Mad About You

Capítulo 15: Marry me II


Marry me II

— E então? Como eu estou? — Lucy perguntou, sentindo-se ansiosa.

Estava vestida com um longo vestido de noiva, branco e bonito. Um tomara-que-caia com lindas e brilhantes pérolas no decote, a saia descendo em cascatas até o chão, com luvas prateadas até os cotovelos. Ainda não tinha se olhado no espelho.

— Lu-chan! — Levy exclamou verdadeiramente surpresa. — Você está linda!

— S-sério? — gaguejou, o rosto sendo coberto pelo rubor, como uma brasa.

— Você está esplêndida, Lucy! — Mirajane elogiou com sinceridade, as mãos juntas de admiração para depois se levantar do pequeno sofá em um pulo e segurá-la delicadamente pelos ombros. — O vestido ficou perfeito! Parece que foi feito especialmente para você.

— Natsu trabalhou muito duro para que conseguíssemos comprar tudo para o casamento, então estou feliz que tenha ficado bom. — Sorriu pensativa e olhou para Elza que não tinha dito nada ainda. — Elza?

A ruiva ficou olhando para a amiga em um silêncio admirador, observando-a com uma seriedade assustadora. Lucy olhou para ela, apreensiva, esperando por sua opinião. A Titânia se levantou abruptamente e caminhou até ela.

— Você está perfeita. Não poderia estar melhor! Mal posso acreditar que você vai casar! — Lágrimas brotaram nos cantos dos olhos castanhos. — Você vai se casar! — e começou a chorar.

— Ora Elza! Pare de chorar! — Mira resmungou com um sorriso choroso, segurando as próprias lágrimas. — Não é você que está casando, sua vez já foi! Controle seus hormônios de grávida.

Elza fungou, deixando mais algumas lágrimas escaparem, fazendo-as rir. Com sua barriga gigantesca de sete meses, ela estava adorável, mais bonita do que jamais estivera e muito, muito mais intensa e emotiva.

— Me deixe em paz, Demônio — resmungou de volta, fazendo um beicinho. — Eu só estou feliz pela minha amiga!

— Certo, certo — a maga do take over desdenhou. — Mas já estava na hora, não é mesmo? A Lucy finalmente desencalhou. — Mira sabia ser bem discreta.

— Hey! — Lucy protestou constrangida.

— É, mas se o Natsu não tivesse chegado logo, outro cara teria conquistado a Lu-chan! — Levy tentou defender a amiga, escondendo um sorriso travesso com a mão.

— Não — a loira murmurou de repente e voltou a corar. — O que eu quero dizer... — começou engasgada e sem jeito. — É que se não fosse para eu me casar com o Natsu, não seria com mais ninguém.

As três olharam para ela com espanto, que logo foi substituído por admiração e ataque de fofura.

— Isso foi lindo! — Levy sussurrou, abraçando-a.

— Não se preocupe, hoje você vai se casar com seu dragão encantado! — Mira acrescentou, também se juntando ao abraço.

— Quem diria que você e o boboca do Natsu se casariam! Estou tão feliz! — Elza declarou, enfiando-se no meio delas. — Ah...

— Só não comece a chorar de novo, Elza — Mira alfinetou.

— Eu amo vocês, sabiam? — A maga estelar declarou, sentindo-se a pessoa mais feliz do mundo.

N&L

— Eu acho que não entendi direito. O que você disse, Natsu? — Gray perguntou incrédulo, olhando para o dragon slayer com os olhos estreitos.

— Eu disse: Eu não quero mais me casar — repetiu categoricamente, os braços cruzados sobre o peito igual a uma criança.

— Qual é o seu problema, olhos pontudos? Você está de sacanagem? Qual é a dessa brincadeira de agora? Tá me zoando? — O mago de gelo estava se esforçando para não perder a paciência.

— Eu não estou brincando, cueca gelada. — Bufou e revirou os olhos. — Não quero mais me casar, só isso. Me deixa em paz!

— Natsu — Gray chamou o nome do rival/amigo com seriedade, os olhos semicerrados e a expressão sombria —, você teve cinco meses para desistir do casamento e resolve fazer isso logo agora? Você só pode ser muito filho da puta! Você vai mesmo abandonar a Lucy no altar? Que tipo de homem você é? — perguntou totalmente indignado, ainda incrivelmente vestido. — Você não ama...

— Claro que eu amo a Lucy! — cortou Gray, pondo-se de pé e ficando sério. — E é por isso que eu não posso fazer isso.

— Não estou entendendo — murmurou confuso. — Que porra é essa, cara?

— Eu amo a Lucy e quero que ela seja feliz, mesmo que não seja comigo. Eu só quero que ela possa sorrir. E eu não sou a pessoa certa para isso — confessou, desviando o olhar para o chão, as duas mãos enfiadas nos bolsos do paletó preto. — Ela sempre sonhou com um príncipe e olha só pra mim! Isso é um erro.

