Jeremiah pediu para que eu o esperasse na porta do prédio onde ele estava ficando nessas últimas semanas. É claro, não o contrariei, porém já estava ficando impaciente com a demora, pensava até em desistir e ir embora, desistir de conversar com ele. Pois bem, Jeremiah apareceu com uma garota loira andando ao seu lado e dando risada, parecendo ter achado engraçado algo que ele havia dito. Não me importei com ela.

— Quem é ela? – me referi à loira ao seu lado.

— Me chamo Ecco – disse animada, mas viu que permaneci séria, então foi cessando o sorriso.

— E já está indo embora – Jeremiah falou e ela apenas assentiu levemente.

Cerrei os olhos olhando para os dois, pensando no que ela poderia ser dele. Logo lembrei de que Jeremiah já havia falado dela para mim, disse que trabalhava para ele e sempre tinha o ajudado muito na época em que ele trabalhava com engenharia. Pelo jeito essa garota nunca vai mesmo deixa-lo, mesmo ele tendo mudado totalmente sua personalidade e a forma como está vivendo. Imagino que, para não ter ido embora, ela deve gostar dele.

Observei que ela tentou abraça-lo antes de ir, mas o mesmo a parou, recusando receber aquele tipo de demonstração de afeto, o que me levou a me colocar no lugar para saber como ela deve ter se sentido. Claro, não só me coloquei no lugar como também já estive no lugar dela por saber como é ser rejeita desta forma por alguém que ama, e que, no caso dela, provavelmente gosta ou ama ele.

Quando bati os olhos nela não tinha ido com sua cara, no entanto, agora já não penso o mesmo. Por que eu iria odiar a garota sendo que ela não fez nada de mal para mim? Apesar de que se for levar em conta o tanto de pessoas que eu odeio e nunca me fizeram mal, ela não faria diferença alguma. Bem, acho que pelo menos ela eu posso acabar achando legal. E se também for levar em conta que eu nunca acho nenhuma pessoa legal, ela seria muito.

Ecco saiu andando de cabeça baixa e soltou os cabelos que logo fez com que alguns fios caíssem em ao seu rosto, mas ela não tratou de tirá-los, e talvez devesse ser porque não queria que ninguém pudesse ver seu rosto. Olhei para Jeremiah que sorriu e me fazer o mesmo. Desencostei do capô do meu carro e andei até Jeremiah.

— Demorou tanto porque estava fodendo? – perguntei dando risada, e tive a confirmação de minha pergunta por ele ao menos ter respondido. — É... Queria estar. Vamos em seu carro ou no meu?

— Foder? – deixei uma gargalhada histérica escapar após sua pergunta.

— O que? – levei minhas mãos a boca já sabendo que eu não conseguiria para de rir, mas ainda sim eu fiz.

— Por que está rindo?

— Ah... Espera. Jeremiah, você estava falando sério? – agora eu já havia voltado ao meu estado normal.

— Por que eu estaria brincando? – engoli em seco após ouvir sua resposta. — Se quer saber, eu estava mesmo brincando, mas se quiser...

— Não! – o interrompi. Entrei em meu carro e sentei no banco do passageiro, o que logo fez Jeremiah entender em qual carro iriamos.

Ele sentou-se no banco do motorista e logo ligou o carro, dando partida em seguida.

— Só estou falando que se... – o parei de novo.

— Jeremiah! – disse em tom de repreensão, o fazendo dar risada.

Seria mentira eu dizer que não achei graça da situação, porém já estava começando a achar estranha a situação embaraçosa que me coloquei com ele. Qual é, ele é irmão do Jerome, eu não deveria nem ter achado graça nisso que aconteceu.

— Enfim... Ainda preciso falar com você – e ele voltou sua atenção para mim. — Pode não se lembrar, mas há alguns dias eu havia dito que não queria estar com você em nada, nenhum plano ou cometendo nenhum crime.

— Lembro-me perfeitamente do que disse – continuou com sua atenção nas ruas, sem olhar-me.

