P.O.V. Mary.

Uma criança poderosa assim. Matou o guarda com um aceno de mão.

—Eu posso senti-la. Está aqui.

—Quem está aqui?

Ela pegou a sacola e saiu correndo. Para dentro da floresta.

Fui atrás dela. Mesmo na noite.

—Mamãe. Estou aqui!

Ela parecia estar com medo.

—Mãe. Onde você está mãe?

Então, ouço alguém gritar:

—Mel! Mel fique ai!

E logo, um grito de pânico.

—Mamãe!

Senti a terra tremer sob os meus pés.

—Mamãe? Mamãe, onde está você?

P.O.V. Caroline.

Eu vim aqui para salvá-la e ela me salvou.

—Mel. Fique ai! A mamãe está indo.

Corri por aquela mata, naquele breu, mas eu cheguei.

—Você está bem?

—Estou bem. Você está bem?

—Estou bem. O que aconteceu?

O vampiro saiu da mata.

—Precisamos ir embora. Isso não é seguro.

—Está tudo bem. Eu não vou feri-la.

—Você já fez isso.

P.O.V. Mary.

A mãe abraçada protetoramente á filha. Elas pareceram se esquecer de minha presença o que não é muito comum.

—Vamos pra casa querida. Cadê o meu grimório?

A menininha deu um livro antigo nas mãos da mãe.

—Desculpe. Eu não queria que isso acontecesse. Eu só queria ser igual a você.

A mãe se abaixou para ficar no nível da menina.

—Oh, querida. Você nunca vai ser igual a mim, mas isso é uma coisa boa. Você vai ser você. Olha, antes de chegar no difícil tem que aprender o fácil. Feitiços são algo com o que a gente não brinca, não se deve brincar com a magia Melissa, as coisas podem ficar... fora de controle. Pode se machucar ou machucar alguém.

—Eu sei mamãe.

—Agora vamos pra casa está bem? O papai tá esperando e o tio Bozer vai fazer macarrão.

A mulher foleou o livro.

—Pegou tudo? Não deixou nada ai?

—Eu não sei.

—Então vamos lá olhar.

Quando elas se certificaram de que haviam pego tudo o que pertencia a Melissa, elas saíram.

—Obrigado. Por ter cuidado da minha filha. Sua majestade. Vamos. Papai tá esperando.

—Tchau Mary. Nunca vou esquecer de você.

A mulher recitou o encantamento e elas sumiram no meio do ar.

P.O.V. Caroline.

Voltamos para a floresta. Eu preciso de uma fonte. O vampiro ainda estava lá. Tentou se aproximar, mas eu me afastei.

—Por favor, me perdoe.

Então, recitei o feitiço e nos trouxe de volta pra casa.

—Tudo bem. Você está segura agora. E de castigo.

—Ah, mãe...

—Faz alguma ideia de como eu tava preocupada?! Eu quase tive um ataque! Eu fui a polícia, contratei detetives, coloquei meio mundo atrás de você!

—Ei! Vocês voltaram! Que susto você deu na gente baixinha.

—Tio Bozer!

—Onde está o Angus?

—Eles tiveram uma missão de última hora.

—Acha que se eu ligar no celular dele, ele atende?

—Não custa tentar.

P.O.V. MacGyver.

Estamos no Afeganistão, para resgatar um grupo de soldados que está preso numa instalação inimiga.

Meu celular toca.

—Mac! Desliga o celular.

—É a Caroline. Alô?

—Só liguei pra dizer que estou de volta e que a Mel está comigo. Ela está bem. Te amo.

—Também te amo. Tenho que desligar.

—Cuidado.

Desliguei e fiquei mais aliviado sabendo que elas estão em casa e bem. Á salvo.

Então, eu ouço a explosão.

—Abaixa Jack!

Tudo ficou escuro e quando acordei, ainda tava escuro e estava doendo.

—Mac. Mac! Diz alguma coisa.

—Jack! Os soldados.

—Eles já eram. Eu chamei reforço. Riley, deu a maior explosão e o Mac ficou preso. Tem um monte de coisa encima dele.

Ouvi sirenes e logo o corpo de bombeiros estava delicadamente removendo os escombros. Não sei quanto tempo se passou, mas eu não vi quando me tiraram. Acordei no hospital.

P.O.V. Caroline.

Ela continuava me perguntando se o Angus ia ficar bem.

—Eu não sei querida, mas vamos rezar. Pedir para Deus cuidar do papai.

—Tia Matty, o papai vai ficar bom, não vai?

P.O.V. Matty.

Eu conheço essa menina desde quando ela ainda estava dentro da barriga da mãe dela. Ela não sabe que o MacGyver não é seu pai biológico, mas imagino que não importe. Ela o ama muito, com todo o seu coraçãozinho infantil.

Ouvir uma filha, uma criança perguntar se o pai vai sobreviver depois de ter ficado preso em escombros após uma explosão... é de cortar o coração.

—Vamos fazer, tudo o que pudermos para ajudar o seu pai a ficar bom.

—Porque ele não correu quando a coisa explodiu? Porque ele não se escondeu?

—Porque não foi ele que construiu e ou detonou a bomba. Foram, outras pessoas.

—Senhora Webber?

—Pois não?

—Ele já está consciente.

—Algum dano permanente?

—Não sabemos. Fisicamente, só uns arranhões e uma perna quebrada.

—Mamãe, podemos ver o papai agora?

—Podem ir.

P.O.V. Mac.

Ver aquela figurinha entrar correndo foi a melhor coisa do mundo.

—Papai!

Ela me abraçou e doeu.

—Ai.

—Desculpe. Quem fez isso com você papai?

—Acontece.

—Eu não quero que você morra papai.

—Eu não vou morrer tão fácil assim.

—Vou te ajudar. Fazer o seu dodói sarar.

Melissa pegou na minha mão. Fechou os olhos e começou a pronunciar.

—Assinta Mulaf Hinto, Sho Bala.

Eu sabia que era um feitiço. Caroline pegou na mão dela e as duas começaram a fazer o feitiço juntas.

—Assinta Mulaf Hinto, Sho Bala.

Senti as dores sendo aliviadas. Era melhor que morfina.

—O seu dodói tá melhor papai?

—Está. Obrigado gatinha.

—Você vai ficar bom não vai?

—Vou. Graças a minha Rainha e a minha Princesa.

—Eu conheci a Rainha Mary da Escócia.

—Foi?

—Foi.

—Ela não tá brincando Angus. Mexeu no meu grimório e lançou meu encantamento de viajem temporal.

—Viajem temporal?

—Sim.

—E como era o passado?

—Era fedido. Tinha caca de bicho na rua.

Eu ri. Ela era mesmo uma figura.

—Vem, vamos deixar o papai descansar.

—Mas, e se ele for explodido de novo?

—Ele vai ficar bem. Estamos num hospital. E o papai precisa descansar, para o dodói dele sarar mais rápido.

—Tchau papai. Eu te amo.

—Também te amo gatinha.

Elas saíram e a Matty, o Jack, a Riley. Eles vieram me ver.

—Como se sente MacGyver?

—Melhor. Caroline e Melissa lançaram algum tipo de encantamento. O negócio é melhor que morfina.

—Deu o maior susto na gente cara.

—É. Eu nem vi quando me tiraram.

—Você tava apagado. Fiquei com medo que tinha batido as botinas.

—Acho que foi só aquele pó.

—Os médicos vão levar você pra examinar a cabeça.