Lágrimas de Prata

Você falhou, Zarbon!


Vegeta carregava uma esfera voando baixo, anulou sei ki ao máximo, mantendo apenas o suficiente para voar. Tinha que chegar logo para descobrir o que Piccolo, Bardock e Kuririn conseguiram. Além disso, o imbecil do Kakaroto estava por aí sozinho, ele poderia causar grandes problemas.

Um grande poder vinha em sua direção. Se fugisse teria que aumentar seu ki, o que chamaria a atenção e seria encontrado da mesma forma. E, principalmente, fugir era para covardes e ele era o Príncipe dos Sayajins, a raça guerreira, não fugiria.

Zarbon vinha a toda velocidade até que parou abruptamente. Ficou cara a cara com Vegeta, não o via desde que o sayajin abandonou o Império e partiu. Soube que estava na Terra por Turles e agora estava ali. De certo veio com os guerreiros da Terra em auxílio dos namekuseijins.

– Vegeta.- cumprimentou sem qualquer expressão.

– Zarbon!- cuspiu o príncipe.

– O que faz aqui com essa esfera?

– Eu pergunto o mesmo.- disse entredentes.

Zarbon sorriu levemente, negou com a cabeça e encarou o não mais aliado.

– Devia ter ficado na Terra.

– E você naquele inferno que chamam de Império.

Vegeta venceria Zarbon nessas condições, porém não conhecia sua verdadeira aparência e força. Dessa forma, com ele transformado, não tinha tanta convicção de sua vitória. Precisava de um plano!

Ao mesmo tempo ambos soltaram as esferas, que caíram no chão com um grande baque formando dois grandes buracos, e atracaram-se. Vegeta era mais forte e rápido, contudo Zarbon conseguia defender-se.

Vegeta deu-lhe um chute seguido de um soco que lançou o Comandante a um morro, pelo visto o treinamento na câmara de gravidade feita pelo pai de Bulma era mesmo eficiente. Zarbon ergueu-se recuperado e olhou para Vegeta com raiva.

– Nunca o vencerei assim.- começou.- Você me obriga a fazer algo que não queria.

O sayajin encarava-o esperando. Se os boatos fossem verdadeiros, Zarbon podia modificar sua aparência e, consequentemente, ter seu ki aumentado.

– Eu sempre quis saber que aparência monstruosa você tem para odiá-la tanto!- confessou.

Zarbon sorriu, então começou a liberar sua força aos gritos. Seu tamanho dobrou, a pele uma vez bela tornou-se escamosa e nojenta, os dentes ficaram pontiagudos e sua forma mudou para a de um monstro grande, vermelho e fedido. Vegeta ergueu uma sobrancelha, era mesmo repugnante.

– Eu vou matá-lo!- gritou o monstro.

Os dois voltaram a atacar, porém Zarbon ficou, além de mais forte, mais rápido. Era muito poderoso. Depois de algum tempo, lançou um poder em forma de bola de energia que atingiu Vegeta lançando-o longe.

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Kooler estava preso em seus próprios planos e cálculos. Acabava de ser informado que Gohan não conseguiu impedir que escravos fugissem do planeta Shoys. Mais uma vez o Grande Sayaman escapou sem qualquer problema.

– Senhor?- chamou um soldado acompanhado de um técnico de tecnologia.

– Sim?

– Toda e qualquer comunicação com Namekusei foi perdida.

O que estava acontecendo, afinal? Sempre tinha que limpar a sujeira de seu irmão? Não dessa vez, Freeza que resolvesse seus próprios problemas e erros. A situação do Império agravou-se com as investidas desse Sayaman e a divisão do exército e comandantes não era prática. Péssima hora para Freeza agir de maneira infantil e sair em busca da imortalidade.

– Contudo, logo as Forças Especiais Ginyu devem chegar lá. Eles terão os melhores scouters do Império e poderão nos informar sobre a situação e transmitir os dados.