— É claro que se lembra – suspirei. — Então, eu não queria ter dito aquilo. Estava num momento um pouco difícil e por isso disse queria mais trabalhar com você.

— Não se preocupe, eu não me importo – igual ao irmão. — Digo, se você não quisesse, era só não trabalhar comigo. Você não é obrigada a fazer algo que não queira.

Pare que não são parecidos como achei que fossem. Jerome teria me obrigado a fazer qualquer coisa que o agradasse. Qualquer coisa.

Sorri levemente assenti após ele terminar de falar. Não sabia direito o que poderia responder a ele, então fiquei quieta olhando para a janela, esperando que ele talvez dissesse algo, mas Jeremiah simplesmente ficou quieto, o que me incomodou. O silêncio me incomodou, é claro.

— Bem, está concordando que possamos ser aliados? – perguntei receosa, mesmo que ele já tivesse deixado claro o que pensava quanto à isso.

— Acho que não precisa da minha aprovação. Não teria porque eu não concordar.

— Certo. Obrigada por isso – disse realmente agradecida.

Soltei um suspiro de alivio e joguei a cabeça para trás.

— Madison, porque você é assim? – estranhei tal pergunta, e estranhei mais ainda o fato de ele ter perguntado tão sério...

— “Assim” como? – perguntei duvidosa.

— Parece que vive esperando a aprovação das pessoas.

— Não fico esperando a aprovando das pessoas, apenas... Me importo com a opinião das pessoas com quem convivo.

Ah, que merda. Parece que ele está certo sobre mim.

— Perguntou se podia ainda ser minha aliada como se isso fosse custar sua vida. Pude sentir apenas na sua fala como estava assustada em falar.

— Desculpe, eu... Eu não sei mesmo porque sou assim, apenas sou.

— Deve ser porque nunca teve ninguém.

— Cala a merda da boca. Você não sabe nada sobre mim.

— Sei que passaria dias se perguntando o que há de errado com você caso eu tivesse dito que não queria você aliando-se a mim – cruzei os braços e me encostei no banco. — E não adianta fazer essa cara, pois sabe que é verdade.

— Tuuuudo bem, você está certo. Conviveu a vida toda comigo pra saber absolutamente tudo sobre mim – debochei. — Mas é, você acertou com o que disse.

— Sou bom em dedução – e eu dei risada com seu comentário.

— No que mais é bom? – perguntei bem humorada.

Ele abriu um sorriso de lado que fez eu entender tudo. Revirei os olhos e logo em seguida sorri sem mostrar os dentes, não aprovando o que ele quis dizer, mas ainda sim achei graça.

— Tudo bem, esquece. Eu não estou mesmo interessada em saber no que é bom.

— Poderia estar – não voltei a ver graça naquilo.

Na verdade, eu estava começando a sentir-me um tanto... Curiosa? Meu Deus, não. Absolutamente não. Porra de brincadeira sem graça que Jeremiah fica fazendo. Nem voltei a falar com ele nos minutos seguintes dentro do carro, pois não sabia se estaria preparada para escutar qualquer outra das piadas envolvendo sexo que ele poderia acabar fazendo. Me calei, e apenas voltei a falar quando entramos num bairro mais humilde, bem mais humilde. Várias das pessoas que estavam ali na rua provavelmente estavam envolvidas com crime, aliás, quem saiu da ilha foram só as famílias com pessoas inocentes, quem estivesse envolvido em qualquer coisa ilegal, ficava – menos os ricos que são criminosos e tem dinheiro o suficiente para manipular quem quiser. Como eu já poderia ver ali, só havia pessoas que já deveriam ter passado pela polícia pelo menos 1 vez.

É claro que não tive medo de estarmos estrando num local, onde várias poderiam nos ferir, mas não fariam isso por simplesmente saberem quem nós somos. Não ousariam fazer algo assim nem que estivessem loucos. Olhei para Jeremiah que se mantinha atento a rua e que já estava finalmente estacionando o carro. Assim que o carro parou já fui abrindo a porta e saindo, sem espera-lo.

— Acha que vai ter alguém aí agora? – perguntei enquanto andava em sua frente, indo em direção ao beco que dava para a porta de entrada da boate.

