P.O.V. Kyle.

É uma droga estar preso nesta forma abominável.

—Eu te odeio.

—Um dia vai me agradecer.

—É fácil pra você dizer, você pode ficar linda quando quiser. E porque não fica?

Kendra deu risada.

—Quando você vive tantas vidas quanto eu já vivi, você aprende que uma coroa não te torna um Rei e um rosto bonito pode esconder... algo tenebroso.

O que?

—Como assim tantas vidas quanto você?

Kendra deu uma mordida no seu almoço. Engoliu e perguntou:

—Me diga, quantos anos você acha que eu tenho?

—Não sei, dezesseis? Mais?

—Sabe a maldição que te aflige agora?

—Estou ciente. O que tem ela?

—Eu a criei. Agora me diga, a quanto tempo o belo conto da Bela e a Fera foi escrito?

Se eu tivesse em pé teria caído duro.

—Isso foi á trezentos anos!

Ela me lançou um sorriso sacana.

—Você tem trezentos anos?!

—Não!

Então, sussurrou:

—Mais do que isso.

—Caramba! Quantos anos você tem Kendra? De verdade?

—Eu... eu parei de contar.

—Uau! Imagino que isso seja muito.

—Eu vivi o suficiente para saber que algumas coisas não mudam. Não sem um enorme e violento empurrão. Outras não mudam nem com um enorme e violento empurrão.

—Você amaldiçoou o Príncipe da história?

—Ele não era um Príncipe. Ele era um Rei. Um Rei Ingrato.