Luar

Novas descobertas... ou uma possível ascensão a insanidade


Capitulo 10 – Novas descobertas... ou uma possível ascensão a insanidade
Eu estava pensando como ia perguntar para a minha tia se ela sabe alguma coisa sobre a ilha e ao mesmo tempo estava pensando que eu já deveria ter pensado nisso.
– quem mora ali?- perguntei curiosa ao ver uma cabana próxima a um cais.
– Ninguém, está abandonada há anos. Mas é bem usada pela galera, se é que me entende. – respondeu-me em um tom divertido.
Fiquei curiosa quanto à cabana abandonada, a observei por alguns minutos e podia jurar que vi alguma coisa passando pela janela.
– Você tem certeza que não mora ninguém ali?
– Ela foi leiloada há alguns anos, mas o cara que comprou nunca apareceu.
Parecia assustador o fato de que uma cabana com proprietário estivesse abandonada, e principalmente era assustador ver um vulto onde não havia ninguém.

Demoramos só alguns minutos para chegar no café, e lá estava Lola com seus olhos verdes exalando felicidade ao nos ver.
– Oi, crianças. Como vocês estão? Descansaram bastante? – disse ela se aproximando. Me deu um forte abraço e apertou as bochechas de Will, como se ele ainda fosse uma criança fofinha.
– Estamos bem, mãe. Não precisa se preocupar- falou Will , se afastando do aperto da mãe, com o rosto vermelho de constrangimento.
Lola se afastou, então não pude me conter e cai na gargalhada.
– O que foi?- perguntou Will, com um ar mal humorado.
– Vai dizer que não é fofo, você ficar todo encolhidinho assim! – eu não conseguia parar de rir.
– haha muito engraçado! – disse ele em tom irônico, com certeza ele não gostou da piada.
Como minha tia tinha saído e não sabíamos onde ele estava esperamos por ela numa mesa. Vick chegou mais ou menos uns quinze minutos depois.
Ela chegou já fazendo perguntas como: ”Eu vou cheirar a peixe? Se eu cantar os caras vão cair aos meus pés? Minhas unhas vão mudar de cor que nem no filme da aquamarine?”
– Bem, você ainda tem cheiro de xampu de criança. E se você cantar os caras vão é correr de você, você canta mal pra caramba. E minhas unhas estão normais, graças a Deus. – respondeu Will rapidamente.
– Pelo menos tem alguma coisa legal nisso tudo?- perguntou ela.
– Na verdade, não. – respondi – já que até a cor dos nossos olhos mudaram.
– Do que você tá falando seus olhos estão iguais, boba.
Peguei meu celular imediatamente para conferir e realmente tinha voltado ao seu tom de verde original.
– Como é possível estavam escuros agora pouco?- indagou Will, cujos olhos também tinham voltado ao tom normal.
– Cara, agora eu to realmente, totalmente mais confusa do que cego em tiroteio. – disse tentando fazer piada, mas mesmo fazendo graça, e tinha certeza que a cada minuto em que apareciam coisas novas em mim eu ficava mais apavorada.
Nesse instante, comecei a pensar se todas aquelas lendas fossem reais, se todas essas lendas sobre as criaturas do mar fosse verdade. Será que as sereias eram todas más como dizem nas histórias? Será que nós ficaríamos desse jeito pra sempre? Não, eu não vou ficar aqui parada esperando para ver.
Levantei-me, rapidamente, sem nem me lembrar que estava acompanhada.
– Ei, aonde você vai? – Gritou a Vick.
– É Claire, você não disse que iríamos esperar sua tia? – Concordou Will com a garota loura.
– Eu não sei vocês, mas eu não aguento mais isso. – Respondi aflita, quase gritando de tanto medo – Não sei se vocês perceberam mas somos aberrações da natureza e eu não quero isso eu quero tudo de volta ao normal, do jeito que era antes de conhecer vocês.
Sai correndo do café sem esperar respostas. Corri, corri sem rumo até me deparar com um canto isolado da praia. Do lugar onde estava dava pra ver bem o espaço, até mesmo uma casa próxima ao cais que me parecia extremamente familiar. Confesso fui cruel com eles, rude e injusta, mas eu não sei mais o que pensar. Não consegui me segurar, eu estava confusa era muita coisa ao mesmo tempo. Antes eu só era uma pessoa comum com problemas comuns, um pai ausente, uma amiga que aos poucos está me trocando pelo namorado, uma mãe desaparecida... espera aí, sempre me disseram que minha mãe não tinha me abandonado, nem morrido, e sim, desaparecido no mar. Isso não pode ser coincidência tem que ter alguma coisa relacionada, as coisas não acontecem assim do nada. Ou acontecem...

Este é o último capítulo disponível... por enquanto! A história ainda não acabou.