Pulando de felicidade, uma jovem atravessou os jardins ensolarados de sua casa e com um grande sorriso no rosto a garota entrou correndo em casa, parando somente para jogar as sandálias para algum canto perto da porta, no processo derrubando o suporte para guarda chuvas. Era tanta a sua euforia quase derrubou uma de suas irmãs.

— Porque tanta pressa?

— Papai nos enviou uma carta – disse contente – veja só! – A jovem ergueu o envelope ainda lacrado para a irmã

— Papai esta voltando? – A mais nova das irmãs veio correndo para perto das outras duas

— Não sei ainda não li a carta – disse a outra

— Então leia!

— Estamos todas aqui!

— Ahh certo, vou ler – Sob o olhar atento de todas suas irmãs a jovem abriu a carta e rapidamente passou seus olhos por ela – Err... Ele disse que vai se casar – leu

— Casar? Com quem?

— Asahina Miwa – respondeu, ouvindo um coro de exclamações

— Como sera que ela é?

— Ouvi dizer que é bonita

— Eu vi uma foto dela em uma revista de moda...

— É como ela é?

— É uma mulher realmente bonita

— O que mais diz na carta?

— Que ela também tem treze filhos – respondeu sorrindo – Imagina só, apenas conosco lotaríamos uma igreja – comentou arrancando risadas das outras – Papai disse também que vamos nós mudar...

— Onde vamos morar?

— Com os filhos da Miwa...

— O quê? Com os filhos dela? Por quê?

— Para uma boa convivência – leu inclinando a cabeça tentando entender

— Não acho que vá da certo.

— Seria bem legal – disse a mais nova – Eu teria ainda mais gente para brincar

— Eu não tenho certeza se é uma boa ideia...

— É por que?

— Por que temos manias que seriam inadequadas, para viver em uma casa cheia de homens...

— Ahh... isso é bem verdade...

— A qual é! O que poderia dar errado?

As treze garotas se entreolharam, imaginando o que de mais poderia acontecer, se fossem morar em uma casa que até agora pertencia a homens... Ehhh nada de mal poderia acontecer, certo?

[...]

A elegante mulher atravessou o salão do restaurante em direção a mesa, onde se encontrava um homem de porte austero e sorriso cativante a esperava. Ao alcança-lo, teve a mão tomada com gentileza.

— A noite está perfeita, não acha? – perguntou ele ao beijar-lhe o dorso da mão e conduzi-la a seu assento.

— Sim, com certeza a noite está maravilhosa – A mulher sorriu.

— Não tão maravilhosa quanto você, minha querida – cantou o homem

— Ora, não seja tão galanteador, Eiiji-san

— Eu não disse nada menos do que a verdade, Miwa – disse arrancando suaves risadas da dama – Eu já fiz os pedidos se não se importar.

— Esta tudo bem, confio em você.

— Como foi sua conversa com seus filhos?

— Agradável – respondeu ela com um sorriso contido

— Agradável? – repetiu

— Meus filhos já são em sua maioria homens feitos – ela sorriu ao se lembrar deles – Alguns deles até ficaram felizes com a novidade.

— Só alguns? - Miwa riu com gosto da pergunta dele.

— Ohh, não se preocupe Eiiji, meus filhos não iriam tentar mata-lo ou algo assim, estão felizes pela mãe deles.

Eiiji sorveu um gole do vinho, e sorriu para a mulher quando o jantar foi finalmente servido. A conversa deles fluía agradavelmente com risadas contidas para não atrapalhar os outros clientes.

— E suas filhas? – Miwa finalmente perguntou – Conversou com elas?

— Enviei-lhes uma carta – disse – Acho que reagiram bem – disse incerto – não recebi nenhuma ligação ou mensagem delas até agora.

— Você tem que ir até elas – Miwa franzia a testa – Não pode apenas lhes dizer que vai se casar por uma carta.

— Eu irei amanhã – tranquilizou Eiiji com um sorriso – Assim como seu meninos tenho certeza que compreenderam.

— Eu estive pensando...

— Hun?

— Você não acharia bom que nossos filhos se envolvessem?

— Como assim?

— Ora, começassem um relacionamento amoroso, como nós – Miwa explicou.

— Eu não sei se será uma boa ideia

— Por que não? Seria perfeito, assim não teríamos que nós preocupar com pessoas com más intenções e...

— E...

— Evitaríamos que se magoassem... – respondeu com um suspiro pesaroso ao se lembrar de um dos filhos

— Você pode estar certa... – Eiiji ponderou a questão – Mas também pode ser uma faca de dois gumes, Miwa – disse serio – A relação deles também teria prós e contras, querida, assim como qualquer relacionamento e também podem sair magoados.

— Eh eu acho que você também tem razão, mas eu gostaria que pelo menos tentassem.

— Tudo bem vamos fazer assim, já que nossos filhos iram morar juntos, vamos deixar que as coisas fluam em seu próprio ritmo, sem forçar nada e se vier a ser, será.

Miwa sorriu agradecida para o homem a sua frente e deixou que ele tomasse sua mão entra as suas num gesto carinhoso.