P.O.V. Eva.

Estou perdendo minhas esperanças. Eu quero ter outro filho.

Admito, um dos meus meninos era um assassino, mas eu sou a mãe dele. Eu poderia perdoá-lo por qualquer coisa que ele tenha feito. Perder Caim foi um dos momentos mais dolorosos desta minha vida muito longa. É uma dor que apenas outra verdadeira mãe é capaz de compreender.

Maze e eu fomos duma agência de adoção para a outra e ninguém está disposto a dar uma criança para uma caçadora de recompensas e uma dona de casa festeira. Isso é um esteriótipo.

Como caçadora de recompensas Maze ajuda a polícia a prender criminosos! Á tirar esses vagabundos das ruas! Membros de gangues, estupradores, estelionatários. E quanto a mim? Eu gosto de festejar e dai? Isso me torna uma pessoa ruim? Tenho um emprego. Sou garçonete numa lanchonete. Não é o emprego dos sonhos, mas para alguém que passou tanto tempo no paraíso quanto eu... eu acho que é um começo. Mas, o povo das agências de adoção descorda.

Nunca chego atrasada no emprego, estou me esforçando muito para fazê-los verem que sou uma pessoa responsável.

—Então, Mazekeeine Smith e Eva Smith. São um casal, eu imagino.

—Sim. Nos casamos ano passado. Olha, eu sei que pensa de mim, de nós. Mas, eu já tive filhos antes... e ambos morreram, foram os dois assassinados. Você não pode imaginar a dor á menos que tenha perdido um filho. A senhora já perdeu um filho?

A mulher ficou pálida.

—Não. Eu imagino que não. Meu ex marido é um idiota machista e eu serei para sempre definida por ele. Sim, sou uma garçonete. Mas, nunca chego atrasada no serviço e eu não pretendo ser garçonete para sempre. Estou matriculada na faculdade. Vou ás aulas. Faço pedagogia. Estou estudando para aprender a cuidar deste filho! Assim não cometerei os mesmos erros que cometi com meus primeiros. Minha esposa é uma caçadora de recompensa? Sim! Mas, a senhora ao menos sabe o que faz uma caçadora de recompensas?! Ela tira homens maus, mulheres más das ruas e ajuda a polícia a prendê-los. Manda eles pra cadeia. Quer profissão mais digna que essa? Duma forma ela está ajudando a salvar vidas, como um médico. E fazendo justiça. Mas, quer saber? Apesar da palavra me incomodar demais... dane-se, estou cansada dos julgamentos de gente como você. Vou á uma clínica e serei... inseminada. Adeus.

P.O.V. Maze.

Eu não sabia que ela tinha isso nela, mas eu gostei. Me deixou excitada. Ela deixou a engravatada metida com cara de cu.

—Vai mesmo ser...

—Não diga. Mas, vou. Dane-se esse povinho. Além do mais o médico vai fazer um procedimento. E o filho vai ser nosso e essa mulherzinha mal agradecida, que ela vá pro inferno.

Eu ri.

—E que tal irmos á clínica fazer um bebê?

—Demorou.

—Esperem!

Disse a mulher engravatada.

—O que?

Perguntei.

—Nós recebemos novos bebês num orfanato próximo. E que tal vocês olharem os bebês, se gostarem de algum posso facilitar para vocês.

—E o que quer em troca?

—Apenas alguns dólares. Mil.

—Isso não é ilegal?

—Vocês nunca vão conseguir adotar um filho sem ajuda.

—Tudo bem. Mil dólares, me diga onde.

—Maze! Isso é ilegal!

—É uma brecha.

P.O.V. Eva.

Ah, foi ai que eu percebi o que ela estava fazendo. Ela ia pegar a mulher no flagra.

—Bem, se é o jeito... então, vamos fazer.

Nós combinamos tudo com a mulher e a Maze foi direto para a delegacia. Falou com o Detetive Espinoza e ela tinha gravado tudo o que a mulher tinha falado. E iríamos ao encontro, usando escutas com a S.W.A.T. para impedir a mulher de vender outra criança inocente.

Era de noite quando nos encontramos no estacionamento e quando ela chegou estava com a criança no colo, um menininho. Lindo, um bebê. Maze tirou a maleta do carro, com o dinheiro dentro e deu pra ela, ela deu o bebê pra nós e a polícia veio. Ela foi algemada e presa.

—Elas estão nisso também.

—Eu sou caçadora de recompensa. Te denunciei quando saímos da agência e a polícia colaborou comigo e visse-versa. É o meu trabalho.

Nós duas fizemos cara de deboche pra mulher. E no fim, adotamos o menininho. De forma legal.

—Como vamos chamá-lo? Adam?

—Cala a boca! Que tal... Cassius?

—Cassius. Eu gosto. Oi, Cassius. Eu sou mãe Maze e essa é sua outra mãe Eva.