– Mande aumentar a segurança dos planetas próximos, quero que capturem esse imbecil que anda causando problemas.- ordenou sem importar-se com a fala anterior do técnico.

Freeza que cuidasse de seus problemas. Não iria sacrificar o domínio do Império para salvá-lo. Sua prioridade agora era matar qualquer iniciativa de rebelião que viesse a ter pela nova esperança de liberdade que surgiu.

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Videl, Yamcha, Tenshinhan e Chaos estavam no templo de Kami Sama. Dividiram-se e, rapidamente, reuniram as esferas com a ajuda do radar do dragão construído pela Bulma. A cientista, ChiChi e Rei Cutelo permaneceram na casa dos pais dela enquanto a nova nave era terminada caso fosse necessário.

Videl percebia a preocupação do deus, esse Freeza devia ser muito perigoso. Temia por seu pai e pelos outros, contudo conhecia as forças de cada um e tinha esperança que tudo acabaria bem.

Esperavam notícias do Sr. Kaioh, o deus maior iria informar qual a hora e qual deveria ser o desejo que deviam fazer à Shenlong. A menina torcia para que não precisassem chegar a esse ponto ou significaria que eles estavam com problemas.

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Nail parou em uma alta montanha, Kuririn e Dendê o seguiram até ali. O terráqueo estava curioso, queria saber o que o Patriarca queria com ele. O namekusijin levou-os a um templo, Dendê olhava tudo com admiração, há muitos anos fui ali e quase havia se esquecido como o lugar era simples e bonito ao mesmo tempo.

Assim que entraram em uma câmara depararam-se com uma figura namekiseijin gigantesca. O deus era muito maior que os outros nativos, era muito mais velho também.

– Você deve ser um dos guerreiros da Terra.- concluiu o deus com voz de cansado, tossiu uma vez e esperou.

– Ahn...sim, senhor!- respondeu.- Eu me chamo Kuririn.

– Agradeço que tenham vindo.- começou.- O Grande Freeza já causou muita destruição e morte por todo o universo. Nunca pensei que ele pudesse vir até aqui em busca das esferas do dragão em busca da imortalidade.

Nail e Dendê olhavam ao Patriarca, ele estava cansado e tossindo, estava morrendo. O que seria de Namekusei?

– Eu posso sentir a coragem em vocês, estão aqui para ajudar e proteger o planeta.- continuou o deus.- Mas também estão em busca de algo.

– Há anos procuramos um menino.- respondeu Kuririn.- Gostaríamos de saber se Freeza está com ele ou tem alguma informação.

– O Imperador jamais revelará o que sabe.- murmurou o Patriarca.

Kuririn sabia disso e duvidava muito que se ele estivesse com Gohan o entregaria.

– Lamento.- sussurrou Dendê.

Kuririn olhou-o, ao menos uma criança inocente fora salva das mãos do Império.

– Você tem uma força oculta muito interessante.- revelou o deus encarando-o sorrindo. O humano ficou confuso.- Todos tem uma força, ela cresce na medida que os poderes aumentam com os treinos. Uma parte dela é usada na proporção de seu treinamento, já a outra, a força oculta, é aquela que é a mais poderosa, colocada para fora de diferentes formas. Seja por raiva, proteção, perda de controle, sacrifício ou pela ajuda de um deus. Quanto mais a força comum cresce, maior sua força oculta.

– Então eu tenho esse poder oculto?- perguntou interessado.

– Sim, e eu posso ajuda-lo a liberta-la.

O humano sorriu feliz, se ficasse mais forte poderia ajudar melhor aos outros. Kuririn aproximou-se e o Patriarca colocou a mão em sua cabeça. Uma luz atingiu o homem trazendo seu poder oculto à superfície. Contudo, teria que treinar muito para desenvolver seu poder oculto, não seria algo de grande ajuda nesse momento.

