MacGyver

O Casal mais fora da caixa de todos os tempos


P.O.V. Bozer.

Eles estão namorando. O meu melhor amigo está namorando uma virgem grávida. Que é uma bruxa.

Ela estava mexendo na geladeira. De novo.

—Eu queria sorvete, mas tenho alergia á esse maldito corante.

Disse colocando raivosamente o pote de sorvete sob a bancada.

—Qual corante?

—Vermelho 40.

—Você nem tomou café da manhã!

—Bozer, o bebê milagroso tá com desejo de sorvete! Pode por favor ir comprar sorvete pra mim? Sem o corante assassino.

—E como eu vou saber se tem ou não o corante?

—Perguntando.

—E qual é o corante?

—Vermelho 40!

—Eu vou comprar o sorvete. Faz o café pra ela Bozer.

—Porque ela não faz o café sozinha? Ela tá grávida, não aleijada.

—Eu até faria, mas eu não sei cozinhar. Eu sei lutar, sei pedir comida pelo telefone, sei fazer feitiços, mas cozinhar eu não sei. Da última vez que eu tentei, eu liguei o fogão do jeito errado e ele explodiu.

—Você e o Mac são realmente almas gêmeas. Ele adora explodir coisas, ele é muito bom nisso.

—Foi um acidente! Olha, Bozer, eu sei que eu sou... meio agressiva ás vezes.

Olhei pra ela com aquela cara de...

ás vezes?

—Tá. Tipo, quase sempre. Mas, eu vi os meus pais serem assassinados, cortaram a garganta deles. E todos os meus pais temporários me expulsavam porque... eu fazia coisas que as outras crianças não faziam. Uma vez, chamaram um padre pra me exorcizar. Pensaram que eu tava possuída porque quando eu ficava com raiva... coisas queimavam, explodiam, estouravam.

—Você gosta de Bacon?

—Não. Mas, gosto de ovos.

—Deixa comigo.

Ela estava comendo os ovos quando o Mac chegou com o sorvete.

—Sorvete! Sorvete!

Caroline praticamente tomou o pote de sorvete da mão do Mac e ela começou a comer sorvete, com ovos mexidos.

—Que nojo.

A Matty ligou e nós fomos correndo para a Fênix. E Caroline foi tomando sorvete.

—Oi nós...

—Desejo de grávida. Sem comentários.

—Temos uma missão. Vai haver uma reunião da ONU e a nossa inteligência registrou a entrada desse sujeito no nosso país. Angelo Castro.

—Chefe do cartel da máfia do Rio de Janeiro. Nada acontece no mundo do crime do Rio sem que ele saiba.

P.O.V. Caroline.

Eles olharam pra mim com cara de choque.

—O que? Eu tenho contatos do outro lado. Superem!

—Contatos do outro lado?

—Olha, eu sempre fui sozinha, sendo jogada de um lar adotivo para o outro e você tem uma bela duma educação quando cresce na estrada. Eu fiz algumas coisas das quais eu me arrependo? Fiz. Eu fiz contatos com criminosos? Fiz. Precisava de dinheiro e ser garçonete não dava nem pra pagar o aluguel! Então, eu... usei os meus poderes para o mal. E fiz uma boa grana.

—E consegue descobrir porque ele está aqui?

—Agora que eu to grávida as probabilidades são mínimas. Entretanto, se Angelo já ouviu falar de mim... o que eu acho muito possível. Ele vai deixar eu entrar. Mas, pra entrar, vou ter que... ir pro lado negro da força se é que me entendem.

—Na verdade não.

—Se serve de algum conforto, todos os convidados são criminosos. E eu vou fazer o que tiver que fazer para manter a mim e ao meu bebê seguros.

—Eu to curioso, se você é virgem, o bebê não vai quebrar a sua barreira quando sair?

—Vou fazer cesariana Jack. A data já está marcada.

—Do jeito que você falou, parece até que vai matar alguém.

—E vou. Se eu precisar. No mundo sobrenatural você tem valores humanos, mas nem tão humanos assim. As leis humanas geralmente não se aplicam.

—O que quer dizer?

—Ah, Matty, tem mais entre o céu e o inferno do que você imagina.