— Sério, Natsu? Sério? — o mago sibilou doido para dar um soco na cara de Natsu. — Para com essa merda. Você acha mesmo que a Lucy iria se casar com você se já não soubesse que você é um ogro?

— Não adianta, Gray. Eu já me decidi e nada, nada vai me fazer mudar de ideia.

— Certo. Eu vou chamar a Elza — ameaçou.

— Pode chamar.

— A Mira.

— Sem problema.

— O Laxus! O Mestre!

— Quem você quiser! Daqui ninguém me tira! — afirmou com convicção e apenas nesse momento Gray percebeu que Natsu realmente estava falando sério e não apenas tendo um piti de noivo.

— Entendi Natsu. Tudo bem, se é o que você quer. — Só não deu de ombros porque estava com muita raiva para isso. — Vou dizer para a Lucy que você não vai mais casar com ela. — Deu as costas para ele e deu alguns passos na direção da porta, parou e acrescentou: — Mas, você vai me esperar aqui, porque quando eu voltar vou acabar com sua raça, foguinho do caralho.

Incrivelmente, Natsu assentiu e voltou a sentar.

N&L

Quando as palavras saíram dos lábios de Gray, Lucy sentiu o mundo parar em sua volta, pareceu que o chão tinha caído e o céu desabado. Ela ficou alheia à explicação que o amigo dava para as três mulheres enfurecidas, que estavam dispostas a matar o dragon slayer, e ficou ali, estática.

— Por quê? — As palavras escaparam dos seus lábios e sentiu a garganta fechar. — Por que ele não quer mais se casar comigo? Não me ama mais? — Nenhuma lágrima veio, estava em choque.

— Ele disse que você merece coisa melhor.

— Entendi. — Balançou a cabeça, o sangue indo para todo o seu rosto. Em um gesto determinado, disse: — Me leve para a igreja, agora.

— Tudo bem — Gray concordou sem hesitar, faria o possível por sua amiga e com sorte, ela mataria o idiota do Natsu. — Vamos.

— Vamos — murmurou, cerrando os punhos.

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Natsu suspirou pela milésima vez, enquanto esperava por Gray para que ele lhe desse logo sua merecida surra. Happy tinha o deixado minutos atrás, decepcionado demais para conseguir encará-lo nos olhos sem começar a chorar de ressentimento.

Era o certo. O que estava fazendo era à escolha certa, Lucy merecia ser feliz e não conseguiria isso ao lado dele. Ao contrário do príncipe encantado que ela queria, ele era um ogro, um dragão. Chamava-a de gorda, colocava fogo no seu apartamento, destruía as coisas, era pobre, possessivo demais, arrotava na mesa e não tinha um cavalo branco. Urgh.

Ouviu passos pesados vindo na sua direção e pelo jeito, Gray tinha trago todo mundo para bater nele, porque...

— Natsuuuuuu — Happy voou para dentro com um tom choroso, seriamente assustado, deixando a porta entreaberta. — Você está ferrado.

— Eu sei amigo, mas vai...

— NATSU DRAGNEEL. — Lucy chutou a porta do pequeno cômodo com tanta força que faltou sair das dobradiças, sua expressão era assustadora, uma aura tenebrosa exalava dela, Natsu se levantou, surpreso, mas voltou a se sentar quando um soco feroz atingiu seu rosto. — Seu retardado, você está de brincadeira comigo?

— Lucy... — Natsu murmurou assustado, com a mão no lugar que fora acertado. Ela estava muito assustadora. — Eu...

— Cala a boca e vem comigo! — gritou enlouquecida, obrigando-o a se levantar, segurando-o pela gola da camisa com força.

— Não, Lucy. Eu...

— Portão do Leão, eu te abro! Loke! — conjurou em um sussurro ameaçador, sem soltar a gola de sua camisa e sem quebrar o contato visual. — Leo, traga o Natsu para cá.

O espírito fez uma carranca, mas não desacatou. Apenas assentiu e segurou Natsu por debaixo dos braços, seguindo sua mestra. Já Natsu estava tão atônito pela atitude de Lucy, que não conseguiu reagir e acabou sendo arrastado até o altar.

Todos da guilda estavam presentes e ao verem tal cena, não entenderam nada e um burburinho se iniciou, cada um perguntando o que estava acontecendo.

— Hey Padre, comece isso logo! — Lucy mandou de mau humor.

— Mas... — o senhor tentou dizer algo ao ver Natsu sendo segurado por Loke, parecendo um boneco de pano.

— Comece e pule para a parte do aceito!

— O que está acontecendo? — Foi Cana quem perguntou.