— Espero que tenha, pois não estou afim de matar ninguém – assenti enquanto virava para entrar no beco que estava próximo onde Jeremiah havia estacionado o carro.

— Onde estão indo?! – um cara que estava em meio há pelo menos uns outros 5 caras perguntou.

Jeremiah e eu nos entreolhamos e voltamos a atenção à ele. Fomos andando lentamente até a rodinha de homens que havia ali e paramos quando estávamos bem perto deles.

— Estamos procurando por Francis. Sabe se ele está? – perguntei.

— O que querem com ele?

— Quem deve responder aqui é você – respondi, e logo em seguida olhei para todos os outros que estavam com ele. — Ou pode ser qualquer um de vocês.

Meu olhar foi ameaçador, mas nem assim eles cederam.

— Não vamos responder nada, sua vadia – o mesmo cara disse.

— Do que chamou a Madison? – Jeremiah perguntou.

— Madison? Madison do Jerome? – todos disseram em uníssono.

Finalmente me reconheceram.

— Tudo bem, não fiquem surpresos. Digam logo se ele está ou não.

— Sim, ele está – e apontou para porta ao lado.

Estranhei, pois a porta era uma porta de metal velha e toda enferrujada. Mas, quando o mesmo cara baixinho andou até a porta e abriu, pude ver que havia uma grande cortina de veludo vermelho que ia até o chão, e então entendi o porquê daquilo. Boates subterrâneas não podem ser descobertas.

— Depois que atravessarem a cortina irão ver um corredor que no final do mesma tem uma enorme escada em espiral. A partir daí podem se virar sozinhos.

Jeremiah e eu nem mesmo respondemos, apenas fomos seguindo o caminho, e vimos que no final do corredor realmente havia a escada em espiral que enorme. Preferi que Jeremiah descesse em minha frente. Quando havíamos chegados ao enorme espaço fiquei surpresa com o quão bonito era aquele lugar. Havia vários sofás, alguns azuis e outros roxos, assim como as luzes do local também era a maioria com a mesma cor, só que bem mais claras. Notei um palco bem ao centro da área central, que parecia ser onde strippers dançam e fazem seus shows.

Cutuquei Jeremiah e fiz um gesto como se perguntasse ao mesmo o que estávamos esperando para ir procurar pelo dono do local.

— O que foi? – perguntou.

— Cadê ele? – pergunto de volta.

— Acho que procuram por mim – olhamos ao mesmo tempo para trás, vendo que ali estava quem procurávamos.

Acabei medindo de cima á baixo, pouco me importando com o que ele acharia de minha atitude, mas ainda sim encarei. Parecia estar na faixa dos 60 anos, o que me leva a pensar que ele tem muito dinheiro, pois se tem essa idade e é dono de uma boate, provavelmente deve ser dono de outros lugares ou trabalhar com outras coisas.

— Ah, não tem ideia do quanto precisamos ter uma conversa – Jeremiah disse sorrindo.

***


Encostei-me à cadeira que ficava de frente para a mesa de Francis, mas não demorou segundos até eu voltar a posição anterior, estava impaciente com o silêncio dele, e Jeremiah também não ajudava, já que não se pronunciava.

— Está de sacanagem que não vai dizer nada? – me levantei da cadeira e dei um forte soco na mesa.

— Você pode, por favor, não bater na mesa? – pediu realmente muito educado.

— Por que não está a fim de vender a boate? Temos o dinheiro para pagar por isso – na verdade, Jeremiah tem dinheiro. — Tem que aceitar.

— Não, eu não tenho – disse simplesmente, o que me fez ficar ainda mais irritada com ele.

Jeremiah nem dizia nada, apenas observava eu quase tendo um surto e tentando sozinha algo que nós dois queríamos.

— Mas... mas nós daremos aquele preço, aceite logo – eu com certeza já estava perdendo a paciência.

— Já tenho muito dinheiro. 200,000 mil não são nada.

— Tem dinheiro o suficiente para não aceitar 200,000 mil? Conta outra. Por que não aceita?

