Mad About You

Capítulo 07: Ciúmes



Ciúmes

Ela passou pela porta pisando duro — parecendo um trator para dizer a verdade —, para batê-la em seguida, com mais força que o necessário.

Pobre porta.

— Vá embora! Eu não quero te ver! — gritou para Natsu com raiva, que estava do outro lado da porta.

— Lucy... — chamou em voz baixa, soltando um suspiro inconformado. — Abra a porta, vamos conversar.

— Não! — retrucou, os braços magros cruzados sobre o peito. — Eu já disse para ir embora, Natsu!

— Pare de besteiras! — disse, começando a perder a paciência. — Vamos conversar. Abra a porta!

— Eu já disse que não! — esbravejou, começando a tirar os saltos que usava.

— Se você não abrir, eu vou arrombar!

A maga estelar soltou um grunhido estrangulado e não deu ouvidos a Natsu, ficou em silêncio. Estava tão brava com ele! Com tudo! Só de lembrar como a atendente do restaurante faltava devorá-lo com os olhos e babar em cima dele, e como ele lhe sorria, fingindo não notar, como se nada estivesse acontecendo.

Para depois, a filha da mãe fingir escorregar no piso lustrado e cair acidentalmente em cima do seu namorado, fazendo com que ele a segurasse entre seus braços fortes e musculosos e dissesse para ela tomar cuidado.

Ficava possessa! Louca! Queria ter voado em cima daquela megera e arrancado os seus cabelos ruivos, até deixá-la careca! Argh!

Foi tirada de seus devaneios, quando Natsu irrompeu no apartamento, com uma expressão séria e determinada. Ela o encarou profundamente, prendendo a respiração.

— Você arrombou a porta, Natsu! — Jogou um sapato nele, que desviou com facilidade, enquanto andava até ela.

— Eu disse que iria.

— Qual é o seu problema? — resmungou, dando as costas para ele.

— Eu é que pergunto. O que aconteceu? Você saiu do restaurante do nada! — perguntou, sem realmente entender nada.

— Você-você* segurou aquela vaca! — acusou, virando-se para ele.

— E era para eu ter deixado ela cair? — indagou impressionado consigo mesmo, por ter vinculado o insulto com a mulher do restaurante.

— Sim!

Natsu olhou para Lucy emburrada, os braços cruzados e os lábios rosados formavam um bico adorável. E só então, percebeu que ela estava com ciúmes. Segurou uma risada e não hesitou em provocá-la.

— Ah! Você está com ciúmes!

— Não! Não estou! — negou, o bico aumentando ainda mais.

— Não seja boba, Lucy! Não precisa ter ciúmes, eu só segurei pra que ela não caísse no chão. Você sabe que é a única na minha vida.

Lucy olhou para ele pelo canto dos olhos, ainda enciumada e sem a intenção de ceder. Como ele não poderia perceber a maneira que as garotas ficavam se jogando pra cima dele? Ela não conseguia suportar a maneira que ele sorria, sem notar o quanto aquelas ações estavam carregadas de segundas intenções. E isso a irritava muito.

Sabia que estava sendo infantil e mimada, mas não conseguia evitar.

— Apenas vá embora — pediu, começando a ir para a cozinha e dando as costas para ele.

— Não — negou, voltando a ficar sério e a segurando pelo braço, impedindo que ela o deixasse falando sozinho. Puxou-a para si com brusquidão, assustando-a. — Apenas pare com isso.

— Me solta, eu já disse que não quero falar com você — murmurou, evitando o olhar dele.

— Não — repetiu. — Você não vai a lugar nenhum, pare com esse ciúme bobo. Por que você está com tanta raiva, sabendo que eu jamais a beijaria desse jeito?

O dragon slayer a segurou pelos cabelos e cobriu os lábios dela com os seus de forma voraz, depositando o seu calor, seu amor, sua paixão. Ela teve que se agarrar a ele com força, para que não tombasse no chão, de tanto que suas pernas estavam bambas. Quando se separaram, ambos estavam ofegantes, e ainda a segurando, com os dedos enrolados no cabelo loiro, continuou:

— Que eu jamais apreciaria tanto um cheiro, como o aprecio o seu?

Deslizou o nariz pelo pescoço dela, fazendo-a se arrepiar e soltar um gemido de puro prazer, totalmente entregue e desnorteada. Cravou as unhas nos ombros dele com força, quando os caninos pontudos, rasparam a pele sensível de sua clavícula e ele soprou o hálito quente ali.

— Quando eu jamais a acariciaria como eu faço com você.

Terminou, subindo a mão livre por debaixo da blusa dela, acariciando as costas com a ponta dos dedos, depois vindo para a barriga e alisando com destreza e cuidado, seguindo o caminho dos seios fartos, mas sem tocá-los verdadeiramente, para depois pressioná-la contra seu corpo, segurando-a pela cintura com força.

— O que você acha? — murmurou baixinho, as pupilas claramente dilatadas, enquanto a olhava com seriedade. Antes que Lucy respondesse, ele continuou: — Acha que eu também não sinto ciúmes quando vejo a maneira que os homens olham para você?

A maga estelar não respondeu. Estava hipnotizada. Sentia um pouco de medo, pois nunca tinha visto Natsu falar daquele jeito com ela, mas ao mesmo tempo, era tão... Excitante. O modo voraz que ele a tocou, fazendo com que ela se sentisse única e desejada.

— Eu-eu — gaguejou incerta, os olhos nublados de desejo, observando a maneira que ele a segurava contra seu corpo, fazendo com que seus seios roçassem no peitoral masculino e sentisse cada centímetro do seu corpo que parecia arder — não sei.

— Apenas pare, eu amo você. Só você — declarou, começando a despi-la ali mesmo.

— A porta... — tentou inutilmente avisar.

— Esqueça.

Talvez um ataque de ciúmes de vez em quando, não fosse de todo ruim.

“Eu poderia fazer você feliz, fazer os seus sonhos se tornarem reais

Nada que eu não faria

Vou ao fim da Terra por você

Para fazer você sentir o meu amor”