O deus soltou Kuririn e teve uma crise de tosse aos olhos preocupados dos três ali presentes.

– Estou morrendo.- revelou.- Não há muito tempo, reúna as esferas e derrote o Imperador!

– Faremos o possível!- prometeu Kuririn.- E obrigado!

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Freeza olhava para sua nave. Seus soldados mortos, fumaça saindo da sala dos computadores e duas esferas já encontradas estavam desaparecidas. Outra metade de seu exército estava perdido e não tinha notícias de seus dois comandantes. Sua raiva crescia a cada minuto.

Zarbon chegou com a esfera recém encontrada na vila e a outra que estava com o príncipe dos sayajins.

– Vegeta estava com essa esfera.- revelou ao Imperador com sua irritante cara sem expressão.- Eu o derrotei perto daqui.

– Matou-o?

– Não sei dizer.- respondeu o Primeiro Comandante.

– Imbecil!- gritou Freeza.- Se o derrotou tenha certeza que o tenha matado, se um sayajin se recupera aumenta seus poderes.

– Sim, Imperador!

– Além disso, há outra esfera faltando e Dodoria ainda não retornou. Todos os scouters destruídos e a comunicação com o Planeta Central foi cortada.

Zarbon sentia a ira de seu líder. Freeza estava a ponto de explodir. Sabia que não seria inteligente cometer erros, por menores que fossem, com o Imperador nesse nível de raiva. Vegeta causou isso e não agia sozinho.

– Você falhou, Zarbon!- rugiu Freeza, explodindo o veículo em que estava usando para locomover-se, ficou de pé e sua cauda mexia com violência.- Encontre Vegeta e traga-o imediatamente.

– Sim, Grande Freeza.- respondeu mostrando em seu olhar o medo que estava sentindo, sua calma substituída por nervosismo.

– E Zarbon?- chamou o Imperador agora com uma voz mansa, o comandante olhou-o por sobre o ombro.- Se você falhar novamente eu garantirei que seja seu último erro.

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Vegeta saiu de dentro de um lago, o monstro era mesmo forte e rápido. Idiota! Agora ficaria mais poderoso e destruí-lo seria muito mais fácil! Pegou uma semente dos deuses que tinha e comeu. Suas forças foram restauradas e aumentadas.

Havia perdido a esfera, verdade, mas Kakaroto já tinha levado uma, então o Imperador não tinha como realizar seu desejo de tornar-se imortal.

Sabia que tinha que voltar ao acampamento e reunir-se com os outros. Porém queria reencontrar Zarbon e acabar com aquele monstro. Dessa vez o resultado da luta seria diferente.

Sentiu um ki a certa distância, era de Kuririn, mas estava relativamente diferente, um pouco maior. O que ele teria feito? Vegeta seguiu para lá a toda velocidade.

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Quando Bardock e Piccolo chegaram ao acampamento avistaram Goku comento em uma generosa mesa abarrotada de comida que ChiChi havia mandado. O sayajin mais novo sorriu e apontou para a grande bola dourada na mesa.

Bardock ergueu os braços e mostrou a que tinha. Colocou-a ao lado da outra e começou a comer a comida da sua nora. Piccolo olhava-os sem expressão, já acostumara-se com esse jeito estranhos deles.

– E Vegeta?- perguntou Bardock vendo que seu filho estava sozinho.

– Ainda não chegou. Freeza não estava lá, eu trouxe uma enquanto ele destruía os computadores da nave e voltaria com outra.- respondeu o filho com a boca cheia.- E Kuririn?

– Freeza estava na vila com dois comandantes.- respondeu Piccolo.- Ele matou a todos. Nós impedimos quando ele iria matar uma criança.

Goku cerrou as mãos, isso era terrível! Esse tal de Freeza era mesmo um monstro.

– Kuririn fugiu com a criança enquanto um dos comandantes os perseguia.- terminou o namekuseijin.