— Quero se retirem do local – pediu, fazendo-me dar risada.

— Responda minha pergunta – aumentei a voz.

Jeremiah interveio.

— Madison, vamos embora – ele disse levantando-se de seu lugar.

O mesmo veio até mim e segurou levemente em meu braço, fazendo um sinal com a cabeça para sairmos da sala.

— O que? É isso mesmo? Vai deixar assim mesmo? – disse indignada.

— Faça o que ele está pedindo. Saia logo daqui – o homem ainda sentado falou.

— Não... – fui interrompida.

— Vamos, Madison – Jeremiah me chamou mais uma vez.

Que seja, vou fazer o que ele pede.

— Ok – respondi, me dando por vencida.

Olhei uma última vez para Francis antes de abrir a porta e sair de sua sala. Jeremiah seguiu atrás de mim e fomos andando em silêncio refazendo todo o trajeto pelo qual viemos, e quando passamos pelo beco todos os caras que estavam lá evitaram fazer contato visual com nós dois.

Quando estávamos chegando perto do carro eu parei na frente de Jeremiah e virei-me para ele. O mesmo também parou e fez um sinal para que eu começasse a falar, e então senti que finalmente poderia me expressar.

— Que porra foi aquela?! – esbravejei.

— Eu ter pedido para sairmos da sala? – disse calmo e parecendo estar com toda a paciência do mundo para escutar meu surto momentâneo.

— Sim! É exatamente isso. Qual é o seu problema? Eu ia fazer ele falar – continuei gritando.

— Ia o fazer falar ou ia forçar ele até você perder a paciência e matá-lo? – o encarei confusa. — Sabemos que faria isso, e por esse motivo precisei que você saísse de lá o quanto antes.

— Mas, Jeremiah, nós poderíamos muito bem matá-lo e ter o lugar para nós.

Como ele poder não pensar nisso? É algo tão óbvio e que poderíamos resolver tão facilmente. Não entendo. Quando Jerome e eu queríamos algo nós apenas resolvíamos que matar seria a melhor opção, e então não precisávamos nos esforçar muito para conseguir algo. Não sei por que Jeremiah tenta complicar coisas que estão óbvias e que poderíamos agora mesmo se quiséssemos.

— Entendo. Você aprendeu a pegar o que quer e quando quer. Às coisas não são assim, Madison – justificou.

— Mas... poderíamos resolver isso agora mesmo. Podemos fazer isso – insisti.

— Sei disso, no entanto não é justo pegar o que quiser sem antes lutar para conseguir – revirei os olhos. — Está acostumada a fazer o que quer e quando quer, mas as coisas não são assim. Às coisas não são suas, então você não pode simplesmente tomar dos outros e ainda achar que está certa por fazer o que faz.

Estou realmente me estressando com ele. Sei que não deveria estar assim, mas estou. É uma idiotice ele não seguir o meu plano. Se eu for parar para analisar tudo o que ele disse, pode fazer sentido. Sempre - desde quando comecei a viver com Jerome - ele sempre me ensinou que posso fazer o que quiser e ter o que eu quiser, não importando o que eu devesse fazer para ter isso. Na verdade, sempre pensei isso, e ele veio e alimentou ainda mais essa idéia em minha cabeça. Nunca me importei mesmo com o que eu precisasse fazer para ter o que quisesse, aliás eu vim de uma família com dinheiro, não chegando a sermos ricos, mas tive condições boas o suficiente para saber que eu tinha privilégios e poderia muito bem ter "o que quisesse" na medida do possível para poder conquistar coisas sem esforços. E, quando estava com Jerome, aprendi que podia matar, aliás, eu já estava no Arkham e já tinha sido acusada de coisas absurdas, e podia levar em conta que já havia sido internada lá 1 vez.

Preferi não respondê-lo, mas mudar de assunto.

— Posso relevar as coisas que disse e seguir com o plano que quiser – fui sincera. Estava mesmo disposta a concordar com o que ele quisesse.

— O que está fazendo você concordar? – perguntou sem tirar e sem desviar a atenção das ruas.

