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Jim estava se sentindo cada vez mais fraco. Seu corpo débil impedia que ele prosseguisse mais um metro que fosse.
Encostou-se à parede e bateu com toda sua força em uma porta. Com muita sorte alguém a abriria. Estava em pleno horário de almoço. Os hóspedes se encontravam todos no saguão e eram poucos, realmente poucos, os que ficavam nos quartos. Ele tinha a certeza de que havia sido contaminado por aquele vírus do qual a assassina falara para seu parceiro e precisava o quanto antes alertar alguém sobre o risco. Jim manteve-se encostado na porta. Já não tinha mais esperança alguma. Se desse um passo a mais despencaria no chão para sempre. Contudo se surpreendeu quando a porta foi aberta e seu corpo caiu nos braços daquele ator simpático que atropelara no corredor.

John segurou o jovem, surpreso. Não esperava encontrar alguém do outro lado da porta, principalmente naquele estado. Ele estava pálido e sujo de sangue, ao contrário de quando o vira empurrando o cesto de roupa suja.

Jim tentou falar, mas faltava-lhe fôlego. Com muita força proferiu:

-ví... rus... assa... assassi... nato... aju... da...

Johnathan tentou atendê-lo o mais rápido possível. No quarto de uma modelo famosa, procurou por algum kit de socorros. Não conseguiria carregar o garoto até o hospital. No entanto, conhecia muito pouco de medicina. Podia fazer algo básico que aprendera durante suas missões, mas o estado dele parecia bem grave.

John agarrou o único kit de remédios que encontrou e se dirigiu rapidamente para a sala, porém, para a sua surpresa, o garoto estava em pé, parecendo perfeitamente restaurado. Contudo, havia um quê de bizarro nele que John não conseguia entender. Algo que o fazia se lembrar da Rússia, há cinco anos atrás.

Descartou a hipótese. Sentiu que um buraco na sua memória impedia de saber o que era e com uma gaze na mão se aproximou do camareiro.

- o que aconteceu com você? – perguntou apreensivo.

Jim não respondeu. O rosto pendia para frente, escondidos por algumas mechas lisas do cabelo.

John o estranhou e cautelosamente tocou seu ombro, se surpreendendo com o olhar lívido que o garoto levantou, posteriormente tentando agarrá-lo com as presas abertas.

Aquela cena tão canibalesca reavivou sua memória e enquanto se afastava do camareiro, entendia as palavras que proferira antes de se tornar aquilo.

Vírus.

John sacou uma pistola com silenciador e a enfiou dentro de sua boca. Após o tiro observou o corpo contaminado sucumbindo ao chão.
Lamentou, havia simpatizado com o garoto...

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