– Será que ele está bem?- preocupou-se Goku.

– Eu o senti com um ki muito baixo, estava anulando-o.- respondeu.- Ele está bem. Mas Freeza mandou o outro comandante para onde você e Vegeta estavam.

– Acha que eles se encontraram no caminho?- murmurou Goku novamente preocupado.

– Ele sabe se cuidar.- rebateu Piccolo com voz de desprezo.

– Pai?- chamou Goku ao notar o silêncio de Bardock.- Está tudo bem?

– Freeza veio apenas com dois comandantes a um planeta de outra Galáxia.- comentou.- Por que ele deixaria o terceiro no Império se Kooler pode cuidar de tudo?

– Talvez esse tal guerreiro que o Sr. Kaioh comentou está dando muitos problemas.- falou o mais novo.

– Pode ser.- comentou sem concordar.- Mas tem algo errado.

– Acha que Freeza não quer que saibamos quem é o seu terceiro comandante?- perguntou Piccolo.- Seria ele tão poderoso?

– Não creio que seja, os mais fortes vão para as Forças Especiais.- murmurou Bardock.- Talvez sua identidade tenha algo por trás.

– Turles?- ofereceu Goku sério.

– Não duvido, Freeza seria ingênuo em manda-lo para cá tão perto da Terra. E quem mais ajudaria Turles durante todos esses anos?- esclareceu Bardock.

– Freeza não me parece o tipo que ofereceria ajuda sem nada em troca.- afirmou Piccolo.

– E você está certo.- disse Bardock olhando as esferas sem enxerga-las.- Mas o que teriam visto nele que os atraiu tanto? Ele deve ser mais fraco que Vegeta e Goku, o que me leva a crer que se o cargo de comandante foi oferecido a ele é porque ele tinha algo que o Império desejava.

– Gohan?- pensou Goku dando voz a seu pensamento.

Seria seu neto tão poderoso ao ponto de chamar a atenção de Kooler?, Bardock achou melhor não dizer nada a Goku sem ter certeza.

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– Capitão?

– Sim?- respondeu.

– Estamos nos aproximando de Namekusei.

Bom, pensou. Recebeu ordens para que ficasse a postos caso o Imperador precisasse. Há algum tempo recebeu a informação e ordem de Kooler para que fosse imediatamente ao planeta.

Como Capitão das Forças Especiais Ginyu, era o mais poderoso do exército, sua equipe era considerada a força de elite, a equipe da confiança de Freeza e, principalmente, de Kooler. Apenas os dois podiam vencê-lo. Sua equipe era poderosa e mortal, apenas os mais fortes, rápidos ou com algum dom muito específico e diversificado poderiam ingressar na força de elite.

– Acabamos de ser informados que a comunicação com o exército foi completamente perdida.- informou outro subordinado.

Ginyu seguia olhando-os. Isso nunca aconteceu antes. O Imperador não podia estar tendo problemas, claro, jamais seria vencido, mas a nave que deveria estar com algum defeito. Caso não fosse isso, teria o maior prazer em destruir o que quer que fosse que estava causando os problemas.

Seus subordinados eram Boter, o mais rápido; Recoom, o mais forte; Yuz, com os melhores ataques aéreos do exército; e Gurdo, muito fraco, porém com um poder muito especial.

Ginyu estava ansioso para receber um novo integrante, pelo que sabia o pupilo de Kooler, um sayajin, demonstrava um grande poder e era cotado para ingressar em sua equipe, só restava saber no lugar de quem. Jamais um sayajin fora cotado, ainda mais uma criança.

Contudo, Kooler deu a entender que um novo aliado do exército seria melhor companheiro para o garoto. Não conheceu ainda esse novo aliado, mas não escondia sua raiva sobre esse assunto. Ao que tudo indicava era muito poderoso, talvez até mais que o Imperador...

– Aumentar a velocidade.- mandou.- Quero saber o que está havendo.