Jeremiah parece ser tão centrado no que faz. Isso é estranho.

— Isso não importa, apenas estou concordando – na verdade, o que não quero é dizer tudo o que pensei sobre isso.

— Claro.

Nós havíamos chegado em frente ao seu prédio, e então ele saiu do carro, e eu apenas pulei para o banco ao lado, pois já iria embora.

— Acho que é isso. Me ligue quando pensar no que faremos.

— Podíamos falar disso agora.

— Agora? Sério? Você está parado no meio da rua e estou dentro do carro. Então não, por favor.

— Suba comigo lá pra cima – franzi o cenho.

Jeremiah é um homem e eu sou uma mulher. Ele é a porra do irmão gêmeo do meu ex-namorado. Pra fechar, sou a garota mais idiota do mundo. Sei bem as chances de eu fazer uma idiotice, e são altas, muito altas mesmo, por isso, prefiro ir embora para minha casa e dormir para tentar me acalmar depois do que ele acabou de me dizer.

Mas, porra, que problema teria eu subir para o apartamento dele?

— Ah... melhor não, preciso ir para casa – expliquei.

Ótimo.

— Tudo bem. Ligo para você amanhã – assenti e sorri.

— Ok – respondi.

— E seria melhor de tomar esses remédios ou qualquer coisa que esteja fazendo mal a você.

Liguei o carro, porém logo em seguida voltei a desligá-lo após escutar o que Jeremiah havia dito. Como ele podia saber?

— Não estou entendendo – fingi estar confusa, mas entendi perfeitamente bem.

— Você não precisa se fazer de desentendida.

Ele venceu.

— Como descobriu? – e em seguida engoli seco.

— Parece que não costuma se preocupar em esconder seus remédios – e apontou com a cabeça para o porta-chaves, onde estava uma cápsula dos meus remédios.

— Ah – não sei direito o que dizer.

— E também sei que remédios como esses fazem ter quedas de pressão, algo que reparei nas vezes em que vi você e estava pálida – explicou. — Acho que não é normal alguém viver desse jeito.

Pisquei algumas vezes enquanto o olhava e então tirei a atenção dele para minhas mãos, enquanto as mexia nervosamente. Começava a sentir minha boca seca e minha respiração pesar, sendo isso tudo apenas por estar com vergonha o suficiente.

— Que seja. Eu estou bem – tentei assegurar isso, mas em sua expressão eu podia ver claramente o quão desconfiado estava.

Desconfiado não. Ele não acreditou mesmo no que eu disse. Mas estou bem, não estou?

— Vou perguntar, e se não quiser, não precisa responder – sua voz era seca, mas a forma como falava não era, algo que eu queria entender.

É estranho que ele fale de forma tão fria quando suas palavras parecem não ser.

— Pergunte – eu mesma falei.

Ele é um dos motivos para fazer isso? – atirou sem dó.

Eu mesma não sei uma resposta para essa pergunta, então preferi que não responder seria o mais sensato a fazer.

— Eu não vou responder – disse sinceramente.

— Não responda – assenti.

Voltei a ligar o carro, e dessa vez esperei alguns segundos para ver se Jeremiah falaria mais alguma coisa, porém não falou mais nada, e decidi então ir embora.

Meus pensamentos foram levados à níveis extremos. Parte do que eu fazia era por causa dele? Nunca cheguei a pensar sobre isso, e parece que agora tudo isso veio com tanta força como se eu estivesse pensando em algo que eu deveria ter pensado há tempos, desde a época em que saí do Arkham pela segunda vez, quando comecei com os remédios que eram e foram ficando mais forte.

No caminho para casa eu parei num bar que ficava na esquina do prédio em que eu ficava. Pensei em me permitir beber um pouco, e quando fui já estava no sétimo copo de uísque. Chorei no caminho de volta para casa e dormi no sofá, pois estava tão mal que não tive forças para chegar até o quarto. Não sei nem como consegui dirigir até em casa.

Este é o último capítulo disponível... por enquanto! A história ainda não acabou.