— Natsu Dragneel, você aceita Lucy Heartfilia — o padre começou, porque estava assustado demais para recusar, aquela mulher era louca! — como sua legítima esposa, na...

— Ele aceita! O retardado aceita! — ela respondeu com tanta raiva que parecia que iria explodir a qualquer momento.

— Mas minha jovem, é o noivo que tem que responder — o sacerdote tentou dizer no tom mais suave possível.

— Olhe para mim, Natsu — ela pediu raivosa e o mago acatou, todos assistiam a cena, confusos. Elza, Mira, Levy e Gray assistiam de longe com um sorriso. — Está vendo meu estado? Isso é culpa sua.

— Lucy — o dragon slayer tentou começar de novo, mas ela o interrompeu:

Não! Apenas me escute, seu idiota! — gritou e dessa vez duas lágrimas deslizaram pelo rosto alvo e bonito. — Esse era para o ser o dia mais perfeito da minha vida, mas você está estragando tudo com sua idiotice. — Respirou fundo para continuar: — Eu sei o que você está pensando, porque eu te conheço e peço que você pare. Esperei sete anos, cinco meses e vinte e um dias para esse momento, sem contar os sete anos que ficamos presos na ilha Tenrou e esse momento finalmente chegou.

Nessa hora, Loke deixou Natsu ficar em pé por si só e afastou-se, dando o espaço para que Lucy se aproximasse. A maga estelar deu alguns passos na direção do seu noivo e segurou o rosto dele entre as mãos antes de continuar:

— Você não é perfeito, Natsu. Longe disso. Você invade minha casa por quase dez anos, pulando a janela mesmo quando eu mando você não fazer. Você e seu gato folgado assaltam minha geladeira e não deixam praticamente nada. Dorme na minha cama e me expulsa, me fazendo dormir no sofá, porque você é espaçoso demais. Destruiu minha cozinha, meu banheiro e meu quarto mais vezes do que posso contar nos dedos.

“Você é uma bagunça. Mas além de tudo isso, você mudou minha vida, Natsu. Não entende isso? Você me deu um lar quando eu não tinha mais uma casa, eu pude ter amigos verdadeiros por causa de você, uma família. Me fez ter várias aventuras e experiências emocionantes e quando tudo parecia perdido, você estava lá para me salvar, para dar esperança para todos. Você tem milhares de defeitos, mas eu amo você, Natsu. De verdade, você é o amor da minha vida e se eu não for feliz com você, não vou ser com mais ninguém.”

— Porque Natsu, você não é tudo que eu sempre sonhei, não é loiro, nem alto e nem tem olhos azuis. E seu cavalo branco é um gato azul irritante que vive soltando comentários infames, mas você é muito melhor. Por isso, se case comigo. Por favor, se case comigo.

A essa altura, todos estavam em silêncio e apenas alguns soluços chorosos de emoção eram ouvidos por causa da extensa declaração de Lucy.

— Lucy... — Natsu murmurou surpreso, inconsciente das lágrimas que tomavam conta dos seus olhos verdes. — Me desculpe, eu...

— Só para deixar claro: Se você não se casar comigo, eu mato você! — acrescentou.

Ele riu e abraçou-a com tanta força, que a tirou no chão. Afundando o rosto no cabelo loiro e — no momento — bagunçado, aspirando seu cheiro gostoso, ele se perguntou que merda ele estava fazendo. Por que ele estava desistido da mulher que amava? Como ele se atrevia a deixá-la ir embora? Ele era muito idiota. Todos bateram palmas, emocionados com a cena. Ele sussurrou para que apenas ela escutasse:

— Desculpe, Lucy. Eu amo você, estranha. E você está linda. Me desculpe, de verdade, não sei o que estava pensando em não querer me casar com você. Mas vamos fazer isso. Obrigado. Vamos fazer isso direito.

Ela se afastou dele apenas o suficiente para olhá-lo nos olhos e sorriu, para depois dizer:

— Eu te amo, idiota.

— Olha pelo lado bom, ao menos teremos uma boa história para contar aos nossos filhos — brincou ao mesmo tempo que falava sério. — E eu nunca vou te deixar ir, só pra você saber.

— Mesmo que eu corra? — sussurrou bem pertinho dele.

— Nem que você se teleporte. Eu vou te buscar com meu lindo gato azul alado sem armadura.

— Aye — Happy concordou.

— Então é melhor começarmos logo isso, sabe por quê? — Lucy perguntou com um sorriso travesso.

— Porque você me ama e está louca para ir à lua de mel?

— Claro que não! Pffff — desdenhou zombeteira. — Porque só assim teremos bolo!

“Eu dou-lhe minha mão com todo meu coração

Mal posso esperar para viver minha vida com você

Mal posso esperar para começá-la

Você e eu nunca nos separaremos

Meus sonhos se tornaram realidade por sua causa”