquecas o que acha?

—To com sede.

Ela tirou uma daquelas embalagens de dentro da geladeira, colocou o conteúdo num copo e deu para Marie beber.

—O que é isso?

—Você já sabe o que é. Ninguém teve que morrer por isso Robert.

—E quem é você Robert?

—Robert é meu namorado. O que? Você esperava me encontrar sozinha, carente e deprimida? Mas, não. Vá embora Alec.

—Ah, vamos Vicky. Eu sei que você ainda me ama.

Ela ficou realmente irritada.

—Eu não sou mais aquela garotinha boba. Eu sou uma bruxa da antiga linhagem de Asheron! Eu sou mais poderosa do que você imagina.

Ela o fez cair de joelhos e então, eu ouvi o estralo.

—Babaca.

—O que você fez?

—Quebrei o pescoço dele.

—Porque ele não entrou?

—Porque ele não pode. Não sem o convite da dona da propriedade que sou eu.